N/A: Eu me atrasei? Gah, acho que sim... Começo das aulas é fogo, você acaba se esquecendo de tudo...
Mas, em todo o caso, este é o penúltimo capítulo do Mistério da Saboneteira... (que agora já não é tão misterioso assim), e eu posso dizer que não esperava que vocês fossem gostar tanto
Eu me diverti muito escrevendo, assim como vendo o que vocês tinham a dizer com as doideiras que eu escrevi... Mas, como não estamos no último capítulo, ainda não é tempo de despedidas sentimentais...
Em todo o caso, eu quero deixar um ENORME agradecimento a todos os que acompanharam a fic, sofreram, ficaram com raiva, e ainda não mataram a autora relapsa no final :P:P:P:P
Este capítulo é o meu preferido... E, tratando-se de uma pessoa extremamente sádica e maquiavélica, o capítulo começa em uma prisão... (MuaHuaHuaHuaHuaHuaHua...)
Mas agora, vocês tem que concordar com Maquiavel: Os Fins Justificam Os Meios...
Eu adoraria (e ainda quero) responder todas as rewiews, mas por falta de tempo ( e pelas circunstâncias cruéis), eu só vou poder responder depois.
E então, sem mais enrolações, aqui vai o penúltimo capítulo de O Mistério da Saboneteira
Dois dias depois da Lua Cheia
Por razões mais do que óbvias, os Lobisomens infratores não eram levados para Azkaban, mas sim designados para um local especial, que tivesse toda a infra-estrutura para conter as criaturas que ali habitavam. O Centro de Detenção de Lobisomens, ligado à Divisão de Feras no Departamento de Controle e Regulação de Criaturas Mágicas, também ficava afastado do Ministério, ligado a ele apenas por uma chave de portal rigorosamente controlada.
Encarrapitado no alto de um penhasco com o mar furioso batendo sobre as pedras, O prédio cinzento podia ser facilmente confundido com o próprio penhasco, o que servia de disfarce para qualquer trouxa que conseguisse eventualmente passar pelas barreiras mágicas e espiar o que havia naquele lugar tão inóspito.
O prédio era basicamente composto por um escritório com os arquivos, em cima, e os calabouços, sala de interrogação e sala de vigia, que ficavam no subterrâneo.
E era por aqueles corredores subterrâneos e estreitos que Nymphadora Tonks andava, ainda pálida e com um aspecto doentio, extremamente nauseada com o cheio de sangue que sentia.
Ao seu lado, um carcereiro muito mal humorado usando um enorme cinto cheio de utensílios de prata a acompanhava, guiando-a até uma porta pesada e também revestida de prata.
- Aqui ficam os calabouços, moça. – ele disse, com um ar de importância, pegando um grande cajado de prata com uma ponta afiada, e abrindo a porta com uma chave que estava em seu bolso. – Por incrível que pareça, os monstros não recebem visitas com freqüência... – ele disse, irônico, enquanto as guardas mágicas se desfaziam.
Quando a porta se abriu, a auror teve que se segurar para não vomitar: Um cheiro de sangue e suor predominava no local, que parecia estar totalmente escuro.
Seguindo o som das chaves tilintando no cinto do carcereiro, ela ficou chocada quando seus olhos finalmente se acostumaram com a escuridão:
Ela se encontrava em um corredor estreitos por entre duas fileiras de cubículos vergonhosamente pequenos, contando apenas com duas tigelas de prata sujas e um monte de feno. Fortíssimas correntes de prata pendiam das paredes, e as próprias grades das celas eram todas feitas de prata. À medida que foram avançando, Tonks ficou ainda mais horrorizada: Dentro de muitas das celas estavam confinados seres humanos, ou pelo menos lobisomens em sua forma humana, com as correntes fortemente apertadas nos pescoços e pulsos dos indivíduos. Como a lua cheia fora há pouco tempo atrás, muitos deles apenas dormiam ou lambiam suas enormes feridas com uma disposição selvagem, gemidos e lamentos sendo ouvidos por todos os lugares. Alguns deles exibiam queimaduras horrendas em diversas partes do corpo – queimaduras de prata –, e pouquíssimos lobisomens estavam em um nível suficiente de consciência e sanidade mental para prestar atenção na recém-chegada.
- Qual é o número da criatura? – o carcereiro perguntou, tirando Tonks de seu choque ao ver aquele ambiente.
- Como assim número? – ela rebateu, confusa. – Eu vim aqui para ver Remus Lupin.
- Mas qual é o número dele? – já perdendo a paciência, o carcereiro cruzou os braços.
-Eu não sei número algum, só procuro o lobisomem que foi preso há mais ou menos dois dias aqui, um homem magro, alto, loiro e...
- Não temos homens aqui, senhorita. Aqui temos animais classificados por número, e se a senhorita não sabe o número do maldito lobisomem não vai poder visitá-lo...
- Ela quer falar com o novato, ô Jeff, até você sabe quem ele é... – uma voz pôde ser ouvida atrás dos dois, e quando se viraram, um lobisomem que não deveria ser mais velho do que Tonks disse, as mãos acorrentadas descansando em seu colo enquanto ele estava sentado no chão, observando-os. – Eu vi ele sendo trazido para cá, moça, ele está quase no final do corredor, ala direita. – ele informou, e quando sorriu, Tonks viu que lhe faltavam alguns dentes.
- Obrigada... – ela murmurou, e, ignorando o carcereiro que resmungava, ela continuou a andar pelo corredor. Naquela ala, ao que parecia, estavam os lobisomens mais lúcidos, que pareciam ter se recuperado da lua cheia mais rápido... Mas logo Tonks descobriu que os preferia quando estavam dormindo.
- Olha lá, aumentaram a verba do ministério e agora vão nos dar carne fresca! – ela ouviu uma voz grosseira em uma cela, seguida por uma rodada de risadas selvagens.
- E ainda desperdiçam uma belezinha dessas com o lobinho manso da cela do fundo... – um homem tão barbudo que seu rosto não podia ser visto direito acrescentou, sua voz soando desagradavelmente como um uivo.
- Mas bem que podia ser uma dos nossos para variar um pouquinho da cachorra da Lynce, não é?
- Me chama de cachorra de novo e eu arranco as suas orelhas... – rosnou uma voz, e Tonks se surpreendeu ao ver uma mulher em uma das celas. Ao avistar a auror, o exemplar feminino de lobisomem tirou os cabelos sujos do rosto e chegou mais perto das grades da cela, arrebitando o nariz para cheirá-la.
- Antes que você pergunte, é na cela do lado. – ela apontou, tornando a se sentar. – Espero que você não deixe ele ainda mais deprimido do que ele já está...
Com o coração apertado, ela se ajoelhou diante da próxima cela, e mesmo tendo seus olhos acostumados com a escuridão, demorou algum tempo para encontrar Remus, que estava encolhido a um canto, e apenas pôde distingui-lo das pedras do chão por causa de seus cabelos loiros.
- Eu posso entrar na cela? – ela perguntou ao carcereiro, que olhou para ela escandalizado.
- Se quiser se suicidar, menina, pule do penhasco que dói menos. – ele entregou a ela a barra de prata. – Me desculpe, mas eu tenho bem mais o que fazer do que ficar olhando você falar com esses animais. Se precisar de mim, toque no botão da ponta do cajado.
Ignorando o carcereiro que saía, a auror não tirava os olhos do lobisomem.
- Olá... – ela disse suavemente, encostando-se nas barras. – Remus, você está acordado?
Suspirando, ele abriu os dois olhos azuis e lentamente rastejou para mais perto das barras. Ao ver o estado dele, Tonks se engasgou: Seu corpo tomado por novas cicatrizes, além de horríveis queimaduras de prata que apareciam por trás de suas roupas já extremamente rotas, dispensava qualquer pergunta de "você está bem?" que fosse pronunciada sem sarcasmo.
- Eles descobriram o que eu fiz para você?– ele perguntou, mais rouco do que nunca, observando-a atentamente.
- Se todos soubessem, não me deixariam entrar... – ela murmurou, segurando as lágrimas por vê-lo naquele estado.
Eles ficaram em um silêncio desconfortável por algum tempo, até que Remus se pronunciou.
- Me desculpe, Tonks... – ele disse, olhando para suas mãos ainda cheias de sangue seco. – Eu fui um idiota em me embebedar daquele jeito, e só estraguei tudo...
- Mas agora realmente tem um lado bom... – Tonks disse, sem conseguir conter um sorriso. – Eu deveria ter tirado uma foto da cara da Umbridge depois que você estapeou ela.
- O que? – diversas vozes soaram por toda a prisão, seguidos de algumas risadas.
- Espere aí... Estão todos escutando a nossa conversa? – Tonks se levantou, confusa, e dirigiu seu olhar para a mulher na cela ao lado.
-Nós não temos muito o que fazer por aqui, não é... – ela disse simplesmente, dando de ombros. – Se quiserem falar em particular, vai ter que ser fora das masmorras...
- Que seja... – ela murmurou, ajoelhando-se novamente. – Mas o caso é que a situação não está tão desesperadora assim. – ela disse. – Assim que saí daquele maldito lugar, avisei aos membros da Ordem o que estava acontecendo, e com os contatos que temos no ministério você sai daqui em poucos dias...
- Mas o que importa, Tonks, é o que eu fiz a você! Isto não tem volta... Eu ouvi a Umbridge dizendo que você seria examinada...
- E eu fui. – com uma careta, Tonks concordou. – uma manhã inteira de exames para ver se o "animal" não tinha feito nenhum dano, aqueles sim é que eram os animais...
- E o que fizeram a respeito? – Remus chegou mais perto das barras, ansioso.
- Me olharam com uma cara esquisita antes de atestar o óbvio e me mandarem para casa.
- E quanto ao seu emprego? E quanto a sua vida? – ele perguntou, a centímetros das barras agora.
- Obviamente, avisaram os meus superiores no trabalho, e eu fui afastada de toda e qualquer missão ativa... Talvez eu tenha que me contentar em preencher formulários pelos próximos meses...
Com uma expressão confusa, Remus balançou a cabeça.
- Deve ser o próximo escândalo do mundo mágico, mas o que eu posso fazer? – Tonks acrescentou. – Para o inferno com toda a discrição, o mundo inteiro deve saber disso logo. Mas você ainda não está tão pessimista quanto ao que aconteceu, certo?
- Como eu posso ser otimista com isso, Nymphadora? – ele perguntou, mordendo os lábios. – eu destruí a sua vida e ainda fiz com que todos soubessem, o que você está pensando quando...
Espermendo as mãos entre as barras de prata, ela segurou com força as mãos sujas do lobisomem.
- Pare com isso, Remus, você...
Mas o lobisomem não estava escutando. Ele apenas olhava fixamente para as mãos de Tonks e para as barras de prata, boquiaberto.
- Cuidado com os braços, isto queima! – ele disse, rapidamente, empurrando os braços da auror para fora. Foi a vez de Tonks ficar confusa.
- Mas eles são de prata, não queimam! – ela disse, e os olhos de Remus se arregalaram.
- Mas é claro que queimam, o que você está pensando? – ele retrucou nervosamente. – Logo depois da lua cheia é quando os lobisomens ficam mais sensíveis á prata e...
- Eu não sei do que você está falando, Remus... Eu não sou um lobisomem. – ela disse, olhando para as próprias mãos, que não estavam queimadas, diga-se de passagem.
- Não? – ele perguntou, arregalando os olhos. – Mas Kingsley tinha dito que esta era a causa do seu mal estar...
- Você achava que tivesse me mordido? – lentamente, todas as peças começaram a se encaixar na cabeça de Tonks. A reação quase violenta de Remus, a tristeza em seus olhos, a desconfiança... - Toda aquela discussão era por que você achava que tinha me transformado em lobisomem também? – ela perguntou.
- Então eu não te mordi? - por alguns minutos eles ficaram só se olhando, confusos.
Enquanto as feições de Remus ficavam cada vez mais confusas, Tonks lentamente abriu um grande sorriso.
- Se não foi isto o que aconteceu... O que foi, então? – ele perguntou cautelosamente, como quem tem medo da resposta.
Tonks respirou fundo, sem conseguir deixar de sorrir.
- Oh céus, eu não sei como falar, agora que pensei que você já sabia...
- Dora... – ele estaria dependurado nas barras de ferro se estas não queimassem tanto quando as pressionava. – Afinal, o que você estava escondendo de mim?
- Oh não, lá vamos nós de novo... – ela murmurou. – Você promete que não vai reagir tão mal quanto da última vez?
- Eu não posso prometer nada sem saber o que é. – ele comentou, dando de ombros.
- Pelo amor de Merlin, por favor, fale de uma vez e não nos deixe aqui no suspense! – um dos lobisomens falou, e vários outros concordaram.
- Calem a boca vocês todos e deixem-na falar... – Lynce berrou, silenciando os prisioneiros que se puseram a falar. Agora fale, querida, ou nós vamos ter uma revolução aqui...
- Por mim eu dispensava a platéia... – a auror acrescentou, corando. – Mas em todo o caso, Remus, eu estou grávida.
Um silêncio mortal se abateu sobre todas as celas, e parecia que nenhum lobisomem ousava respirar, mas Tonks não prestava atenção em nada disso: Ela apenas observava atentamente as feições de Remus, que por sua vez olhava para Nymphadora, em choque.
- E ele é o pai? – perguntou o indivíduo cabeludo, fazendo o silêncio ser quebrado por vários lobisomens que confabulavam com seus vizinhos.
- Grávida? – ele perguntou, em um fio de voz, e Tonks apenas assentiu.
- Céus... – ele se deitou no chão, cobrindo a cabeça com as mãos. – Não pode ser...
- Oh, por favor, não esteja reagindo tão mal quanto da última vez... – ela suplicou para si mesma, e tornou a espremer o braço entre as grades para encontrar a mão de Remus.
- Eles sabem que eu sou o pai? – ele perguntou, sem se levantar.
- Na verdade, eles só não puderam fazer exames mais detalhados pelo fato de eu estar grávida, então ainda não sabem...
- Mas, mas o bebê não pode ser meu... – ele murmurou, incrédulo. – Nós nunca... Nós sempre nos protegíamos quando...
- Mas não naquela vez no chuveiro – ela se lembrou, e até mesmo Remus teve que rir.
- A memorável ocasião da saboneteira torta causou graves conseqüências...
- Então, isto explica tudo... – ele disse, sentando-se novamente. – Os enjôos, o descontrole da magia...
- Mas e então... – ela perguntou, com medo estampado em seus olhos. – O que você tem a dizer sobre isto?
Remus suspirou longamente.
- Dora... Você sabe se ele é um...
- Parece que sim. – ela respondeu, colocando a mão na barriga. – Ainda não tem menos de três meses de existência e estava pulando feito louco na noite de lua cheia...
- Puxa vida. – foi tudo o que Remus conseguiu dizer, ainda olhando para suas mãos. – Um bebê lobisomem no meio da guerra. Nós não somos casados, e eu acho que as malditas leis anti-lobisomens não permitem isto. Nós deveríamos ter sido mais cuidadosos...
Os olhos da metamorfomaga se encheram de água enquanto ela observava seu namorado desfiar mil e uma razões para aquele bebê ser um erro.
- E... Você já sabia disso antes?
- Desde o mês passado – ela admitiu, corando um pouco. – Fiquei com tanto medo da sua reação que não queria contar... Além do mais, eles não me deixariam trabalhar no Ministério ou para a Ordem se soubessem...
- O que? – desta vez ele se levantou completamente, as roupas rasgadas expondo algumas feridas recentes. – E este tempo todo você estava arriscando não só a sua vida, mas a do nosso filho também?
- E-eu pensei que você não queria o bebê. – ela disse, silenciosamente. – Que acharia que era melhor matar a criança do que ela nascer amaldiçoada...
- De jeito nenhum. – era a vez de Remus ficar mais pálido ainda, e, ignorando a dor nas mãos, se debruçar sobre as barras. – Eu nunca seria capaz de matar o meu bebê, é desumano! E além do mais... – desta vez foi a vez de Remus dar um sorriso tímido. – Eu sempre quis ser pai...
- Então... Você não vai me deixar sozinha, como disse naquela vez? – ela se levantou, e entrelaçou as mãos com as deles, por entre as barras.
- Nunca. – ele disse, beijando as mãos delicadas de sua namorada, e agora, mãe de seu bebê.
Os dois se aproximavam cada vez mais um do outro, Tonks em algum lugar entre o riso e as lágrimas e Remus com seus olhos novamente brilhantes, mas infelizmente as barras de prata estavam entre eles, e Tonks acabou dando uma batida feia na cabeça.
- Meu Merlin, eu sou um desastre... – ela disse esfregando a testa, para risada geral de todos os lobisomens conscientes.
A porta principal se abriu, e o carcereiro entrou.
- O seu tempo acabou, moça... – ele se apossou de seu cajado de prata, e teve que praticamente arrastar Tonks para fora. Quando passou na frente da janela de Lynce, o lobisomem fêmea sorriu.
- Boa sorte para vocês três.
- Esta cachorra é maluca... – disse o carcereiro, enquanto fechava a porta atrás de si.
Um silêncio momentâneo pairou sobre os cubículos, até que o indivíduo barbudo e cabeludo se pronunciou.
- Caramba, aquele lobinho domado tem sorte. Imagine só! No chuveiro!
Depois que mais uma rodada de risadas se acabou, Lynce virou-se para Remus, que ainda olhava para suas mãos, só que agora com um brilho diferente em seus olhos.
- Eu disse que você estava sendo pessimista de mais, Lupin.
- Eu ainda não acredito que vou ser pai. – ele murmurou, quase que para si mesmo, e continuou olhando para um vazio, um estranho sorriso em seu rosto.
N/A: E então, eis o Mistério todo explicado... XD
Dedico este capítulo a todos vocês, leitores, que esperaram pacientemente pela atualização... E principalmente a uma certa pessoa que me lembrou de atualizar hoje
Beijos a todos,
Lily Dragon
