Capítulo Segundo: "O que achou?"
Depois de seu quarto copo de whisky de fogo a garota ruiva começou a se sentir um pouco "melhor". Enquanto isso o jovem cantor a sua frente a analisava como se reprovasse o comportamento maluco da moça.
Quando esperava o quinto copo chegar, Ginny começou a cantar baixinho:
-"That girl was a one time teenage drama queen
A hyped up everyday wannabe
But she'll have changed her destiny
Now she's somebody."
- Que é isso Weasley? - Perguntou um Malfoy muito curioso.
- Ah... É uma música que a minha mãe costumava a cantar para mim, já que sempre fui muito dramática. - Respondeu a garota de boa vontade.
- Hum... Interessante. Você tem a letra toda?
- Ahn... Acho que sim, quando eu estiver mais sóbria eu escrevo para você. - Respondeu Ginny torcendo o nariz – Mas com uma condição. Você vai ter que me conceder outra entrevista, já que essa não tem conserto.
Ele pareceu considerar a proposta e depois de um tempo, respondeu:
- Está bem... - aceitou um pouco desgostoso - mas você vai ter que deixar eu usar essa música, sabe... Cantar ela nos meus shows. - Terminou a frase como se falasse para uma criança muito desprovida de inteligência.
- Ah, sim, claro. Minha mãe está no céu, tenho certeza que ela não vai pedir direitos autorais... – Mas ao se lembrar da mãe que fora morta na guerra sentiu que iria chorar novamente, não deu outra, seus olhos se encheram d'água e muitas lágrimas escorreram com vontade.
- Oh! Por Merlim Weasley, o que foi agora? - Perguntou o garoto abismado com a quantidade de água que tinha dentro daquela menina.
- Minha... Mamãe... - Disse e continuou a chorar.
O rapaz já um pouco desesperado, pois não gostava de ver pessoas chorando, recorreu a última coisa que poderia fazer:
- Ahn... Weasley, se eu deixar você ir de graça ao meu show de amanhã você vai parar de chorar?
- Ir... No seu show... De graça... É, pode ser. - Disse parando de chorar e até riu da cara de alívio de seu acompanhante de mesa. - Vai ser legal, se bem que eu nem sei o que você canta...
- Nunca ouviu! - Perguntou o garoto arregalando os olhos. - Bem, sempre existe uma primeira vez. Então façamos o seguinte: você vai ao show e depois vamos a algum restaurante lá perto e você faz a sua entrevista.
- Está bem, obrigada Malfoy. - Respondeu a garota já se levantando. - Amanhã eu trago a letra da música.
- Não precisa agradecer, só não faça aquele showzinho de novo. E pode deixar que eu pago a conta, Weasley pobretona. - Disse rindo, se lembrando da época de Hogwarts.
A garota não fez nada, apenas rosnou, literalmente.
Quando Ginny voltou ao seu apartamento estava totalmente, suja. Ficar naquele escritório abafado pelo resto da tarde com um monte de pessoas gritando e corujas guinchando tornava qualquer um extremamente sujo.
Ela tomou um banho (mais um...), jantou uma pizza congelada e se meteu debaixo das cobertas, havia avisado que no dia seguinte não iria ao escritório, pois trabalharia fora.
As 10:00 a varinha vibra, e Ginny se espreguiça longamente, a garota levanta e se dirige ao banheiro, toma um rápido banho, escova os dentes, penteia o cabelo e enrolada em uma toalha vai até o armário procurar algo para vestir. A moça acaba por se decidir em uma blusinha branca simples e uma saia indiana. Depois arruma o seus cabelos ruivos, os cabelos que estavam na altura dos ombros, em uma traça frouxa.
Colocou em sua bolsa os pergaminhos com as perguntas que faria, sua varinha, a letra da música, maquiagem e lenços, para o caso de Malfoy dizer algo que a machucaria e começasse a chorar.
Saiu de casa quando eram 13:00 e aparatou na casa de shows bruxa. Ao entrar lá percebeu o quanto Malfoy devia ser famoso, havia milhares de garotas histéricas pulando e gritando "Draco!Draco!Draco!", Ginny achou um desperdício gastar a voz assim por causa daquela doninha albina mas achou melhor não comentar nada.
Quando viu Malfoy passando com pelo menos três brutamontes da segurança, conseguiu com muito esforço chegar até ele e disse:
- Ei, Malfoy! – Quando ele se virou para ela, continuou – Quando terminar o show eu vou te procurar ok?
- Está bem, até mais tarde.
- Bom show pra você.
Ginny chegou na platéia ao mesmo tempo em que Malfoy subia ao palco.
Boa tarde a todos! – Disse o cantor com um sorriso – Espero que aproveitem e se divirtam muito, aqui vai a primeira música para vocês.
" I sit and wait
Eu sento e espero
Does an angel contemplate my faith
Um anjo contempla meu destino?
And do they know
E eles conhecem
The places where we go
Os lugares onde nós vamos
When we're grey and old
Quando estamos grisalhos e velhos?
'cause I've been told
Pois me foi dito
That salvation lets their wings unfold
Que a salvação deixa as asas deles estendidas
So when I'm lying in my bed
Então, quando eu estiver deitado na minha cama,
Thoughts running through my head
Pensamentos correndo pela minha cabeça
And I feel that love is dead
E eu sinto que o amor está morto,
I'm loving angels instead
Estou amando anjos em vez disso...
Chorus:
And through it all she offers me protection,
E através disso tudo ela me oferece proteção,
A lot of love and affection
Muito amor e afeição,
Whether I'm right or wrong
Esteja eu certo ou errado.
And down the waterfall
E debaixo da cachoeira,
Wherever it may take me
Onde quer que isso possa me levar,
I know that life won't break me
Eu sei que a vida não me arruinará
When I come to call she won't forsake me
Quando eu vier chamar, ela não me abandonará.
I'm
loving angels instead
Estou
amando anjos em vez disso..."
A menina ruiva escutava aquela linda música muito maravilhada, não sabia se deveria acreditar que o Malfoy que escrevera aquela música era o mesmo que vivia alfinetando seu irmão, durante Hogwarts.
O show durou mais algumas músicas, mas Ginny não prestava atenção. Não conseguia entender de onde vinham aquelas palavras bonitas daquela boca normalmente, tão suja. Quando estavam todos batendo palmas a garota se levantou e pensou, "vou tomar um copo de água para deixar o Malfoy se recompor.".
Ginny tomou a água e começou a andar procurando o "camarim" de Malfoy, quando se deparou com uma porta de mogno, com uma placa escrito "Mister Malfoy", bateu duas vezes e entrou sem esperar resposta. Pra que? O que, se não o Malfoy se agarrando com uma moça loira havia dentro do aposento. "Francamente, eles não podiam ter esperado mais um pouco?", pensou Ginny.
- Hum...hum... Atrapalho algo? – Perguntou Ginny docemente.
Malfoy, surpreso pela interrupção se levanta deixando a mulher em seu colo cair, e responde visivelmente sem graça:
- Hum... Claro que não Weasley. Já estou quase pronto, só vou pegar o casaco. – Disse passando as mãos pelos sedosos cabelos loiros e pegando um casaco em cima da cadeira – Até a próxima Rebeca – disse piscando o olho para a garota do provocante vestido azul.
Os dois caminharam silenciosamente para fora da casa de shows e andaram lentamente pela ruazinha.
- Então, o que achou? – Perguntou Malfoy finalmente quebrando o silencio desconfortável.
- Do show? Ah... Eu gostei muito, só não consigo entender de onde surgem aquelas palavras bonitas das suas música. Quero dizer, elas são suas não são?
- É, fui eu que as escrevi. Veja se me entende: eu tenho MUITA inspiração. – Respondeu olhando para trás, em direção da casa de shows.
- Oh! Sim, claro que entendo... E pela sua cara você deve ter uma "inspiração" diferente a cada três dias. – Respondeu Ginny com um tom de deboche.
O rapaz preferiu não falar nada, e continuou andando em silêncio. Depois de alguns minutos, pararam em frente a um prédio que parecia abandonado e com uma placa escrito "Não entre, perigo de desabamento".
- Você primeira – disse o loiro.
A moça adentrou no prédio e ficou "encantada" com a linda decoração do restaurante bruxo.
Já devidamente acomodados em uma mesa afastada (para o caso de algumas fãs adoidadas resolverem aparecer), Ginny resolveu falar:
- Hum... Bom, antes de começarmos a entrevista, eu tenho algo pra te dar. – Parou um pouco e começou a remexer em sua bolsa – Aqui está. É a letra da música que pediu.
Ele estendeu a mão e pegou o pergaminho, enquanto lia o conteúdo do papel uma ruga em sua testa aparecia, revelando interesse. Quando terminou a leitura, guardou o papel no bolso e disse:
- Muito bom... Bom mesmo... Você disse que foi a sua mãe que escreveu certo? – Depois de um aceno confirmando, continuou – Então ela tinha uma mente bastante talentosa. – E acrescentou, apenas por maldade – Nada mal pra uma rolha de poço fazedora de filhos. Hahahahahaha.
Era visível que a moça ruiva fazia um esforço enorme para não se levantar e socar a cara daquele menininho metido a besta. Mas sabia que se o fizesse teria que esvaziar as gavetas do escritório. Por isso, apenas contou até dez, respirou fundo, e falou como se nada tivesse acontecido:
- Certo, chega de enrolar, vamos à entrevista.
O rapaz loiro via o esforço a moça a sua frente para não sair no tapa com ele. Mas ele nada fazia além de rir mais. Mas finalmente parou e concedeu a tal entrevista.
- Terminamos. Obrigada pela entrevista Malfoy. Só mais uma coisa, você realmente acha "legal" o que faz para arranjar inspiração? – Disse Ginny ironicamente.
- Eu acho sim! – Exclamou Malfoy irritado - Só porque ninguém te quer não quer dizer que aconteça o mesmo com outras mulheres, que diferente de você, tem bastante coisa a oferecer, não como a pequena Weasley que não tem nada, muito menos namorado, porque aquele último, qual era o nome dele mesmo... Ah, sim, Dino Thomas, até aquele panaca viu que você é um verme ruivo! – Explodiu o loiro.
- Você é um idiota insensível – Respondeu a ruiva em um tom muito magoado, mas mesmo assim, foi controlado.
A garota se levantou e foi andando rapidamente a porta, mas, desastrada do jeito que era, caiu. Levantou-se rapidamente e agindo como se não houvesse nada saiu como um furacão do restaurante. (N/A: Quando lerem isso lembrem-se de uma parte do filme Miss Simpatia, onde ela cai e só filmam ela se levantando segundos depois e ajeitando o cabelo.)
Dentro do restaurante, Draco passava lentamente a mão pelos sedosos cabelos. Havia realmente sido um monstro. A garota Weasley não tinha culpa de nada, "É melhor eu me desculpar com ela. Vou ver se ainda está aqui na rua".
Com este pensamento em mente, deixou o dinheiro necessário em cima da mesa e ignorando os olhares curiosos das pessoas, seguiu pela porta afora. Olhou para um lado, para o outro e nada de cabelos ruivos. "É... acho que ela já se foi. Tenho que dar um jeito de descobrir onde ela mora, hum... pelo que eu me lembre há uma lista com os endereços de todos os bruxos registrados, que está... ah! Está no Ministério". Depois disso, aparatou no prédio subterrâneo.
Após sair do restaurante, Virgínia aparatou em seu apartamento e se pôs a chorar. Não tanto pela grosseria do Malfoy, mas sim porque o que ele havia dito era verdade.
Era verdade que não tinha nada a oferecer, que não tinha beleza, que não tinha um namorado e juntando tudo, que ela não tinha alta estima.
Levava uma vida muito vazia, tinha um péssimo emprego, mas precisava dele para sobreviver naqueles tempos onde vida era o mesmo que dinheiro.
E olhando para o Malfoy, um rapaz: jovem, talentoso, lindo, simpático (quando queria) e principalmente, era muito rico. Ela realmente era um verme ruivo.
Mas quando Ginny parou de chorar, prometeu a si mesma que tentaria mudar, dar um jeito no visual, tentar achar um emprego mais digno, enfim: evoluir.
A moça tomou um refrescante banho e colocou sua camisola, já estava indo para cama quando ouviu a sua campainha tocar.
O jovem Malfoy aparatou no Ministério e depois de pegar o crachá seguiu para o departamento de Relações Públicas. Ao chegar lá foi (como sempre) cercado por todos os lados, com pessoas perguntando o que poderiam fazer por ele. Quando finalmente se livrou de toda a bagunça e conseguiu chegar a lista procurada começou a procurar.
Ginny Wealner... Ginny Weamet... Ginny Weasley. Sim, aí estava o que procurava. Assim que anotou o endereço, aparatou em frente ao pequeno apartamento. "Meu Merlim... isso é nojento", pensou ao olhar em volta do desgastado hall de entrada. Respirou fundo e em seguida tocou a campainha.
Ginny andou lentamente até a porta, e abriu só um pouquinho apenas para ver quem era.
- Malfoy! - Perguntou surpresa. - O que faz aqui?
- Eu... hum... - Começou a falar obviamente embaraçado - Bom... Eu vim me, ahn... Desculpar-me por ter dito aquelas coisas no restaurante. - Terminou passando a mão nos cabelos.
- Oh... Certo, eu agradeço, mas não havia necessidade. Hum... Quer entrar – Perguntou abrindo mais a porta.
- Está bem. - Respondeu Malfoy passando pela porta e olhando para todos os lados.
Ginny fechou a porta atrás de Malfoy enquanto indicava um sofá para o moço sentar.
- Quer beber alguma coisa Malfoy? - Perguntou ela, puxando a camisola para baixo, estava um pouco curta demais.
- Água por favor. - Respondeu ele olhando para as pernas de Ginny, notando que ela estava tentando escondê-las.
Ginny saiu do cômodo e se dirigiu até seu quarto, vestiu uma calça por baixo da camisola e foi até a cozinha pegar dois copos de água.
"Caramba... será que devia ter deixado o Malfoy entrar?" Pensava ela enquanto enchia os copos.
Enquanto a moça ruiva estava na cozinha, Malfoy prestava atenção na sala ao seu redor, era pequena, e bastante desorganizada, com pergaminhos por todos os lados e até umas meias num canto.
" Preciso encontrar algo para me desculpar, acho que ela não engoliu essa de vir me desculpar apenas..."
Tinha esses pensamentos na cabeça quando Ginny chegou trazendo a água e oferecendo um dos copos a ele, sentando-se na poltrona em frente.
- Hum, Weasley... sabe, eu queria realmente me desculpar, eu tinha o direito de ter falado aquelas coisas, e sabe... se tiver algo que eu possa fazer...
Ginny pareceu pensativa por um momento, mas logo apareceu em sou rosto um sorriso maroto, e ela respondeu:
- Bom Malfoy, na verdade, tem duas coisa que eu gostaria...
Continua...
N/A: Oie! O segundo capítulo da minha fic! Espero que tenham gostado! Vlw pelas reviews, mesmo que tenham sido pouquinhas... :( Quero agradecer tb a minha super mega hiper beta, a Amy Lupin!
Vivian Black: Oie! Hehehhe, que bom que gostou! E bem... sabe que eu me baseei bastanteno Eminem pra fazer o Draco, só que o estilo de música não é o mesmo. Espero que tenha gostado! Beijos!
Drik Phelton: Muitíssimo obrigada! Fico mt feliz que tenha gostado, e... hauhauhua, se vc acha que no cap anterior eu parei na melhor parte, e nesse aí então? Huahauaua, eu fui MÁ! Beijos e continue lendo!
Fe: Ai fezinha! Que bom que gostou, isso vale muito para mim! Espero que tenha gostado do segundo capítulo! Beijos!
