N/A: Céus, quanto eu demorei? Dias, meses... (ok, estou sendo dramática agora...) Em todo o caso, começaram as minhas aulas... E enquanto meu pobre cérebro se enchia com a prova surpresa de química, o trabalho de Biologia, a redação de português e minhas costas se deterioravam sob o peso dos meus "pequenos livrinhos", eu simplesmente... Me esqueci. Novamente, eu estou sendo dramática... Mas também, o capítulo em sí já é bem dramático, então posso dizer que estou só entrando no clima... :P

Eu só posso agradecer, e MUITO pelas rewiews de todos, e pela enorme paciência com que esperaram por um capítulo... E aqui está ele, há exatamente um mês do meu aniversário...

Sobre as rewiews, eu já respondi as que podia com e-mail ou pelo negocinho de respostas do fanfiction... Mas pra quem não tem nenhum dos dois, eu não posso deixar de dar uma palavrinha.

Yoyo, não se preocupe, que a DM está a caminho... Espero que você se contente com este humilde capítulo

Marcela, você não foi impertinente de jeito algum... Eu estou MUITO atrasada com a DM e REALMENTE preciso atualizar, mas eu tenho uma boa notícia: eu já escrevi metade do capítulo, e a outra metade deve vir logo... Então, a DM vai, sim, ser atualizada logo E espero que, enquanto isso, você se divirta com esta aqui

E para Belle Lolly Perversa Black, a comunicação é a chave da coisa... E, no caso, nem o Lupin nem a Tonks conseguiram ser claros, e deu no que deu...

Assim, Senhoras e Senhores, eis o resultado de toda aquela confusão... no fatídico Dia Antes da Lua Cheia

O dia antes da Lua Cheia

Em um lugar isolado, cercado por um denso bosque, havia uma única casa feita de pedra, com o semblante antigo e austero, coberto quase totalmente por neve. Naquelas horas da manhã, a calma podia ser sentida por cada ser que ousasse permanecer no bosque cheio de coníferas, além de algumas árvores secas e sem folhas, aguardando a primavera. Apenas naquela casa sozinha e desolada havia sinal de vida: Fumaça saía pela chaminé, uma única janela estava acesa, e dentro de um quarto, apenas um homem tinha bebido duas garrafas inteiras de firewhisky, e segurava agora uma terceira.

Eram sete horas da manhã.

Na noite passada, quanto saíra da casa de Tonks, sua única opção de moradia era, de fato, seu lar de infância, a afastada casa no meio do bosque, onde ninguém poderia incomodá-lo. Chegara lá tarde da noite, quase congelando de frio e de raiva de si mesmo, e sabia que nunca conseguiria dormir.

Atormentado por suas ações passadas e pelas palavras de sua namorada, ele choraria de soluçar se ainda conseguisse.

Mas, infelizmente, os anos tinham secado todas as suas lágrimas desde que era menino, e ele tinha profunda inveja de quem conseguia extravasar o enorme vazio de seu peito com lágrimas e soluços.

Remoendo sua culpa por ter amaldiçoado a pessoa que mais amava, e remoendo mais ainda as palavras que ela tinha lhe dito, as horas da última noite de lua crescente se arrastaram vagarosamente. Quando o velhíssimo relógio bateu seis horas da manhã, ele não agüentou mais ficar em sua cama se atormentando, e foi caminhando quase que inconscientemente para a pequena despensa, onde guardava bens não perecíveis para quando ele e Nymphadora eventualmente queriam passar um dia fora. As garrafas de firewhisky pareciam brilhar tentadoramente para ele, mas ele sabia que não deveria, em circunstância alguma, ingerir álcool de estômago vazio, e logo antes de uma lua cheia...

Mas também, ele não deveria morder a pessoa que ele mais amava no mundo...

Não deveria ter gritado com ela...

Não deveria ter se mudado para sua casa...

Não deveria ter cedido ao seu desejo por ela...

Não deveria ter concordado com aquele relacionamento...

Não deveria ter lhe beijado, e lhe dado esperança...

Não deveria ter consentido que seus amigos se tornassem animagos para ajudá-lo nas luas cheias...

Não deveria nem ter sobrevivido àquela mordida maldita quando era pequeno, e causado tanto sofrimento para ele e para todos...

Quantas coisas eu fiz e não deveria ter feito... – ele pensou, balançando a cabeça.- E aqui vem mais uma para a lista. – ele pegou uma garrafa da despensa, destampou-a e tomou um grande gole, sentindo o líquido queimar sua garganta e lentamente inebriar seus sentidos.

Poucas horas e muitos goles depois, ele já tinha se instalado na sala, olhando para o fogo que tinha acendido com mágica na noite anterior, e bebendo cada vez mais. De todos seus problemas que o levaram a beber, agora só lhe atormenta um: Por mais que ele bebesse muito, não conseguia esquecer os outros problemas.

- E de novo, a culpa é toda minha... – ele resmungou para si mesmo, tomando mais um grande gole.

De volta à Londres, no pequeno apartamento que estava constantemente nos pensamentos do Lobisomem bêbado, uma certa auror despertava, os olhos vermelhos de choro e cabelos castanhos e sem vida de depressão, além das costas doídas por ter dormido no sofá... E inegavelmente sozinha.

Na noite passada, seu namorado, ou agora ex-namorado, como ela pensava com desgosto, tinha descoberto seu segredo... E tinha reagido da pior forma possível. Ele simplesmente não enxergava o que tinha acontecido como uma oportunidade, não aceitava que aquilo não fosse culpa dele... E, principalmente, ela se corroia por dentro, se perguntando por que ele a tinha deixado.

Ela já tinha, sim, sido rejeitada por ele antes... Mas desta vez chegara tão perto!

Enquanto pensava, instintivamente ia colocando o uniforme de auror para ir trabalhar. Sim, ela estava com o coração partido. Sim, ela estava ainda mais fraca, pálida e enjoada. E sim, ela iria trabalhar. Primeiro, para dar uma boa surra em Kingsley Shacklebolt por não ter falado a ela o que descobrira... E segundo, porque precisava distrair sua mente... Se ficasse em casa, pensaria em Remus, e se pensasse em Remus só ficaria mais triste ainda.

Além do mais, - ela pensou, enquanto calçava suas botas. – eu tenho que ser o mais útil possível antes que eles descubram...

Ela já saía pela porta quando foi engolfada por um fortíssimo enjôo, e teve que voltar correndo para o banheiro e colocar para fora tudo o que tinha – e o que não tinha – comido.

Lavando a boca na pia, só então ela teve coragem de se olhar no espelho: Seus olhos estavam horrivelmente inchados, seu rosto inteiro tinha marcas de choro, ainda mais acentuados em sua pele pálida. Seus cabelos estavam mais sem vida do que nunca, e o resto de seu corpo a acompanhava em sua desolação. Mas, endireitando a coluna, ela fez uma careta para o próprio espelho.

- Mas e daí que eu estou assim? – ela se desafiou, cruzando os braços. – Não é uma cara feia que vai me impedir. Muito menos a minha.

E assim, ela desceu as escadas, foi para a ruela escura e aparatou para o ministério, onde foi imediatamente para a mesa de seu superior e colega da Ordem Kingsley Shacklebolt.

- Bom dia Tonks, espero que você esteja mel...

- O que você disse para o Remus ontem? – ela demandou, seus olhos inchados fixando os do auror, que se assustou com a reação da metamorfomaga.

- Tonks, eu não sei se é o lugar certo para discutir algo tão delicado...

- Por que você não falou comigo antes? Que tipo de coisas você colocou na cabeça dele para aceitar tão mal?

- Acalme-se Tonks, ou os outros aurores vão desconfiar...

- Desconfiando ou não, que se dane tudo! Eu iria contar tudo ao Remus na hora certa, e ele poderia aceitar, mas você o aterrorizou completamente!

- E você acha que estava muito bem assim? – também perdendo a paciência, o auror sussurrou, vendo se ela também abaixaria seu tom de voz. – Que você simplesmente se deixava ser mordida por ele e ele compreenderia com naturalidade?

Quando o significado daquelas palavras penetrou em sua mente, tudo o que ela pôde fazer era olhar para Kingsley, boquiaberta.

- Mas o que... Você... Mas eu... – ela ia falar, quando um memorando saiu voando e pousou em cima de Tonks.

Ela abriu o pequeno papel com pressa, já que a fita vermelha dizia "Urgente".

O Departamento para Regulação e Controle das Criaturas Mágicas requisita seus serviços pela falta de um membro no esquadrão. Solicitamos sua presença em 5 minutos, do Escritório principal da Divisão de Feras do Departamento para Regulação e Controle das Criaturas Mágicas.

- Esse assunto fica para depois. – ela disse, ainda fuzilando o auror com o olhar. - Depois que eu voltar...

Normalmente, quando uma outra divisão precisava fazer alguma verificação mais perigosa ou simplesmente queria alguém para intimidar, chamava um dos aurores para "fazer o serviço pesado". Com a guerra, estas ocasiões tinham se tornado menos freqüentes, já que os aurores eram requisitados em locais de ataques, e com esta exceção, Tonks achou que se tratava de algo grave. Correndo pelos corredores estreitos, ela chegou pontualmente na porta do escritório principal, para logo fazer uma careta de desgosto. Parada na frente da porta estava ninguém menos que Dolores Umbridge, e por seu sorriso satisfeito na cara de sapo, algo realmente desagradável estava acontecendo.

- Você deve ser a auror designada para acompanhar o esquadrão, certo?

- Sim, senhora. – ela disse, mostrando o memorando. – O que exatamente vamos fazer?

- Trata-se da captura de uma criatura perigosa acusada de um ataque a seres humanos...

- Criatura realmente perigosa, para mandarem um esquadrão, eu presumo. – tentando manter um tom profissional, ela mentalmente estrangulava a mulher ao seu lado.

-Perigosíssima. Mas felizmente, vamos tirá-lo do caminho logo. Estávamos com dificuldade de encontrá-lo, mas finalmente foi rastreado em sua casa, no meio de um bosque perto de onde o ataque ocorreu.

- Mas afinal, de que criatura estamos falando? – ela perguntou, já impaciente com os joguinhos da mulher da cara de sapo.

- Um lobisomem nojento. – ela disse, como se pronunciasse um palavrão. – Sumiu por um tempo de sua casa, e foi ali que aconteceram os ataques... Antes de virar um animal, seu nome era Remus John Lupin.

Com um nó no estômago, Tonks sentiu que poderia vomitar novamente. Justamente naquele dia, logo no dia que precedia a lua cheia, pediam a ela que fosse capturar seu namorado, que tinha brigado com ela na véspera? Ela precisava avisá-lo imediatamente...

Mas, antes que pudesse pedir para ir ao banheiro ou dar uma desculpa qualquer, uma outra porta se abriu e um destacamento de quatro bruxos surgiu, todos usando vestes negras presas por cintos de couro, com inúmeros objetos de prata pendurados, e um distintivo (também de prata) com "Unidade de Captura de Lobisomens" escrita em relevo.

O enjôo de Tonks só aumentou. Tinham destacado quase um esquadrão inteiro para capturar o seu Remus... Mas, antes de qualquer coisa, ela engoliu em seco e tentou assumir novamente sua postura profissional.

- O que eu tenho que fazer? – ela perguntou, e um dos membros do esquadrão, aparentemente o líder, se destacou.

- Como a senhorita não é especialista em lidar com as feras, nós a designamos para proteger a sra. Umbridge, que virá para ler a sentença da criatura, como Chefe do Departamento para Regulação e Controle das Criaturas Mágicas...

Tonks teve que morder a língua com força para não sair gritando. Cada vez a situação lhe parecia pior.

- Então vamos todos, chaves de portais foram autorizadas... – e, pegando o que parecia ser um pedaço de papelão trouxa, um membro da UCL fez com que todos se agrupassem para aguardar o transporte.

Assim que chegou ao bosque em que Remus a levara para passear algumas vezes, seu coração se apertou ainda mais. Lá estava ela, participando da guarda que capturaria o homem pelo qual ela tinha se apaixonado, sem poder alertar ninguém, nem Remus, nem a Ordem da Fênix, mais fraca do que nunca, e ainda por cima servindo de guarda-costas para a mulher que tinha tornado a vida de meu namorado um inferno com suas horrorosas leis anti-lobisomens.

Vasculhando sua cabeça a procura de idéias, quando eles se aproximaram da casa, Tonks interveio.

- Esperem, deixem-me entrar primeiro e verificar se não há nada de suspeito na casa... – em seu melhor tom profissional que as circunstâncias permitiam, ela recebeu a aprovação do resto do grupo, e abriu a porta com facilidade.

Mas, depois de fechada a porta atrás de si, ela não procurou nenhum artefato suspeito: rumou direto para a sala, onde finalmente encontrou o lobisomem sentado no sofá, olhando para o fogo... E com três garrafas de firewhisky vazias no chão, e mais uma semi-vazia em sua mão.

- Ah, não, Merlin, Merlin, diga que não é verdade... – ela gemeu em frustração, a raiva crescendo em seu peito cada vez mais.

- Remus, por favor, diga que você não bebeu todas essas garrafas... –ela disse alto, tentando chamar a atenção do lobisomem.

Piscando inúmeras vezes com força, ele olhou para o lado, e quando os olhos azuis, agora aguados, encontraram os cansados e ainda inchados de Tonks, ele tomou mais um grande gole.

- Eu já estou bêbado o suficiente para ter alucinações? – ele perguntou, seus olhos vazios e fora de foco.

- Não. – ela respondeu, tendo que se controlar para não gritar. – Eu estou aqui de verdade, e pra dizer que você está encrencado.

- Eu estou encrencado há mais de 30 anos, quando um desgraçado chamado Fenrir Greyback me mordeu e causou toda essa desgraça...

- Remus, pare com isso e me escute!

- Não, eu já sou a desgraça... – tomando mais um profundo gole de firewhisky, se lamentando.

- O Ministério está aqui querendo te...

- O Ministério só tenta me ferrar o tempo inteiro, não é novidade... – e mais outro gole da garrafa.

- Você vai ser preso!

- E quem disse que um dia eu fui livre? – ele levou a garrafa aos lábios novamente, mas Tonks não agüentou mais. Em um ímpeto, arrancou a garrafa de sua mão e a jogou contra a parede, fazendo um barulho ensurdecedor e sobressaltando Remus, ao qual foi devolvido um mínimo de sobriedade que ainda lhe restava.

- Dolores Umbridge e um esquadrão estão prontos para levá-lo sei lá aonde, acusando você de algo que, com certeza não fez. Faça alguma coisa, qualquer coisa para ficar menos bêbado, por favor, que a qualquer momento eles vão entrar... – e, beijando a testa enrugada de um Remus que lutava para entender o que fora dito, ela saiu correndo para o jardim, onde os outros esperavam.

- Fiz uma busca superficial, e não encontrei nada... – ela disse, tentando esconder ao máximo sua apreensão.

- Então vamos – ordenou Umbridge, pomposamente, e logo foi seguida pelo esquadrão. Em poucos segundos eles tinham cercado a sala, apontando tanto varinhas quanto espadas de prata para Remus, que apenas se encolheu, arregalando os olhos.

- Lobisomem número 2.4.601, temos acusações graves de ataques a seres humanos acontecidos no povoado mais próximo desta floresta, tanto na lua cheia quanto logo depois, e viemos prendê-lo sob acusação grave de ataque a seres humanos e selvageria na forma humana. Além disso, você é acusado de se aliar a bandos ilegais de lobisomens, como a do desprezível número 1.20.4, conhecido anteriormente como Fenrir Greyback, pela seguinte foto tirada por um amador ao acaso, servindo como evidência.

De uma pasta que carregava nas mãos ela tirou uma foto que mostrou a Remus com uma grande satisfação: Uma foto tirada à noite em uma rua escura, não muito nítida, com um homem alto e loiro ao lado de um outro com um aspecto decididamente selvagem. Mesmo tendo-o visto poucas vezes, ela pôde reconhecer o lobisomem, sim, mas o da direita parecia estranhamente deslocado...

De fato, aquela foto era um tanto quanto suspeita: Tonks poderia apostar que era uma montagem... Mas no final das contas, mesmo sem evidências os lobisomens podiam ser condenados, graças àquelas malditas leis.

Ela continuou com sua fala protocolar com uma mórbida satisfação, enquanto Remus olhava de Tonks para Umbridge, tentando pensar com clareza em meio ao álcool, mas, por seu olhar agonizado, falhando miseravelmente. Mesmo que entendesse o que estava sendo dito, ele não tinha coragem de falar – pelo menos ele sabia que não estava sóbrio, e que se falasse ou se levantasse, estaria em uma situação ainda pior: Sabe-se lá o que aquela mulher poderia fazer se soubesse que ele estava, além de tudo, bêbado.

A cada palavra de Umbridge, a situação ficava mais claramente desesperadora para Tonks: O único meio de defesa de seu amado seria um álibi, se outra pessoa crível atestasse estar com ele em um lugar afastado da área logo no dia seguinte, ou que o acompanhasse até mesmo na lua cheia, algo praticamente impossível...

Mas, por mais incrível que parecesse, Remus tinha um álibi: A própria Tonks tinha estado com ele naquela noite e na manhã seguinte, quando ele tinha se transformado no escritório, e, sob o efeito de sua poção, não causara nenhum mal e pudera até mesmo ser acariciado por Tonks... E, a cada palavra que a mulher pronunciava, a auror percebia que só havia uma saída:

Mandar toda a cautela para o espaço e dar seu testemunho. Pela própria lei mágica, eles poderiam ir naquele instante para o ministério e, quando confirmadas suas palavras, Remus estaria livre!

Ela esperou pacientemente até que Umbridge parasse de recitar toda a sentença (prisão perpétua no Centro de Detenção de Lobisomens), e quando terminou, com um floreio, ela se dirigiu aos demais, com uma voz zombeteira.

- Alguém se manifesta em defesa da criatura?

Respirando fundo, Tonks se adiantou.

- Na verdade, Sra. Umbridge, por coincidência eu tenho um álibi para o sr. Lupin.

A mulher deixou sua pasta cair, tamanha foi sua surpresa.

- Como disse? – ela perguntou, apertando seus olhos para Tonks como se ela tivesse acabado de afirmar que a própria Umbridge fosse um lobisomem.

- Eu sei onde ele estava na noite dos ataques. – ela disse, dando um passo a frente para ficar ao lado de Remus.

Ao ver Nymphadora defendê-lo, o lobisomem demorou alguns minutos para perceber o que estava acontecendo: Por um lado, ela poderia estar libertando-o... Mas por outro, ela estava se condenando. Sem falar nada, ele apenas encarou a auror com olhos tristes.

- N'Dora, não... – ele disse, sua voz mais rouca do que nunca pela bebida, apoiando-se no sofá para se levantar.

- Vocês se conhecem? – ela perguntou, uma expressão de nojo dando ao lugar da de confusão.

- Sim –Tonks disse simplesmente, - adiantando-se para ajudar seu namorado a se equilibrar.

- E por um acaso, onde ele estava? – Umbridge perguntou, incrédula, seus olhos pequenos e maldosos se apertando para entender o que estava acontecendo.

Esta era a parte que Tonks mais temia.

- No meu apartamento. – ela disse, endireitando as costas e encarando a mulher que tanto tinha feito mal a Remus. – Tanto na noite do ataque, quanto um dia antes, e até nos dias que seguiram ao ataque. Não pode ter sido ele.

- E o que um lobisomem estava fazendo no seu apartamento? – ela silvou, agora seu olhar maligno deslocado do lobisomem para a auror.

- Eu acho que isto, Sra. Umbridge, não é da sua conta. – ela disse, com uma expressão de desafio no rosto. Ao seu lado, Remus mergulhou o rosto nas mãos. Ele sabia que já estava condenado... Por que logo ela se denunciaria também?

Vendo a mão de Tonks no ombro de Lupin, a chefe do Departamento para Regulação e Controle das Criaturas Mágicas tirou suas próprias conclusões. Chocada, ela recuou alguns passos, seus olhos se arregalando.

- Vocês o que? Céus, esta criatura deve ter enfeitiçado a pobre garota... – ela se dirigiu aos membros da UCL. – Podemos adicionar o uso da maldição Imperius em sua sentença, o que...

- Escute, eu não fui forçada a ficar com ele... – a auror rebateu, ofendida.

Com um súbito sorriso no rosto, a mulher baixinha se aproximou, e chegando perto dos dois, disse lentamente:

- Se este é o caso, eu realmente não imagino como uma criatura tão miserável poderia pagar por seus "serviços" em todas estas noites...

Aquilo fora a gota d'água para Tonks: como aquela mulher podia simplesmente chegar ali, insultar um ser humano de todas as maneiras possíveis e ainda alegar que ela era uma garota de programa!

Ela estava simplesmente furiosa, pronta para mandar todo o profissionalismo aos ares e transformar aquela mulher em um pedaço de mofo, mas antes que ela pudesse fazer qualquer coisa, o som ressonante de um tapa pôde ser ouvido na sala, seguido por um silêncio mortal: aquilo também fora a gota d'água para Remus, e a marca de sua mão estava agora claramente impressa no rosto de Umbridge.

Todo a Unidade de Captura de Lobisomens ficou sem reação, apenas observando o lobisomem boquiaberto enquanto seus olhos azuis brilhavam em raiva. Ele tinha se levantado novamente, e mesmo cambaleante, levantou uma estupefata Umbridge pelas golas das vestes, até deixá-la na altura de seus olhos.

- Você não fale assim dela... – ele disse, suavemente, mas suas palavras tremendo de raiva a cada sílaba. – Não ouse falar assim com ela, por que eu estou bêbado o suficiente para socar a sua cara de sapo até a morte neste exato momento.

Envolta em pânico, apavorada de mais para tirar sua varinha do bolso das vestes, Umbridge apenas berrou:

-Seus incompetentes, o que vocês estão esperando, prendam-no!

E dois segundos depois, Remus tinha se afundado no sofá novamente, com a cabeça nas mãos, enquanto inúmeras espadas de prata e varinhas eram apontadas em sua direção.

- Quanto a você, minha querida, vou mandá-la direto ao St. Mungus para ter sua mente e corpo examinados... Sabe-se lá o que este animal pode ter feito a você... – ela disse, em um tom falsamente doce. Mais fraca do que nunca, sua cabeça parecendo estar em chamas e sendo engolfada por mais uma crise de enjôo, Tonks não teve forças para protestar mais, e apenas lançou mais um olhar triste na direção de seu amado antes de ser levada para fora da casa.

N/A: Má? Sádica? Maquiavélica? Espera aí, vocês estão falando de mim ou da Umbridge? Eu sou, sim, má, sádica e maquiavélica, mas pelo menos a minha cara não parece com a de um sapo, da última vez que eu vi... Eu sei, eu sei, eu fui extremamente malvada para deixar as coisas acontecerem desta forma... Mas, convenhamos, que todos nós já quisemos dar uns tapas na Umbridge

O próximo capítulo, que não deve demorar tanto, eu já posso adiantar... será na Prisão. Sim. A Prisão. Um dos capítulos que eu mais gosto de toda a Saboneteira... Por incrível que pareça, nas minhas mãos até mesmo o Centro de Detenção de Lobisomens tem seu toque de humor... É realmente Ler para Crer...

Este capítulo é para você, Daniel, que também tem um cachaceiro na sua história (hehehe), e que está tão perto, mas mesmo assim tão longe...

Gah... Antes que eu comece a ficar emocional de mais, vou ficando por aqui

Espero que vocês tenham gostado do capítulo!

Beijos,

Lily Dragon