Draco subia as escadas devagar, não se lembrava do caminho ser tão longo! Muito menos que as escadas nunca acabavam, o que parecia se tornar evidente cada vez que ele conseguia ver mais adiante, ainda assim sem ver nada parecido com um final. Depois de mais dez minutos reclamando e se arrastando para cima ele chegou a porta que levava a torre onde tinha ido parar alguns dias antes. Colocou a mão na maçaneta e abriu a porta calmamente, sentindo frio ao entrar na sala, as cortinas estavam fechadas e a sala escura. Fechou a porta atrás de si e com a varinha fez com que a claridade entrasse na sala e andou até a janela, sorrindo para a paisagem que se estendia a seus pés. Estar naquele lugar era como estar no céu podia ver os jardins de Hogwarts, e até um pouco de Hogsmeade. Lá de cima as pessoas não passavam de pequenas formigas, se tanto, por que para ele pareciam ainda mais insignificantes.

- Porque você fez isso?- uma voz sonolenta pode ser ouvida ressoando pela sala vazia, Draco se virou para encarar a mulher que se espreguiçava. Ela usava um vestido bem leve num tom de rosa claro, sua roupa tinha mangas que caiam, num estilo meio medieval, e o cabelo dela estava frouxamente trançado.

- Por que já estava na hora da srta ter acordado e eu realmente preciso falar com você.- fez uma cara inocente diante da total indignação dela, a mulher soltou os cabelos que caíram graciosamente soltos pelos seus ombros, ela se levantou de sua cama de dossel e se espreguiçou, só então voltando a encarar o loiro.

- Como eu posso ajuda-lo?

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Gina se levantou devagar e andou até o banheiro devagar e completamente sonolenta, o seu despertar era chamado por sua mãe e irmãos de "despertar do zumbi", pois ela não conseguia nem se orientar direito logo pela manhã.

Era a primeira noite que ela dormia inteira em uma semana, e isso tinha feito com que ela acordasse mais mole do que normalmente, entrou embaixo do chuveiro e ligou a água, que desceu primeiramente fria, fazendo com que ela tivesse que segurar um grito, mas depois já ficou mais agradável e ela pode tomar seu banho.

Saiu do banheiro enrolada na toalha e se jogou encima da cama, querendo aproveitar todos os momentos de sono que podia, mas com todas as garotas já de pé logo se rendeu e foi se arrumar.

Saiu de seu quarto vinte minutos depois já pronta para mais um dia de aula, encontrou Harry na sala comunal e os dois desceram juntos para o salão principal.

Sorriu para Harry, mas no momento em que ele se virou para falar com Dino vasculhou a mesa da sonserina com os olhos, simplesmente não conseguia mais se controlar, aquilo tudo era mais forte do que ela. A última vez que tinha surpreendido o olhar do loiro tinha sido a dias e estava ficando desesperada por pelo menos um pouco de contato com aquele azul tempestuoso, mesmo que ele fosse frio ou que olhasse para ela com raiva ou indiferença, qualquer coisa era melhor do que nada.

Já tinha tentado várias vezes fazer com que sua mente ficasse focada em Harry, mas ela tinha se negado e sempre voltava para aqueles momentos em que o dono de seus sonhos fora apenas um garoto ao invés de ser um Malfoy e ela fora uma garota qualquer ao invés de uma Weasley, naqueles momentos ela se sentira mais viva do que nunca.

Varreu os pensamentos novamente, tinha que se preocupar com outras coisas, as aulas estavam cada vez mais difíceis e os treinos de quadribol mais puxados. Pensando nisso ela observou um grupo de Sonserinos entrar no salão, reconheceu Blaise e a garota que tinha aberto a porta para ela naquela noite de detenção. Nos últimos tempos, tinha observado, a garota vinha passando quase o tempo todo com Draco, o que fazia com que seu estômago se revirasse, será que eles tinham alguma coisa?

Tinha feito uma "pesquisa" sobre a garota, tentando chamar o menos possível de atenção. Ela se chamava Johanna Cross, era amiga de Draco desde criança, mesmo que eles tivessem se afastado por um tempo quando o pai dela não quis tomar o partido das trevas, os dois sempre haviam sido inseparáveis, e pelas fofocas que corriam pela escola eles nunca haviam tido nada, e, aparentemente, não era agora que eles teriam.

Era muito fácil saber a vida inteira de uma pessoa em Hogwarts, tudo que você precisava fazer era perguntar para a pessoa certa, e se você tivesse como melhor amiga uma garota que conhece muito bem essas pessoas tudo fica mais fácil ainda.

Gina não contara nada sobre nenhum dos beijos para Ana, havia algo que fazia com que ela mantivesse a boca fechada, não sabia exatamente o que era, talvez fosse o medo da reação da outra, ou então a vontade de manter aquele pequeno segredo só para ela, parecia até mesmo ter ciúmes daquelas memórias, e nem sabia por que! Tinha tido poucos momentos com Malfoy, e normalmente quando eles não estavam se amaldiçoando eles estavam brigando por causa do quadribol, não era como se fossem as memórias de um beijo com um garoto que falava coisas lindas que faziam com que qualquer garota derretesse, Draco Malfoy com certeza não falava nada doce, "Ele falou coisas doces para você naquela noite...", ignorou a voz em sua cabeça, se ele tinha falado alguma coisa que não era rude, idiota ou preconceituosa deveria ter sido um lapso, assim como aqueles beijos e as malditas memórias deles.

Não viu ele no café da manhã, e não pode negar que ficara um pouco abalada com aquilo, mas não deixou que isso transparecesse em sua face, nos últimos tempos tinha aprendido a esconder pelo menos um pouquinho o que sentia, afinal se não fosse assim todos já saberiam de sua certa obsessão por Draco Malfoy já que às vezes ficava observando ele de longe ou então escutando suas conversas simplesmente para ouvir sua voz.

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Johanna se sentiu observada durante todo o café da manhã, viu que uma certa ruiva lançava olhares insistentes para a mesa da Sonserina. Não podia deixar de sorrir com toda aquela situação, sempre pensava naquilo como uma das muitas coisas impossíveis de se acontecer no mundo. Um Malfoy apaixonado por uma Weasley, e ainda por cima sendo correspondido mesmo tendo como maior rival Harry Potter era com certeza uma das coisas mais estranhas que poderiam acontecer no universo, depois dessa ela não duvidava de mais nada.

Sabia que a outra havia falado sobre ela com Parvati, sobre o pretexto de querer saber das fofocas sobre o loiro. Sabia muito bem o porque ela queria saber sobre os casos dele, e isso só fazia com que ela se sentisse mais feliz com o que estava acontecendo. Provavelmente a garota ficara bastante desconfiada com a reaproximação dos dois, talvez nunca os tivesse visto juntos, ou se importado, e por isso não sabia que os boatos que os dois tinham um caso tinham acabado há muito tempo, ninguém que tem um caso é tão amigo por tanto tempo, pelo menos era o que diziam.

Terminou seu café e ficou esperando por um tempo na mesa conversando com Blaise, o garoto estava cada vez mais louco por conquistar a sua Corvinal e ela estava fazendo de tudo para ajuda-lo com a dança, mas não parecia estar adiantando muito, a garota com certeza iria ao baile do inicio do torneio com ele, mas isso era só uma parte do negócio. Nenhuma garota em sã consciência diria não a Blaise Zabini para um encontro ou um baile, mas aparentemente ele achara uma garota que queria mais dele do que ele estava acostumado a dar, e ele estava desesperado por não poder tê-la. Uma jogada de mestre da garota, com certeza.

Draco não apareceu no café da manhã, então ela presumiu que o plano dele tinha dado certo. Foi para a primeira aula do dia com um pequeno sorriso no rosto, por dentro ela estourava fogos de artifício, mas era melhor não mostrar demais, as pessoas podiam ser bastante curiosas e ela não gostava que se metessem em sua vida.

Blaise não parava de perguntar para ela onde estava Draco, ao que ela sempre respondia que não sabia e era encarada com olhos virados e depois voltava a ser interrogada. Na aula de poções saiu de perto dele e foi se sentar com Pansy, que estava numa classe atrás de Potter e Weasley.

- Oi Pansy! - sorriu para a garota.

- Oi Johanna.- a garota engoliu em seco, como que com medo do que a outra poderia querer com ela.

Johanna teve que segurar o riso diante da cara da garota, ela parecia apavorada. Como uma pessoa pode ficar apavorada com um simples "oi' ? Riu levemente tirando seus materiais da bolsa. Ficou quieta enquanto o professor falava sobre a poção do dia, a poção da verdade.

Essa era com certeza uma poção bastante útil, mas não a melhor. Fazer uma pessoa falar aos montes sobre todos os seus segredos e os de seus amigos podia ser uma coisa divertida de se assistir, mas um feitiço da verdade com certeza fazia mais efeito quando você queria que a pessoa falasse tudo só para você, o controle era mais fácil assim. Sabia muito bem disso, algumas pessoas eram ensinadas desde pequenas a lançar todos os tipos de feitiço, e também suas conseqüências, quem nascia com um nome importante e com grandes segredos de família, não podia se dar ao luxo de ser forçado por uma poção ou feitiço a falar. Por isso desde pequenos tinham aulas, tinha sido assim que conhecera Draco, numa aula de como se defender contra esse tipo de encantamento conhecera Blaise numa aula de defesa e ataque, no que ele sempre fora melhor do que ela.

A manhã passou devagar, e Draco parecia estar demorando demais, mas ela não se deixou alarmar, estava mais confiante do que nunca, apesar de Pansy ainda não ter falado com ele.

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Parou na frente da lareira, ainda um pouco incrédulo que iria mesmo fazer aquilo. Deu uma última olhada para trás, agora realmente não tinha mais volta, ela jamais deixaria que ele saísse daquela sala sem que tivesse feito o que estava disposto a fazer quando entrou ali.

Percebeu que quanto mais pensava mais se sentia inclinado a desistir, então esvaziou sua mente e jogou o pó de flú na lareira, entrando em seguida e dizendo:

- MALFOY MANSION OS MAIORES BRUXOS DE TODOS OS TEMPOS MORAM EM MINHA CASA, EU SOU UM DELES!

Sentiu o mundo girar ao seu redor e logo chegou àquela mesma sala onde tinha encontrado seu pai pela última vez, limpou a fuligem de suas roupas e subiu as escadas, desviou o caminho que fizera com seu pai e saiu em uma estante da sala.

Sentada em uma cadeira lendo uma revista estava sua mãe, tão compenetrada que parecia nem ter notado a entrada dele na sala, se aproximou devagar, sem fazer barulho nenhum, seria muito engraçado ver sua mãe assustada.

- Nem pense nisso Sr Draco Lucio Malfoy!

Levou um susto ao ouvir as palavras de sua mãe.

- Como você sabia?- perguntou amuado.

- Eu sei de tudo que acontece em minha casa, querido.- ela fechou a revista e encarou ele com uma cara de falsa tristeza - Não vai dar nem um beijo em sua mãe?

Ele riu e beijou a bochecha dela, enquanto ela sorria satisfeita.

- E então, - disse ela enquanto ele se sentava em uma poltrona ao seu lado - a que eu devo sua visita?

- Eu só vim buscar uma coisa, - ela fez uma cara um pouco indignada, então ele completou - e aproveitar para ver a minha mãe, a mulher mais linda do mundo, óbvio...

- Ainda bem! - falou ela com o queixo erguido e sorrindo para o filho -Por que eu já estava achando que meu filho não sentia minha falta o suficiente para vir até aqui só para me ver!

Ele riu e pediu licença enquanto se levantava e se dirigia ao seu quarto.

Foi direto até sua escrivaninha e começou a mexer nas coisas, então passou para um armário, e então para uma estante de livros, mas parecia não conseguir encontrar o que estava procurando. Olhou para os lados varrendo o lugar e fazendo força para se lembrar onde tinha guardado, mas não conseguiu pensar em nenhum lugar, então, como último recurso, gritou:

- Mãe!

Alguns minutos se passaram e Narcisa Malfoy entrou no quarto com seu lindo vestido preto esvoaçante e sapatos de salto.

- O que foi meu querido?

- Mãe, você lembra daquela gargantilha e pingente que a vovó deu para mim?

Narcisa fez uma cara de desgosto e começou a alisar a cama enquanto parecia engolir algumas palavras antes de responder a pergunta do filho.

- Claro que me lembro meu filho.

Ele fingiu não notar a perturbação da mãe e continuou:

- Você a viu por ai? Eu não consigo lembrar onde foi que eu guardei.

Ela se virou rapidamente para ele com uma expressão aterrorizada e as mãos no peito.

- Você está me dizendo que perdeu aquela gargantilha? É isso que você está me dizendo?

Ele recuou com o corpo com a explosão da mulher, e ela falou algo parecido com "É isso que dá deixar algo tão valioso nas mãos de uma criança!".

Ela voltou a encara-lo e respirou fundo, falando já mais calma.

- Você tem qualquer idéia de onde ela pode estar?

- Eu sei que ela esta nesse quarto, eu tenho certeza disso, mas não consigo encontra-la.

Ela se aproximou devagar dele e tocou seus ombros, por um segundo ele teve a impressão que ela começaria a sacudi-lo, mas isso não aconteceu.

- Tente se lembrar do dia em que você as guardou.

Draco fechou os olhos, meio nervoso, esvaziou a mente e se concentrou na pergunta, então, depois de alguns momentos começou a falar.

- Foi no dia da morte da vovó, ela me entregou a caixa com a gargantilha e o pingente e me disse para deixar longe de você, - ele sentiu sua mãe apertar levemente seus braços meio irritada, mas ignorou isso e continuou falando - eu lembro que eu vim para cá e finalmente abri a caixa, e achei o pingente muito feminino, mas tinha um pequeno bilhete "Dê para a pessoa que você amar, só ela será digna de usa-lo", era isso que ele dizia. Eu peguei a caixa e comecei a procurar um lugar para guarda-la, eu tinha que esconde-la, pois Blaise adorava vir aqui para bisbilhotar nas minhas coisas, e eu não queria que ele achasse aquilo. Então eu guardei...

Ele parou e abriu os olhos, sua mãe olhava para ele com uma cara de expectativa, como se sua vida dependesse de saber onde estava o tal colar.

- Onde você guardou Draco?- ela o sacudiu de leve, como para acorda-lo de uma crise.

Ele se soltou da mãe e foi até a escrivaninha e mexeu embaixo dela, soltando um fundo falso, e de lá tirando uma caixinha verde escuro.

Os olhos de sua mãe brilharam e ela tirou a caixa de suas mãos, abrindo-a em seguida e tocando com o dedo o pingente.

Era com certeza uma coisa linda, um coração prata não muito grande com esmeraldas encravadas, apesar do seu tamanho ele era rodeado por um brilho que poderia deixar até a pessoa mais insensível maravilhada, sem palavras.

- Eu sempre amei esse colar...- falou parecendo viajar em memórias - Mas sua avó nunca permitiu que eu usasse, disse que sempre pulava uma geração, esse colar era tudo que eu queria, e ela não me deixou usar nem no dia de meu noivado, nem depois que você nasceu...- ela parecia prestes a cair no choro.

Draco pegou a caixinha das mãos de sua mãe devagar e fechou-a, recebendo um olhar de censura.

- Eu tenho que ser mais ou menos rápido, mamãe, não posso demorar o dia todo...

Abriu uma gaveta e de lá tirou uma caixa de madeira média e uma pequena caixa, parecida com a que tinha a jóia de sua avó, mas preta. Colocou as mãos por trás do próprio pescoço e tirou uma corrente com um pingente em forma de cobra, com olhos de esmeralda. Depositou seu próprio colar na caixinha preta e depois abriu a caixa de madeira, colocando os dois colares dentro, além de um saquinho que tirara de sua capa e uma carta, que estava pronta a dias, depois fechou a caixa e bateu duas vezes com sua varinha, tudo isso sob o olhar atento de sua mãe.

- O que você vai fazer com essas coisas Draco?

Ele olhou para ela, não tinha exatamente pensado no que dizer teria que falar a verdade, pelo menos uma parte dela.

- Eu vou dar para uma garota, mas eu quero fazer uma coisa especial nele antes...

- Uma garota? - ela sorriu parecendo mais feliz do que nunca - E eu posso saber quem é?

- Eu acho melhor não...Eu prefiro que fique em segredo.

- Só me diga uma coisa, é a Pansy?- ela esperou pela resposta mordendo levemente o lábio.

- Não, não é a Pansy.

- Graças a Merlin!

Ele olhou confuso para a mãe, que estava com uma cara tão aliviada que chegava a ser engraçado, então ele falou:

- Eu achei que você gostasse da Pansy, não é por isso que eu fiquei com ela tanto tempo?

- Eu gostava dela...Mas a mãe dela tem se mostrado uma pessoa insuportável ultimamente, além de alguns problemas mais antigos, que voltaram agora com toda a força.

A cara dela mostrava que ele não deveria perguntar mais nada, e foi exatamente o que ele fez.

- Você vai para Hogwarts para o baile, certo? - perguntou mudando completamente de assunto.

- Vou sim. - respondeu ela - Você realmente achou que eu perderia esse baile por alguma coisa no mundo? Meu filhinho lindo está entre os homenageados, eu vou mesmo que me proíbam!

- Eu acho que a senhora não precisa se preocupar com essa parte, eles jamais te proibiriam de ir.- então entregou a caixa que ainda mantinha na mão para um elfo e disse para quem mandar - Já que você vai, eu queria te pedir um favor mamãe.

- Fale querido.- ela olhava para ele com uma expressão de leve curiosidade.

- Você poderia ir até a casa de Jean McCurty para pegar a caixa que eu mandei? Ela não envia as encomendas de volta depois que termina o trabalho, diz que não confia nas corujas com suas jóias.

- Claro que posso ir Draco. - ela tinha um grande sorriso no rosto e um olhar sonhador, como se mal pudesse esperar para fazer o favor ao seu filho.

- Muito obrigado.- falou ele, mas notando o entusiasmo da mãe continuou - Mas você não pode mexer na caixa, até porque ela vai estar trancada.

Narcisa pareceu ficar decepcionada, mas logo voltou a sorrir e levou Draco para tomar café da manhã com ela, ainda tentando descobrir quem seria a garota que usaria seu colar.

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Draco chegou na escola pouco antes do almoço, deveria saber que demoraria mais do que o planejado afinal ninguém diz não para Narcisa Malfoy, ao menos não quando ela esta oferecendo sua hospitalidade.

O dia passou rápido, e ele ficava se perguntando quanto tempo demoraria para que sua encomenda ficasse pronta, e se fizera a coisa certa ao pedir para sua mãe busca-la. Sabia como aquele colar mexia com sua mãe. Mas sabia que a deixara animada quando pedira que lhe emprestasse alguns elfos para arrumarem uma sala, além de pedir que ela fizesse o desenho da decoração. Isso com certeza o redimira de tirar dela o colar, se tinha uma coisa que ela adorava era decorar ambientes, e fazer compras, e essas duas coisas lhe seriam necessárias para poder ajudar seu filho com seu segundo pedido.

Naquela noite foi dormir cedo, mas não por estar com sono, por que não conseguia se concentrar em nada, tudo estava tão confuso. Agora tinha dado um passo importante, e cada vez ficaria mais difícil voltar atrás, por isso era tão assustador.

Fechou os olhos e logo pegou no sono, sua noite foi cheia de cabelos ruivos e olhos castanhos.

O tempo passou rapidamente, e logo estavam a apenas uma semana do baile, no dia em que os times adversários deveriam chegar, a escola, como era de se esperar, estava um alvoroço, todos ansiosos para a chegada dos times e também pela aproximação da data do baile.

O Salão Principal tinha agora uma nova disposição das mesas, logo a frente da mesa dos professores havia sido colocada uma outra mesa, onde deveriam sentar os três times principais, para que houvesse uma interação entre os competidores.

Às 18 horas estavam todos nos jardins, esperando.

O time de Hogwarts parecia aflito, Olívio Wood falara sobre os dois times para a equipe, e nenhum deles parecia muito amigável. Além da necessidade de vencer que os dois cultivavam, a vontade de acabar com Hogwarts, já que acreditavam que a escola tinha trapaceado no Torneio Tribruxo.

Os locais das tarefas e solenidades do torneio haviam sido sorteados, e ninguém ficara muito feliz quando a escola foi escolhida para ser o local do baile, mas como foi justo não conseguiram mudar.

A primeira tarefa seria em Beauxbatons, isso agradara bastante a diretora da escola, que disse que adoraria arrumar a escola toda para a prova de abertura, a segunda seria em Durmstrang, que deixou claro que preferiria sediar a tarefa final, a terceira seria em Hogwarts e o baile para a finalização e entrega dos prêmios seria na França.

Depois de acabado o sorteio Durmstrang deixara claro que ficara muito infeliz com o que lhe fora resignado, então haviam decidido que o troféu e os prêmios individuais ficariam lá até o baile de fechamento, quando iriam diretamente para a França. O fato de eles nem chegarem perto de Hogwarts fez com que eles ficassem mais felizes, mesmo que não totalmente.

Depois da chegada das duas escolas, que foram recepcionadas pelo diretor de modo muito formal, todos foram para o Salão Principal para jantar.

Gina olhava nervosamente para Draco, mesmo que tentasse disfarçar. Ele estava conversando animadamente com uma garota francesa, que ele beijara no rosto para dar oi. Não sabia por que, mas algo parecia se sacudir em sua barriga enquanto observava os dois conversando, eles pareciam tão íntimos.

Disfarçou a incomodação conversando alegremente com Harry, ou pelo menos fingindo, já que sempre tentava escutar a conversa dos dois, logo percebendo que era inútil, já que eles falavam em Francês, e tudo parecia estranhamente sexy. Talvez aquilo fosse uma característica da língua, fazer com que qualquer conversa rotineira se tornasse estranhamente sexy aos ouvidos de quem não entendia o que era dito, só podia ouvir as palavras.

Amaldiçoou-se por não ter tomado aulas de francês quando seu tio lhe oferecera, naquela época lhe parecia besteira aprender a língua, agora lhe seria extremamente útil. Continuou ouvindo por mais alguns minutos, mas depois desistiu, aquilo não estava ajudando nem um pouco seu nervosismo.

No dia anterior ao baile a escola praticamente parou, os professores mal conseguiam falar com tanto alvoroço entre os estudantes, e logo a maioria desistia de dar suas aulas, para se juntar a conversa dos alunos. É óbvio que alguns professores jamais admitiriam algo como a aula ser interrompido por conversas em função de um baile, então a aula de poções foi tão maçante quanto em qualquer outro dia.

- Não pensem que o fato de suas cabeças estarem avoadas por causa do baile vai livra-los da minha aula! - falou Snape ao entrar na sala de aula, onde os alunos estavam divididos em grupinhos conversando excitadamente - Hoje eu quero uma Poção do Esquecimento, os ingredientes e as instruções estão no quadro. - ele fez um gesto com a varinha e o quadro negro se encheu de palavras - Não esqueçam de nada! - acrescentou com um sorrisinho no rosto.

Gina fazia a poção calmamente, mas ela, ao invés de ficar transparente, ficava cada vez mais escura, quase chegando a um tom bordô. Tentava concertar mexendo novamente e acrescentando mais ingredientes, mas nada parecia adiantar.

Nessa hora alguém bateu na porta, e ela virou para ver quem era, só para então constatar que aquele não podia ser um bom dia, já que quem entrou na sala foi a garota francesa que não saia de perto de Malfoy e sua trupe.

A garota parou ao seu lado, esperando que Snape viesse até ela, então deu uma espiada no caldeirão de Gina, que agora se encontrava verde néon.

Enquanto o professor parecia procurar alguma coisa em sua mesa a garota sorriu para Gina e pegou um pedaço de pergaminho encima da classe, depois de bater nele com sua varinha uma só vez colocou-o discretamente perto da mão da ruiva, logo sendo chamada pelo mestre de poções.

Gina olhou para o pequeno bilhete sem chamar atenção para si, nele dizia "Coloque duas lágrimas de unicórnios". Duvidou muito que aquilo pudesse leva-la a algum lugar, já que esse ingrediente nem estava escrito no quadro, mas ao olhar a situação em que se encontrava sua poção resolveu que não faria mal tentar, pelo menos se a garota fosse tão doce quanto aparentava, alguém com um jeito assim não poderia fazer mal a ninguém.

Pegou um pequeno frasco e adicionou as lágrimas, olhando para o professor em seguida, a garota francesa olhava para ela, e então fez um movimento com as mãos como se dissesse para mexer a poção. Gina fez isso, e em alguns segundos ela estava exatamente da cor que deveria estar. Gina sorriu e olhou para a garota que começava a se retirar da sala, tentava dizer obrigada com o olhar, e pareceu a ela que a outra entendeu, pois sorriu de volta mostrando seus lindos dentes brancos.

Snape deslizou até a mesa de Gina, para onde estava indo quando Nicole chegara, vira algo como um brilho néon no caldeirão da garota, e não podia perder a oportunidade de tirar alguns pontos da Grifinória, mas para seu total desapontamento, ao chegar lá descobriu que a poção estava perfeita. Virou as costas e trotou mal humorado para o outro lado da sala.

Draco recebeu uma encomenda na manhã do dia anterior ao baile, era uma caixa de madeira não muito grande e que não chamava muita atenção, mas que carregava uma fortuna dentro dela.

Guardou-a em sua mochila para que ninguém tentasse pegá-la, cuidaria daquele assunto naquela noite.

Só faltava uma coisa para que tudo ficasse perfeito, inspiração para escrever sua carta, mas isso tinha certeza que não faltaria uma vez que tinha duas garotas como melhores amigas, e que eram com certeza muito românticas, e jamais se negariam a ajuda-lo.

Com essa preocupação de lado deixou a caixa de lado em seus pensamentos, tomando algumas preocupações como mais imediatas, por exemplo, onde estava Nicole?

Gina chegou ao seu quarto a noite, já exausta, mal podia esperar para tomar um banho e cair na cama, agradecia a Merlin, e a Dumbledore, que no dia seguinte não haveria aula, pois não agüentaria passar por outra daquelas aulas de poções.

Pensar nisso trouxe de volta a lembrança da garota que a ajudara durante sua aula, o por que ela fizera isso era um total mistério para Gina, que antes daquele momento realmente não gostava da garota, simplesmente por ela andar sempre com Draco. Por mais tolo e sem sentido que fosse aquele ciúme. Desde quando sentia aquilo? Não tinha fundamento nenhum, estava namorando outro garoto, Harry Potter, o homem de seus sonhos, o homem perfeito para ela.

Sacudiu a cabeça para não ter que começar uma discussão consigo mesma, estava cansada demais para aquilo. Levantou da cama onde tinha se atirado e tomou um banho rápido, saiu do banheiro já sonhando com uma boa noite de sono.

Mas quando se aproximou de sua tão desejada cama viu algo estranho encima dela, uma pequena caixa de veludo e um envelope. Pegou-o e abriu, seu queixo caindo em seguida.

N/A: Oláááá!

Mais uma vez eu tenho que pedir desculpas pela demora, eu meio que travei, mas estou aqui de volta, postando novamente e prometendo que não vou demorar tanto para postar o próximo!

Esse capítulo com certeza não é o melhor, mas no próximo as coisas começam a ficar realmente interessantes, afinal teremos a confissão de Pansy, a carta do Draco e O BAILE!

Que capítulo ocupado, não é mesmo?

hehehehehhehe

Espero que vocês tenham gostado desse também, apesar de não acontecer muita coisa.

Alguma idéia do plano do Draco? E o que foi aquele segundo pedido? Alguém tenta adivinhar?

Agradecimentos:

Ane Malfoy: Olááá!

Ainda bem que tu gostou do modo como as suas partes foram usadas, as conseqüências serão muitas! (mais ou menos)

hehehehhee

Espero que tu goste desse capítulo que demorou demais para sair, e que está sendo escrito quando eu deveria estar estudando português, o que talvez me ajude a não depender tanto de uma beta, mas...

Beijos!

Musa Jesy H. M. K. Malfoy: Olááá!

O Draco mandou a carta! Agora será que ela sabe? O que será que ela diz? O segredo da Pansy será assim tão horrível? Tudo no próximo capitulo, sorry...

Muito obrigada pela review!

Beijos!

laura: Oláááá!

Foi um ótimo comentário querida...

hehehehehhe

Você estava escrevendo tarde, e eu sei que às vezes escrever assim tarde pode ser difícil, só por isso eu não te bati depois que li ele...

Espero que goste desse novo capítulo, que demorou bastante, eu sei, mas eu não pude evitar...

Beijos!

Tatiizinha: Oláááá!

Que bom que você está gostando da fic! O Plano do Draco não ficou claro ainda, mas no próximo capítulo vai ficar!

Tomara que você goste do novo capítulo!

Beijos!

Agora eu termino o meu N/A, que ficou maior do que normalmente...

Desculpem pelos erros, estou sem beta, se alguém quiser betar me avisa que eu vou amar!

Até logo!

Beijos