Disclaimer: Personagens e ambientação, tudo é obra e propriedade da magnífica J.K.Rowling.

N.da A.: Esforcei-me por apressar este capítulo, para não deixar as pessoas tão angustiadas.

Depois da Tempestade

Harry já não estava paralisado, mas não tinha ânimo para se mexer. Então lembrou-se que tinha prometido ir ver Gina e pegou o espelho para falar com ela.

– Gina, você está aí? – O rosto de Gina estava inchado de chorar do outro lado.

– Eu ouvi tudo, Harry. Você não pode contar para ninguém, mas eu posso. Vem para cá, você acha que consegue aparatar?

– Consigo, sim. Sou melhor em aparatação do que ele supõe. Mas estou um caco, Gina. Sujo também. Preciso de um banho.

– Eu preparo um para você aqui. Vem para cá. Você não pode ficar sozinho hoje. Nem eu.

Harry aparatou direto na frente d'A Toca. Quando viu Gina, atirou-se nos braços dela como se disso dependesse a sua sobrevivência. Ela também não conseguia largar dele. Ficaram abraçados se acarinhando um tempão. Finalmente, ela perguntou, entre as lágrimas que corriam pelo seu rosto: – Ainda quer o banho?

– Preciso de um, mas não queria me desgrudar de você. Sei que estou sendo egoísta, mas não quero ficar sozinho.

– Egoísta? De jeito nenhum. Eu também não consigo ficar sozinha. A sua mera presença me conforta – disse Gina entre soluços.

– Não parece, eu a faço chorar.

– Deixa de ser bobo, não é você que me faz chorar. É a situação. É saber que você no final vai acabar dando uma de herói para livrar o mundo de Voldemort.

– Por que, você acha que eu posso viver em paz, sabendo que ele está por aí aprontando e que a maneira de destruí-lo é me destruir primeiro? Você ia querer ficar comigo nessas circunstâncias?

– Não sei de nada, Harry. Só sei que não quero te perder. Sei também que se te quero é porque você é nobre e corajoso. Tenho uma idéia, vou preparar um banho de espuma para você relaxar e você usa um calção do Rony, está bem? Enquanto você fica na banheira, eu massageio seus ombros e a gente conversa, OK?

Pouco depois, Harry estava no banho e Gina estava sentada ao lado da banheira. Ficaram um longo tempo em silêncio, só curtindo a companhia um do outro, enquanto Gina massageava os ombros e as costas do namorado, quando ela finalmente perguntou:

– E aí, já tem alguma idéia do que pretende fazer?

– Não sei se devia, mas vou lhe contar qual era a minha tarefa secreta. Aí você ajuda a pensar o que devo fazer. Mas seria bom contar também com o seu irmão e a Hermione, na hora de decidir isso.

– Essa tarefa secreta de vocês por acaso tinha relação com o que aconteceu hoje?

– Tinha. Lembra da nossa primeira ida a Hogsmeade no ano passado, quando, logo antes da gente sair, você me trouxe um bilhete do Dumbledore?

– Lembro, o que tem?

– Nossa, fui começar por aí e de repente me veio à cabeça que eu já estava caidinho por você e nem me dava conta. Passei aquele dia todo imaginando se ia te encontrar, onde você estava... Mas voltemos ao assunto.

– É bom voltar ao assunto, mesmo, porque estou vendo que podíamos ter ficado juntos muito antes e isso ainda me deixa mais deprimida.

– Então, aquele bilhete foi um dos vários que ele me mandou para marcar aulas extraordinárias sobre Voldemort. Eram sessões em que examinávamos diversas lembranças de várias pessoas, que ele acumulou, todas elas relacionadas a Voldemort. Nelas conheci seus pais, sua origem, o orfanato onde passou a infância, seu primeiro emprego, etc. E aprendi um pouco sobre sua personalidade, sua mania de querer se destacar, de colecionar coisas, seu horror à idéia de morrer, seu apego a Hogwarts, a coisa mais parecida com um lar que teve. Numa delas havia a menção a Horcruxes. Aliás, acabo de lembrar que tenho uma confissão a te fazer.

– Confissão? O que andou aprontando? – perguntou Gina alarmada.

– Essa tal lembrança foi uma que consegui com o Prof. Slughorn. Dumbledore tinha uma versão obviamente adulterada e havia me encarregado de obter a verdadeira. Depois de meses sem conseguir nada, resolvi experimentar a Felix Felicis. Foi nessa noite que você se separou do Dino, porque eu esbarrei em você ao sair pelo buraco do retrato com a capa de invisibilidade. Fui eu, e não ele, quem tocou em você naquela hora.

– Ah, é isso? Pensei que fosse algo mais grave! O meu namoro com o Dino já era para ter terminado muito antes. Eu estava me sentindo presa. Ele é um cara legal, mas àquela altura só gostava dele como amigo. Mas conta da tal lembrança do Slughorn.

– Certo. O Tom Riddle estava conversando com o Slughorn, quando ainda era aluno em Hogwarts e perguntou o que ele sabia sobre Horcruxes e comentou que se alguém queria mesmo ficar imortal era meio arriscado ter apenas uma Horcrux. Aí perguntou se só se podia partir a alma uma vez e se não era melhor ter sete pedaços de alma, já que sete é o número de maior poder mágico.

– Sete!

– É, sete! Sete pedaços de alma, quer dizer, aquele pedaço que guarda a consciência dele, que é ele e mais seis Horcruxes. Duas com certeza já foram destruídas: o diário e um anel que Dumbledore encontrou.

– O diário continha uma parte da alma de Voldemort? – ela perguntou nervosa.

– É. Por isso ele te possuiu com tanta facilidade. Não era só uma memória.

– Céus! – Gina, assustada com a idéia de que tinha sido possuída por um pedaço da verdadeira alma de Voldemort, tentou se abraçar a Harry e acabou dentro da banheira, no colo dele. Usava uma veste leve e clara, de verão, que ao molhar grudou em seu corpo. A garota estava sem sutiã. Harry engoliu em seco e tentou se concentrar no que estava dizendo.

– Além dessas duas, uma terceira era um medalhão que foi de Slytherin e que foi da família de Voldemort por séculos. Foi essa que eu e Dumbledore tentamos conseguir na noite em que ele morreu. Só que o irmão do Sirius tinha chegado antes e levado o medalhão do lugar em que Voldemort o deixara protegido. Parece que essa também foi destruída, mas estamos procurando o medalhão, que estava no Largo Grimmauld na limpeza que fizemos há dois anos.

Gina continuava abraçada firme a Harry, assustada, enquanto ele acariciava os seus cabelos.

– Restavam então três Horcruxes. Uma delas provavelmente foi feita numa taça de Helga Hufflepuff, que aparentemente ele roubou. Dumbledore acreditava que Voldemort queria fazer uma com a minha morte. Como não conseguiu me matar, acho que quis terminar logo o processo de criação de Horcruxes e usou a morte de um trouxa, que eu presenciei em sonho, para fazer da sua cobra uma Horcrux. Há varias coisas indicando que isso pode ser verdade, principalmente o fato de que quando seu pai foi atacado, eu senti como se eu fosse a própria cobra. E eu tenho uma conexão com Voldemort, você sabe mais do que ninguém.

– Gina se arrepiou e se agarrou mais no namorado, que, já não conseguindo mais se conter, beijou-a com ardor. Na situação em que os dois se encontravam, tanto pela pouca roupa de Harry, quanto pela roupa grudada no corpo de Gina, como pela profundidade das emoções que sentiam, o abraço consolador e os carinhos de conforto rapidamente escalaram um outro patamar e se tranformaram numa busca apaixonada de esquecimento e sublimação.

Uma hora mais tarde, os dois, abraçados na cama de Gina, conversavam.

– Desculpa, amor. Não sei o que deu em mim.

– Desculpar o que? Harry, você não me forçou a nada.

– Mas não foi certo. Não, sabendo que os meus dias estão contados.

– Ainda devemos ter esperança de dar um jeito nessa questão de dias contados, mas se não for possível, aí mesmo é que não há motivos para arrependimento. Se temos pouco tempo pela frente, que o aproveitemos ao máximo. Harry, você é o meu primeiro amor e eu não ia querer ter vivido esse momento com mais ninguém.

– Eles se abraçaram mais forte. Estavam nisso, quando a voz do Sr. Weasley veio da lareira:

– GINA! Gina, minha querida, vem até aqui!

Gina desceu correndo as escadas, ajeitando as vestes, enquanto Harry murmurava um rápido feitiço para secá-las.

– O que houve, pai?

– Você sabe do Harry? O Rony me mandou uma coruja, preocupado porque o Harry não apareceu no hotel. O Hagrid estava com ele no cemitério e o viu aparatar, mas ninguém sabe dele depois disso. Já devem fazer umas duas horas.

– Ele está aqui. Está fisicamente bem. Avise ao pessoal da Ordem, que eu vou mandar uma coruja para o Rony.

– Por que ele fez isso? Quer nos matar de preocupação?

– Pai, termina a sua reunião aí e vem para cá, que a gente te explica. A culpa não é só dele. Aconteceu algo que deixou a nós ambos muito abalados e precisávamos do conforto um do outro.

– Mas não diga isso para a Ordem. Diga apenas que precisei vir para cá – complementou Harry, que já tinha se arrumado e descido.

O Sr. Weasley sumiu da lareira e os dois tentaram se preparar para o que deviam fazer. Mandaram uma coruja para Rony e Hermione, pedindo que eles viessem imediatamente.

– Vamos ter que contar um pouco do que aconteceu para os seus pais. Mas nada de mencionar Horcruxes. Só contar que­...– a poção de Voldemort impediu Harry de dizer o que pretendia.

– Você não consegue dizer?

– Não. Não posso mencionar nada.

– O que você acha da gente dizer que você foi sequestrado e que por sorte eu estava conectada a você e ouvi o que se passou, que você está sob esse feitiço e que o que Voldemort queria era atrair você para o lado dele?

– Harry tentou acenar que sim, mas não conseguiu. Afinal fez um sinal que poderia ser de assentimento com a mão. Só tinha dúvidas se os Weasley iam se contentar com essa explicação tão exígua, mas como não tinha como se comunicar sobre o assunto mesmo, não podia fazer nada, a não ser confiar na Gina... Ou melhor, pensando bem podia confiar nas pessoas que sabiam da questão.

– Gina, vamos fazer o seguinte. Primeiro você conta tudo para o Rony e Hermione. Daí vocês três decidem o que podem ou não dizer. Tenho minhas dúvidas se os seus pais aceitarão uma coisa mal explicada.

Assim que receberam a coruja, Rony e Hermione desaparataram n'A Toca.

– Bom ver você inteiro, cara, que houve? – Rony perguntou logo que Gina abriu a porta.

– Ele não pode contar nada. Eu, no entanto posso. Entrem, vamos tomar uma xícara de chá.

Gina contou rapidamente o que se passou entre Harry e Voldemort.

Rony e Hermione ficaram totalmente chocados.

– Harry, não sei o que di... – Hermione não conseguiu terminar a frase e se atirou nos braços dele. Rony se aproximou e deu uns tapas nas costas do amigo.

– Que barra! E agora, que fazemos?

– Temos que encontrar um jeito de destruir essa Horcrux sem matar Harry – respondeu Hermione. Talvez os trouxas tenham um meio. Harry, me arranje aqueles exames. Minha mãe é amiga de um dos maiores neurologistas da Grã-Bretanha. Talvez a coisa possa ser resolvida por aí.

Nesse momento, Molly e Arthur bateram à porta.

– O que vai ser resolvido, Hermione? O que é um nerdo artista?

– Neurologista, Sra. Weasley. Um médico trouxa que cuida do sistema nervoso e do cérebro.

– E o que há de errado com o cérebro do Harry? Isso tem alguma coisa a ver com o fato dele ter vindo para cá sem falar com mais ninguém hoje?

– Tem sim, Sra. Weasley, mas vocês se importam de saber os detalhes mais tarde? – respondeu Harry. – Eu e a Gina estamos exaustos emocionalmente e já tivemos que passar por tudo de novo quando ela contou para a Hermione. Eu não agüento mais.

– Entendo o que vocês estão passando, Harry – ponderou Hermione. Mas o Sr. e a Sra. Weasley vão ficar muito ansiosos imaginando o que pode ter acontecido. Façam o seguinte. Vão dar uma volta, que eu digo algo para eles e amanhã, a gente explica tudo o melhor que der.

– Certo, mas não se esqueça de que o assunto deve continuar o mais sigiloso possível, para a segurança de todos nós. – Harry pegou Gina pela mão e saiu porta afora quase que correndo. De repente não agüentava mais pensar naquele assunto, queria fingir um pouco que nada daquilo estava acontecendo e o único jeito que parecia dar certo era beijando e acariciando Gina até parar de pensar. Como a situação dela parecia não ser muito diferente, foi o que fizeram.

Ao entrarem de volta, viram que Hermione provavelmente mencionara que talvez Harry tivesse que morrer para possibilitar a destruição de Voldemort, pois a Sra. Weasley claramente tinha chorado muito. Ela engolfou Harry num daqueles abraços que só ela sabia dar e isso fez bem ao rapaz.

Depois ela preparou uma poção para ajudar a dormir e logo se recolheram. Não havia clima para ficarem conversando. No meio da noite, Harry, ainda acordado, apesar da poção, viu a porta se abrir. Ele estava mais uma vez no quarto que tinha sido dos gêmeos.

– Harry, se importa se eu dormir com você? – era Gina.

– Me importar? Claro que não. Sozinho é que não consigo dormir. Mesmo com a poção. Mas o que seus pais vão dizer?

– Sei lá. Amanhã tento voltar para o meu quarto sem a mamãe perceber. Mas se ela reclamar, eu digo que precisava sentir você a meu lado e que, pelo tempo que ficamos aqui sozinhos ontem, se fosse para acontecer alguma coisa, já teria acontecido. E estaria dizendo a mais pura verdade.

Harry sorriu e levantou a coberta para ela se aninhar junto a ele. Assim os dois conseguiram conciliar o sono.

De manhã cedo, Rony bateu à porta. Harry acordou sobressaltado, mas constatou aliviado que Gina já tinha ido para o quarto dela.

– Entra.

– Harry, precisamos voltar a Godric's Hollow para encerrar a conta no hotel. Você não pretende fazer mais nada por lá, pretende?

– Não, agora não. Mesmo que ainda haja algo a fazer por lá, e eu nem sei se tem, não teria condições mentais. Acho que temos que nos reestruturar. Vamos logo para o Hotel. Assim as meninas vão preparando o que dizer para seus pais. Elas são melhores nisso do que a gente.

– Avisamos elas, então?

Ao voltarem, Molly os esperava com um excelente café da manhã, enquanto Arthur lia o jornal. Hermione e Gina vinham descendo do quarto.

– Bom dia a todos – disse Hermione, o que significava que nada tinha sido dito ainda.

Depois de todos darem bom dia. Hermione perguntou:

– Harry, você se sente em condições de conversar agora?

– Tanto quanto eu vou conseguir estar.

– Sr. e Sra. Weasley, ontem eu lhes disse que Harry tinha sido vítima de um seqüestro e que agora ele achava que ia morrer. E acrescentei que não foi nada que aconteceu durante o seqüestro que o fez pensar assim, quando o quiseram levar para o St. Mungus.

– Queriam me levar para o St. Mungus?

– É, de início.

– Então, nos diga, por que Harry acha que vai morrer?

– Por enquanto, não achamos seguro para Harry falar muito sobre isso. Voldemort fez algum feitiço sobre ele, pelo qual ele não é capaz de dizer a ninguém o que aconteceu ontem, nem mesmo responder a perguntas do tipo sim e não. Por sorte ele tinha estabelecido contato com Gina, através deste espelho – e Hermione mostrou-o – e ela, desconfiada não desfez a conexão, ouvindo tudo o que Voldemort disse. Mas ela não viu nada, por isso há detalhes que não sabemos explicar.

– Mas o que aconteceu, afinal?

– Voldemort disse que não maltrataria Harry e que o quer como seu espião. E ele achou que convenceria Harry, porque para Voldemort morrer, Harry teria que morrer antes, o que significa que Harry não pode matá-lo, nem teria interesse em sua morte.

– Por que Harry acreditou nisso e por que é tão perigoso?

– Acreditou porque tem muitas evidências de que é verdade. E é perigoso, primeiro porque alguém poderia entender mal e matar Harry para chegar em Voldemort, o que é uma tolice. Se Harry morrer e nenhum de nós conseguir desfazer, digamos assim, o feitiço de Voldemort que há nele, aí é que podemos perder as esperanças de destruir Voldemort. Em segundo lugar, porque Voldemort não pode saber que Gina ouviu sua proposta a Harry. De que serviria Harry como espião se a Ordem souber que ele é um? Isso colocaria todos nós, que sabemos da história, em perigo.

– Mas Hermione, por que não contam tudo logo de uma vez? Se isso que sabemos já nos coloca a todos em risco?

– Porque sabemos muito mais do que Voldemort pensa e se falarmos o que ele disse, fica mais fácil chegar no resto. Confiem em nós.

– Harry pretende fazer o que? Harry?

– Não sei. Como a Hermione disse, não basta que eu morra. Há outras coisas que precisam ser feitas antes e eu teria que morrer de um modo específico que ainda não sei qual é. Então não pretendo me suicidar de imediato, não se preocupem.

– E talvez ainda possamos ter uma esperança de que ele não precise morrer, não é, Hermione? – Gina falou em tom de súplica.

– Sim, é disso que estávamos falando ontem quando vocês chegaram, Sra. Weasley, temos que recorrer a tudo o que pudermos, talvez algum médico trouxa possa ter a solução para nós.

– Trouxa? Como um médico trouxa poderia desfazer um feitiço de Voldemort? – Molly perguntou descrente.

– Não seria para isso o que o procuraríamos. Ele talvez possa fazer outro tipo de coisa, que Voldemort não julga possível, algo que os bruxos não fazem. E aí, deu para entenderem o que fez o Harry e a Gina ficarem tão angustiados ontem?

– Mais ou menos. Mas se a saída de Harry for os trouxas... – Molly não terminou a frase e desatou a chorar.

– Mamãe, a Hermione só levantou uma possibilidade. Falou em trouxas porque entende mais deles do que nós, mas ainda temos que estudar com calma a situação, pode haver meios bruxos de resolver a situação. Temos que pesquisar. Não podemos nos sentir derrotados antes de lutar – disse Rony. – Vamos, gente. Vamos conversar sobre os nossos próximos passos.

Mas eles não foram, porque nesse momento, Luna Lovegood chegou, para visitar Gina.

– Harry, Rony, vocês não iam viajar?

– Mudança de planos. O Harry não se sentiu bem e resolvemos voltar.

– Que ótimo, porque eu queria falar com você sobre os zonzóbulos, Harry. Sabe, meu pai detectou que está havendo uma conspiração de Cornélo Fudge para voltar ao poder, usando Zonzóbulos. A idéia é uma quantidade absurda de zonzóbulos entre nós. Assim, seria mais fácil manipular as pessoas.

– Desculpe, Luna – interrompeu Gina – o que são zonzóbulos?

– Você não sabe? Mas eu falei com vocês. Ah, não, acho que você não estava. Zonzóbulos entram pelo seu ouvido e baralham seu cérebro, mas o papai descobriu um bruxo que disse que tem uma poção preventiva. Ao tomar a poção, se os zonzóbulos entrarem no seu cérebro eles morrem.

– E a poção não afeta o seu cérebro? – perguntou Hermione.

– Claro que não. É uma poção que ataca apenas os zonzóbulos.

– E o que tenho a ver com isso? – quis saber Harry.

– É que você é amigo do Prof. Slughorn. Papai queria saber se o tal bruxo é mesmo bom em poções. Ele se chama Piers Caret.

– Você só quer que eu pergunte ao Slughorn se ele conhece esse tal de Caret?

– É, só isso.

– Certo, eu o farei. – Harry pensou que sempre, no meio da desgraça ainda há motivos para rir. Luna Lovegood pelo menos o conseguia distrair. Mas Hermione não parecia estar distráida. Parecia altamente concentrada resolvendo um problema.

Mais tarde, quando Luna foi embora, Hermione colocou uma questão para os amigos: – Gente, essa história dos zonzóbulos me deu uma idéia. Será que há alguma poção ou feitiço que possa destruir a Horcrux sem afetar Harry? Mesmo que não a retiremos de onde está?

– Será? É uma idéia, vamos tentar descobrir se funciona e a Luna nos deu uma boa desculpa para pesquisarmos sobre isso – Gina queria se agarrar a toda possibilidade de esperança.