CAPÍTULO 02 O decorrer do primeiro ano
As férias de julho finalmente chegaram. Minako foi para sua cidade natal, que ficava a poucos km da praia, Nicholas fora para a cidade onde estavam seus pais, Kevin e Andrew dirigiram-se para interiores diferentes e Raye viajara para a praia com o avô. A menina adorava o mar, pois ele de algum modo limpava suas tristezas.
- Oba! – Raye correndo para o mar.
- Não vá muito fundo, querida. – vovô.
- Ah vovô, pode deixar. Eu sei me virar. – Raye bufando.
Raye estava feliz da vida "pegando" as ondas. Depois disso, dirigiu-se para a barraquinha onde seu avô estava sentado se deliciando com frutos do mar. Ela pegou uma toalha para se enxugar, enquanto o fazia ou viu alguém pronunciar seu nome, era uma voz desconhecida.
- Raye! – alguém.
Raye olha para frente e leva um susto. Alguém vinha correndo acenando, não era um alguém qualquer, e sim o menino mais popular do seu atual colégio. Como ele sabia seu nome? Deve ser outra Raye.
- Raye! – continua chamando.
Ela assustada olha pros lados esperando haver alguma outra Raye. Ele aproximou-se dela, cumprimentou-a com um beijo na testa.
- Tudo bem? – perguntou.
- Tudo. – Raye sorrindo de nervosa.
"Por que será que veio falar comigo?" – pensava.
- E aí, sua prima está aqui também? – perguntou.
"Ah é mesmo... ele estuda com a Esmeralda." – lembrou.
- Sim, mas ficou em casa dormindo. – respondeu.
- Ah que pena. Diz que mandei um beijo. – acenou despedindo-se.
- Pode deixar. – Raye acenando de volta.
O garoto foi embora e Raye sentou-se à mesa para se deliciar nos frutos do mar, com seu avô. Depois voltaram pra casa. Mais dias se passaram e retornaram a cidade natural. Faltavam poucos dias p/ acabar as férias de julho, estas eram um pouco curtinhas, principalmente esse ano, que Raye excedeu uma semana de provas no colégio devido as notas baixas.
Começou então mais um semestre de aulas. Já era agosto.
- Eeei, como foi de férias? Viajou? – Nicholas perguntou.
- Fui à praia. Foi tão bom entrar em contato com o mar. – Raye.
- Ah, você foi à praia e não me ligou por que? – Minako.
- Eu liguei sim, umas duas vezes. Mas você estava sempre dormindo. – Raye.
- O.O – Minako.
- Eu também viajei. Foi bom demais, conheci uma menina lá. A gente se beijou. Beijar é bom demais. – Kevin.
- Aff... ninguém perguntou nada a esse menino. – comentou Mina baixinho para Raye.
- E você Andrew, aonde foi? – Mina e Raye.
- Passei uns dias num interior. Mas não houve nada demais, lá não tinha nada pra fazer. Fiquei sem assistir os animes. Foi paia demais. – Andrew.
- Vocês já souberam? O nosso professor de História mudou. – Kevin.
- Por quê? – Nicholas.
- Ele pediu demissão devido ao comportamento das turmas de 1os anos. – Kevin.
- Fala sério! – Mina.
A aula ia começar. Era de história, com o novo professor. A turma estava igual a todos os dias. A galera do fundão, pra variar, estava bagunçando, alguns estavam de cabeça baixa,
Outros desenhando na carteira. Devia ter um ou 3 alunos prestando atenção. Raye estava quieta, apoiando o rosto na mão. Faltava poucos minutos para o término da aula, então o professor dirigiu-se até a garota e espertou-a.
- Como é seu nome? – professor perguntou.
Mal dava para ouvir, devido a algazarra que a turma tava fazendo.
- Meu nome é Raye. – respondeu.
- Você conversa tanto! – ironizou.
Raye cora. O professor arruma seu material e vai para outra sala.
Mina, Nicholas e Andrew viram-se para Raye com intenção de saber o que queria o mestre.
- E então, o que ele queria? – Mina.
- Ah, ele disse que me achou muito bonita e perguntou se eu tinha namorado. – Raye.
- O.O – Mina, Nicholas e Andrew.
- Brincadeira! Ele só perguntou o meu nome e disse que eu sou muito quieta. – brincou.
Certa vez, quando todos estavam quietos numa aula de filosofia, não prestando atenção, e sim calmos.
- Ei! – Mina.
- Fala. – Raye.
- Vamos fundar um canal no mIRC! – Mina.
- Oba! Eu topo. – Raye.
- Qual seria o nome? – Mina.
- Ah... Não sei... Que tal everybody? – Raye.
- Ah, gostei! – Mina.
- Em homenagem aos backstreet boys! – Mina e Raye.
As duas viciadas em internet fundaram o canal de bate-papo, que no 1o dia reuniu 43 usuários e com o passar do tempo, acabou fixando uma galera muito legal.
Mais dias foram passando, as notas de Raye iam de mal a pior. A menina estava desesperada, pois sabia que a cada prova que fazia, se aproximava mais da recuperação e quem sabe até uma reprovação.
Certa vez, quando o resultado de mais um simulado estava pregado no quadro de avisos da sala, um professor de matemática, enquanto a turma fazia o exercício de classe, foi olhar as colocações.
- Deixa eu ver aqui, quem é o palmeiras da sala. – o professor brincou, baixinho, mas os alunos que eram os 1os da fila escutaram. O professor dirigiu-se ao quadro de avisos da sala.
- "Raye Hino" – o professor pronunciou sorrindo.
Andrew virou-se para Raye, preocupado com a reação da garota, que foi a mais natural possível, não entendeu a brincadeira do professor.
- É porque o palmeira está sempre em último. – Andrew explicou.
Aquilo doeu na alma da menina, fazendo despertar uma antipatia em relação aquele professor.
Não havia nada mais a fazer, Raye sentia-se condenada, o júri tinha que anunciar sua sentença: Recuperação ou Reprovação? Eis a questão. Isso lhe atormentava toda hora. Sentia vontade de voltar pro seu antigo colégio, pensou bastante nisso e achou que era a melhor solução. Conversou com seu avô a respeito disso, ele não concordou, mas deu força a ela para encarar o que fosse, recuperação, reprovação, qualquer coisa. Após o longo diálogo que tiveram, Raye sentia-se melhor e mais forte, para encarar mais dias de aula.
Recorreu então a um professor particular, mas este não adiantou muita coisa. A verdade, que ela não sabia na época, é que existia um bloqueio, que partia da própria Raye na hora das provas. Ela cresceu acreditando que seu atual colégio era difícil, que seus amigos que foram estudar lá se deram mal, então isso causou um autobloqueio em sua mente.
Mais dias foram passando. O colégio, para alegrar o recreio, as vezes colocava som. Lita, Amy e Raye se conheceram na Instituição de ensino anterior. Amy e Raye tornaram-se unha e carne, mas Lita não tive muito contato, mas de vez em quando se falavam. No novo colégio elas se aproximaram.
- Ei Lita! – Raye.
- Oi Raye! – Lita.
- E aí, novidades? – Raye.
- Só nada. Ah... estavam dizendo na minha sala, que você é namorada do Téo. – Lita.
- Quê? Do Téo? Ahahahahahaahahaha! Fala sério! – Raye espantada.
- To te dizendo. – Lita sorri.
- Não, o Téo é só meu amigo. Desde o colégio passado, quando estudamos na 4a e 5a série. Depois disso ele veio estudar aqui, e eu continuei lá. É só isso. Além do mais, ele é um pouco feliz demais... e meninos assim não fazem meu estilo. – Raye.
- Com certeza! – Lita.
- Aaah! Tem um babado! – Raye.
- Conta. – Lita.
- Lembra da Wahena? – Raye.
- Aquela que era bailarina e sempre participava das apresentações do colégio? – Lita.
- Exatamente! Ela engravidou. – Raye.
- Hã! Mentira! – Lita espantou-se.
- É sério menina. To lhe dizendo. – Raye.
- Coitada. – Lita.
- Pois é. Acabou com a vida dela. Ouvi dizer que ela ia casar, mas não sei se é verdade. E também que ela reprovou pela quarta vez. – Raye.
- Meu Deus! – Lita.
- Pois é... – Raye.
- Estou com pena dela. – Lita.
- Eu também, mas fazer o que né? – Raye.
- É mesmo. Sim, mudando de assunto, por que você não anda mais com a Amy? – Lita.
- Ah, eu nunca a encontro no recreio e quando encontro ela está sempre rodeada de amigos. – Raye.
- E você, ainda hoje não fez amizades na sua sala? – Lita.
- Fiz sim, com a Mina, Nicholas, Andrew, os outros eu falo. Mas esses são os mais próximos. São os que eu mais gosto. – Raye.
- Hum! Você é amiga do Andrew? – Lita.
- Sim. – Raye.
- Ele parece com você. – Lita.
Bate o sinal de termino do recreio.
- Vou indo. Lá vem os bedéis mandando todo mundo ir pra sala. – Raye.
Cada um dirige-se à sua respectiva sala de aula. Mais uma vez era aula de história, e a cada 4 palavras do professor ele dizia "não é, Raye!".
- Parece que ele gostou de você. – Mina comentou tirando sarro.
Nicholas se diverte com a brincadeira. Andrew olha para Raye, no intuito de ver a reação da garota.
Nicholas estava atirando bolinhas de papel discretamente com uma régua, em Andrew, Mina e Raye. Os três logo perceberam e começaram a preparar "munição". Cada vez que o professor se virava para escrever algo na lousa, os quatro aproveitavam par atirar bolinhas de papel, mas só entre eles. O mestre começou a perceber que estava acontecendo algo naquele cantinho da parede, mais estranho porque eram os quatro alunos mais quietos da sala.
- Andrew, abre a boca e diz "A". – Mina disse bem baixo, de modo que só os 4 do grupinho escutassem.
- HMMmMm. – Andrew tirando onda, como quem diz "nem abroo".
De repente ele fez "A" com a boca, e Mina atirou a bolinha de papel, mas errou o alvo.
- Droga! - Mina.
- Iiihh. – Andrew.
Os quatro se divertiam ali entre eles, os bagunceiros fazendo algazarra, alguns de cabeça baixa, uns dois ou três alunos prestando atenção.
- Nichoooolas! – Raye mirando a bolinha de papel.
- Rayeee! – Nicholas fazendo o mesmo.
Ambos atiram a bolinha.
- Andrew, abre a boca e diz "A". – Mina.
Raye estava preparando sua munição.
- "AAA" – Andrew tirando sarro, como quem diz "Nem acertaaa!"
Raye aproveitou o momento e acertou. E foi direto, na boca dele.
- Iiih... – Mina e Raye comemoram o tiro, Nicholas também se diverte.
- Rayezinha, nunca esperei isso de você. – falou brincando.
- Oh Andrewzinho, perdão. – falou brincando.
- GENTE, silêncio! – professor.
A turma se calou por uns 10 segundos, mas logo voltou ao que estava.
- Raye! – Nicholas.
Ela olhou distraída e tomou um tiro.
- Ah, agora você vai ver. – Raye pega 2 bolinhas e atira rapidamente em Nicholas.
- GENTE, PELA ULTIMA VEZ SILENCIO! – exigiu o mestre.
Nicholas tirou uma bolinha que estava no seu cabelo.
Então, o professor parou e olhou para Nicholas. Raye, Mina e Andrew estavam sorrindo do amigo também. O resto da turma olhou também para Nicholas.
- Meu filho, que negócio branco é esse na sua cabeça? – perguntou o professor em alto e bom tom.
Nicholas rapidamente mexeu no cabelo, crente que a bolinha tinha saído.
- Ta no seu topete, Nicholas. – Minako.
Todos começaram a rir dele.
- Mas você ein, Raye! – Nicholas resmungou de brincadeira.
Raye sorri.
Mais dias passam, e o final do ano se aproxima. Raye fica mais desesperada com as notas. Mas levava os dias na boa.
- Mudaram a professora de português. – Kevin.
- Ah foi. A professora Mônica casou e adiantou as férias. – Andrew.
- Como será a nova professora? – Kevin tentando imaginar.
- Vamos já saber. Jajá tem aula de gramática. – Mina.
Então a nova mestra de português entrou na sala. Ela tinha uma cara zangada, parecia um buldog. Com o passar dos dias, notou-se que ela não tinha nenhum controle sobre a turma, todos pintavam e bordavam em sua aula. O mais bagunceiro da sala ficava imitando bixos na aula dela, isso a deixava bastante enfurecida.
- QUEM FOI? – professora.
Ninguém fala nada.
- VOU DAR 1 MINUTO PRO ENGRAÇADINHO APARECER. – professora alterada.
Todos continuam calados.
- VOCÊS DEVERIAM ESTÁ ERA NUM ZOOLÓGICO, E NÃO AQUI NA SALA DE AULA. VOCÊS TÃO ACHANDO O QUÊ EIN! – resmungou por vários minutos ate o final da aula.
A historia de imitar bichos na sala de aula logo se espalhou nas outras turmas, que também começaram a fazer a mesma coisa. Dias passaram, e nessa de zoológico, foi suspensa uma turma de 1o ano todinha, sem escapar ninguém. Deram uma semana inteira de suspensão.
- Eles foram suspensos porque todos baixaram a cabeça na aula dela e imitaram bichos. – explicou a coordenadora do colégio, mostrando que acontecerá o mesmo com qualquer turma que continuar bagunçando.
- Rapaz, os cara são mala mermo! – alguém comentou.
Ninguém levava a ocorrência a sério. Pelo contrário, achavam o máximo. Mais dias se passaram e, para o mal de Raye e felicidade geral da turma era dia de receber provas. Os líderes de turma estavam entregando e havia um amontoado de alunos em cima deles ansiosos por suas provas.
- EI, A PROFESSORA DEU 2 PONTOS DE QUALITATIVO PRO ANDREW! – gritou alguém embaixo do amontoado.
- ÂÂÂH... – todos vaiaram.
Andrew era muito tímido e quieto, ficou morrendo de vergonha com o acontecido.
Outro dia, na aula de português, alguns alunos foram tirar satisfação com a mestra pelo fato de ter dado 2 pontos de qualitativo para Andrew, se o máximo é 1.
- Foi injusto, professora! – falou um aluno.
- INJUSTO NADA. PRO ANDREW, EU DOU ATÉ 10 PONTOS DE QUALITATIVO. – resmungou a mestra.
- ÂÂÂH... – todos vaiaram.
- PODEM VAIAR A VONTADE, 1o ANO Â! – a professora zombou.
Eram os últimos dias de aula, e pra não passar em branco a professora de inglês resolveu fazer algo. Não era obrigado a participar. O aluno escrevia um bilhete para qualquer pessoa da sala, não era necessário se identificar, e a professora lia em voz alta.
Bilhetes de todos os tipos, tirando onda, pedido de perdão, declarações de amor. Houve um que era para Nicholas, uma declaração de amor. Raye ficou com medo de que todos pensassem que ela era a autora do bilhete escrito para Nicholas.
Mais dias passaram e chegara então o último dia de prova do período letivo.
- Eu vou embora, após o dia do resultado da escola. – Nicholas.
- Oh, vai me abandonar, Ni! – Raye.
- Talvez eu venha nas férias. – Nicholas.
- Não esquece de mim não. Manda e-mail, carta, me liga... anotei tudo aqui no seu caderno, viu! – Raye.
- Claro que não. – Nicholas dá um abraço apertado na amiga.
- Eu espero que não mesmo. – Raye.
Mais um período letivo encerrou. Os amigos de Raye, todos foram aprovados por média. Ela ficou de prova final e recuperação. No dia que recebeu o resultado, chorou muito, estava de recuperação em Física, química e matemática. Sentiu-se bastante sozinha no período da prova final. Metade dos seus colegas de classe estavam na mesma situação, então nesse tempo, se aproximou de outras pessoas. Amy fora aprovada na prova final, nem foi preciso recuperação. Lita estava de recuperação em química e física.
Apesar de a recuperação ter tomado parte de suas férias, foi bastante proveitoso. Raye atingiu a média 9,5 em matemática I, 10 em química e 8 em física. Ela sentia-se bastante recompensada. Ainda teve 3 semanas e meia de férias. Quase 1 mês.
Passou o 1o ano! Agora vão todos para o 2º! Vivaaa!
CONTINUA...
Eu: Espero que tenham gostado desse ano que passou. Novamente não aconteceu nada. Como vocês viram, a Fic só tem pessoas normais, digo assim, sem aqueles poderes todos. Histórias comuns que acontecem no cotidiano. Pode até ser um pouco chata, mas eu preciso escreve-la. Meu espírito ficará em paz quando eu conclui-la. E a maior parte dela se passa no Colégio.
