A escuridão tomara conta do céu naquela noite, e também dos corredores de Azkaban, mas isso era muito comum, naquele lugar nunca havia luz. Se não fosse por seus ouvidos acostumados aos gritos e sussurros insanos dos prisioneiros os aurores com certeza teriam estranhado o que acontecia na cela de Lucio Malfoy, que se encontrava sentado em sua cama olhando pela janela. Talvez não tivessem notado nada pois não podiam ver seu sorriso enorme e o brilho quase insano em seus olhos, ele esperava algo, esperava que seu filho tivesse sucesso na sua missão, esperava sair dali naquela noite e levar com ele o maior número de comensais possível.

Olhava a lua e por ela podia dizer que estava quase na hora, quase na hora de voltar a ser livre e de voltar a servir seu mestre. Mas e se Draco não conseguisse? E se falhasse? Se isso acontecesse o garoto iria sentir o que é fúria, e desejaria jamais ter nascido. Mas seus pensamentos foram interrompidos por um calor inexplicavel em seu corpo, soube naquele momento que ele não tinha falhado.

Tinha pouco tempo agora, o plano estava pronto, tinha que ser rápido, tinha que pegar a flor furar seu dedo em um dos espinhos e falar sua fala, tudo em cinco segundos, qualquer erro poderia comprometer a missão, e isso, ele sabia, o Lord jamais perdoaria.

Tudo tão rápido, a flor, o sangue, as palavras tão bem ensaiadas...Tudo perfeito, então a flor sumia e aquele ritual se repetia em diferentes celas da prisão, sem que ninguém notasse nada do que acontecia.


Draco não gostava daquele silêncio, parecia o silêncio da morte, e isso não lhe trazia boas recordações, aquele silêncio parecia do tipo que nunca acabava. Queria sair correndo daquela floresta, voltar para seu dormitório e tomar um banho bem quente, mas não conseguia se mexer. Passou um minuto inteiro parado, temendo o que poderia acontecer se alguém lhe pegasse, começou a pensar em desculpas e se acalmar, se isso acontecesse não poderia parecer culpado. No momento em que as estrelas voltaram a brilhar e o mundo voltou a fazer barulho seu pior temor se tornou realidade, alguém pulou de trás de uma árvore.

- Parado aí! - ela olhou para ele com mais atenção e ele olhou para ela, reconhecendo sua professora de Transfiguração Minerva McGonagall. - Sr. Malfoy? - perguntou ela com uma expressão muito confusa.

- Olá professora! - falou ele com a voz mais inocente que conseguiu e olhando para ela com uma expressão de surpresa, seu tom era formal, mas sem ser totalmente debochado. - O que a senhora faz por aqui?

- Eu acho que posso perguntar o mesmo Sr. Malfoy. - falou ela abaixando a varinha.

- Sim, mas eu perguntei primeiro.

Não pode se conter, mas percebeu seu erro no momento em que ela olhou para ele com uma cara impaciente, então baixou a cabeça, não devia desafiar a professora assim.

- O que o senhor faz por aqui Sr. Malfoy?

- Só passeando professora. - falou ele com a cara mais séria e ingenua que conseguiu, não era uma boa desculpa, mas se insistisse nisso talvez se safasse.

- No meio da Floresta Proibida? - perguntou ela com uma voz desconfiada.

- Sim professora, é um lugar lindo, a senhora não acha?

Ela olhou para ele com uma cara incrédula e bastante confusa, "Também, você deve estar parecendo a Lovegood, desse jeito não vai dar certo, mas agora não da pra encontrar outra desculpa..."

- Agora eu tenho que ir professora, foi um prazer falar com a senhora, mas eu já passei da hora de dormir sabe...

Deu um passo e não ouviu nada, outro e mais outro e quando começou a acreditar que sairia livre ela saiu do estado de choque e falou às suas costas.

- Parado Sr. Malfoy!

Parou e respirou fundo, dois segundos depois alguém apareceu e se jogou em cima dele, gritando:

- Eu peguei! Eu peguei!

- Saia de cima dele Grevye! É um aluno!

O homem saiu de cima dele mais rápido do que tinha pulado e então Draco pôde observar ao seu redor, haviam no minimo 15 pessoas, entre elas os professores Filtwick, Sprout e a Madame Hooch.


- O que você fazia lá Sr. Malfoy?

Draco respirou fundo e respondeu pela décima segunda vez.

- Eu já disse, eu estava dando uma volta. Eu sofro de insônia, e hoje eu não consegui dormir, por isso sai do castelo para passear nos jardins, foi ai que eu entrei na Floresta Proibida.

O auror observou ele em silêncio por alguns instantes e depois anotou algo em sua caderneta. Um outro auror tomou a palavra.

- Desde quando o Sr. sofre de insônia?

- Desde pequeno, nenhuma poção ajuda, então tudo o que eu faço é esperar o sono chegar.

- Quantas horas, em média, você dorme por noite?

- Sem querer te desrespeitar, mas no que isso vai mudar sua investigação?

- Simplesmente responda a pergunta.

- Quando eu tenho essas crises cerca de três horas.

- Viu, não doeu não é mesmo?

Draco olhou para o homem com uma cara de tédio e raiva, a raiva porque eles não deixavam ele dormir.

- O senhor é sonâmbulo?

- Não, senhor.

- Ok.

Os dois aurores sairam da sala e Draco se largou um pouco na cadeira. Haviam levado ele para aquela pequena sala há horas, e nunca paravam de fazer perguntas inuteis. Mantinha sua história e ficava alerto o tempo todo para não cometer nenhum deslize. Estava exausto, tudo o que mais desejava no momento era sua cama, mas ao que parecia eles nunca se cansavam daquilo, e não o deixariam ir para cama tão cedo.


- Ele parece estar dizendo a verdade, não cometeu nenhum deslize nem desviou o olhar, eu diria que por mais absurdo que pareça ele estava na hora errada no lugar errado.

- É, é o que parece. Já é tarde, talvez devessemos mandar ele dormir e talvez começar de novo amanhã, se vocês ainda tiverem duvidas...

- Aparentemente ele sofre mesmo de insônia. - um outro auror chegava perto deles com vários pergaminhos nas mãos. - Eu falei com a Madame Pomfrey, a enfermeira do colégio, e segundo o arquivo dele já lhe foram receitados todos os tipos de poções para insônia e nada funciona, mais forte das que ele já tentou só as que são dadas a animais violentos de grande porte.

- Então é isso, um Malfoy aparentemente inocente. - falou o auror que derrubara Draco no chão mais cedo naquela noite.

- Incrível não é mesmo? - falou um outro auror.

Os dois se retiraram levando junto todos os outros aurores, os professores se juntaram olhando para Draco pela grande tela que mostrava a "sala de interrogatório".

- Eu vou mandar ele para a cama, amanhã discutiremos sua punição. - falou Minerva caminhando até a porta da sala, quando chegou lá pareceu se lembrar de algo e virou novamente.

- Filtwick, você poderia por favor avisar o Prof. Snape do ocorrido?

- Claro, boa noite a todos.

E se retirou pelo corredor.

O dia 26 de Setembro amanheceu ensolarado e quente, mas para Gina o dia não começou tão bem, na verdade durante toda a manhã os deuses não sorriram para Gina, para começar ela acordou atrasada e, ao tentar correr para pegar seu uniforme tropeçou na sua mala caindo no chão e machucando seu joelho, depois se olhou no espelho e viu que seu cabelo estava horrível, teve que prender ele enquanto descia as escadas, e não teve muito sucesso nisso já que quando faltavam poucos degraus para chegar ao Salão Comunal ela tropeçou em só Merlin sabe o que e caiu da escada. Quando finalmente conseguiu sair do Salão Comunal já tinha arrumado o cabelo, mas estava toda dolorida e tinha um roxo na perna. Então, ao chegar na aula de Transfiguração em cima da hora perdeu 20 pontos por não entregar um trabalho e falar um palavrão. Mas, pelo jeito, ainda não era o suficiente, já que na hora do almoço quando ela andava sozinha pelo corredor das masmorras depois de escutar um sermão de dez minutos e ser informada do horário e dia de sua detenção ela bateu em alguém, essa batida foi tão forte que ela caiu de bunda no chão e, por cima dela caiu uma xicara de café quente.

- Filho da $#! Olha por onde anda. - falou ela puxando a blusa para longe da pele para que não a queimasse mais do que já tinha queimado.

- Olhe você por onde anda Weasley, você que estava correndo.

Só então ela olhou em quem tinha batido, como não podia deixar de ser em um dia tão maravilhoso, era ninguém menos que Draco Malfoy.

- Sai da minha frente Malfoy,. - falou ela se levantando e tentando passar por ele.

- Não, você não vai embora. - ele segurou ela pelo braço e ela encarou ele confusa. - Você vai até a cozinha para pegar outra xicara de café.

- Não vou não Malfoy! Você que derrubou, não eu. - agora ela estava confusa, todas as recordações daquela noite voltaram a toda para sua mente, e ela teve a estranha vontade de beijar ele, só pra ver se a sensação seria a mesma. Foi despertada de seus devaneios pela voz arrastada da pessoa a sua frente.

- Muito bem, então você pode falar isso para o professor Snape, já que o café era para ele.

Ela fez uma cara de desagrado e trincou os dentes para não chingar o professor de tudo o que estava entalado na sua garganta, afinal quem tomava café àquela hora? Bufou e depois de lançar um olhar de raiva para o Malfoy caminhou em direção da cozinha, toda suja de café.

No caminho parou em um banheiro e com um feitiço rápido limpou sua roupa, se olhou no espelho e observou o que uma manhã daquelas fazia com sua aparência, tinha olheiras enormes e estava pálida de fome, não tinha comido nada a manhã inteira, por um momento pensou em ir almoçar e deixar o Malfoy na mão, mas a possíbilidade de levar outra detenção não foi bem aceita por sua mente. Com um movimento da varinha fez as olheiras desaparecerem e seguiu seu caminho até a cozinha.

Caminhou pelos corredores das masmorras e encontrou o Malfoy sentado esperando no meio do caminho.

- Aqui esta o café Malfoy.

- Até que enfim, nunca vi uma pessoa tão lerda Weasley.

Ela entregou o café para ele e seguiu para o Salão Principal.

Draco pegou o café e caminhou até a sala de Poções, sabia o porque de ter sido chamado ali, o professor com certeza queria falar com ele sobre a noite anterior, mas simplesmente não conseguia se preocupar, sua cabeça estava em outro lugar. Desde que vira a Weasley naquela manhã não conseguia parar de pensar na noite em que beijara ela, porque beijara ela naquela noite? Agora não conseguia esquecer o gosto de sua boca, o toque suave dos seus labios contra os seus, até o tapa que ela dera nele depois. Sabia que ela tinha gostado do beijo tanto quanto ele, "Mas você NÃO gostou do beijo, aquilo foi um espasmo, nada mais do que isso".

Chegou na sala e bateu na porta, ouviu a voz do professor dizendo para ele entrar. Sentou-se de frente para a mesa dele e lhe entregou o café, quem bebia café àquela hora? Não teve tempo de pensar mais sobre isso já que o professor começou a falar.

- Imagino que você já saiba porque esta aqui Sr. Malfoy?

- Eu imagino professor.

- Muito bem, ontem você foi encontrado na Floresta Proibida no meio da noite, só com isso o senhor já transgrediu duas regras da escola. Os professores estiveram conversando sobre a sua punição, surgiu a idéia de lhe tirar do cargo de monitor e lhe fazer auxiliar a professora Sprout em uma de suas plantações, mas não foi aprovado por você ser um bom monitor e por ser a primeira coisa séria que você faz esse ano. Por isso nós decidimos que você terá que ajudar a Madame Pomfrey na enfermaria por tempo indeterminado, você deve ir lá depois das aulas todos os dias.

Draco ia começar a reclamar, odiava doentes, na verdade tinha nojo deles, e agora teria que trabalhar na enfermaria? Mas o professor falou antes.

- Mais uma coisa Draco.

Ele se levantou e caminhou até a porta olhou para fora para ter certeza de que não havia ninguém ali e depois trancou ela. Caminhou até sua mesa e sentou-se de frente para Draco.

- Eu sei porque você foi a Floresta Proibida ontem.

- Mas é claro que sabe professor, eu já disse, eu tive insônia e fui dar uma volta, e foi aí que a Prof. McGonagall apareceu.

- Não Draco, eu sei o motivo verdadeiro porque você foi a Floresta.

Draco engoliu em seco, sabia que o professor dizia estar no lado das trevas, mas nunca tivera certeza absoluta disso, talvez falar sobre isso com ele não fosse seguro.

- Eu quase enlouqueci quando me disseram o que seria feito, era bastante arriscado, e quando seu pai disse que diria para você fazer isso eu achei que não conseguiria, por isso fiquei de olho, mas você conseguiu, parabéns, ainda conseguiu convencer a todos com essa história no minimo absurda, incrível.

- Muito obrigado professor. - agora sorria, gostava bastante de elogios, uma falha, segundo seu pai. Mas sabia muito bem quando confiar ou não em alguém, por melhor que seu professor fosse em Oclumência, Draco podia ver quando alguém mentia, estava nos olhos, bem no cantinho, onde se escondia toda a verdade. E o homem a sua frente falava a verdade.

- Queria te dizer que seu pai esta muito bem, está escondido e me pediu para lhe dar os parabéns.

- Muito obrigada, diga a ele que não fiz mais do que minha obrigação.

- Claro Draco, - disse ele levantando e caminhando até a porta para destranca-la. - um dia, garoto, você será um grande comensal.

- Obrigado professor.

Ele saiu da sala de Poções e caminhou até o Salão Principal, não tinha aula depois do almoço então tinha algum tempo livre. Agora sua mente voltava a pensar na Weasley, e ele voltava a se odiar por aquela noite.

Os dias se passaram sem grandes acontecimentos na escola, no primeiro dia de Outubro seria anunciado o time de Hogwarts, e a escola voltava a estar uma bagunça, mas agora bem menos do que antes, pelo menos os professores conseguiam dar aulas. No Sabado no fim da tarde os professores foram avisados sobre uma reunião para comunicar os ganhadores só entre eles. Às 17:30 minutos já estavam todos na sala dos professores, esperando por Dumbledore, que chegou depois de alguns minutos.

- Boa tarde, desculpe atrapalha-los no Sabado, mas o combinado foi que os professores seriam comunicados antes do resto da escola, e como os resultados só sairam hoje... - ele deu um sorriso bondoso para todos na mesa e depois falou. - Sem mais delongas vamos dizer que eu acredito que teremos um time incrível neste ano, me arrisco a dizer que seremos imbativeis...

Ele entregou uma folha de pergaminho para cada um dos professores e depois começou a ler.

- No time reserva nós temos: Blaise Zabini como goleiro, Jennifer Carroll, Megan Bloon e Gabriel Smith como artilheiros, Daniel Forman e Fernando Piovesan como batedores e Rafaela Ferrari como apanhadora. - ele parou por um segundo e observou a todos, parecia que estava esperando uma cara de reprovação, mas todos pareciam concordar com a lista. - No time principal nós temos: Kyra Noonan como goleira, Ginevra Weasley, Teo Simon e Lucas Prallon como artilheiros, Manoela Carter e Junior Cabot como batedores e Harry Potter como apanhador.

Mais uma vez ele olhou para todos, e pode perceber que um deles tinha uma expressão de desaprovação, então perguntou.

- Algum problema Prof. Snape?

O homem olhou para ele e falou.

- Eu acho que tem algo errado.

- E o que é?

- Dos quatorze só um é sonserino.

Dumbledore observou a lista e falou.

- É verdade, mas eu não vejo exatamente um problema aqui.

- Bom, para mim parece discriminação.

- Como assim?

- Bom, aqui tem três lufa-lufas, cinco corvinais, cinco grifinórios e só um sonserino.

- Eu vi isso professor, mas as pessoas não foram escolhidas por suas casas, mas por suas abilidades.

- Tudo bem então, mas eu não acho que os sonserinos vão gostar de só terem um representante no time, e ainda por cima no time reserva...

Dumbledore sentou-se e olhou para ele, sabia que ele tinha um ponto, os sonserinos podiam ser extremamente competitivos, e não gostariam nada daquilo.

- E o que o senhor sugere que eu faça Severo?

- Se eu soubesse não estaria apresentando a questão aqui, diante de todos. - ele deu um olhar cruel para todos a sua volta.

- Alguma idéia? - pediu logo depois.

Todos ficaram em silêncio, então Madame Hooch falou.

- Nós não podemos mudar os times, não seria justo...

- É, mas os outros sonserinos que fizeram o teste eram ruins? - pediu o professor de Feitiços.

- Mais ou menos, não eram bons o bastante...

- Eu vi todos os testes, - falou Prof. Minerva. - e eu acho que você tem razão, nenhum deles era melhor do que os que estão no time.

Todos ficaram em silêncio, não havia solução, e tudo o que eles não precisavam era de um bando de sonserinos bravos... Apesar do professor de Poções estar sorrindo, o que era uma demonstração que ele achava engraçada a situação e a idéia de uma revolução dentro do colégio.

- Eu acho que devemos pensar sobre isso com calma, amanhã voltamos a nos reunir, se não acharmos uma solução para por um sonserino no time principal teremos grandes problemas. - falou o diretor levantando-se seguido por todos.

Cada um dos professores seguiu para sua sala, cada um mais confuso do que o outro, será mesmo que os sonserinos ficariam tão furiosos com aquilo? Quer dizer eles normalmente não se importavam com qualquer coisa que envolvesse a escola, mas todos também sabiam que aquilo era diferente, que era uma questão de honra, e isso, eles nunca deixavam de lado.

Enquanto andava pelos corredores em direção aos seus aposentos Madame Hooch teve uma idéia, havia um sonserino bom o suficiente para jogar no time de Hogwarts, e, para melhorar, ele quase que um lider para os sonserinos. O grande problema é que ele não havia feito os testes e que ele jamais aceitaria fazer parte do time, tudo isso porque ele era Draco Malfoy, o garoto mais insuportavel, egocêntrico, mimado e mau do colégio.

Caminhou até a enfermaria onde sabia que ele estava cumprindo uma detenção pensando em modos de convence-lo, mas sem deixar transparacer que eles precisavam dele.

- Boa tarde Madame Pomfrey, senhor Malfoy.

- Boa tarde. - falou a enfermeira sorridente, enquanto o garoto simplesmente a ignorou.

- Eu poderia ter uma palavrinha com seu ajudante?

- Claro, ele não tem sido de muita ajuda mesmo... - falou ela se afastando em direção a uma maca onde uma garota estava deitada gemendo de dor.

- Sr Malfoy, posso falar com o senhor?

- Claro, porque não?

Respirou fundo, pelo menos ele não tinha feito birra, desde o primeiro ano daquele garoto que não suportava ele, e isso nem era tanto pelo pai dele, era mais pelo modo como ele era, o modo como tratava a todos, como seres inferiores, "Um verdadeiro sonserino", pensou.

- Sr. Malfoy eu vou direto ao ponto, nós, os professores, gostariamos que o senhor entrasse para o time de Hogwarts.

- Como é? - pediu ele com uma sombrancelha levantada. - Mas eu não fiz os testes nem nada disso.

- Eu sei disso, mas falei sobre como acho que o senhor seria perfeito para todos e eles concordaram em ver você jogar hoje à noite.

- Hoje à noite? Impossível, como a senhora vê, eu tenho que cuidar dos doentes...

- Se o senhor aceitar e passar no teste você não terá mais que ajudar a Madame Pomfrey, só tera que participar do time.

- Agora é uma situação completamente diferente, mas eu não gosto dessa coisa de "se", eu quero uma garantia.

- Uma garantia? Do que? - ah um homem de negócios, tudo o que ela precisava.

- De que eu não vou mais precisar trabalhar aqui.

- O senhor não vai mais precisar trabalhar aqui se entrar para o time, se não entrar vai ter que continuar trabalhando aqui.

Ele olhou para ela e falou:

- Eu acho que já estou dentro do time, mas ainda quero uma redução de pena.

- O que você quer dizer com "redução de pena"?

- Que se eu fizer o teste e não entrar eu só vou precisar trabalhar aqui por pouco tempo, vamos dizer assim, uma semana.

Ela olhou para ele incrédula, mas ele parecia bastante sério. Então ela percebeu que estava na mão dele, e ele sabia disso. Encarou ele por alguns segundos e disse.

- Tudo bem, mas com uma condição, se você jogar mal de propósito eu vou aumentar sua "pena", como você a chama, combinado?

- Você quer dizer que se eu jogar mal minha pena vai ser aumentada, mas que se eu jogar bem consigo uma vaga no disputado time de Hogwarts?

- Sim.

- Por todo o ano?

- Até o fim do torneio, sim.

- Agradeço professora, mas eu passo.

Então ele virou as costas e começou a ir embora, aquilo tinha sddo inesperado, por um momento ela achou que seria fácil, doce ilusão.Segurou ele pelo braço e falou com os dentes trincados.

- O que eu posso fazer para convence-lo Sr. Malfoy? - sua voz mostrava toda a raiva que ela sentia, aquele era o garoto que ela conhecia, querendo tudo, e o pior é que ela tinha que atender, afinal realmente precisava dele.

- Exatamente o que eu queria ouvir, incrível professora. - ele sorriu para ela um sorriso debochado antes de continuar. - E, para provar que eu não sou tão mau como você pensa, só vou fazer um pedido simples.

- Então faça.

- Eu quero ter acesso a todos os livros da seção reservada, sem exeção.

- Eu creio que não posso fazer isso senhor Malfoy.

- Então tudo bem...

Ela respirou fundo e pensou, o que era mais perigoso, um sonserino com acesso legal a livros de magia avançada ou muitos sonserinos furiosos e com acesso aos livros de sua biblioteca pessoal com certeza com livros muito mais perigosos do que os que haviam na escola... E decidiu que a segunda opção era mais perigosa que a primeira então...

- Ok Sr. Malfoy, pode ser arranjado.

- Muito bem professora, ótimo, ótimo... Então a que horas é o teste?

- À meia noite, no campo de Quadribol.

- Meia noite? Por acaso é algo ilegal?

- Não senhor Malfoy, mais uma coisa, se você entrar no time você deve encara-lo como uma detenção, algo que você é obrigado a cumprir, ou seja, uma vez que você estiver no time você não pode sair.

- Ok professora.

- Muito bem. - ela estendeu a mão para ele e os dois selaram o acordo.

A professora mandou corujas para todos os professores falando sobre o teste e chamou Lucas Prallon, que tinha tido a pior pontuação dos artilheiros do time, para o teste, dizendo que esse seria o teste definitivo, se ele fosse melhor ele entraria no time, se fosse pior não estaria nem no time reserva.

À meia noite estavam todos lá, um dos jogadores estava extremamente calmo, o outro quase tremia só de olhar para seu oponente, não era todo o dia que Draco Malfoy era sua maior barreira entre seu sonho e você.

O teste durou meia hora, cada vez um começava com a goles e eles eram avaliados em vários critérios. Quando o teste terminou os professores faziam anotações, os dois alunos seguiram para o castelo junto com Hagrid e os outros professores ficaram ali discutindo.

Madame Hooch voou até eles e desceu da vassoura nas arquibancadas e observou enquanto eles decidiam, tinham decidido deixar de lado a situação delicada em que se encontravam, mesmo que isso fosse difícil, e avaliar o jogador pela sua técnica.

Depois de alguns minutos ela perguntou:

- E então?

Gina andava pelos corredores mais uma vez durante a noite, passou por uma janela e viu luz no campo de Quadribol, o que era muito estranho àquela hora da noite, pegou sua presilha de cabelo e transfigurou ela em um pequeno binóculo, olhou orgulhosa sua obra, adorava transfiguração, e depois começou a observar o campo, reconheceu imediatamente a cabeça loira quase branca de Draco Malfoy, ele estava fazendo, aparentemente, o mesmo teste que ela fizera para o time de Hogwarts com um garoto que ela não conhecia. Ficou impressionada com o modo como Malfoy jogava, ele jogava realmente bem. Se surpreendeu que ele não tivesse feito um teste para o time ou que ele nunca tivesse jogado nessa posição no time da Sonserina. Viu Madame Hooch apitar e eles descerem das suas vassouras, Queria continuar observando, mas ouviu um barulho vindo do fim do corredor e teve que correr antes que alguém a visse fora da cama, era um saco não ser Monitora e por isso não poder andar por aí a noite.

Madame Hooch esperou ansiosa pela decisão, se eles escolhessem o insuportavel teriam a solução, e assim poderia dormir tranqüila.

- Bom...

N/A:Olá!Nossa até que foi rápido dessa vez...Nesse capítulo nós temos a Gina, o que já é um avanço, mas ainda nenhuma ação, que pena...Mas tudo bem, porque tudo vai começar a se encaminhar para esse lado rápido, então não sintam, muita raiva.Até pq como vocês puderam ver eles pensam um no outro, meio que se castigando, mas já é alguma coisa.

Eu queria agradecer os comentários a aNiTa JOyCE BeLiCe, Nick Evans, Lou Malfoy, Ane Malfoy e Débora Muller Vizone.Milhões de beijos pra todos vocês...

Respondendo a uma pergunta, não, essa fic não vai ter NC, simplesmente pq eu não sei escrever.E eu ainda não sei quantos capitulos vai ter, desculpe.

Agora um apelo, comentem!Me deixem felizes que eu prometo que tento postar mais rápido

Beijos e até mais

Nina Black Lupin