Hermione folheava o livro sem prestar atenção ao que via. Seu pensamento estava muito distante dali... Seu pensamentos vagavam junto ao ruivo, que na noite passada tinha sido o homem mais romântico e também o mais... Idiota! Irritava-se por sentir falta dele, mesmo tendo passado pouco tempo, ela sentia um imenso vazio... Sabia que deveria odiá-lo, mas não conseguia... Simplesmente era impossivel para ela odiar Rony... Seu amor por ele era muito forte e isso as vezes a assustava...
Fechou o livro de maneira que manisfestou toda sua irritação por dentro, fazendo barulho desnecessário. Olhou em volta. Estava na sua pequena sala, onde guardava todas as fichas de seus pacientes e seu relátorios. A sala apesar de pequena era confortável, pelo menos Hermione tinha essa impressão. Mesmo com alguns armários e amontoados de pergaminhos, no centro havia uma mesa de escritório e uma cadeira fofa, na qual ela analisava os casos dos pacientes, estudava e fazia suas receitas e relatórios de cada um.
Tinha passado o dia todo trancada na sala, fingindo analisar alguns casos. Não tinha disposição e nem condições de atender nenhum paciente. Não havia saído nem para almoçar. Pediu que não fosse incomodada, e assim ficou em seus pensamentos e lembranças o dia todo.
Olhou em direção a porta, que ficava bem em frente a sua mesa. Lembrou-se da primeira vez em que Rony foi ao seu local de trabalho... Imagens vieram em sua mente...
- Então é aqui que a MINHA medibruxa vai trabalhar... – disse frisando, com um sorriso malicioso. Envolveu Hermione em um abraço por trás e disse em seu ouvido – Acho que eu vou reclamar... – Hermione fez uma expressão de interrogação – Aqui é muito pouco pra você...
Hermione sorriu e virou-se para encarar o namorado. Ele mantinha o mesmo sorriso.
- Ah... Rony! Aqui está excelente! Esqueceu que acabei de ser contratada! – repreendeu o namorado, mas suavemente – E quem disse que eu sou SUA medibruxa! – esforçou-se para fazer uma expressão séria
Rony não se intimidou com a expressão de Hermione. Sabia que tudo aquilo era fingimento. Ela não gostava de admitir que era dele... Sorriu mais ainda com esse pensamento... Ela era Dele!
- Você... – disse numa voz rouca, no ouvido de Hermione. Ela sentiu um arrepio. Ele a abraçou mais fortemente – Ontem a noite na minha cama... – conforme ia dizendo as palavras dava pequenos beijos no pescoço dela
- Rony! – deu tapinha no ombro do namorado e ficou muito vermelha – Por favor!
- Mione! Não tem porque ficar envergonhada... – agora foi Rony que repreendeu, mas também de forma doce – É normal que pessoas que se amem façam isso... – e a beijou
Hermione sentiu sua pernas fraquejarem... Sua boca havia sido "invadida" pela língua de Rony, que exigia a sua... Seu lábios foram fortemente impressados pelos deles, mas causavam uma sensação indescretível...Para ela não existia nada que pudesse se comparar ao gosto maravilhoso daquele beijo... Parecia que o mundo não existia... Realmente não havia mais nada, enquanto ela estivesse nos braços de Rony...
Lágrimas rolaram pela face da atual Hermione, a sozinha e presa em lembranças... Como alguém podia fazer isso com ela! Como alguém podia deixa-la radiando de felicidade e também... Cheia de tristeza! Ela sabia que Rony era tudo para ela... Mas estava dificil aceitar o que ele tinha feito... Seu coração estava ferido. A pessoa que amava não confiara nela... E o orgulho ajudava a aprofundar essa ferida...
Levantou o olhar e viu o porta retrato que ficava em cima de sua mesa. Na foto ela e Rony estavam no jardim da Toca, sentados em baixo de uma árvore se beijando e eram pegos de surpresa pela foto. Deu um sorriso fraco ao ver a expressão de Rony ao perceber que Jorge tinha tirado uma foto do beijo deles... Realmente aquele dia tinha sido muito divertido... Ela ficara muito envergonhada, afinal eles ainda não havia comentado nada com a familia Weasley... E nem precisava, só pela expressão dos dois todos haviam percebido que eles, finalmente, tinham se acertado... Mesmo em meio a guerra, ela havia encontrado felicidade ao lado de Rony...
Ouviu o barulho de alguém batendo na porta de sua sala. Pareceu recobrar consciência de onde estava, saindo de sua lembranças felizes...
- Entre... – disse numa voz fraca. Tentava limpar as lágrimas rapidamente.
- Com licença... – Disse uma voz feminina, com delicadeza e entrou – Há uma pessoa que gostaria de falar com você...
A mulher estava de frente para Hermione, a encarando. Parecia ter a mesma idade de Hermione, tinha os cabelos negros encaracolados e curtos, na altura no queixo. Tinha os olhos negros e a pele morena, tendo harmonia nos traços do rosto. Vestia branco, assim como Hermione, diferenciando apenas pelo emblema na parte direita do jaleco, em que se lia enfermeira. Sua expressão passava seriedade e jovialidade ao mesmo tempo.
Hermione ergueu o olhar, para ver a pessoa que entrava, e baixou logo em seguida. Não ficou surpresa de ser Megan, a sua enfermeira ajudante. Apesar de nova, ela era muito responsavel e havia conquistado a confianca e o carinho de Hermione. As duas não tinham formalidades entre si, consideravam se amigas.
- Quem é! – perguntou Hermione que tentava disfarçar seu estado arrumando alguns pergaminhos que estavam sobre a mesa. Não queria que Megan percebesse seu estado.
- Arnold Mcfyle... – disse com a mesmo tom cordial. Mas parou de falar ao perceber que a medibruxa não a olhava – Algum problema Hermione!
- Não... – disse Hermione num tom não muito convicente – Apenas minha mesa que está uma bagunça! O que ele quer? Estou muito ocupada... – disse tentando desviar a atenção da enfermeira sobre si
- Ele disse que é muito importante – disse Megan com firmeza e uma sombrancelha levantada. Hermione estava estranha, mas se não queria falar nada iria respeitar. Voltou com a expressão serena – Ele é do Ministério...
- Ministério! – perguntou com espanto, interrompendo Megan. Encarou a enfermeira
- Sim... Pelo menos foi isso que ele disse... – disse ela com calma, parecendo não ter ficado chateada pela interrupção.
- Ele não falou o que ele quer comigo! – perguntou Hermione desanimada.
O que menos queria naquele momento era visitas... Ainda mais de representantes do Ministério... Imaginava que queriam interrogá-la novamente... Provavelmente para saber se ela tinha informações de Harry. O Ministério não tinha desistido de encontrar o "Escolhido" após a guerra, e de meses em meses interrogavam os amigos dele... Seu estomago afundou-se. Dessa vez ela sabia algo novo sobre Harry... Não sabia onde encontrar o amigo, mas QUEM poderia encontra-lo...
- Não... Apenas disse que era urgente... Deixo ele entrar! – perguntou de forma ansiosa, sabia que a amiga não estava bem...
- O segure por cinco minutos e depois deixe ele entrar... – disse Hermione demonstrando cansaço na voz. Voltou sua atenção novamente para os pergaminhos.
Megan ainda ficou alguns minutos em silêncio, esperando algo mais da medibruxa, mas ela nada falou. Virou e dirigiu-se até a porta e a abriu.
- Obrigada Megan... – disse Hermione num fio de voz, antes que a enfermeira saisse.
Megan virou-se para olhar a amiga. Viu a expressão de tristeza e cansaço que Hermione se encontrava e compreendeu perfeitamente que a amiga agradecia pela atenção, mesmo ela não querendo comentar qual era o problema. Megan lançou um sorriso para ela, transmitindo compreensão. E retirou-se.
Hermione agradeceu pelo silêncio da amiga. Estava sofrendo, mas não queria comentar seus problemas. Havia uma pessoa que ela gostaria de conversar naquele momento... Gina! Sua melhor amiga e também... a irmã que não teve biologicamente... Mas se ela estava daquele jeito, imaginava quando Gina ficasse sabendo da traição de Rony e Harry...
Tinha vontade de azarar os dois! Como podiam ser tão idiotas! Como podiam faze-la sofrer daquele jeito! E Gina então... A mais prejudicada nessa história toda... Lembrou-se da sua última conversa com Gina... "Não tem Volta..." A firmeza que Gina passou preocupou Hermione naquele momento, mas agora sabia o por que da resposta...
Mais uma batida na porta. Hermione deu suspirou, demonstrando sua exaustão. Olhou para o relógio na parede atrás de si. Faltava meia hora para o fim do expediente dela. Lá vamos nós... Disse pra si mesma
Sra Weasley estava muito atarefada naquele dia. Não que os outros dias não fossem, mas além de se preocupar com a casa ainda tinha que se preocupar com Fleur. A nora havia chegado na noite anterior, juntamente com sua neta, Grazielli, de apenas um ano.
Sra Weasley não a via mais como uma pessoa tão fútil, tinha aceitado o casamento do filho e achava até que ela era boa esposa e boa mãe, apesar de seu jeito. Mas ela tinha que admitir que Fleur não era a sua nora perferida.
Gui tinha levado a mulher e a filha para ficar com a mãe enquanto participava de uma conferência na Alemanha, sobre a econonia bruxa depois da guerra. O mundo bruxo ainda se reorganizava mesmo já tendo passado dois anos da queda do Lord das Trevas.
Sra Weasley adorava a neta, por enquanto era a única. Grazielli tinha o cabelos loiros planitados da mãe e os olhos castanhos claros do pai. Era linda! Não negava a descedência de veela.
O problema de ter a neta e a nora em casa é que o serviço aumentava, não por que Fleur não ajudasse. Pelo contrário, Sra Weasley fazia de tudo para que a nora não fizesse nada em sua casa. Ela não queria que ninguém se metesse nos serviços de SUA casa, e mesmo dizendo isso claramente, Fleur ainda teimava em ajudar.
Então, Sra Weasley se mantinha ocupada em fazer suas coisas e refazer as feitas por pela nora, não que estivessem erradas, mas não estavam do SEU jeito. Grazielli era muito pequena para entender o que realmente acontecia, mas se divertia em ver a avó e a mãe naquela disputa.
Sra Wealey estava na cozinha, lavando a louça do almoço. Fleur estava no andar de cima, mas precisamente no quarto dos gêmeos, onde colocava a pequena Grazielli para dormir. Sra Weasley agradecia pelo silêncio daquele momento. Ela odiava ficar sozinha, sem o barulho dos filhos e do marido, mas tendo só Fleur em casa era melhor o silêncio que seu sotaque arrastado.
Quando uma coruja branca deu algumas bicadas na janela da cozinha. Molly saiu de seus pensamentos e foi abrir a janela, dando passagem a coruja, que carregava um pequeno pergaminho na pata. Ao ver a coruja lembrou-se de Edwiges, a fiel coruja de Harry. Sentiu um aperto no coração, mal via seus filhos, agora crescidos cada um tinha sua própria vida, mas pelo menos sabia onde encontra-los... Já não podia dizer o mesmo de seu filho adotivo... Harry... Sentiu algumas lágrimas se formarem nos olhos, mas tentou não ficar triste naquele momento.
Tirou o pergaminho da coruja e ofereceu água e comida para ela, em sinal de agradecimento. Sabia que a coruja era do Ministério, a questão era saber quem da familia Weasley havia mandado... Já que Arthur e Rony trabalhavam lá e Gina estava estudando para ser auror.
"Mãe,
Estou indo para Alemanha. Como um dos teste para se Auror, surgiu a oportunidade de garatirmos a segurança da Conferência Internacional de Economia Bruxa. Fiquei muito empolgada! Não é lá que Gui está! Espero encontrá-lo lá... Não se preocupe comigo, estou bem e ansiosa para começar a trabalhar.
P.S: Dê um beijo na pequena Grazi por mim!
Beijos,
Gina"
Sra Weasley sentiu uma lágrima escorrer pela face. Sua caçula tinha criado asas e estava pronta para voar... Sentia felicidade e orgulho dela... Cada vez mais sua caçula mostrava como era uma Weasley! Não desistia diante os problemas e sempre estava pronto a ajudar quem necessitava... Gina foi muito companheira de todos durante a guerra e ainda lutou ao lado da Ordem da Fêniz, mesmo contrariando a familia... Sra Weasley sabia que ela tinha um motivo a mais que derrotar Aquele-que-não-deve-ser-nomeado, ela precisava ajudar Harry a viver... O amor dos dois era algo tão forte e bonito, que Molly sofreu ao ver o triste fim dele... Fim! Tudo bem que Harry venceu, mas ele tinha fugido... Deixando sua pequena amargurada... Ela podia disfarçar diante dos outros, mas nunca de sua mãe... Sentiu um aperto no peito. Sentia que sua filha precisava dela... Ah, Molly! Sua filha está bem... Repreendeu-se mentalmente e voltou ao seu serviço.
O resto do dia transcorreu "normalmente". Molly e Fleur na disputa pelas tarefas da casa e os cuidados por Grazielli. Mesmo entretida, Sra Weasley não deixava de pensar na única filha...
Rony olhava ao redor com o olhar entediado. Não aguentava mais ficar naquela cabana a espera de Harry. Ele tinha ido buscar o amigo como prometera, mas pensava que quando chegasse ele já estaria com tudo pronto para partir. Até parece que não conhece Harry... A voz em sua mente falou ironicamente. Depois Hermione reclama que eu deixo tudo pra última hora... O velho Rony lembrava-se de como a namorada pegava no seu pé, desde os tempos de Hogwarts. Uma tristeza lhe invadiu. SUA Hermione não tinha aceitado bem sua omissão... SUA! Acho que ainda está sonhando... Ela disse claramente para procurar outra NOIVA! O velho Rony zombava dele...
- Rony! – Harry quase gritou. Estava parado em sua frente e o olhava com uma expressão de curiosidade. O amigo parecia estar em outro mundo...
- Quê! – perguntou Rony assustado. Não tinha reparado que o amigo tinha chegado na sala
- Em que mundo você estava! – perguntou Harry, preocupado com o estado do amigo – Afinal, o que aconteceu! Você não me disse como Hermione reagiu...
- Está pronto! – interrompeu Harry, levantando da poltrona – Já está tarde e eu ainda não jantei... – disse mal-humorado – Vamos logo!
Harry olhou o amigo desconfiado. Algo não estava bem. Sabia que Hermione não aceitaria facilmente, mas estava mais preocupado agora, ao ver a reação de Rony quando falou em Hermione. Pela expressão de Rony, percebeu que não adiantaria insistir em obter uma resposta. O ruivo tinha a expressão levemente vermelha e contrariada.
- Só tem essas malas! – perguntou no mesmo tom. Olhava para as duas malas médias que estavam ao lado de Harry.
- Sim... Minhas outras coisas eu deixei na sua casa... – disse num tom baixo. Lembrar da Toca o fez sentir saudades da casa tão acolhedora e das pessoas que viviam nela...
- Ah... Claro... – Rony viu a expressão de Harry mudar.
O amigo deveria estar lembrando da sua fuga, que foi tão repentina que deixou boa parte de suas coisas no quarto dos gêmeos, no qual tinha ficado depois da guerra.
- Como vamos! – perguntou Harry, saindo do seu transe e tirando Rony do dele – Faz tempo que não aparato...
- Não vamos aparatar... – disse sério – Vamos por chave de portal... Você não pode aparatar no meu apartamento, se ainda não esteve lá...
- Seu Apartamento! – perguntou Harry confuso
- É... Acho melhor você ficar lá... – disse fingindo não ter percebido a expressão de Harry – Depois veremos o que fazer... – disse num tom misterioso
Harry estava perplexo. Não sabia o que tinha acontecido com o amigo e Hermione, mas não tinha mais a esperança que tudo estivesse bem... Mesmo sentindo muito apreensão em como seria rever a familia Weasley, ele pensou que iriam primeiro para a Toca.
Não é hoje que você irá revê-la... Esse pensamento o deixou triste, porém aliviado... Não se sentia pronto pra encarar Gina... Pelo menos ainda...
Hermione olhava aflita para cama de casal na suite de seu apartamento. Andava de um lado para o outro no quarto, esfregando as mãos, em sinal de nervosismo.
Não tem por que se sentir culpada! Repreendia a si mesma. Mas quando Rony souber vai me odiar por ter feito isso... Ele não confiou em você, por que deveria ter consideração por ele! È... Não podia pensar nele agora... Sua principal preocupação era com a pessoa deitada na cama. Como aquilo tinha acontecido! Como ela se deixou envolver com aquilo! Não sabia responder. Apenas sentia tristeza e remorso pelo que tinha feito e o que ainda estava fazendo...
O que importa é que está fazendo bem para uma pessoa... Parou e encarou novamente a pessoa que dormia na sua cama de casal com... Rony! Ah... Não podia mais continuar com aquilo... Aquele dia estava sendo muito dificil para ela... Na verdade, pior que o últimos dois meses de indeferença de Rony... Passou o dia relembrando seus momentos felizes com seu ruivo e sua decepção com ele... E depois aquele homem do Ministério aparaceu... Envolvendo-a nessa situação... Por Merlin! As vezes não acreditava que tinha tido coragem de fazer o que fez... Mas fez! E não adianta ficar se lamentando... É! Está feito e Rony um dia poderá me entender...
Harry sentiu a mesma sensação de seu quarto ano, quando estava indo com Hermione e os Weasleys para a Copa Mundial de Quadribol. O puxão no umbigo e alguns segundos depois estava caindo sentado no chão da sala do apartamento de Rony. PLAFT!
Viu o amigo descer com graciosidade e sentar no sofá. Rony soltou uma gargalhada ao ver Harry caido no chão, atrás do sofá.
- Isso que dá ficar sem usar magia... – Rony disse em meio as gargalhadas. Continuava sentado, mas com a cabeça virada, olhando Harry sentado desajeitado no chão.
- Muito engraçado... – disse ironicamente
- Quem está ai! – ouviram uma voz feminia que vinha do quarto principal, em frente a sala, mas que tinha a porta fechada.
Rony virou o rosto rapidamente ao escutar aquela voz. Mas do que ninguém ele sabia de quem era...
- Hermione! – soltou numa voz assustada e surpresa
Harry também reconheceu a voz e ficou parado. Conviver sete anos com Hermione e seus gritos já tinha adaptado seus timpanos. O jeito mandão da amiga na voz era único.
Hermione estava imensa em seus pensamentos quando escutou um barulho de algo caindo... Mas parecia algo enorme, pelo barulho que tinha feito... Ficou com medo. Teriam invandido o apartamento! Quem seria! Ladrão! Claro que não! Você mesma colocou feitiços contra ladrões trouxas... Então só poderia ser um bruxo... Ela ainda não tinha colocado o feitiço anti-aparatação no apartamento, tanto que Rony as vezes aparatava... Rony! Claro! Só poderia ser ele... Achou que ali seria o último lugar que ele estaria naquela noite...
Perguntou quem era. Claro que se fosse alguém perigoso, seria uma pergunta meio idiota, mas Hermione estava muito abalada e o receio de Rony estar ali a tinham deixando cega para essas hipoteses...
Abriu a porta lentamente e foi saindo, olhando em direção a sala, a sua frente. A primeira visão que teve foi uma cabeleira média ruiva, sentado no sofá. Aos poucos foi vendo todas as partes do corpo de Rony. Ele a olhava assustado, talvez pela surpresa, e também confuso. Seus olhares se cruzaram e por instantes não disseram nada por palavras...
Rony não entendia o por que de Hermione estar no apartamento, mas não deixava de sentir alegria por ve-la... Pensava que demoraria alguns dias para ela olhar de novo para ele, mas não! Ela estava ali...
Não olhe pra ele! Sua racionalidade dizia... Mas como! Aqueles olhos azuis me deixam sem ação... Naquele momento não sentia raiva, não sentia remorso, não sentia medo... Apenas a necessidade de ser abraçada por Rony! De escutar ele dizer que tudo iria ficar bem... Assim como ele tinha feito durante a guerra... E depois de conforta-la com palavras e com carinhos viria o beijo... Ah.. O beijo que tanto a deixava sem folego e sem atitude...
Viu um vulto de cabelos negros atrás do sofá que Rony estava sentado. Seus olhos desviaram do namorado. Aos poucos foi revelando um homem alto, magro, com a barba ainda por fazer, com intensos olhos verdes que eram em parte cobertos pelos cabelos negros revoltosos. Ele nem precisava tirar o cabelo que encobira a testa, pois ela já via a cicatriz na forma de um raio. Não podia acreditar no que estava vendo... Encarou a pessoa recém-descoberta e ele devolveu o olhar.
Sentiu lágrimas em seus olhos escorrerem pela face. Ele estava Ali! Depois de dois anos de angustia, ele finalmente tinha voltado...
- Harry... – disse com a voz fraca e embargada pelo choro.
