p A manhã do dia seguinte seguiu calma. O céu expulsara as últimas nuvens de perto de hogwarts e o sol amanheceu brilhando intensamente.
p Harry e Rony seguiam com o ânimo renovado à ala hospitalar, onde pretendiam encontrar Hermione. A morena não demorou a tomar as últimas instruções médicas de madame Pomfrey e os seguiu ao salão principal.
p Hermione estava eufórica como nunca, os garotos justificavam isso com sua volta, embora ela afirmasse que estava ansiosa para conhecer o novo conteúdo de cada matéria.
p – Estou ansiosa pra começar as aulas, só isso – repetiu irritada pela milésima vez.
p – Vai dizer que você não se sente nem um pouquinho aliviada por estar a salvo – contrariou Rony.
p – Rony, eu não disse que não estava feliz por estar a salvo, isso foi o que eu mais queria enquanto estava presa naquele lugar horrível, mas i agora /i eu só quero ir pra aula e tentar recuperar o que vocês perderam.
p – Eu não sei o que o Harry te disse, mas nem foi tanto assim.
p – O Harry não soube nem me dizer o quanto foi, mas a questão é que agora não vou mais deixar vocês saírem dos eixos – disse severa.
p – Você nunca deixou, não é? – protestou irônico, voltando a comer.
p Hermione fez menção de dizer alguma coisa, mas foi interrompida por um bando de corujas que adentraram o salão principal, fazendo as devidas entregas. Três se deslocaram em direção a eles, deixando cair uma carta cada e saindo novamente por onde entraram.
p Os três se olharam e cada um pegou um das cartas.
p – É pra você Hermione, da mamãe – disse Rony, analisando a carta.
p – Essa também – disse Harry, estendendo a carta à garota – É de Dumbledore.
p A morena não se moveu, encarava com os olhos arregalados o embrulho que mostrou ser o Profeta Diário. Os dois garoto viram o rosto da amiga ficar vermelho, um vermelho que se misturava entre vergonha e raiva.
p – Hermione? Enlouqueceu de vez? – Rony provocou
p – Você esta bem? – perguntou Harry, preocupado.
p Ela lançou um olhar fuzilante aos dois, calando-os, e voltou a atenção ao jornal, leu por mais alguns minutos e finalmente virou a capa para os dois.
p A capa mostrava ela e Harry, um ao lado do outro. Era, aparentemente, uma foto que Rony também estava, mas fora cortado. A primeira pagina apresentava em letras grandes e destacadas:
p i b Juntos Novamente /b
p Hermione Granger, 16 anos, a melhor aluna de Hogwarts, voltou ontem para a Escola de Magia e Bruxaria de Hogwarts. Sem explicações a aluna apareceu na ala hospitalar do castelo de Hogwarts na manhã de ontem em estado grave. Acreditasse que depois de ter sido cruelmente torturada por você-sabe-quem, a menina conseguiu escapar de seu esconderijo e retornar a escola sem chamar atenção. Ela passou o dia de ontem repousando na enfermaria do castelo, foi vitimas de terríveis crises e alucinações, mas por fim, graças à ajuda de seu, já antigo amor, Harry Potter (16), conseguiu se recuperar e hoje volta às aulas ao lado do amado e do amigo, Ronald Weasley (16). Mais informações sobre o seqüestro na pagina 3, com todos os detalhes citados nas adições anteriores. /i
p – Detalhes das edições anteriores? – perguntou furiosa.
p – Er... Bem, as últimas edições do profeta diário tem sido praticamente sobre você. – disse Harry.
p – E um delas trouxe de brinde uma biografia resumida sua, até o dia de hoje – completou Rony, estendendo a mão para pegar o jornal e abrindo na pagina três.
p – Porque ninguém me contou? – perguntou.
p – Olha! Estão até dizendo que você combina com o Harry, porque ele é o menino-que-sobreviveu e você a menina-que-fugiu do Lorde das Trevas – comentou enquanto lia a artigo, ignorando a pergunta dela – Que coisa mais idiota.
p – Mas, como eles souberam? – perguntou confusa.
p – Você não foi nada discreta e... – o ruivo começou a rir, ainda lendo o jornal – E não é que é serio, estão te chamando mesmo de "a menina-que-fugiu" e dizendo que você é uma guerreira.
p – Mais um apelido nem um pouco criativo – comentou Harry, desanimado.
p – VOCÊS DOIS! – gritou nervosa, chamando a atenção de alguns alunos.
p O dois votaram toda sua atenção para a morena, sabiam que deixar Hermione brava não era uma boa idéia.
p – Agora me digam, o que aconteceu? – continuou, mais calma.
p – Bem, imagina todo mundo que estava em Hogsmead vendo fogos de artifício vindos de perto da casa dos gritos.
p – Foi um tumulto, todos saíram correndo, alguns para longe outro em direção ao lugar de onde tinha vindo aquelas faíscas.
p – Nem precisa continuar – suspirou desanimada – Já da pra imaginar o escândalo.
p – É... Foi mesmo um escândalo – disse Rony.
p – Obrigada – respondeu irônica.
p – Sabe, antes de você descubra e cometa uma gafe, a nossa professora de DCAT se chama Allison Sulliver – disse Harry.
p – A comensal? – exclamou ansiosa – Quer dizer... A inominável?
p – Ainda bem que não disse isso pra ela – suspirou, em tom de aviso.
p – Mas... Por que ela?
p – Vai saber... – exclamou o moreno – Talvez para proteger Hogwarts, tem também aurores que ficam andando por ai, a Tonks mesmo, ela veio e no dia que nos te achamos ela estava junto.
p – Que estranho, será que Dumbledore esta incerto quando a segurança de Hogwarts?
p – Não sei, mas revistaram aluno por aluno quando chegamos, as suas coisa também, nós trouxemos e a professora Mcgonagal providenciou que fossem levadas para seu quarto.
p – Meu quarto?
p – É, agora que é monitora chefe você tem um quarto só pra você, onde só entra quem você quiser.
p – Legal – disse não parecendo muito animada.
p – Você não parece animada – observou Rony.
p – Hum... Preciso mostrar uma coisa pra vocês – disse erguendo a manga do uniforme e revelando a marca em seu braço, logo abaixo do ombro – Olha. Acho que é uma cicatriz de queimadura.
p – É isso mesmo – afirmou Harry, passando a mão pela marca.
p – Harry, cicatrizes não são pretas, parece mais uma tatuagem – contrapôs Rony.
p – Mas madame Pomfrey disse que é uma cicatriz.
p – Também acho, até por que...
p – Tadinha da Granger-sangue-ruim, ta machucadinha – Malfoy interrompeu.
p – Cala boca seu idiota – disse nervosa, voltando a atenção ao amigos – Então, eu acho que...
p – Esta bravinha? Será que eu devia te chamar de "a menina-que-fugiu"? Pelo menos o apelido do Potter é mais criativo – zombou
p – E se você não sair daqui vai ganhar um também, mas vai ser "o loiro-feio-do-olho-roxo".
p – Ok Granger te vejo por ai – disse saindo, emburrado.
p – Queira Merlin que não – disse, antes de se virar novamente para os garotos – Mas que garoto chato!
p – Eu ainda acabou com a raça dele! – disse Harry, nervoso.
p – Esqueci que ia ter que aturar ele de novo.
p – Sorte que você chegou desacordada, ele estava lá na enfermaria – comentou Rony.
p – O Malfoy? Fazendo o que? – perguntou com um tom de desconfiança na voz.
p Harry deixou que Rony relatasse o fato, ficou pensando se Hermione estaria pensando em alguma coisa. Bolar teorias estranhas e mirabolantes era tão comum, tratando-se dela, quando achar explicações lógicas. A historia de Rony, que deveria resumir a estadia de Malfoy na ala hospitalar, se alongou ao resgate da morena.
p – Ele estava com dor no braço? – perguntou curiosa.
p – Sei lá, sei que ele não deixou madame Pomfrey sequer olhar o "suposto" machucado.
p – Estranho – murmurou segurando o queixo.
p – No que esta pensando? – perguntou Harry, depois de um longo tempo observando a reação de Hermione.
p – Por enquanto... Nada.
p – Não é o que parece – declarou o moreno.
p – Só estou achando estranho esse comportamento do Malfoy.
p – Bom, vou indo – disse Rony, levantando-se.
p – Rony, ainda falta uns...
p – Feitiços... Certo? – interrompeu Harry.
p – É, vê se terminam de comer logo, eu já terminei, vou indo.
p O ruivo se levantou, colocou a mochila sobre os ombros e foi saindo.
p – Mas eu tamb...
p – Te encontramos lá – disse Harry, vendo o amigo cruzar a saída do salão principal.
p Hermione se voltou, lançando um olhar confuso a Harry, que agora abria um largo sorriso.
p – Harry ainda faltam uns 20 minutos pra começar a aula – disse, olhando como quem pedia uma explicação.
p – Então – disse se levantando, estampando um sorriso no rosto – Vamos aproveitar!
p A morena retribuiu o sorriso e o saiu com ele do salão principal. Ela imaginou que ele fosse levá-la ao jardim, à beira do lago, era com certeza, o lugar mais lindo do castelo num dia tão ensolarado, mas o caminho que seguiam por entre os corredores escuros, sem duvidas, não daria nem ao menos no exterior da escola.
p – Harry, onde estamos indo – perguntou, virando mais um corredor atrás do namorado.
p – Você vai ver – disse pegando a mão dela.
p – Só espero que não demore muito.
p Harry não respondeu, apenas continuou a guiando pelos corredores e escadas, que pareciam ficar cada vez mais escuros. Quando finalmente chegaram ao final de um corredor, onde havia somente uma porta.
p – Alorromora – murmurou o moreno, apontando a ponta da varinha para a fechadura.
p – Estava trancada? – perguntou Hermione.
p – Sempre fica trancada – respondeu com um sorriso, abrindo a porta e entrando com ela.
p – Harry, mas que lugar é esse? – perguntou observando o lugar enquanto o garoto fechava a porta.
p O lugar parecia seu um quarto enorme. Havia quatro camas de solteiro e quatro cômodas, uma cômoda ao lado de cada cama, em um outro canto do quarto tinha dois sofás em frente a uma grande lareira e um grande tapete felpudo.
p Do lado oposto às camas tinha uma porta que dava entrada a uma sacada, o teto do quarto parecia enfeitiçado para mostrar uma linda noite estrelada.
p Ela ainda observava tudo boquiaberta quando sentiu Harry abraçando-a por traz. A morena observava tudo sem nenhuma reação. O garoto a puxou até o sofá, onde se sentaram lado a lado.
p – Esta não é a sala precisa – disse, voltando o olhar ao namorado.
p – Bem observado – disse sorrindo – Mas na verdade, a única diferença é que ao contrario da sala precisa, essa daqui não aparece só no sétimo andar, aparece onde quisermos.
p – Como? – perguntou impressionada.
p – O que você ouviu. Essa sala aparece onde queremos, por isso se quisermos ficar aqui até um minuto antes do inicio da aula nós podemos, basta ficar de frente pra porta e visualizar o lugar onde quer que seja a saída.
p – Como descobriu isso?
p – A Alyne que me contou – a morena lhe lançou um olhar interrogativo – Não me pergunte como ela descobriu, ela só me contou que existia numa das vezes que ela veio me pedir noticias suas.
p – E que casa ela esta? – perguntou esperançosa.
p – Corvinal.
p A expressão de desapontamento de Hermione foi muito clara, mas Harry não lhe deu tempo para remoer pensamentos ou sequer pensar, apenas a beijou.
p – Vamos voltar aqui no almoço? – perguntou Harry, o garoto parecia feliz como nunca.
p – Hum... Vou usar o horário do almoço para ver Dumbledore, quem sabe depois das aulas.
p – Ok, mas então vamos aproveitar os últimos minutos – disse antes de beijá-la novamente.
p O tempo que lhe restava eles passaram namorando, apenas cerca de cinco minutos antes da aula a garota teimou em voltarem e quando sairão pela porta que haviam entrado, deram de cara com a porta da sala de aula de Flitwick.
p As aulas da manhã passaram voando para Hermione, enquanto para Harry e Rony tudo parecia uma eternidade. No intervalo para o almoço os dois garotos foram para o salão principal, enquanto Hermione seguia à sala de Dumbledore.
p A garota seguiu pelo caminho que Harry indicara e logo estava a frente da estatua que dava entrada a sala do diretor.
p – Não esperava uma visita sua tão cedo – disse vendo Hermione adentrar o escritório – Sente-se.
p – Professor, o que, exatamente, o senhor quer? – perguntou educada.
p – Quero saber tudo o que aconteceu, mas quero que saiba Srta. Granger, que um detalhe pode ser crucial, portanto tente se lembrar de tudo.
p – Bem... – a morena contou toda a historia, vasculhando na memória os mínimos detalhes, procurando não deixar nada passar. O tempo que levou para contar a historia lhe fez deduzir que tivesse perdido o começo das primeiras aulas da tarde. Para cada frase que dizia, Dumbledore parecia ter uma pergunta preparada, decorada na ponta da língua. Quando, depois de muito tempo, terminou de relatar o que tinha visto, incluindo uma descrição detalhada sobre o que sentira antes e depois de perder a memória, já não se lembrava de mais nada que não tivesse dito ao professor – Foi isso, tudo de que me lembro já contei para o senhor.
p – Certo – disse sério – Bom, acredito já saber de tudo o que preciso.
p – O senhor sabe de onde veio essa marca, o que significa, ou alguma coisa assim? – perguntou esperançosa.
p – Ainda não – disse sorrindo – Mais alguma pergunta?
p – Acho que não.
p – Então a Srta já pode ir – a garota fez menção de dizer mais alguma coisa – Não, não se preocupe com isso, conversei com seus professores imaginando que essa conversa fosse durar mais tempo.
p Hermione se levantou da cadeira e foi em direção à porta, mas se lembrou de algumas duvidas que ainda tinha na cabeça, acabou virando-se e voltando a ficar em frente a escrivaninha de Dumbledore.
p – Professor, na verdade, ainda tem algumas coisas me incomodando – disse hesitante.
p – Pois então diga – respondeu gentil, mantendo a atenção em alguns pergaminhos em cima da mesa.
p – Er... Bem, pra começar... Você tem certeza que essa mulher... Allison... É confiável?
p – Diz isso pelo dia no beco diagonal?
p – É, bem... Eu sei que o senhor disse que ela esta só como espiã, mas... Sei lá, é diferente pra quem viu ela lá, com o Malfoy.
p – Tenho certeza que ela é i necessária /i aqui – disse dando algum tipo de ênfase estranha na palavra.
p – Certo, mas... E quanto ao Malfoy, ele com certeza não é um inominável.
p – Estou de olhos abertos para Draco Malfoy, não precisa se preocupar. – disse, ainda sem desviar os olhos dos pergaminhos.
p – Hum... E, por último, por que o senhor autorizou o duende do Gringotes a me ceder um cofre tão grande? Aquelas coisas, aquele dinheiro todo, é seu?
p Como se essas palavras surtissem um efeito diferente sobre o diretor, Dumbledore levantou a cabeça, olhando-a por cima dos oclinhos de meia lua.
p – Eu deixei apenas uma pequena quantia em dinheiro, o preciso para os livros e materiais escolares, talvez um sorvete, não mais que isso – disse sorrindo, como se dissesse que Hermione estava cometendo um engano.
p – Mas senhor, quando o duende verificou pelo meu nome, disse que o meu cofre já estava a minha espera e ele me levou a um cofre realmente enorme, com uma fortuna e um monte de tranqueiras.
p – Isso não é possível, tem certeza? – perguntou, apagando o sorriso de seu rosto e assumindo um tom sério.
p – Claro que tenho – respondeu como se ele a tivesse acusado de ser louca – Eu inclusive peguei uns livros e...
p – Bom – interrompeu – Eu não sei o que aconteceu, mas vou procurar descobrir.
p – Er... Obrigada, talvez tenha sido somente um engano mesm...
p – O Gringotes é uma instituição bruxa muito bem organizada, apostaria até o meu último fio de barba que eles não i se enganariam /i – disse sério.
p – Bom, mas... O que o senhor acha que pode ter acontecido se não foi um engano?
p – Se o cofre estava pronto à sua espera, então creio que alguém o tenha deixado para você, mas se não fui eu e se, alem do testamento de seus pais não ter sido lido ainda, eles não tinham nenhum patrimônio mágico, então a questão é: i Quem lhe deixou esse cofre? /i – explicou voltando a atenção aos pergaminhos.
p – O senhor...
p – Não se preocupe, vou procurar saber sobre isso – disse encerrando o assunto – Escute, quero que venha me encontrar se tiver algum desses sonhos ou alucinações, como as que teve na sede da ordem.
p – Sim senhor – confirmou.
p – E creio que ainda marcarei mais algumas vindas suas aqui, logo, quero deixar claro que comparecer a todas elas será de extrema importância.
p – Claro – confirmou – Hã, senhor... Quando estava presa, Voldemort disse que queria que eu o ajudasse, mas... Se ele odeia tanto assim os nascidos trouxas, porque ele iria querer minha ajuda? Pra que?
p – Sei tanto quanto você, mas acredito que levar você para o lado das trevas seria uma ótima maneira de afetar Harry, talvez mais eficaz que te matar.
p – Ah... Sim senhor, mais alguma coisa?
p – Não, por hoje é só. Pode ir.
p – Obrigada – agradeceu, rumando a saída do escritório do diretor.
p Hermione seguiu a sala de Runas Antigas, ansiosa para o fim da tarde, quando poderia encontrar Rony e Harry no salão comunal e contar a conversa que tivera com Dumbledore.
p Algumas perguntas haviam sido respondidas e estarem claras, mas outras pareciam estar surgindo cada vez mais rápido na sua cabeça e ela temeu que nem Dumbledore pudesse responder a essas perguntas na próxima visita que fizesse a sua sala.
p Ela aproveitou os dois tempos de Runas Antigas para tentar descobrir mais sobre os símbolos das ruínas, inclusive o que se gravara em seu braço. Nesse sentido a aula não foi nem um pouco produtiva, existiam milhares de formas diferente de símbolos em runas e aqueles pareciam muito mais complicados, chegara a encontrar outros parecidos, mas nenhum igual.
p Ao termino das aulas foi correndo à sala comunal, onde encontrou Rony e Harry e contou a eles tudo sobre o "bate-papo" com o diretor.
p – Mas ele não sabe nem porque você-sabe-quem queria te seqüestrar? – perguntou Rony, incrédulo.
p – Er... Não, não. Ele acha que é somente para... Bem, vocês sabem... Diversão – justificou rápido, sabia que contar a verdade não era uma boa idéia, não depois do que Harry havia lhe dito na Mansão Black.
p – Não sei, acho que é por... – dizia Harry, desanimado, antes de ser interrompido pela namorada.
p – Não é por isso – afirmou veemente, sabia o que o garoto ia dizer – E vê se para com essa história.
p – Vocês são loucos? Do que estão falando? – perguntou Rony, olhando-os assustado.
p – Nada Rony – disse irritada.
p O ruivo soltou um muxoxo, entediado.
p – Mudando de assunto – disse Harry. Com certeza insistir naquela historia só aborreceria mais Hermione e a última coisa que queria naquele momento era discutir com ela – O que vocês acham que Malfoy tem a ver com a história?
p – Talvez, embora seja só um i "talvez" /i ... Ele esteja ajudando Voldemort de dentro do castelo – disse a morena, vagamente.
p – Esta sugerindo que aquele loiro burro seja um comensal? – perguntou Gina, entrando pelo retrato da mulher gorda e juntando-se a eles.
p – Não sei... Vocês disseram que ele afirmou que eu não ia durar muito tempo – arriscou hesitante – Talvez tenha dito isso por saber dos planos de Voldemort.
p Rony e Gina pareciam tremer só de ouvir o nome.
p – Mas ele sempre fez isso, sabe... Te ameaçar, falar que você ia... Ah! Todas essas coisas – Harry justificou.
p – É, mas veja bem, o que ele teria a perder? O pai já foi pra Azkaban e a mãe com certeza já é uma comensal, só faltaria ele – ponderou.
p – E você acha que você-sabe-quem ia mesmo aceitar o Malfoy – indagou Gina. A amiga lhe lançou um olhar de afirmação – Mione, ele tem 16 anos.
p – E daí? Ele não me capturou querendo que eu me unisse a ele? Eu também tenho 16..
p – Bem... Eu ainda não acho que Malfoy é um comensal – disse a ruiva.
p – Concordou com a Gina – disseram Rony e Harry ao mesmo tempo.
p – Ótimo – disse com um tom de irritação muito nítido na voz – Mas vocês não se perguntam por que ele não deixou madame Pomfrey examinar o braço dele?
p – O que você quer dizer? – perguntou Harry.
p – Francamente, vocês não vêem? Ele pode não ter a deixado ver o braço dele pra esconder alguma coisa, que por acaso, poderia ser a marca negra – Gina engasgou com a própria saliva e Rony fez cara de descrença, enquanto Harry a encarava, atento – Olha só, ela poderia estar doendo pela forma como foi marcada, pode ter sido das mais diferentes maneiras, marcada a brasa ou algum feitiço, o que pode ter deixado dolorido.
p Rony e Gina a olhavam espantados, mas o namorado parecia distante. A conversa pareceu que ia terminar por ali, ninguém disse mais nada, Gina levantou-se e foi em direção ao dormitório feminino e Rony apenas recolheu o material.
p – Sabe – disse Harry, fazendo Rony e Gina pararem e encará-lo – Talvez a Mione esteja certa... Digo, o que ela disse faz sentido.
p – Eu não acho – disseram os dois, em coro.
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p
p b i (N/A: ouça a musica /i /b Life For Rent b /i da Dido, clicando a href"http/radio. target"blank" AQUI /a enquanto lê esse último trecho ) /i /b
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p Os dois ruivos voltaram-se para o que estavam fazendo e, logo, Harry e Hermione estavam sozinhos na sala comunal.
p – Então, o que esta te preocupando? – perguntou Harry, subitamente.
p – Me preocupando? Nada. Porque alguma coisa estaria me preocupando? – respondeu evasiva.
p – Eu te conheço há sete anos – disse sorrindo – Da pra ver claramente que você ta preocupada com alguma coisa.
p A garota esboçou um pequeno sorriso no rosto, um sorriso que não mostrava felicidade, mas sim preocupação e... Medo, talvez. O garoto se perguntava se realmente estava vendo a menina que tinha começado a namorar, a morena sempre fora forte e resistente e agora parecia tão frágil, tão... Indefesa.
p Ele acompanhou cada movimento dela com os olhos. Ela apoiou o braço na mesa, ajoelhando-se no tapete vermelho-dourado, a frente do sofá, e levantou a manga da camisa, revelando a cicatriz.
p – Você já sentiu como se uma coisa aparentemente inútil significasse i tudo /i ? – perguntou, sem encará-lo, examinando a cicatriz e tocando-a de leve.
p – O tempo todo – disse escorregando pelo sofá, ajoelhando-se por fim ao lado da namorada.
p – É o que sinto quando me lembro disso – disse, referindo-se a marca.
p – Acha que isso é mais que uma cicatriz? – perguntou, acompanhando o traçado fino da marca no braço da garota com o dedo.
p A garota apenas consentiu com a cabeça.
p – Bom – disse divertido, abrindo um sorriso debochado – Eu sou a pessoa menos indicada pra te convencer do contrario.
p Hermione continuou calada, olhando-o com uma expressão seria.
p – É serio... Às vezes sinto como se isso significasse muito mais e...
p – Não conhecer esse significado te assusta – completou assumindo a mesma seriedade.
p – É.
p – Você pressente alguma coisa? – Harry perguntou hesitante.
p – Sinto como se isso não fosse boa coisa, como se tudo fosse mudar e... Bem, às vezes sinto medo de pensar que essa marca pode significar perigo.
p – Não precisa se preocupar, agora que esta em Hogwarts esta segura.
p – A marca também esta aqui, esta comigo onde quer que eu vá.
p – É dela que você tem medo? – perguntou gentil.
p A garota suspirou pesadamente.
p – Parece patético, mas tenho medo dela, medo de significar mais do que eu sequer suspeite – admitiu Hermione.
p – Porque não tenta descobrir o que significa? – o moreno sugeriu – Talvez, mesmo tendo medo de descobrir e não gostar do significado, alivie saber o que isso te reserva, ou talvez que não lhe reserve nada.
p – Tem razão – concordou, abaixando a manga da camisa, e apoiando a cabeça no sofá.
p Ela suspirou cansada, com um ar pensativo e misterioso.
p – Tenho medo – disse apertando os olhos.
p – Não precisa – disse sorrindo, enquanto acomodava a cabeça da namorada em seu ombro e segurava suas mãos – Prometi a mim mesmo, quando a gente começou a namorar, que não deixaria nada acontecer com você, eu posso estar te colocando em risco mas...
p – Harry – protestou, levantando novamente a cabeça.
p – Escuta, é serio – pediu, impedindo ela de se levantar e, carinhosamente, acomodando-a agora em seu peito, enquanto a envolvia em um abraço – Sei que namorar você significa te colocar em risco, mas assim como você esta disposta a corrê-lo, eu estou disposto a te proteger, ouviu?
p – Obrigada – disse por fim, abrindo um lindo sorriso no rosto.
p Ela o olhou, levantando a cabeça, e antes que pudesse impedi-la, Harry estava envolvido em um beijo doce e carinhoso.
p Todos os pensamentos e preocupação esvaíram a cabeça dos dois. Naquele momento, a única coisa realmente importante era estarem juntos.
