Em primeiro lugar, é claro, devo dizer que os personagens e ambientação são obra e propriedade da maravilhosa J.K.Rowling.
Finalmente mais um novo capítulo, que deveria ser o segundo de março, mas acabou sendo finalizado apenas em abril, a duras penas. Este mês foi terrível para mim, de muito trabalho mesmo. E esta parte do meio da fic é difícil de fazer, porque não há muita ação, mas a gente tem que colocar as informações e fazer as coisas acontecerem. Confesso que tenho muita dificuldade.
A Monitora-Chefe
Pouco depois do café da manhã Vitor Krum chegou. Apesar das tentativas de Hermione de eliminar os ciúmes de Rony pela sedução, o rapaz não estava nem um pouco à vontade. Novamente estaria em condições bem desiguais em relação a Vitor. Afinal de contas, ele seria seu professor.
Rony ficou ainda mais aborrecido quando Vitor chegou e a primeira coisa que fez foi abraçar Hermione e dar-lhe um beijo na face.
– Ei, Hermi-ô-nini. Que bom estar de nofo aqui com focê – Vitor cumprimentou-a. – Fem cá, querro mostrrar-lhe umas coisas.
Rony inflou o peito e segurou-a pelos ombros.
– Olá, Prof. Krum. Lembra de mim? Rony Weasley. Eu era o melhor amigo de Harry e Hermione na época do torneio tribruxo. Agora sou o namorado dela.
Vitor nem percebeu que Rony agia como um macho que demarca seu território. Ou se o fez, fingiu que não tinha visto. Mas Harry notou e revirou os olhos para Gina, que deu uma risadinha.
– Clarro. Tudo bem? Oi, Harry, como fai?
– Tudo bem. E você? Conhece a Gina, irmã do Rony?
– Harry, por que não diz logo que eu sou a sua namorada? – Gina cochichou para Harry.
– Ahn ... Ela é a minha namorada – Harry completou e respondeu baixinho para Gina que ainda não se habituara à idéia de não mais esconder isso.
– Prrrazer, senhorita – Vitor beijou a mão dela.
– O prazer é meu, professor – Gina respondeu.
– Nossa, é estranho fer focês me chamando de prrofessor – Vitor comentou. Mas suponho que terrei que me acostumar com isso, né? – Vitor falou em tom amistoso. – Fenham comigo até os meus aposentos.
Os quatro seguiram Vitor e ficaram surpresos ao verem uma bela morena sentada numa poltrona.
– Nina, fem cá, querro que conheça os meus amigos antes que eles se tornem meus alunos e que tenhamos que prreserfar uma certa formalidade. Gente, esta linda mulher é Nina, minha noiva. Ela é aurror na Bulgárria e feio aqui fazer um estágio com os aurrorres brritânicos, aprrender certas técnicas deles e dar-lhes uma ajuda. A Seção de Aurrorres daqui tem estado sobrrecarregada pelas nofas exigências de maior segurrança e pela necessidade de dar caça aos Comensais da Morte.
– Prazer, Nina. Sou Harry Potter. Competi com seu noivo no torneio tribruxo.
– E me fenceu!
– Na verdade, não foi bem assim. Depois conto os detalhes a vocês.
Os demais também foram paresentados e Nina Stoichkova cumprimentou-os todos.
– Hermi-ô-nini, tenho uma coisa prra focê – Vitor puxou a amiga e deu-lhe um embrulho. Era um livro chamado Ascensão e Queda de Grindelwald. Hermione ficou entusiasmada.
– Pôxa, Vitor, que legal! É bom conhecer mais sobre Grindelwald, agora que temos que enfrentar Voldemort.
– Focê estava interressada em Magia Negra e que tipo de coisas Focê-Sabe-Quem poderria estar usando. Aqui há muitas informações sobre Grindelwald e os feitiços que usou. Conta aí que até uma Horcrux ele tinha. Talvez até mais de uma.
– Hermione se entusiasmou e mal conseguiu fingir que não sabia do que se tratava. – Horcrux? O que é isso? Não precisa responder, no livro deve explicar, não? – Depois de mais um pouco de conversa Hermione e seus amigos deixaram Nina e Vitor sozinhos, para poderem descansar da viagem antes do banquete de início de semestre.
Harry e Gina foram aproveitar um pouco a manhã perto do lago, antes da escola se encher de gente.
– Sabe, no fundo gostei do Voldemort saber sobre nós. Seria um saco ter que fingir que você me é indiferente – disse Gina enquanto beijava o lóbulo da orelha do namorado. – Ainda mais com todos os problemas que temos que enfrentar.
– É, talvez. Mas isso não deixa de me preocupar. Hmm, – Harry parou de falar enquanto se virava e dava um beijo em Gina. – Hmm, você não quer me deixar pensar em mais nada, não é sua safadinha?
– Temos que aproveitar ao máximo o nosso tempo, não é? Enquanto Voldemort ainda está calmo em relação a você, ainda não o está pressionando muito – e Gina enfiou a mão por dentro das vestes de Harry para alcançar sua pele, no que foi respondida por gesto similar do namorado. Logo seus beijos foram se tornando mais gulosos e suas mãos mais ousadas. Depois de um tempo, Harry achou que deviam parar antes de perderem o controle.
– Gina, pára de me beijar assim, senão não respondo mais por mim.
– Isso é uma promessa?
– Sério, aqui fora a gente está se expondo. E agora temos responsabilidade, vamos ser quase como professores! Já imaginou sermos pegos no flagra em atitudes impróprias à vista de todo mundo?
– É mesmo! Ei, sabe do que estou me dando conta? Você vai ensinar para a minha classe!
– Caraca, não tinha pensado nisso. Esse negócio não vai dar certo. Tutor e aluna namorando, isso vai gerar um monte de fofoca chata, mesmo eu não sendo de fato professor. Acho que vamos ter que falar disso com a diretora.
– É. Puxa, esse papo cortou mesmo o meu barato aqui com você. De repente pensei que seria bom ter algo organizado para falar aos alunos. Rever o programa. Enfim, quero dizer que vamos ter de parar de curtir a manhã.
– Falando em programa, eu não teria muito o que ensinar a você. Você já sabe tudo o que Snape deu para a gente no ano passado, embora talvez devesse treinar mais fazer os feitiços não verbalmente. Nos nossos treinos n'A Toca, você ainda estava um pouco insegura nisso. Mesmo assim, já era melhor que a maioria dos meus colegas no fim do último período letivo. Acho que poderíamos pedir à diretora para você e Luna treinarem junto com o pessoal do sétimo ano. Vamos!
– Aonde?
– Conversar com a McGonagall. Falar dessas coisas.
E os dois voltaram para o castelo.
A diretora concordou que mesmo que eles não fossem de fato professores, mas apenas tutores, que ajudariam colegas menos experientes, não convinha que Gina e talvez mesmo Luna ficassem sob o comando de Harry. Isso geraria acusações de favorecimento entre os alunos e tinha o potencial de prejudicar uma aula importante e que já estaria ocorrendo em situação de precariedade.
Minerva deu-lhes algumas instruções sobre o que esperava deles. Teriam que ajudar os colegas mostrando qual o programa, tirando suas dúvidas, sugerindo temas para fazerem redações e corrigindo os detalhes práticos, como o modo de lançar os encantamentos ou de manejar a varinha. As redações não seriam exatamente um dever pré-estabelecido, mas todos os alunos deveriam fazer uma redação por semana, sobre tema de livre escolha, seguindo a ordem do programa. Remo Lupin corrigiria esses trabalhos, dada sua experiência como professor. Ele passaria todos os sábados pela escola para pegar as redações de todos e corrigi-las. Nenhuma das luas cheias daquele semestre cairia na sexta ou no sábado e Lupin certamente não representaria nenhum potencial de perigo para ninguém.
À tarde o tempo fechou e todos aproveitaram para dar uma olhada nos programas de DCAT e pensar o que poderiam fazer para ajudar os colegas.
Isso não levou tanto tempo, pois não se esperava que dessem aulas de fato, então só tinham que relembrar o que seria dado a cada turma e pensar um pouco no planejamento do desenrolar do curso, para marcar os temas de cada semana.
Terminado isso, Harry voltou às anotações de Leslie Lovegood, mas acabou por empacar nelas. Depois do trabalho de organização das informações que tinham feito na véspera, o texto tinha ficado mais compreensível, mas ainda era tudo muito estranho. O rapaz estava ansioso que Hermione desse uma olhada e finalmente conseguiu que ela lesse tudo. Ela comentou:
– Puxa, vocês trabalharam realmente bem! Eu não teria conseguido fazer nada melhor.
– Mas continuo sem entender muito e sem sacar o que deu certo e o que deu errado na tentativa de Leslie – resmungou Harry.
– Ah, não é para ser estraga-prazeres, não, mas acho que isso não vai dar em nada – disse Hermione. – Essa idéia é toda muito maluca e perigosa. Sinceramente, acho mais produtivo agora pegar o livro que o Vitor me deu. É bem possível que lá haja algo de relevante para conseguirmos destruir as Horcruxes.
– Lembra no segundo ano, quando você disse que fazer a Poção Polissuco era o único plano que tínhamos, mesmo que não parecesse ter muita chance de dar certo? Agora é a mesma coisa, que plano alternativo temos a não ser esse de atravessar o véu?
– Deve haver um jeito de extrair esse negócio da sua cabeça.
– E transformar-me num psicopata? Ou em alguém incapaz de interação social? Você ouviu o que aquele médico trouxa disse.
Mas Hermione, quando resolvia acreditar ou não em algo era mesmo um caso perdido, pensou Harry, lembrando do comportamento da amiga no ano anterior, quando tinha recusado todas as evidências de que Draco Malfoy estava envolvido em alguma trama maligna e importante.
Harry sentiu-se sozinho de um jeito que nunca tinha sentido. Pela primeira vez sua amiga, que sempre tinha sido um de seus esteios, estava falhando, e não por não ser capaz em termos de habilidades, mas por falta de estrutura emocional.
Não adiantava mais tentar arrancar nada de Hermione. Impaciente, ele perguntou.
– Você sabe onde a Gina se enfiou? Depois que me joguei nessas anotações não vi quando ela saiu de junto de nós.
– Ela foi tirar um cochilo. Estava cansada e com um pouco de cólica, parece.
– Eu não posso subir atrás dela. Você pode ver se ela já acordou?
Mas nem foi preciso, pois uma massa de cabelos vermelhos, totalmente despenteados apareceu no alto da escada.
– Gina, você está bem? A Hermione disse que você estava com cólicas.
– Já passou. Agora estou bem, por que? perguntou a garota bocejando enquanto se aproximava.
– Porque quero te explorar e ia me sentir muito culpado de fazer isso com você passando mal.
– E que exploração seria essa?
– Vem cá, que te explico – e Harry puxou-a para fora do Salão Comunal da Lufa-lufa, ou melhor do Salão Comunal do Porão, já que não havia mais Lufa-lufa.
– Que foi? – perguntou Gina, tentando ajeitar o cabelo, enquanto Harry a arrastava para uma sala vazia.
– Não quero falar na frente da Hermione, mas o papo com ela me deixou deprimido.
– E por que?
– Porque sempre que não entendi algo escrito em algum lugar, Hermione foi a minha salvação. Achei que ela destrincharia aquelas anotações da Leslie Lovegood, mas ela não avançou nada em relação ao que fizemos. Ela diz que não entende nada, mas a questão é que não acredita de fato que eu possa ir atrás do véu e voltar.
– A gente olha de novo, pesquisa sobre os temas lá colocados, a Hermione não é a única que sabe ler e pesquisar.
– É, eu sei. Mas é que me senti de repente muito só. Até hoje, mesmo quando estava sozinho, na frente do espelho de Ojesed com a pedra filosofal no bolso, ou enfrentando as tarefas do torneio tribruxo, o basilisco, no retorno de Voldemort, em todos esses momentos eu estava só, mas de alguma forma sentia apoio em algumas pessoas, como Dumbledore, Sirius, Rony e Hermione. Agora Sirius e Dumbledore morreram e dei-me conta que, mesmo que estivessem vivos, esta coisa que há na minha cabeça é algo que cabe a mim e só a mim enfrentar. Certas escolhas só eu posso fazer.
– Entendo, eu senti algo assim no meu primeiro ano. Embora todos os adultos significantes para mim estivessem vivos e eu estivesse cercada dos meus irmãos na escola, eu me sentia absolutamente só ao enfrentar algo que eu não sabia o que era e de que não conseguia falar com ninguém.
– Quando vi o jeito da Hermione em relação àquelas anotações da mãe da Luna, dei-me conta que eu, ela e seu irmão já não estamos tão sintonizados. O ano passado, desde o dia em que fomos ao Beco Diagonal e vi o Malfoy meio que fugindo da mãe, soube que ele estava metido em algo importante. Depois consegui saber mais e confirmar que ele estava metido num plano de algo realmente sério, como um verdadeiro Comensal da Morte. Hermione e seu irmão nunca se empolgaram em me ajudar e os adultos preferiram confiar no Snape para arrancar as informações de Draco. Veja no que deu.
– Pô, você nunca me falou disso.
– É, no início não tinha tanta intimidade com você e mais tarde já estava meio desanimado das minhas investigações. Mas a atitude de Hermione agora me perturbou muito. Parecia que ela estava apenas fazendo uma obrigação de amiga diante de alguém querido que enfrenta uma situação sem esperanças. E ela ainda ficou falando em coisas já descartadas, como extrair o negócio. E isso eu não vou fazer de jeito nenhum.
– Mesmo que a gente não consiga avançar nesse negócio da Luna?
– Gina, eu prefiro a morte do que me arriscar a tornar-me aquilo que o médico descreveu. E qualquer maneira de tirar aquele negócio, mágica ou trouxa, traz o perigo de lesionar a região do cérebro em torno à Horcrux.
– Entendo – os dois ficaram calados por um tempo, como que vasculhando as possibilidades do que fazer a seguir.
– Ei, por que você não fala com a Luna? – Gina interrompeu bruscamente o silêncio. – Ela é da Corvinal, sinal de que deve ter alguma familiaridade com livros, teorias, pesquisas. E certamente acha muito plausível o que a mãe fez.
– Mas ela não pode saber das Horcruxes e nem que eu pretendo ir atrás do véu. Se eu começo a espalhar essa história, vai acabar chegando aos ouvidos de Voldemort.
– Não precisa se preocupar. Luna venera a memória da mãe e tem o maior orgulho das suas experiências. Não vai ser difícil convencê-la a ajudar, mesmo sem mencionar a situação que você vive. Acho que sei como colocá-la entusiasticamente na pesquisa. Depois, se ela desconfiar de algo e espalhar por aí, ninguém vai acreditar mesmo.
– Lá isso é. Basta que ela distorça um pouco, o que certamente fará, e ninguém vai ter nem idéia do que estamos de fato querendo saber e experimentar – Harry refletiu como as coisas estavam mudadas. Depender de Di-Lua Lovegood para uma pesquisa, porque Hermione não se via em condições de fazê-la... Era realmente estranho, embora totalmente compreensível na presente situação.
Gina quis dar mais uma olhada no trabalho que ela, Harry e Rony tinham feito em cima das anotações de Leslie, então voltaram para o Salão Comunal e ficaram estudando enroscados um no outro. Harry aproveitou para pesquisar melhor o livro do Príncipe.
Ele tinha achado a página da poção Anima Mortis na véspera e ele não estava muito anotada. Revendo, porém ,o livro, Harry encontrou uma versão mais avançada da poção, esta sim, cheia das observações do Príncipe. Deu uma olhada nos ingredientes e nas instruções e viu que a poção não levava mais de uma semana para ser preparada e os ingredientes eram em sua maioria de fácil acesso, com duas excessões, sangue de dragão e veneno de acromântula. Porém Harry tinha uma boa idéia de onde encontraria tais ingredientes. Não precisava ter pressa. Sabia que Slughorn não demoraria muito a convidá-lo para mais uma de suas festinhas.
À noite, quando o expresso de Hogwarts chegou e os alunos povoaram o Salão Principal, Harry sentiu-se um pouco mais deprimido. Havia tão pouca gente! E o banquete, embora farto e apetitoso, foi triste. Todos estavam apreensivos e saudosos. Hogwarts sem Dumbledore decididamente não era a mesma. E desta vez não houve seleção, anúncios sobre os times de quadribol, quase nenhuma das coisas que tornavam a chegada em Hogwarts para um novo ano letivo um evento tão prazeiroso.
Os demais alunos, porém, acabaram por se animar, quando souberam que Vitor Krum seria seu professor. Não é todo o dia que alguém descobre que vai ser aluno do maior astro internacional do esporte.
A ausência de um professor de Defesa contra as Artes das Trevas deixou a todos meio preocupados, embora algumas alunas do quinto e sexto ano tenham ficado animadas de ter aulas com ajuda de rapazes bonitos e famosos como O Eleito Harry Potter e seu melhor amigo Rony Weasley. Romilda Vane parecia até disposta a trocar Harry por Rony, como objeto de azaração, embora não descartasse Vitor Krum. Afinal, Harry estava completa e inequivocamente envolvido com Gina Weasley.
Rony, é claro, bem que gostou das paqueras mal disfarçadas e Hermione resolveu tomar conta da situação. A monitora-chefe esque ceu que devia dar o exemplo de bom comportamento e deu um beijo na boca do monitor na frente de todo o mundo para deixar bem claro a todos quem era a dona do pedaço.
