OUKI MEGAMI
Segunda parte - Os fantasmas da cidade
18. Menina Corajosa
Com um esforço sobre-humano, mas impulsionada pelo terror que sentia, Kagome conseguiu descer pela janela do sobrado, usando a corda que improvisara amarrando vários lençóis e prendendo a ponta de um deles no pé da cama. Quando chegou ao solo nos fundos da funerária, tinha os braços arranhados pelo atrito com a parede, mas estava aliviada por ter se livrado das investidas de Yama.
Kagome estava dividida: seu desejo imediato era fugir daquela cidade sem perder mais nenhum minuto, mas ao mesmo tempo pensava em Inu-Yasha, na irmã e também em Sesshoumaru e Miroku. Com base no que ouvira quando Yama fora chamado pelo homem barbudo no quarto, calculava que todos estavam aprisionados na tal Mina Vermelha mencionada pelo grandalhão.
Encostada na parede, a menina esfregou os braços feridos e se perguntou como faria para encontrar a mina. Ainda indecisa quanto à atitude que tomaria em seguida, pressentiu que o mais sensato seria afastar-se depressa dali. Assim, começou a caminhar pelo beco que existia nos fundos da funerária e, antes de entrar na viela à sua frente, olhou para trás e viu a corda de lençóis pendendo da janela do quarto.
Esgueirando-se com cuidado, a menina chegou ao fim da via estreita e perceber assustada que esta desemboca numa rua mais larga. À sua esquerda, erguia-se o prédio cinza da funerária.
Kagome ficou parada por alguns instantes, calculando quais as chances de sair correndo sem ser vista por alguém do sobrado. Oculta pela esquina, olhou para trás de repente, pois tivera a nítida sensação de que alguém a vigiava. Como a ruela estivesse vazia, concluiu que seus nervos lhe pregavam uma peça.
Quando olhou para a direita, porém, na direção da praça, estremeceu: na esquina, a duas quadras de onde se encontrava, estava uma dupla que reconheceu de imediato, embora os visse pelas costas – Inu-Yasha e Ginkotsu. Empunhando a escopeta, o homem barbudo segurava o braço do rapaz algemado e o mantinha encostado à parede, como se espionasse alguma coisa no largo.
Kagome seria incapaz de explicar como arranjara coragem para agir. Mas o fato é que, dando uma última olhada para a porta da funerária, começou a caminhar na direção da praça, mantendo o corpo rente às casas da rua. Preocupada em andar rápido, torcendo para que o homem barbudo não olhasse para trás, tomava o máximo cuidado em não fazer barulho. E nem passou por sua cabeça a idéia de dar uma espiada por sobre o ombro. Se tivesse feito isso, Kagome provavelmente teria desmaiado com o susto, pois era seguida de perto.
Quando se achava a poucos metros da dupla, ainda caminhava à parede, sua presença foi notada por Inu-Yasha, que, vislumbrando-a com o canto dos olhos, só conseguiu abrir a boca, num misto de terror e espanto.
Kagome estava agora tão próxima do homem barbudo que conseguia sentir a tensão que o namorado vivia. Ela olhou para Inu-Yasha, erguendo as sobrancelhas, como se indagasse o que deveria fazer – e ele arregalou os olhos, pois percebeu a figura que, também se esgueirava junto à parede, mantinha-se passos atrás de Kagome, como se fosse sua sombra.
Não suportando mais a situação, Inu-Yasha prendeu a respiração e, reunindo todas as forças, jogou o ombro com violência contra Ginkotsu. Atento ao que se passava na praça, o barbudo foi apanhado de surpresa e emitiu um grunhido rouco, deixando cair a escopeta e tombando para o lado.
Embora estivesse algemado, Inu-Yasha tentou pular em cima de Ginkotsu, antes que ele recuperasse a arma, percebendo que Kagome se aproximava com a mesma intenção. Mas o homem foi mais rápido e, com um giro de corpo, aplicou uma rasteira em Inu-Yasha, derrubando-o também. Quando rolou para o lado, buscando a escopeta, o joelho da menina atingiu suas costas. Sem olhá-la, Ginkotsu usou a mão direita para golpeá-la no tornozelo, o que fez com que Kagome de desequilibrasse.
Com uma agilidade surpreendente, o homem barbudo pôs-se de joelhos, ao mesmo tempo que alcançava a arma no chão. E tentou levantar-se, com a clara intenção de atirar, mas um golpe o deteve. Ginkotsu nem teve tempo de perceber o que havia atingido com força na base do crânio, produzindo um som seco. Seus olhos giraram e ele desabou na rua de terra.
Com dificuldade, Kagome ajudou Inu-Yasha a levantar-se. Pegou o chaveiro que Ginkotsu carregava preso ao cinto, livrou o namorado das algemas e o abraçou.Finalmente ambos olharam para o velho Kenji que, com um golpe certeiro de seu cajado, havia abatido o homem barbudo. Os dois estavam trêmulos e Kagome permaneceu agarrada a Inu-Yasha, frente a frente com aquele sujeito desgrenhado, sem compreender direito o que iria acontecer em seguida.
- Os fantasmas... Eles não gostam de estranhos aqui na cidade... – o velho murmurou, apoiando-se outra vez no cajado.
Inu-Yasha e Kagome se entreolharam numa aflição muda. E como se estivessem sendo atraídos por um poderoso imã, os três se voltaram ao mesmo tempo para praça, mas precisamente para a porta do Hotel Yume. Naquele momento, sem desconfiar do que havia acontecido na esquina, Yama havia chegado ao carro.
Bem vejamos, a identidade do Homem de Cinza foi revelada, e ainda soubemos que ele teve um passado com Kagura, humm. Os dois se encontraram depois de um longo tempo separados.
Por falar em encontrar a Kagome e Inu-Yasha estão juntos de novo, viva, agora só precisam saber aonde os amigos estão. Onde será que fica esta talMina Vermelha? Ah o velho Kenji, salvou os dois e agora está com eles, terão os dois entrado num novo problema?
Ah, abunai, abunai,perigo no carro, Yama está com a arma apontada para o Homem Cinza. Oh não, e agora...
Próximo episódio de O.M.- Os fantasmas da cidade... Yama x Homem Cinza... quem vencerá essa luta?
kisses
ja ne
