No jantar da sexta feira Dumbledore se levantou e, como de costume, o salão ficou completamente em silencio, o diretor encarou as quatro mesas e então começou:
- Queridos alunos, em vista da recente descoberta da fuga de comensais de Azkaban nós, os professores e o Ministério, decidimos que seria mais sensato e seguro se a viagem a Hogsmeade de amanhã fosse suspensa. - um burburio indignado passou por todas as mesas, as garotas se olhavam, algumas pareciam um pouco desesperadas. - É isso, bom jantar para todos!
Nas mesas começou uma movimentação muito estranha, uma garota da Sonserina fez aparecer um pergaminho e um pena e piscou para uma garota da Corvinal, que fez aparecer um pergaminho e uma pena e então piscou para uma garota da Grifinória, que fez aparecer um pergaminho e uma pena e então piscou para uma garota da Lufa-Lufa, que fez aparecer um pergaminho e uma pena em sua frente. Logo aquele pergaminho passava pela mão de todas as garotas, que liam e assinavam, na mesa da Grifinória o pergaminho ficou parado por um tempo na mão de Mione.
- Eu não sei se vou assinar, eu concordo com o diretor que é muito perigoso.
- Ah não Granger! Pelo menos uma vez na sua vida faça alguma coisa para o bem maior ao invés de só pensar que você pode ser "castigada" por isso, todas as garotas estão assinando, e você também vai assinar! - falou Parvati que parecia ser a "guardiã" do abaixo assinado da Grifinória.
- Mas...
Ela olhou para Mione com uma cara de raiva, e muitas garotas a acompanharam, então a garota simplesmente assinou, por mais que não concordasse completamente com a idéia também queria ir comprar seu vestido em Hogsmeade.
Depois de alguns minutos quatro garotas levantaram de seus lugares, cada uma de uma das mesas, todas levavam pergaminhos em suas mãos e andavam decididamente em direção do diretor.
Quando chegaram bem perto dele, que tinha parado de jantar enquanto observava elas andarem em sua direção, colocaram os pergaminhos em cima da mesa e Pansy Parkinson falou.
- Todas as garotas acima de quatorze anos assinaram, diz que nós nos responsabilizamos por qualquer coisa que nos aconteça na viagem até Hogsmeade.
Ele sorriu e encarou-as por um momento, então falou:
- Eu sinto muito senhoritas, mas não é assim tão simples, já foi decidido, nós não vamos mudar de idéia.
- Então, senhor, eu acho que nós vamos ter que fugir. - falou uma Corvinal, sendo apoiada por varias garotas que estavam nas mesas e soltavam exclamações de apoio.
O diretor encarou os alunos, as garotas lançavam olhares de desafio para ele, e Dumbledore, um dos maiores bruxos de todos os tempos, foi novamente obrigado a ceder sobre a ameaça de uma revolução ou fuga em massa, se elas sairiam do castelo de qualquer maneira era melhor que fosse com a supervisão dele.
Na manhã seguinte todos os alunos foram escoltados até Hogsmeade por Aurores, as garotas estavam muito satisfeitas de si mesmas e Draco Malfoy estava muito insatisfeito com todos aqueles Aurores, agora seria muito mais difícil chegar a estação de trem para ir até sua casa. A carruagem parou e ele desceu, acompanhado por Johanna, Blaise e sua acompanhante.
Despediu-se dos três deixando Blaise ser carregado para uma loja de vestidos pelas garotas. Caminhou no meio da multidão por algumas ruas, bem no meio da rua que o levaria para a estação estava plantado um Auror com cara de mal humorado, parou na frente de uma vitrine e ficou espiando o homem discretamente, mexeu a varinha levemente, para que não fosse notado e pensou nas palavras certas, o Auror fechou levemente os olhos e essa foi a deixa de Draco, que passou correndo por ele, agora estava mais próximo da estação, pegou a passagem em um de seus bolsos e parou de correr, aproximou-se devagar e viu outro Auror, retrocedeu alguns passos e pensou um pouco, com certeza chamaria a atenção, olhou para a rua de onde havia vindo e viu o Auror se mexendo de um lado para o outro, ele já saíra da transe. Olhou para o outro lado onde havia uma casa e sorriu. Com um movimento da varinha e o pensamento certo a mulher lá dentro começou a gritar, o Auror, como um bom salvador de moças indefesas, correu para dentro da casa, enquanto Draco se esgueirava para o trem que já estava parado. Entrou em um vagão, sentou-se em seu lugar e sorriu, conseguira.
Andou pela rua cercado por enormes mansões, com lindos jardins e tamanhos imponentes, no meio da rua parou na frente do portão de sua casa, a maior, quanto a isso não havia duvidas.
Fez menção de bater com a varinha na porta quando um homenzinho parou ao seu lado observando a casa, ele não estava muito bem vestido, na verdade ele quase parecia um mendigo.
- O senhor não vai querer entrar nessa casa jovem. - falou ele olhando para Draco, o garoto virou para ele com uma expressão interrogativa e falou.
- E posso saber por que?
- Porque ontem um homem tentou, e não passou da segunda pedra.
Ele apontou a segunda pedra da estradinha que levava a entrada e ficou ali, como que hipnotizado.
- Como assim? - perguntou Draco, seria alguma maldição nova?
- Ele caiu no rio. - o homem recebeu mais um olhar interrogativo do garoto e então falou. - A grama, a grama é um rio, e puxou o homem para dentro ontem.
- E que homem era esse? - falou Draco observando a grama que lhe parecia bastante sólida.
- Não sei, ele entrou resmungando algo como "Eu sei que você está ai Lucio Malfoy, agora eu te pego", mas isso foi o que eu entendi...
- Ok.
Draco abriu a porta com uma batida da varinha e depois voltou a fecha-la a suas costas, aquele homem não lhe passava muita confiança.
Andou pela estrada confiante, aquele homem era um intruso, e fora pego com uma das maldições de seu pai, nenhuma delas atacaria um Malfoy, jamais.
Entrou na casa e se sentiu novamente seguro, aquele lugar era seu lar, era seu. Andou pelos corredores chamando por sua mãe, então pensou "Se o homem estivesse certo e o papai está em casa só tem um lugar para procurar mamãe", sorriu e foi em direção ao quarto dos pais.
Draco subiu as escadas correndo abriu a porta do quarto sem a menor cerimônia, a frente da porta havia uma cama de casal grande envolta por grossas cortinas de veludo preto que impediam ver além, mas sabia que sua mãe estava ali.
- Mamãe?
- Draco? O que você esta fazendo aqui? - perguntou a voz de Narcisa que vinha de algum lugar atrás da cortina
- Papai está aí?
- Estou.
- Ah eu sabia! Err...Só não me de um irmão.
- Não, já temos problemas o bastante com você! - falou Narcisa em um tom de reprovação.
- Hurg, que mau humor. Papai, por favor, faça-a ficar mais feliz!
- Pode deixar Draco!
- E bom apetite!
- DRACO SAIA DAQUI SEU GAROTO PERVERTIDO E LÚCIO PARE DE RIR!
- Desculpe
- Até mais papai!
- Até.
Draco saiu do quarto rindo, desceu as escadas e caminhou até seu quarto, no meio do caminho um elfo se aproximou dele meio hesitante, mas logo pareceu tomar coragem e falou.
- Sr., algumas pessoas estão tentando entrar na casa, na verdade são muitas delas e estão usando uniformes.
Draco correu para uma janela e olhou para fora sem deixar com que o vissem, no mínimo quarenta Aurores tentavam entrar na casa, os que vinham pelas janelas eram expelidos por feitiços e jogados longe, os que tentavam entrar pela frente eram sugados pela grama ou então atacados por diferentes feitiços.
Draco ficou mais branco que pó de mármore e voltou correndo para o quarto dos pais escancarando a porta.
- O QUE FOI AGORA? - gritou Narcisa.
- Aurores... Por toda parte... Voando em vassouras... Arrombando o portão... Vindo para cá... rápido.
Lúcio afastou um pouco a cortina para ver o espelho que refletia a janela, no mínimo quinze Aurores voavam em direção a casa.
- Droga. - fechou novamente a cortina, logo depois saiu com um lençol enrolado na cintura, como um vestido, foi até o espelho que mostrava a imagem dele mesmo vestido de preto, com uma longa capa de veludo que parecia muito pesada, o cabelo elegantemente preso por uma fita tão negra quanto as vestes.
- Inversus. - sussurrou tocando no espelho, agora a imagem no espelho era de um homem alto magro e forte com olhos azuis acinzentados, cabelos lisos loiros platinados soltos, enrolado em um lençol e o verdadeiro Lúcio Malfoy estava vestido inteiramente de preto com uma longa e pesada capa de veludo negro e cabelos presos. Virou-se para Draco e disse:
- Vamos.
- Vamos para onde? - Draco recuperara a sua pouca cor e Narcisa saira da cama vestida com uma das capas de seu pai e agora mexia no armário tentando achar algo para vestir.
- Primeiro sumir daqui. - respondeu ao ouvir as portas de pinho da entrada se abrirem. - Malditos! Como eles conseguiram passar? - correu até uma das estantes de livros e puxou uns cinco, jogando-os em cima de Draco que reclamou do peso, começou a tatear o espaço que os livros estavam ocupando, murmurou algo e sem aviso a estante deslocou-se deixando a mostra uma passagem, Draco colocou os livros nos seus lugares e entrou logo atrás do pai pela passagem que se fechou instantaneamente após a passagem dos dois. Seguiram um corredor escuro e estreito que era seguido por uma escada muito empoeirada e com archotes nas paredes que acabava em uma sala circular com nada mais uma lareira e um pote de pó de flú.
- Para onde vamos? - perguntou Draco vendo seu pai acender o fogo.
- Não sei, nenhum lugar é seguro para mim no momento, mas você vai para Hogwarts.
- Mas não podemos viajar via lareira para Hogwarts, só podemos falar, não ir de um lugar qualquer para lá! O senhor devia saber disso papai!
- Ah, Draco,eu sei... É que est...
- Então por que disse que eu ia para Hogwarts?
- Você nunca me deixa acabar de falar! E eu sempre falo as coisas importantes depois!
- Ta, ta, o que o senhor iria falar se eu não o tivesse interrompido?
- Que esta lareira meu amado filho, é uma central de uma só linha.
- Não me lembro de ter aprendido o que é isso.
- É por que não existem mais.
- Claro que existem. - respondeu apontando para a lareira agora acesa. - Tem uma na nossa frente!
Lúcio cobriu os olhos com uma das mãos impaciente.
- Eu quis dizer que não existe nenhuma lareira central de uma só linha sem contar a que está na nossa frente.
- Ah... Mas também, não é para menos que eu não entendo o que o senhor diz, você não esclarece nada!
- Ah fique quieto Draco e me deixe pensar.
- Eu continuo a não saber a diferença entre uma lareira comum e uma central de uma só linha!
- Esta lareira pode lhe levar a qualquer lugar, sem exceções, não depende do Ministério para que ela funcione.
- Logo é ilegal.
- É.
- E por que de uma só linha?
- Por que só uma linhagem de bruxos pode usa-la para voltar, os Malfoy.
- Como assim?
- Draco, você é um impertinente, uma vergonha para a família!
- Sou seu filho e único herdeiro! E não entendi bulhufas do que o senhor disse, o senhor não é claro! - não podia perder a oportunidade de incomodar o pai, mesmo que sua vida estivesse em jogo.
- Preste atenção, qualquer um pode ir a qualquer lugar partindo desta lareira, mas só os Malfoy podem vir para esta lareira. Entendeu?
- Sim, agora o senhor foi claro. - sorriu da cara indignada de seu pai.
- Ótimo, então vá para Hogwarts.
- E o senhor?
- Vou procurar os Comensais.
- Ah, agora
graças ao senhor a Sonserina me ama.
- Hein?
- Você sabe, você que comandou a fuga e tem tantos pais dos estudantes sonserinos que fugiram com o senhor que a Sonserina me ama!
- Ah...
- Então, eu vou pra Sala Comunal da Sonserina?
- Não! Eles estão vigiando as lareiras, eles não vão poder rastrear de onde você veio, mas verão que você chegou lá, o momento é de pânico meu filho, todo cuidado é pouco.
- Então para onde eu vou? Eu tenho que voltar para a escola ou para Hogsmeade, mas eu devo lhe dizer que Hogsmeade está cheia de Aurores, e eu não acho seguro eles me verem saindo de uma lareira qualquer, já que eu tive que enfeitiça-los pra sair de lá e não tenho permissão para estar em qualquer lugar que não na cidade.
- Eu sei, você vai para Hogwarts, é simples, você só tem que falar "Lareira não vigiada de Hogwarts", ai você sai em uma lareira segura, já é um ganho saber qual delas está desprotegida.
- Papai, eu realmente não acho que exista alguma lareira não vigiada em Hogwarts, a não ser talvez a do diretor.
- A do diretor é com certeza vigiada, e é claro que existe uma lareira não vigiada em Hogwarts, eles têm milhões de lareiras, tem que ter esquecido de alguma.
- Eu realmente não acredito que eles tenham esquecido alguma, pai.
- Vá Draco, chega de discutir, nós dois já devíamos ter ido.
- Mas e se não existir, o que vai acontecer?
- Eu te digo que existe! Agora vá e pare de reclamar. - ele parou por uns instantes e então falou. - Ah, e para voltar para essa lareira você tem que falar MALFOY MANSION OS MAIORES BRUXOS DE TODOS OS TEMPOS MORAM EM MINHA CASA, EU SOU UM DELES, mas fale alto assim, como eu falei, porque você sabe como essas coisas são antigas e são acostumadas com algumas coisas, essa lareira só funciona assim.
- Tudo bem, mas quanto a ter uma lareira desprotegida em Hogwarts se eu morrer você vai se culpar pelo resto de sua vida, e pior, mamãe vai culpar você.
Ele jogou o pó de flú e entrou na lareira, sendo cercado pelas chamas e desaparecendo logo em seguida.
Lucio olhou para o filho que desaparecia com receio, esperava que aquela lareira ainda existisse, e também que Draco fosse bastante paciente.
Narcisa desceu correndo as escadas e se abraçou ao marido.
- Eles não estavam muito felizes, a maioria bastante machucada.
- Imagino, reforce os feitiços da entrada, eles conseguiram passar, os das janelas estão ótimos.
-
'Brigada. - ela olhou o marido fundo nos olhos, ele estava partindo
mais uma vez, como sempre desde o início daquela guerra
maluca, perguntou então. - Para onde tu vais meu
amor?
- Para longe. Encontrar os Comensais.
- Onde estão?
-
Não sei, mas desconfio.
- Até então. - soltou
um pouco o abraço mas então voltou a falar. - Lúcio?
-
O que?
- Quando voltas?
- Amanhã ao meio dia e meia.
-
Não podia ser antes?
Lúcio sorriu.
- Como
desejares minha rainha.
Eles se beijaram longamente antes dele andar até a lareira e falar.
- Taverna Casco Grosso, sala particular.
Então ele desapareceu nas chamas deixando uma Narcisa bastante chorosa para trás.
Draco chegou a um lugar bastante sujo, um lugar de Hogwarts onde ele sabia com certeza que nunca estivera, limpou suas roupas da fuligem e foi andando pela sala, seus passos não faziam barulho, por causa do pó acumulado no chão. Andou de um lado para o outro procurando algo para fazer luz, tateando pelas paredes tocou em um pano, que logo presumiu ser a cortina que cobria a janela, puxou o pano e uma incrível claridade entrou na sala. Agora podia ver por onde andava, e também por onde tinha andado anteriormente, já que suas pegadas estavam marcadas no chão.
Olhou ao redor e não viu nenhuma escada, mas sabia que estava em um lugar alto, conseguia ver Hogsmeade da janela, viu algo muito deslocado naquele lugar abandonado, uma tapeçaria estava pendurada na parede, ela tinha o desenho de uma mulher que dormia, afastou-a da parede e então viu, atrás dela estava a porta de saída, tentou abrir a porta, mas ela estava trancada, tentou dois feitiços diferentes antes de ouvir uma exclamação e a tapeçaria bater com força em sua cabeça, já que adquirira um peso quase insuportável.
Olhou novamente e a moça que estava dormindo agora o encarava com um grande sorriso, sentada em sua cama.
- Olá. - falou ele com um pequeno sorriso no rosto. - A senhorita poderia me dizer como abrir a porta?
- Claro você tem que me convencer de que é um bom homem! Um cavalheiro!
O sorriso de Draco desapareceu, não podia ser verdade, ela não podia realmente querer que ele a convencesse de algo assim, podia?
- Por favor, me deixe passar, eu tenho muita coisa para fazer.
- Você tem que me convencer! Eu estou tão sozinha aqui em cima, faz tempo que eu não falo com ninguém.
- Ah... - era só o que lhe faltava, uma pintura carente que tem controle sobre a porta. - Como eu posso fazer pra te convencer de que eu sou um cavalheiro?
- Você tem que descobrir sozinho...
Sorriu para ela, não podia acreditar, a maldita pintura não lhe daria nenhuma pista. Sentiu uma vontade incrível de rasgar a pintura, mas sabia que assim jamais poderia sair dali. Encarou a garota e viu algo nos olhos dela, eram muito parecidos com os da Weasley, algo no formato ou no brilho, não saberia dizer com certeza.
- Por favor, me deixe ir. - fazia algo que era completamente contra tudo que ele acreditava, estava suplicando.
- Mas ai eu vou ficar sozinha novamente. - os olhos dela estavam cheio de lágrimas, e ele naquele momento viu o que eles tinham em comum com os da ruiva, uma clareza, uma coisa que não permitia que elas mentissem sobre o que eles estavam sentindo.
- Eu juro que eu volto! - ele olhou para ela com o olhar mais sincero que conseguiu.
- Você não vai voltar, vai ser como aquele outro garoto, na verdade vocês são bem parecidos, mas enfim, ele nunca voltou...
- Eu juro pelo que você quiser que eu volto!
- Eu não acredito em você! Você é como todos aqueles garotos da época que eu ficava lá embaixo, eles viviam contando mentiras para se dar bem, foram eles que me colocaram aqui, para viver sozinha e não contar as mentiras deles para as garotas...
Ele olhou para ela com um pouco de pena, que logo se dissipou, mas por um momento pode sentir, ela era tão infeliz, tão sozinha naquela sala empoeirada.
Não sabia o porque, mas começou a falar com ela, falou sobre o medo que sentira quando seu pai fora para a cadeia, sobre como uma garota de uma família inimiga da sua tinha, de alguma forma bizarra, conquistado seu coração, sobre como sofria ao vê-la com o outro, falou tudo, tudo que estava preso em sua garganta a tanto tempo. Depois de tudo aquilo se sentiu mais leve, nunca falara aquilo para ninguém, mas sabia que ela não contaria para ninguém, mesmo que visse outra pessoa, o que ele duvidava bastante.
- Você... - ela chorava e soluçava. - você pode ir agora...
A porta se abriu e ele passou por ela falando:
- Eu juro que volto.
Desceu as escadas que pareciam nunca acabar, sentia-se muito bem, e encontrara um modo de sair do castelo sem permissão, o que era sempre bom. Lembrou-se do que a garota dissera, sobre o garoto que tinha prometido voltar, seu pai iria pagar se fosse ele, podia pelo menos ter avisado...
Entrou no Salão Comunal da Sonserina, as pessoas já haviam voltado de Hogsmeade e estavam acomodadas nas poltronas perto da lareira, desceu as escadas e foi em direção ao dormitório, pegou roupas limpas e foi tomar um banho, estava sujo e cansado.
Mais tarde saiu da Sala Comunal para jantar, viu Blaise jogado em uma poltrona e passou reto, queria falar com Johanna, mas não a vira em lugar algum. Jantou com calma, olhou duas vezes para mesa da Grifinória, constatando que a ruiva não era diferente de nenhuma das garotas daquela escola já que ela também falava toda emocionada com uma outra garota, o assunto Draco pode ler em sua expressão, vestidos e o baile.
Gina mal conseguia comer, nunca tivera uma tarde como aquela, sair para comprar um vestido podia parecer uma daquelas atividades que apenas uma classe de garotas apreciava, as patricinhas, mas na verdade era uma atividade que podia dar prazer a qualquer uma, principalmente se ficassem vestindo vestidos estranhos e inventando personagens excêntricas que seriam, com certeza, as únicas pessoas a gostar deles.
Mas também achara divertido provar os vestidos que realmente gostara, era tão diferente usar aquele tipo de roupa, estava acostumada ao uniforme, ou então a calças jeans e camiseta, era tão estranho e ao mesmo tempo tão bom poder sair um pouco da rotina. Sentira-se como uma princesa, e tinha que extravasar aquilo.
Ela e Ana conversavam sobre a tarde que tinham passado quando notou algo que há dias não notava, o olhar de um sonserino de olhos acinzentados, simplesmente a observando.
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- Eu não posso contar pra ele Jo! Ele vai me matar!
- Até parece que ele te mataria por algo assim, talvez ele nunca mais olhe na sua cara, mas se você for analisar ele tem razões pra isso...
- Eu não vou poder viver se ele me odiar! Ele é a minha vida! Mesmo que ele não pense assim de mim!
Encarou a garota a sua frente, seus olhos eram suplicantes e sua expressão era como de uma criança que queria um brinquedo novo e tinha ouvido um não como resposta, mas ainda assim tentava convencer os pais parecendo suplicar.
- Pansy, eu acho que ele tem o direito de saber, você vai ter que contar pra ele...
- Outro dia, por favor, eu imploro!
- Tudo bem, mas você tem que me prometer que vai contar, ai eu te deixo em paz.
- Eu prometo, eu vou contar pra ele.
- Muito bem, fale com ele o mais cedo possível.
Johanna saiu andando da sala, uma sensação incomoda tomando conta de sua mente, mesmo que seu coração soltasse fogos de artifício.
Chegou ao Salão Principal e viu Draco sentado na mesa da Sonserina, viu que ele observava a mesa da Grifinória e não pode deixar de sorrir, jamais o vira assim, estava feliz e triste ao mesmo tempo. Andou até a mesa e se sentou ao lado dele, se servindo de um pedaço de pastelão de rins.
- E então Draco, onde você se meteu o dia todo?
O garoto saiu de seu estado de transe e olhou para ela com uma expressão interrogatória no rosto.
- Em Hogsmeade óbvio.
A garota sorriu para ele e começou a comer, sabia que ele não falaria nada ali, muitas testemunhas ele diria, para ela era simplesmente porque não fora acostumada a falar durante as refeições.
Eram onze horas da noite e Jo estava em seu quarto, Clarice e ela iriam sair naquela noite, "Vamos caçar" dissera ela, Jo só ria, não tinha interesse nenhum em sair pra caçar, ainda mais se a pessoa que ela queria estaria no colégio. Ainda assim terminava de se arrumar, encontraria com a outra na frente de uma passagem secreta para Hogsmeade, que ficava bem perto da casa da Sonserina, o que a fazia pensar que em outras épocas os sonserinos que a haviam construído. O que reforçava sua teoria era o quadro na frente, uma torre guardada por uma serpente, uma antiga lenda da casa.
Colocou a capa por cima da roupa e arrumou o distintivo de monitor que Draco havia lhe emprestado, deu uma ultima olhada no espelho e já se aproximava da porta quando essa se abriu e Draco entrou por ela.
- Vai sair? - ela fechou a porta atrás dele, o que mostrava que ele queria ter uma conversa com ela, e que ele realmente não se importava se ela ia sair ou não.
- Vou, Clarice e eu vamos a um bar ou algo assim, ela ta acabada desde que o Josh terminou com ela, disse que hoje quer sair pra caçar.
- Você vai junto é claro. - olhou para ela com um sorriso cúmplice.
- Você sabe muito bem que eu não caço Sr. Malfoy! Agora se você me der licença eu tenho que ir.
Ele colocou o braço na frente dela segurando a garota pela barriga e impedindo que ela fosse até a porta. Jo se debateu um pouco, mas ele era bem mais forte que ela então ela não conseguiu sair, não tinha nada contra falar com ele, contando que ele falasse rápido o que queria, estava começando a ficar atrasada.
- Esta bem, me deixa! - ela olhou para ele com um pouco de raiva e foi até o espelho para arrumar seu cabelo.
Draco se sentou em uma das camas e ficou observando a garota arrumando o cabelo e aproveitando para passar mais lápis nos olhos já pretos.
- Eu precisava muito falar com você Jo, eu tomei uma decisão.
- Que decisão? - perguntou ela olhando para ele pelo espelho com o lápis no meio do caminho até o olho.
- Você estava certa, não importa se eu não sou correspondido, eu não posso desistir da pessoa por quem eu estou apaixonado.
Ela soltou um gritinho de alegria e correu até a cama onde ele estava, pulando encima dela de joelhos e observando o amigo com um grande sorriso, esquecendo-se totalmente que ia sair.
Draco sorria, aquele grande sorriso que quase nunca aparecia em seu rosto, um sorriso de pura felicidade.
- E então, o que você vai fazer? - ela pediu mordendo de leve o lábio inferior.
- Bom, é assim...
N/A: Sim, eu postei! Eu amei esse final, ainda mais porque eu passei dois dias sem conseguir escrever uma palavra então esse capítulo (que já estava quase pronto semana passada) foi quase um milagre!
Eu realmente achei que não ia conseguir terminar a tempo de postar antes de ir passar uma semana na casa do meu pai, ele resolveu cortar a internet quando minha "doce" irmã começou a ir mal na escola, ai todo o resto das pessoas que vai pra lá teve que ser castigado, óbvio.
Bom esse capítulo tem uma parte que não fui eu quem escreveu, foi uma grande amiga minha que me deixou ajudar um texto antigo dela na minha fic, a lareira de uma linha só é invenção dela, brigada Ane Malfoy, um trilhão de beijos pra ti...
Agora eu queria agradecer a Laura, TheBlueMemory, Musa K. Malfoy, natalia e Ane Malfoy pelas reviews.
Na ultima vez que eu postei eu pedi muitas reviews pra postar mais cedo, eu não recebi muitas, mas ainda sim aqui estou eu postando, dessa vez de verdade eu quero 10 comentários, ou eu vou demorar muito mais tempo pra postar. riso maligno
Beijos e reviews!
PS: Eu sei que vocês podem pensar assim "Que essa p pensa que é pra ficar ali pedindo um monte de reviews sem nem dizer que vai postar amanhã?" e eu realmente concordo com vocês, pq eu também não gosto que me "obriguem" a comentar, mas mesmo assim eu tenho uma necessidade quase sobrenatural de reviews, essa é minha única explicação...
PS2: Analisem quantas pessoas realmente cumprem suas ameaças...
