Olhou nos olhos dele, aqueles olhos verdes como esmeraldas, que estavam nervosos, apreensivos. Sorriu, como podia ser, mesmo desconfiando a tanto tempo agora aquilo era real, ele realmente pensava nela como mais do que uma amiga, isso era tudo que ela desejara por tanto tempo. Baixou os olhos por um segundo, com as lembranças do Malfoy querendo voltar, mas não naquele momento, ela não permitiria, naquele momento ela só queria pensar no garoto a sua frente, não em nenhum outro.
Olhou novamente nos olhos dele e começou a falar.
- Harry, e... - ela suspirou e riu de nervosa, ele também sorria, olhando ela, com as mãos ainda nas mãos dela. - ...não sei bem o que dizer, eu sempre fui apaixonada por ti, sempre. Pra mim essas palavras sempre foram tudo que eu quis escutar. E agora, depois de todos esses anos... Ah... Sim. Eu aceito.
Ele deu o maior sorriso que ela já tinha visto, e abraçou ela forte, depois encostou os lábios nos dela, beijando-a devagar.
Se separaram depois de alguns minutos, ele pegou sua mão, e, com os dedos entrelaçados, eles sairam da Sala Precisa, indo direto para o Salão Comunal da Grifinória. Agora que ela relaxara, sua mente vagou solta, parando naquela mesma lembrança de sempre, e adicionando, logo antes de ser repreendida e esmagada, "O beijo do Malfoy foi diferente, muito melhor.".
Na manhã seguinte a escola estava em chamas, todos falavam do namoro de Harry Potter com a caçula dos Weasley, sempre apaixonada por ele. No Salão Comunal da Sonserina o veneno estava em todos os lados, as cobras já conhecidas e até as desconhecidas saiam de suas tocas para falar do assunto. Pansy Parkinson, a rainha das fofoqueiras da Sonserina, por ser a mais venenosa, discursava sobre o assunto quando Draco Malfoy saiu do dormitório feminino do sexto ano da Sonserina, arrumando a capa. Ele se aproximou do grupinho, mas só ficou para ouvir de quem estavam falando, ao ouvir quem era o mais novo casal da escola saiu do Salão Comunal, com um nó na garganta.
I'm coming out of my cage
Eu estou saindo de minha gaiola
And I've been doing just fine
E estou indo muito bem
Gotta gotta be down
Devo estar triste
Because I want it all
Porque eu quero tudo isto
It started out with a kiss
Isto começou com um beijo
How did it end up like this
Como foi terminar assim?
It was only a kiss, it was only a kiss
Foi só um beijo, foi só um beijo
A Weasley, não podia acreditar. Aquela pobretona e o rei dos sangue ruins. Por que se sentia tão mal? Por que sentia aquele aperto no coração só de pensar? Não podia se controlar, mas tinha que se controlar. Olhou ao redor, estava em um corredor vazio, sem ninguém para vê-lo ou ouvi-lo. Então enterrou o rosto nas mãos e gritou. Bateu com força na parede até abrir um corte em sua mão, aquilo não estava certo, não conseguia parar de pensar naquela noite, nos lábios dela, na pele quente causando um choque térmico contra sua pele fria. Suspirou e com um feitiço curou o corte aberto em sua mão. Tinha sido um beijo, nada além disso, mas pensar isso só o deixava mais confuso, se fora só um beijo por que se sentia assim? Por que?
Andou um pouco mais, ia em direção as masmorras, onde sabia de uma sala escondida, um lugar onde nunca havia ninguém, um lugar que ele ocupava desde o primeiro ano, onde ele podia pensar sobre tudo o que lhe acontecia, sobre suas frustrações. Fazia tempo que não ia lá, mas sabia que estaria intacto, ninguém mais podia ir até lá.
Quando entrou na sala sorriu, seu território, finalmente se sentia seguro novamente, sem nada com que se preocupar, nem Weasley, nem Potter.
Depois de alguns minutos sentado em uma poltrona fofa seus pensamentos voaram alto, então voltou a pensar nela, na sua ruiva. E naquele lugar, naquele momento era isso que ela era, sua.
Now I'm falling asleep
Agora eu estou dormindo
And she's calling a cab
E ela está chamando um táxi
While he's having a smoke
Enquanto ele está fumando
And she's taking a drag
E ela está dando um trago
Virou-se meio adormecido na cadeira, sonhava acordado, sonhava com ela, mas o sonho era diferente, não era ele que a acompanhava, era um certo moreno, com olhos verdes e uma cicatriz na testa.
Now they're going to bed
Agora eles estão indo para a cama
And my stomach is sick
E meu estomago está revoltado
And it's all in my head
E está tudo na minha cabeça
But she's touching his chest
Mas ela está tocando o peito dele
Now, he takes off her dress
Agora, ele tira o vestido dela
Now, let me go
Agora, me deixe ir
Acordou em um pulo na cadeira, quase caindo no chão. Respirou algumas vezes lembrando do sonho, olhou o relógio, haviam se passado apenas dez minutos, dez minutos muito conturbados. Engoliu em seco e fechou os olhos novamente, as imagens do sonho rapidamente tomando conta de sua mente, não conseguia pensar em outra coisa, só em outra pessoa fazendo o que ele queria fazer, sabia que era só sua imaginação, mas parecia muito real.
I just can't look
Eu simplesmente não posso olhar
Its killing me
Está me matando
And taking control
E tomando controle
Passou a mão nos cabelos, então levantou-se e saiu da sala, tudo aquilo era loucura, não parava de pensar nela porque sabia que o Potter queria ela, era só isso, competição, como sempre. Com isso esclarecido sorriu, era isso mesmo, como não havia percebido antes? Gargalhou sozinho enquanto ia em direção ao Salão Principal.
Varreu ela de sua mente como não conseguira fazer durante tanto tempo, pela primeira vez em semanas se sentia Draco Malfoy de novo, com a mente bem longe da Weasley, sentiu-se renovado ao entrar no Salão Principal, sentou-se na mesa da Sonserina sem olhar para a mesa da Grifinória procurando por ela, o que não acontecia a muito tempo.
Já tomava seu café quando o salão mergulhou em um silêncio, cortado por sussurros por todos os lados, ele entendeu imediatamente o que tinha acontecido, mesmo antes de Johanna sussurrar em seu ouvido.
- Então os rumores são verdadeiros.
Levantou a cabeça e viu, a Weasley e o Potter, cercados de pessoas, na entrada do salão. Reconheceu o grupinho ao redor deles, sempre ali, como guarda costas. Viu as mãos entrelaçadas. Eles começaram a andar devagar, em direção a mesa da Grifinória.
Gina estava pasma, tudo aquilo era novo pra ela, estava acostumada a ser ignorada, quase invisivel, mas agora todos a olhavam, podia sentir isso. Sentia-se estranha, sabia que aquilo aconteceria, por causa do Harry, mas ainda assim estranhava. Parecia outra vida, parecia que ela se tornava de repente outra pessoa na visão dos outros, e ela não gostava disso, sentia-se exposta e ao mesmo tempo sentia que uma mascara surgia para acobertar sua verdadeira face, e que era aquilo que as pessoas iriam ver. Era como se tornar falsa, sem ter escolha. Odiava aquela sensação.
Passou os olhos por todas as mesas, quase que amaldiçoando todos, amaldiçoou também as pessoas que se aglomeravam a seu redor, tinha que andar muito devagar por causa delas. Ao olhar as mesas novamente cruzou o olhar com um par de olhos azuis acinzentados que lhe pareceram debochados, como se risse dela. Aqueles olhos ela amaldiçoou com todas as suas forças.
Harry apertou sua mão, ela olhou para ele e encontrou seus olhos de esmeralda e sorriu, sentiu-se novamente confiante, cheia de alegria, então eles andaram até a mesa da Grifinória.
Draco observou-a, sempre estupidamente apaixonada pelo Potter, ela parecia perdida, como que admirada com tanta atenção. Ao mesmo tempo notava um certo desespero nela, algo estranho, como se quisesse respirar e não conseguisse. Quase sentiu pena dela, "Ela realmente achou que tudo seria como em seus sonhos? Que besteira, parece que não é desse mundo.". A quase pena se dissipou rapidamente, como se não conseguisse sobreviver nele, sentiu-se estranhamente feliz. Feliz porque tudo aquilo era ridículo, e quem pagava o mico era o Potter e sua nova namoradinha, sorriu por dentro, a algum tempo não debochava do Potter... Era nisso que pensava quando seus olhos cruzaram com olhos profundos e castanhos, que lhe passaram uma grande confusão, aquilo não durou mais que dois segundos, mas ele pode sentir todo o medo dentro dela.
O dia passou devagar, como era de se esperar não se falava em mais nada no colégio que não fosse sobre os novos pombinhos, Draco agora entrava na conversa, não fugia como fizera naquela manhã, sentia tudo mais claro, riu do Potter e da Weasley por quase toda a tarde, junto com quase toda a Sonserina, não sabia que um tema besta como aquele podia dar tanto assunto, mas aparentemente, as venenosas, podiam achar assunto até mesmo nas menores coisas, e tornar interessante até o mais entediante.
A noite chegou no mesmo ritmo que o dia, devagar, meio preguiçosa, e com muitos risos vindos da mesa da Sonserina na hora do jantar. Aparentemente as coisas não haviam esfriado desde a manhã para o casalzinho, as fofocas continuavam, histórias inventadas por desocupados e desinteressados nas aulas, o treino de Quadribol tinha sido como todos os outros, e a semana chegava ao meio, o que fazia com que todos sonhassem com o fim de semana que se aproximava novamente, o que deixava todos com menos vontade de estudar e mais vontade de falar besteiras sobre a mais nova fofoca, e espalha-las pela escola, é óbvio.
Draco voltara a se focar em assuntos imediatos, não tivera noticias de seu pai depois da fuga, que, ele observara, havia sido escondida da imprensa. O Ministério não podia se dar ao luxo de que alguém ficasse sabendo do que aconteceu, por isso proibira visitas a alguns presos, alegando inumeras coisas, mas Draco sabia porque eles não podiam ser visitados, era porque não estavam mais lá. Estava com a cabeça cheia, nem mesmo as piadas pareciam tão engraçadas.
Depois do jantar Gina saiu para os jardins, conseguiu se separar de Harry dizendo que ia se encontrar com uma amiga, mas na verdade tudo o que queria era ficar sozinha, jamais imaginara que seria assim, tantos rostos encarando-a, gostava de não chamar atenção, gostava de viver no mundo da imaginação, "Está na hora de viver no mundo de verdade, esquecer o mundo imaginário", pensou. Sentou-se na grama, perto de alguns arbustos, de onde podia ver o lago, na verdade onde podia estar bem próxima dele, mas ainda assim meio escondida.
Um barulho lhe chamou a atenção, alguém vinha em direção ao lugar onde ela estava, viu que a pessoa se dirigiu para a margem do lago, por um momento achou que a pessoa entraria na água, mas ela só sentou. Observou por um momento o garoto sentado perto do lago, ele jogava pedras no lago e observava elas quicarem. Ficou ali, olhando para ele, estava muito escuro, mal podia ver a pessoa, a única fonte de luz era a lua, a luz que ainda iluminava o castelo não chegava àquela parte dos jardins. Ele se deitou na grama, observando o céu, foi então que ela conseguiu ver quem era, Draco Malfoy, como não podia deixar de ser.
Ao perceber que ele não a vira tentou sair de seu "esconderijo" sem ser vista, mas se denunciou ao tropeçar em um galho do arbusto e quase cair no chão.
Draco observava as estrelas, o céu estava cheio delas naquela noite, quando ouviu um barulho nos arbustos um pouco mais longe do lago. Sentou-se imediatamente, já com a varinha em punho, então olhou para trás. Tudo o que conseguiu ver na escuridão foram cabelos cor de fogo.
- Agora deu pra chegar de fininho atrás das pessoas Weasley? Esperava me pegar desprevenido para roubar algum dinheiro? Desculpe informar que eu não ando com dinheiro pelo colégio.
- Não Malfoy, tentava ir embora para não ter que ver a sua cara.
- Ah, eu não posso acreditar! - ele olhou para ela novamente. - É a namoradinha do Potter! Se escondendo porque? Sua fama vai durar pouco, tenho certeza que se você pedisse esmola agora o dinheiro duplicaria, você deveria aproveitar.
- Cala a boca Malfoy!
- Te ofendi? Me desculpe. - falou em um tom falso e venenoso. - E agora? Ah, será que você vai chamar o seu salvador, o Potter? Que medo! - ele riu um pouco.
- Me deixa em paz Malfoy. - sentou-se longe dele, não iria mais embora, ele que fosse se quisesse.
- Se você quer realmente ser deixada em paz vá embora, porque eu não vou sair daqui.
- Eu cheguei aqui antes, eu não vou a lugar nenhum! - falou um pouco irritada, não precisava disso naquele momento, depois de um dia como aquele.
O garoto se afastou um pouco mais dela, tinha certeza que ele não ficara sem ter o que dizer, mas estava em silêncio e ela quase agradecia por isso. Mas não podia deixar quieto, tinha que falar alguma coisa.
- Acabaram os insultos Malfoy? - queria ir embora, seu corpo e mente pediam por descanso, mas sair assim significaria que ele vencera, e isso ela não permitiria.
- Não Weasley, mas eu não tenho porque gasta-los com você, você não é nada.
Aquilo realmente a machucou, com certeza não machucaria num dia normal, mas ela estava cansada e a voz dele tinha um tom de desprezo tão grande... Fitou-o por alguns instantes, então ele voltou a falar.
- Quer dizer, você é a namorada do Potter, portanto você é alguma coisa, uma coisa pior do que nada, bem mais insignificante.
Gina desviou os olhos e encarou o lago, já não conseguia controlar as lágrimas que quisera derramar o dia todo. Tinha sido o pior dia de sua vida, era uma surpresa para ela que só começasse a chorar naquele momento, sabia que a vontade a acompanhara o dia todo.
Draco estava convencido de que tinha um grande problema, afinal por que ficava tão nervoso quando estava perto dela? Conseguira se controlar a tarde, conseguira se convencer, mas naquele momento não sabia o que sentia, estava tão confuso... Por que seu coração batia tão forte com a proximidade? Não conseguia raciocinar. Por que não conseguia esquecer aquele maldito beijo? Uma parte sua queria ir embora daquele lugar naquele momento, outra não desejava nada além de ficar perto dela, abraçá-la, sentir sua pele contra a dela, beija-la e...Varreu os pensamentos de sua mente, eles eram ridículos, toda a situação era ridícula, parecia estar enlouquecendo. Talvez estivesse, por isso o desejo, os sonhos, as vontades quase incontroláveis. Por isso do ciume, da raiva, da fúria. Quase morrera por dentro ao vê-los de dedos entrelaçados, por mais que não admitisse isso, os sorrisos, e aquela troca de olhares, tudo lhe fazia mal. Não podia se permitir sentir assim, isso era inaceitável para ele, e sempre seria. Ainda assim não conseguia se controlar.
Olhou para o lado e viu que ela chorava, conteve-se para não ir até ela e limpar suas lágrimas, para não abraça-la e acalma-la. Virou o rosto rapido, para não mais encara-la.
Olhou para o lago e falou num fio de voz, que ninguém poderia ouvir a não ser sua mente enlouquecida e as águas calmas do lago.
- Foi algo que eu disse?
Se fosse ele quem tinha feito ela chorar tinha que fazer algo, tinha que faze-la parar, não podia ve-la assim, não suportaria. Olhou a garota com olhos mais amenos e disse:
- Não chore Weasley.
- Por que? Eu já disse pra você me deixar em paz Malfoy. - sua voz não passava de um sussurro.
- Por que? Por que assim eles vão te comer viva, - isso chamou a atenção dela, que olhou para ele com os olhos ainda cheios de lágrimas. - você precisa aprender a se controlar, agora todos vão te observar, pelo amor de Merlin você é a nova namoradinha do Menino Cicatriz! Você realmente precisa estar segura, você tem que se sentir confiante ou então não vai sobreviver uma semana.
- Como? - não podia acreditar no que estava ouvindo, ele estava lhe dando conselhos?
- Vamos lá Weasley, faça uma força, eu sei que é difícil pra quem não tem muita inteligencia, mas tente. Agora você é a namorada do Potter, agora todos sabem quem você é, todos. E todos estão esperando que você cometa erros, faça besteiras, você pode acreditar nisso, e com certeza se você for tao certinha quanto parece vão inventar coisas. Você simplesmente tem que ser forte, se desmoronar desse modo sempre você está perdida. Logo vai se trancar no quarto e se negar a sair de lá.
Vendo que a garota parara de chorar Draco levantou-se e seguiu para o castelo, se amaldiçoando por suas atitudes daquela noite. Primeiro por pensar demais nela, depois por faze-la chorar e então por faze-la parar de chorar, sendo "legal" com uma Weasley.
A garota permaneceu sentada na grama, olhando o lago, as palavras dele ecoavam em sua mente, trazendo lembranças daquela noite, daquela maldita noite. A pele fria dele, ainda podia sentir arrepios só de lembrar, era como um vento gelado, que entra pela janela logo que você deixa a proteção das cobertas. Os olhos dele, naquela noite, logo que ele a vira, estavam frios como o gelo, mas no momento que fora embora eles estavam mais calorosos, algo que ela jamais esperara ver nos olhos de Draco Malfoy. E eles eram lindos daquele modo, mas também quando estavam frios, pode notar naquela noite, carregavam uma tristeza e pareciam tão distantes, tão distantes quanto a lua.
Deitou-se e fechou os olhos, pensou em como aquele ano estava indo bem: estava no time oficial de Hogwarts no Campeonato Intercolegial, namorava Harry Potter, por quem sempre fora apaixonada, tinha a melhor amiga que podia imaginar, seu pai tinha sido promovido, tudo extamente como um sonho. Mas algo ainda a incomodava, algo realmente parecia meio errado naquilo tudo.
Na quinta feira o dia passou rapido, Gina não conseguia parar de pensar em Draco Malfoy, o que era um grande problema, já que ela estava namorando, e Harry já perguntara duas ou três vezes em que mundo ela estava, tinha que aprender a se controlar.
Naquela noite foi possível ver o quanto a equipe progredira em relação ao começo dos treinos, Madame Hooch que fora assistir ao treino elogiou a equipe, que ficou muito orgulhosa, estavam trabalhando como loucos para que aquilo desse certo.
Mas um jogador daquela "perfeita" equipe sentia-se a cada dia mais cansado e raivoso, o que fazia com que jogasse melhor e ao mesmo tempo desejasse não estar na equipe.
- Eu não agüento mais!
- Não agüenta o que Sr. Malfoy? Fale logo não tenho muito tempo.
Draco havia pedido para conversar com Madame Hooch depois do treino, os dois estavam agora perto das arquibancadas.
- A cada dia os treinos ficam mais cansativos, mais longos. Ele fala de jogadas e espera que nós decoremos! E agora disse que eu tenho que treinar com a Weasley nos nossos unicos dias de folga, dias esses que eu uso para o estudo! Será que você compreende isso?
- Primeiro não me chame de burra Sr. Malfoy, eu sei que era isso que você queria dizer nas entrelinhas. E segundo, todos estão se sacrificando por essa equipe, é isso que vai fazer dela a vencedora!
- A diferença entre o resto do time e eu é que eu fui praticamente obrigado a entrar nessa equipe! Era isso ou ajudar pelo resto do ano na enfermaria!
- Não seja tão dramático Sr. Malfoy, por favor, isso não combina com você.
- Eu estou sendo dramatico? Eu estou dizendo a verdade!
Ela olhou para ele tentando se controlar, mas o modo como ele claramente desafiava ela fez com que ela se descontrolasse.
- Pois então não diga a verdade! Fique quieto e jogue, é só isso que você tem que fazer. E não venha mais reclamar comigo, assuma as responsabilidades e obedeça seu treinador. Compareça aos treinos e não fique reclamando! Isso é uma ordem!
- Você não pode me obrigar! - falou alto.
- Posso sim! Isso é a sua detenção, cumpra ela. Não me interessa se você gosta ou não, você não tem escolha!
Então virou as costas e foi embora, um pouco receosa de ser atacada no começo, mas depois mais confiante.
Draco ficou furioso, rangia os dentes e batia os pés, aquilo não ia ficar assim, ela não podia tratar ele assim.
Na noite seguinte caminhou até o campo de Quadribol com sua mochila ao invés de sua vassoura, sentou-se em um banco perto do campo e começou a fazer seus deveres, quando Olivio Wood chegou e viu aquilo andou até o Blaise.
- O que ele está fazendo? Porque não está aqui com a vassoura?
- Ele diz que não quer treinar, que tem muitos deveres.
- Eu não me importo, ele tem que treinar!
- Bom, ele diz que a Madame Hooch deixou claro que ele tinha que comparecer aos treinos, não treinar.
- Comparecer aos treinos e treinar é a mesma coisa...
- Convença ele disso. - então sorriu, sabia que convencer Draco não seria fácil, ele era pior do que um burro quando empaca, com certeza alguém teria que pagar caro para que ele voltasse a jogar.
- Muito bem, chame um jogador reserva para jogar no lugar dele, talvez até consigamos nos livrar dele no time principal. Mas chame também Madame Hooch, ele tem que voltar a treinar.
Madame Hooch entrou no campo marchando e encarando Draco Malfoy mortalmente, o garoto ainda estava escrevendo em um pergaminho com uma longa pena. Ela caminhou até Wood que observava o treino do chão naquele dia e fazia caretas quando o jogador que substituia Malfoy errava, o que acontecia varias vezes.
- O que ele fez agora Wood?
- Ele está se negando a treinar, e eu posso te dizer que não está sendo bom para o time.
- Como é que é? Ele não quer treinar?
- É, disse algo sobre só comparecer ao treino, não treinar realmente.
- Não é a mesma coisa?
- Foi o que eu disse para ele. - ele olhou para ela. - Você tem que traze-lo de volta ao mundo real, ele tem que treinar. Ele é o nosso melhor artilheiro!
- Ok, eu vou falar com ele...
Ela chegou perto dele e foi logo falando.
- O que eu lhe disse ontem? Pra você treinar e parar de reclamar.
- Na verdade você me disse para comparecer aos treinos e parar de reclamar, que pode ser visto de duas formas diferentes.
- Pois bem eu digo agora, treine e pare de reclamar.
- Não sei, sabe que você realmente me magoou muito ontem quando gritou comigo, eu não estou emocionalmente bem para jogar... - ele olhou para ela com uma cara de falso ofendido e voltou a fazer seus deveres.
- Já para aquele campo Sr. Malfoy!
- Ah professora, com você pedindo tão educadamente eu quase me convenço.
Ela olhou para ele com raiva e virou as costas, ouviu imediatamente a voz de Dumbledore dentro de sua cabeça, "Lembre-se porque ele entrou na equipe em primeiro lugar, a situação continua a mesma, com os mesmos sonserinos raivosos e vingativos, que só procuram uma desculpa para fazer um revolução, você sabe disso tão bem quanto eu". Respirou fundo e deu meia volta, encontrava-se novamente perto dele, com um nó na garganta e muita raiva falou entre os dentes.
- Me desculpe por ter gritado com você ontem a noite, eu estava errada.
- Ah professora, 'magina, eu te perdoaria de qualquer maneira. - Draco gostava de ver como ela controlava sua raiva, os olhos dela mostravam que ela queria bater nele, mas lá estava ela, pedindo desculpas.
- Você poderia por favor voltar a treinar agora?
- Claro professora.
Então ele fez um feitiço para que sua vassoura viesse até ele e foi treinar, muito feliz, e deixando uma professora muito brava para trás.
Sábado, dia perfeito, dia de descanso, sem treinos de Quadribol. Isso era o que Draco pensava quando acordou, mas logo encontrou uma carta, uma carta que foi rasgada e queimada, pois lembrava de seu treino com a Weasley, as seis horas em ponto.
"Que ótimo", pensou. Convencido que o Sabado não podia ser mais estragado foi tomar banho.
Jantou cedo, antes mesmo de ter fome, mas tinha que estar lá as seis, era o que dizia o bilhete. O céu estava nublado e o vento era frio, por isso ninguém se aventurava a ir para fora do castelo, uma tempestade estava a caminho, e tudo que Draco esperava era receber uma carta cancelando o treino, mas a carta não chegou, e as cinco para as seis ele saiu do castelo com a vassoura na mão.
Chegou ao campo de Quadribol eram seis horas, ele simplesmente não podia acreditar que aquilo estava acontecendo com ele, primeiro era obrigado a entrar no time, agora tinha que treinar com a Weasley, "E ainda vai chover", pensou desanimado, ainda ia ter que treinar em baixo de chuva, Merlin realmente odiava ele. Olhou novamente ao redor, nada da Weasley, "Por que ela tem que se atrasar? Será que nem uma vez ela pode chegar na hora? Eu odeio isso!". Já estava esperando a dez minutos quando ela apareceu.
Gina corria o mais rápido que podia, esquecera totalmente do treino. Agora com certeza teria que treinar com um Malfoy muito mais mau humorado do que normalmente. Ao avista-lo no campo correu até ele, já se desculpando milhares de vezes pelo atraso.
- Que seja Weasley, - falou ele ja montando na vassoura. - vamos logo. Quanto antes nós começarmos antes eu posso ir para dentro.
- Ok Malfoy.
Treinaram por meia hora antes de começar a chover, então continuaram treinado. Uma hora depois tinham conseguido um pequeno progresso, um gritando com o outro e culpando ele em cada uma das vezes.
Depois de mais quinze minutos Draco gritou.
- Chega! Eu não agüento mais!
E começou a descer até o campo. Gina indo atras dele falando que não podiam parar agora, que estavam começando a ter algum progresso e não podiam parar agora.
Seguiu ele até o vestiário ainda dando desculpas para eles continuarem treinando, assim que eles entraram ele parou de frente para ela.
- Chega Weasley!
Mas ela não deu atenção, e continuou falando.
Então ele olhou para ela, toda molhada com aqueles cabelos vermelhos pingando e a água escorendo pelo seu rosto e seu pescoço, de repente perdeu todo o controle sobre seu corpo. Deu um passo para frente tão rápido que ela mal conseguiu se mexer. Colocou as mãos nas costas dela e puxou ela pra mais perto dele, juntando seus lábios.
N/A: Oi! Um capitulo relampago! Sim! Eu vou viajar e então vou ficar um tempinho sem postar então resolvi colocar o capitulo antes, uma visita do meu Deus da imaginação também ajudou bastante.
O que vocês acharam? Me odeiam de novo pelo fim? Pois bem eu digo que assim que puder eu posto o próximo capítulo, eu juro.
Eu queria agradecer os comentários: TheBlueMemory, Laura, Lou Malfoy e Lika Slytherin muito obrigada mesmo.
Lika: Eu amei muito a sua idéia, e eu vou usar ela, mas meio diferente, como está claro no capitulo, mas muito obrigada mesmo, me deu uma nova luz.
Beijos a todos
E reviews!
PS: A musica é Mr Brightside do The Killers.
PS2:Eu sei que o Draco ta estranho e meio maniaco, mas isso será explicado logo.
