Disclaimer: Os personagens são obra e propriedade de J.K.Rowling.
Agradeço à minha beta Lua , pelo incentivo e peço desculpas pela demora em atualizar. Não avancei no carnaval e depois tive trabalho demais.
Sukita tem razão quanto ao título da fic. Realmente o lado de lá é o outro lado do véu. Mas ainda falta um pouco para chegarmos lá.
Hogwarts, enfim
Alguns dias mais tarde, Harry recebeu uma carta de Hogwarts, dizendo que o ano letivo estava assegurado, mas que não haveria quadribol, pois o número de alunos em cada casa estaria bem diminuído. Além disso, as medidas de segurança tinham se tornado ainda mais fortes depois da morte de Dumbledore. Não era interessante ter os alunos treinando ao ar livre várias noites por semana.
Hermione também recebeu uma carta, aunciando que seria a monitora-chefe e pedindo que ela regressasse um dia mais cedo.
Logo depois Harry mudou-se para a casa do Largo Grimauld. Embora A Toca também estivesse protegida e poucos freqüentassem qualquer uma das duas casas, Harry preferiu pelo menos manter as aparências de que não morava com os Weasley.
Aproveitou para ver Régulo e informar-lhe que o medalhão tinha sido encontrado e Hermione o tenha examinado e verificado que sua Horcrux realmente havia sido destruída. Harry e seus amigos estavam meio sem idéias de como prosseguir suas pesquisas, por isso resolveu ver se Régulo teria mais alguma informação que pudesse ser aproveitada.
– Régulo, além da caverna, onde achou o medalhão, você chegou a pensar que a Horcrux poderia estar em outro lugar, chegou a pesquisar sobre isso?
– Na verdade, dei uma olhada no próprio orfanato, mas lá não encontrei nenhum traço de magia. Cheguei a pensar em ir atrás das casas dos pais do Lord das Trevas, mas não cheguei a ir até lá, pois fui à caverna antes e resolvi o assunto. Por que deseja saber?
– Bem, precisamos descobrir mais sobre Voldemort, não é? Ele não foi destruído antes, deve haver mais segredos.
– Parece que ele trabalhou na Borgin & Burkes depois de sair de Hogwarts. Na época ele era amigo do sogro da minha prima Belatriz, que contou para nós. É só o que sei.
– Você poderia me dar o endereço do tal orfanato em que ele foi criado?
Régulo deu as indicações a Harry do orfanato e mais todas as informações que possuía. Harry resolveu que ia ver se havia alguma pista a mais no dia seguinte. Já era tarde e logo começaria uma reunião da Ordem à qual Remo achou melhor que ele comparecesse.
A reunião foi terrível. Os membros da Ordem queriam que Harry lhes desse mais informações sobre o que fazia para poderem protegê-lo. Quando ainda estavam entrando nesse assunto, chegou Tonks, com a notícia que Dédalo Diggle e Héstia Jones tinham sido assassinados pelos Comensais da Morte. Algumas baixas tinham ocorrido entre os Comensais também. Todos os membros da Ordem ficaram profundamente abalados com a notícia.
– Harry, vê? A segurança não é algo que possa ser tratado levianamente. Mesmo membros experientes da Ordem não conseguiram escapar. Você não pode sair por aí sem proteção – observou Minerva McGonagall em tom severo e consternado.
– Entendo sua preocupação, professora, mas as coisas não são bem assim. Em primeiro lugar, até agora não se pode dizer que eu tenha saído por aí sem proteção. Fiquei boa parte das férias na casa de meus tios, que, como sabem, estava fortemente protegida até a minha maioridade. Depois disso estive basicamente aqui e n'A Toca, também locais fortemente protegidos. Mas há mais um detalhe, não creio que esteja realmente correndo perigo. Há mais de um ano não sofri nenhum atentado.
– Como não sofreu? Não teve uma noite em que desapareceu por algumas horas? – perguntou Moody.
– Não posso falar sobre isso – disse Harry.
– Como assim, sofreu ou não sofreu um atentado? É preciso que confie em nós, Harry, temos que trabalhar juntos – redarguiu Kingsley.
– Deixe o rapaz, Kingsley – respondeu Tonks. – Ele realmente não pode falar do assunto. Um feitiço o impede. Mas consegui saber alguma coisa sobre o assunto e posso assegurar a todos que o que aconteceu aquela noite só reforça a idéia que Harry Potter não corre perigo imediato de ser atacado, o que nos permite concentrar nossos esforços em outras tarefas.
– Você pode ser mais específica, Tonks? – perguntou Kingsley.
– Não. Como disse, Harry está sob o efeito de um feitiço que o impede de contar o que houve aquela noite. Mas ele voltou são e salvo, não é? Assustado, mas incólume. Fora esse feitiço, não há sinais de que tenha sofrido tortura ou qualquer tipo de abuso físico. E temos outras razões para crer que ele não corre grandes riscos no momento, que não posso dizer aqui, porque, aí sim, estaria colocando-o em risco. Não há motivo para divulgar entre nós, já que não afeta nossa estratégia nem nos coloca novas tarefas. Vimos que mesmo entre nós pode haver traidores ou outros meios das informações secretas vazarem para os Comensais. Então, quanto menos gente souber de certas coisas, melhor. Eu mesma só sei o suficiente para entender que Harry não está sob ameaça de Você-Sabe-Quem e seus comparsas e isso nos deve bastar. Mas mesmo essa informação é confidencial. Os Comensais devem pensar que ainda tememos por Harry. Portanto, cara, também não dá para você facilitar demais e de modo muito evidente.
– Passemos então à análise do que aconteceu. Vocês acham que houve participação de Snape nas mortes de Dédalo e Héstia? – Kingsley mudou de assunto a contragosto.
– Com certeza – informou Tonks. – Ambos tinham voltado a um antigo esconderijo de Héstia para pegar um espelho de inimigos que havia ficado por lá e foram pegos numa emboscada. Todos nós, que éramos conhecidos por Snape, estamos em maior risco agora que ele não precisa mais nem fingir que está do nosso lado. Precisamos ficar muito atentos e não usar nossos antigos esconderijos, a não ser que estejam muito fortemente protegidos, como esta sede.
– Falando em Snape, eu queria compartilhar com vocês o que Dumbledore me informou – e Harry finalmente contou à Ordem o que o antigo diretor lhe informara sobre o ex mestre de poções. Que Voldemort tinha sido responsável pela morte da mãe de Snape e que as informações do antigo professor tinham sido importantes para adiar a morte dos Potter.
– Isso faz mais sentido. Dumbledore não podia confiar tanto em Severo só por ele ter descoberto sobre os seus pais ou mesmo por ter nos contado que os Potter corriam perigo. Por que não nos disse antes, Harry? – perguntou Remo.
– Esse assunto do Snape não estava tanto na minha cabeça. Estava obcecado com as tarefas que Dumbledore me passou. Agora é que me lembrei. Vocês acham essa informação relevante? Afinal, se Snape matou Dumbledore, isso não significa que ele está mesmo do lado de Voldemort?
– Não necessariamente. Isso nos mostra que Snape realmente nos deu informação útil e que manteve Voldemort afastado de seus pais e de você por um tempo. E que Snape tem motivos para odiar Voldemort. Ele provavelmente não está de fato do lado de Voldemort, assim como não estava de fato do nosso lado. Possivelmente tem planos próprios que o acabaram levando a achar que não valia mais a pena se arriscar por nós. Porém, isso não significa que possamos relaxar nem um pouquinho em nossa vigilância e cuidado em relação às informações que ele tinha sobre nós – constatou Remo.
Os outros membros da Ordem concordaram e a reunião prosseguiu.
Harry teve dificuldade em dormir aquela noite. As mortes de membros da Ordem o deixaram abalado e não havia a presença de Gina para as suas conversas tranquilizadoras de tarde da noite. Não havia tempo a perder. Era preciso encontrar logo essa tal taça e era preciso também descobrir imediatamente uma maneira dele ir atrás do véu e voltar. A matança tinha que terminar.
No dia seguinte, ao chegar n'A Toca, Gina logo percebeu o abatimento do namorado. Ele lhe contou o que houvera. Ela propôs duas coisas. Primeiro, que quando ele estivesse assim abalado, a chamasse pelo espelho, qualquer que fosse a hora. Conversar sempre fazia bem. Segundo, que deixassem o treino naquele dia e que jogassem um pouco de quadribol. Luna de qualquer modo não poderia vir. E Hermione ia à casa de Hepzibá Smith com Zacarias, que finalmente entrara em contato com ela.
Neville demonstrou que, apesar de suas dificuldades nas primeiras aulas de vôo, não era tão ruim em quadribol e os quatro amigos usaram o jogo para colocar para fora toda a sua tensão.
Hermione, porém, não trouxe boas notícias. Não conseguiu encontrar nada na casa de Hepzibá Smith. Mas havia uma despensa na casa, que estava fechada com algum feitiço especial. Zacarias não podia abri-la e propôs que voltassem em outra ocasião. Como as aulas já estavam prestes a começar, isso teria que ser nas férias de Natal.
À tarde, Harry resolveu ir ao orfanato, ver se conseguia alguma coisa. Não queria chamar a atenção de bruxos e tentou se disfarçar. Gina propôs-lhe que mudasse os óculos e ele achou uma boa idéia. Os dois colocaram perucas e Harry colocou maquiagem para tirar sua cicatriz e aparataram na Londres trouxa, onde Harry foi a uma ótica mandar fazer novos óculos. Escolheu uma armação retangular, imitando tartaruga, bem diferente da habitual. Também mandou fazer um par de óculos escuros de grau.
A diretora era a mesma Amada Benson, que tinha conhecido Régulo Black e Tom Riddle. Mas ela não sabia nada sobre este e lá não havia nenhum arquivo, nenhum objeto, nada de interessante sobre Voldemort menino.
No dia seguinte, Harry foi à Borgin & Burkes com Rony. Mesmo usando os novos óculos não dispensou o uso da capa de invisibilidade, mas também lá parecia não haver nenhum lugar onde pudesse haver uma Horcrux escondida.
Em outro dia o trio fez uma excursão a Little Hangleton, mas os amigos não conseguiram nada no cemitério e a casa dos Riddle estava protegida por alguns feitiços fortes. Hermione resolveu voltar para casa e pesquisar mais sobre os feitiços que poderiam estar ali, mas acabaram por desistir, porque Harry soube por Lupin que, aparentemente, a casa dos Riddle era usada às vezes como esconderijo dos Comensais da Morte fugidos de Azkaban que não tinham sido recapturados. Eventualmente o próprio Voldemort ficava por lá.
Ou seja, ir até lá era algo arriscado e teria que ser uma coisa bem melhor planejada e possivelmente precisariam ter apoio logístico da Ordem. O trio e mais Gina, conversando entre si, chegaram à conclusão que era pouco provável, se Voldemort e Nagini costumavam ir para lá, que a casa guardasse mais uma Horcrux. Não era uma coisa sensata colocar tantas Horcruxes juntas, facilitando a vida de quem quisesse destruí-las todas de uma vez..
Dia 31 de agosto, Harry procurava aproveitar ao máximo os últimos momentos para estar com Gina n'A Toca, quando Luna chegou com notícias boas, depois de duas semanas frustrantes. Finalmente tinha encontrado várias anotações de sua mãe e entregou-as a Harry.
Veja Harry, acho que aqui tem as principais pesquisas da minha mãe sobre como passar ao outro lado do véu. Você quer ir até lá falar com o Toquinho Boardman?
– Com o Sirius? Talvez, mas tenho interesse também porque, afinal, minha mãe também trabalhou nisso – Harry mentiu, para que ninguém, além de Rony, Hermione e Gina, pudesse nem desconfiar de suas reais intenções.
Harry passou os olhos nos documentos e não entendeu nada.
– Nossa, Luna! Isso é mesmo complicado. Você deu uma olhada?
– Sim. Eu os conheço bastante bem, mas confesso que às vezes não compreendo as anotações de minha mãe.
– Vou ver se Hermione entende alguma coisa – e Harry dirigiu-se às escadas, na direção do quarto de Rony, onde pensava que Hermione estaria.
– Ela não está em casa, Harry – avisou Gina. – Foi buscar Bichento na casa dos pais para levá-lo para Hogwarts amanhã.
Harry estava feliz por Luna ter trazido as anotações, mas também estava ansioso por ficar sozinho com Gina. Por sorte Luna foi logo embora.
Assim, que ela saiu, Harry e Gina começaram a se beijar e acariciar.
– Ah! Não sei como pude ser tão estupidamente metido a nobre a ponto de querer me afastar de você.
– Ainda bem que você desistiu disso.
– Do que? – Harry se assustou, pois pensou que Gina estava se referindo ao fato dele ter feito uma pequena pausa nos beijos que dava no pescoço dela.
– De me largar, ora. De que mais poderia ser?
Estavam nesse tipo de conversa e atividade, quando Harrry ouviu uma voz dentro de sua cabeça.
– E então, Potter? Pensou na minha proposta? Já tem quase um mês que a fiz. – Harry sentiu a sua cicatriz doer como há muito tempo não acontecia e se afastou da namorada, assustado.
A voz dentro de sua cabeça voltou a soar.
– Ah! Está muito ocupado com a namorada. Bela jovem, mas amores não ajudam muito a tomar as decisões, não? Pelo visto você não está nem pensando em minha proposta, por causa da namorada. Mas não adianta, Potter quero uma resposta logo.
Gina estranhou o jeito do rapaz.
– Harry, o que houve?
A cicatriz voltou a doer e ouço Voldemort dentro de minha cabeça.
– Mas você não tinha se livrado disso?
– Não. Ele é que tinha parado de tentar me possuir. Espero conseguir ir para o meu último ano da escola normalmente – Harry disse isso quase que como uma resposta a Voldemort. Este entendeu o recado e disse a Harry, através da conexão que os unia.
– Tudo bem, pode voltar à escola. Se não for, vai despertar suspeitas. Mas no terceiro dia das férias de Natal alguém o procurará no cemitério de Godric's Hollow para trazê-lo para conversarmos. Esteja lá ou entenderei que a sua resposta é não – a voz disse e calou-se, enquanto a cicatriz parava de doer tão subitamente quanto tinha começado.
Voldemort queria uma resposta – Harry não conseguiu dizer mais do que isso, mas Gina entendeu do que se tratava. – E o pior é que ele me viu com você. Agora nem adianta mais disfarçarmos.
– Harry, mas se ele pode acessar você, ele não pode descobrir que você sabe das Horcruxes?
– É, acho que sim.
– Então você vai ter que aprender a deixá-lo afastado.
Nesse momento, Hermione chegou e Rony desceu do quarto ao ouvir a voz dela. Harry aproveitou e contou aos amigos que tinha ouvido Voldemort dentro de sua cabeça. Gina ajudou-o a contar, pois ele não conseguia falar às claras sobre o assunto.
– Pô, eu sou um burro, mesmo – Harry comentou amargurado. Não consegui fazer a oclumência e deixei a Gina em perigo.
– E as Horcruxes, Voldemort não sacou que você sabe delas?
– Ele manteve a conexão comigo por muito pouco tempo, acho que não vasculhou minha mente o suficiente para saber de algo. Afinal, o pouco que eu tinha de pensamento consciente na hora estava voltado para as sensações que tinha ao beijar Gina.
– Não precisa elaborar, cara – pediu Rony.
– Não tenho medo – Gina afirmou. – Estou até feliz que isso tenha acontecido assim. Dessa forma, você ficou atrapalhado por minha causa e nem pensou na sua missão. Se sua mente não estivesse tão tomada pelas nossas atividades e nosso amor, você provavelmente teria imediatamente pensado nas Horcruxes e ele teria percebido.
Harry deu um sorriso amarelo. – É acho que tem razão, mas isso não serve de consolo para a minha idéia de que a coloquei em mais perigo.
– Que nada! Ele não está querendo que você fique do lado dele? Por que me faria mal, se sabe que isso pode fazer você ficar ainda mais relutante em trabalhar para ele?
– Sei lá, para me chantagear, talvez.
– Então trata de colocar as coisas para ele de um jeito tal que ele não pense em fazer chantagem.
De qualquer modo, só terei que dar a resposta nas férias de Natal.
– Mas, Harry, você vai ter que fazer oclumência também.
– E quem vai me ajudar? Quem vai me ensinar, agora que Dumbledore morreu?
– Vou pedir ajuda à diretora, talvez ela saiba como você pode ser ajudado. De qualquer maneira, você pode tentar o que Snape lhe ensinou.
– Será que posso confiar?
– Ele não mentiria sobre o que deve ser feito, sabendo que você comentaria com Sirius e Dumbledore. Talvez Rony tivesse razão e realmente ele estivesse abrindo a sua cabeça para Voldemort na época. Mas estaria fazendo isso ao provocá-lo e deixá-lo com raiva e não com informações falsas sobre a oclumência.
– Harry teve que concordar com a lógica impecável de Hermione.
– Mudando de assunto, Hermione, a Luna conseguiu as anotações da mãe dela. Você não quer dar uma olhada? Não entendi droga nenhuma.
– Desculpe, Harry, mas hoje não vou ter tempo de olhar. Lembra que a Prof. McGonagall me pediu para ir para Hogwarts mais cedo? Devo ir até a sala dela por Flu às 2 da tarde para auxiliá-la na preparação da escola para os alunos que chegarão amanhã. Ela sugeriu que você e os Weasley também vão comigo, pois somos visados e a nossa ausência facilitaria o trabalho dos aurores no patrulhamento do Expresso de Hogwarts, que seguirá amanhã com metade dos vagões habituais. Você vai, não vai?
– Vou. Não tem muito o que fazer fora da escola. Temos coisas a pesquisar por lá e quero recuperar o livro do Príncipe. Mas não sei por que tanta preocupação com a nossa segurança. Disse à Profa. McGonagall que não estou mais tão visado assim.
– Pelo visto ela não acredita. Bom, mas provavelmente os aurores acreditam menos ainda e não seria bom dizer a eles que você não precisa de tanto aparato de segurança, né? – comentou Hermione. – Não poderíamos dizer que Voldemort não vai atacá-lo sem fazê-los suspeitar de você.
– Tem razão. Bem, não sei se consigo arrumar tudo até as duas. Vou até o Largo Grimmauld tentar. Posso usar o Flu lá mesmo? E você não quer ficar com as anotações de Leslie Lovegood de qualquer modo?
– Suponho que você pode usar qualquer lareira e quanto às anotações de Leslie, vou estar ocupada em Hogwarts. Está certo que agora ninguém vai ter tempo de olhar, mas depois de acomodados na escola, você, Rony e Gina terão tempo de dar uma olhada.
– Então, até Hogwarts – E Harry foi se preparar para ir para a escola.
Lá chegando, Harry foi direto até a Sala Precisa recuperar seu exemplar de Estudos Avançados no Preparo de Poções. Sendo o Príncipe um Comensal da Morte ou não, ainda valia a pena dar uma olhada se havia indicações suas sobre como preparar a Anima Mortis, a poção para destruir Horcruxes.
Depois de pegar o livro seguiu para a Torre da Grifinória e ficou parado feito um bobo na frente do retrato da mulher gorda, pois não sabia a senha. Ia sair para procurar Hermione, quando Dobby saiu pelo retrato.
– Dobby? Como vai? O que você faz perambulando por aqui? Você não aparata direto dentro da torre?
– Harry Potter, senhor! Dobby vai bem. e Harry Potter, como vai? A diretora colocou novas proteções mágicas e, agora, até mesmo os elfos têm dificuldades de aparatar dentro do castelo. Só podem aparatar os elfos que fazem a limpeza e só nas partes que estão encarregados de limpar. Como Dobby ficou encarregado da limpeza dos cômodos da Lufa-lufa, Dobby teve que vir andando até aqui, para ajudar Winky.
– Ah, certo. Então você sabe a senha?
– Claro. Sangue de Dragão!
O retrato se abriu e Harry entrou, depois de se despedir do elfo. Dentro do salão comunal, porém não havia ninguém, nem mesmo Bichento. Harry subiu até o dormitório e Rony também não estava por lá. Pensou que talvez A diretora tivesse esquecido de dar a senha a Rony e foi procurar os amigos na biblioteca, já que tinham combinado de procurar mais material de pesquisa. E realmente Rony e Gina lá estavam.
Os três passaram a tarde juntos, dando uma olhada nas anotações da mãe de Luna e no livro de poções que pertencera a Snape.
A tarde foi mais proveitosa do que as duas semanas anteriores, pois Harry logo descobriu no livro uma série de indicações sobre como fazer a poção que precisava e as anotações da mãe de Luna eram realmente bastante detalhadas. Ele se juntou a Rony e Gina no salão Comunal da Grifinória, tentando decifrar as anotações de Leslie Lovegood.
Era difícil tentar acompanhar o raciocínio dela e juntar todas as informações, pois a mãe de Luna misturava informações interessantes, de pesquisas em documentos antigos, com depoimentos de um sujeito que claramente parecia maluco e teorias delirantes sobre diversos tipos de supostas conspirações acontecidas ao longo da história. Descobrir no meio daquela barafunda o que era informação valiosa e o que era tolice e detectar os erros e propor procedimentos para superá-los não parecia tarefa das mais fáceis. Rony e Gina ajudaram bastante e eles montaram um trabalho de equipe, que logo conseguiu fazer avanços realmente significativos, ao menos separando as diversas informações e comentando sobre suas fontes.
No jantar, Hermione se juntou a eles. Rony quis saber o que ela tinha feito a tarde inteira.
– Estive ajudando a professora McGonagall a preparar algumas mudanças que ocorrerão por aqui. Como há muito poucos alunos e o staff sofreu algumas perdas, foi resolvido que não haverá casas, torneio de casas, nem quadribol este ano. Como os alunos não cabem todos nas acomodações de uma única das antigas casas, ficou decidido que os veteranos que pertenciam à Grifinória e à Lufa-Lufa ficarão nas antigas acomodações da Lufa-Lufa, sob responsabilidade da Profa. Sprout. E os alunos que foram da Corvinal, os poucos Sonserinos que vão voltar e mais todos os calouros, que não passam de uns dez, ficarão nas antigas acomodações da Corvinal, sob responsabilidade do Prof. Flitwick. Com esse arranjo a diretora não teve que se preocupar em repor os diretores de casa da Grifinória e Sonserina.
– Mas de qualquer modo ela teve que arranjar novos professores para Defesa contra as Artes das Trevas e Transfiguração, não teve? Sabe quem são? – perguntou Harry.
– Com a morte de Dumbledore, ninguém quer entrar para o corpo docente aqui. Parece que ela conseguiu um professor estrangeiro para Transfiguração, mas para Defesa contra as Artes das Trevas foi impossível. Se já era difícil antes...
– Estrangeiro? De onde? Ela não te disse o nome e de onde vem? – Gina perguntou enquanto Hermione ficava vermelha como um camarão. – E como vai ser com DCAT? Não teremos aula?
– Ela sabia do negócio da Armada de Dumbledore e tinha pensado em pedir a ajuda de Harry, mas tinha medo de atrair a maldição sobre ele. Então estava planejando que as turmas fossem meio autodidatas, com supervisão dela própria e a ajuda eventual de outros bruxos,mas estava tendo dificuldade em organizar esse esquema. Convenci-a a falar com vocês amanhã e também com Neville. Acho que eu podia pegar as turmas do primeiro e segundo anos, juntas, pois são muito pequenas. Gina, mesmo sendo do sexto ano, você tem treinado sempre e teve Ótimo no seu NOM de Defesa. Você poderia ficar com o terceiro ano. Se Neville topar, ele fica com o quarto. Rony fica com o quinto e Harry com o sexto. Que acham?
– Eu topo, embora precise de um tempo para preparar isso. E não vai pegar mal ela usar só gente da Grifinória? A Luna não poderia ser chamada também? Por que ela não nos avisou antes?– disse Harry
– Porque ela tentou esquemas alternativos até a última hora. Ficou com medo de nos envolver. E ela realmente não está preocupada se pega mal ou não. Além do mais não haverá Grifinória este ano. Quanto à Luna, fala sério, Harry. Você acha que ela poderia ser professora? Não lembra do comentário dela no quadribol?
– E a nossa turma? – perguntou Rony
– Nós usaremos a nossa pesquisa e a nossa preparação em separado para ajudar os colegas em feitiços mais avançados de defesa e teremos uma vez por mês a supervisão de algum auror ou bruxo experiente.
– E, Hermione, você ainda não disse quem é o professor de Transfiguração nem explicou por que enrubesceu quando Gina perguntou sobre ele – comentou Rony.
– É Vitor Krum – Hermione respondeu ansiosa observando a reação de Rony.
– O Krum? Mas ele mal acabou a escola! O que aquele sujeito pode ensinar? – Rony
parecia um pouco alterado.
– Rony, o cara foi campeão de Durmstrang, se formou há dois anos e usou bem a transfiguração na segunda tarefa. Ele deve saber do riscado. A Hermione já está com você, não é? Por algum motivo que nem Deus explica, ela gosta de um idiota como você. Então pára com isso, antes que ela fique de saco cheio dos seus ataque de ciúmes – Gina deu uma bronca no irmão.
Hermione acariciou a mão de Rony e disse:
– É melhor você se assegurar do meu amor de outra forma – disse ela, sedutora. Rony não se fez de rogado e beijou-a com ímpeto ali mesmo.
Harry puxou Gina para se afastarem dali na direção da torre da Grifinória.
– Harry, esqueceu que agora vamos ficar na Lufa-lufa?
– Não, não é isso. Eu tenho a senha da Grifinória e pensei que a gente podia aproveitar um pouco desse fato. – E os dois saíram correndo, enquanto os monitores, aos beijos, não percebiam.
