Hello people!
OUKI MEGAMI
Segunda parte – Os fantasmas da cidade
21. A mina vermelha
Quando as paredes da casa começaram a estalar, indicando que tudo iria desabar a qualquer momento, o casal saiu à rua abraçado. Assim que cruzaram a porta, porém, descobriram que uma nova surpresa os aguardava do lado de fora: Ginkotsu, segurando o revólver que Yama jogara longe antes de entrar em luta com o Homem Cinza.
- O que você quer? – Inu-Yasha perguntou, abraçando a namorada com mais força, num gesto protetor.
O homem barbudo emitia ruídos guturais e agitava a arma, indicando claramente que eles deveriam caminhar na direção em que ele apontava. A expressão no rosto de Ginkotsu e seus gestos nervosos não deixavam dúvida de que era melhor obedecer-lhe. Assim, Inu-Yasha e Kagome começaram a andar, seguidos de perto pelo homem armado.
- O que ele vai fazer com a gente, Inu-Yasha? – Kagome questionou, ao mesmo tempo em que olhava de relance para Ginkotsu.
- Se meu palpite estiver certo, ele vai prender a gente na tal mina abandonada. Será que ele sabe que o chefão dele está enterrado na lama? – Inu-Yasha fez a pergunta e virou-se para observar a reação que aquilo provocaria em Ginkotsu.
Como um urso enfurecido, o homem barbudo arregalou os olhos e grunhiu alto, apontando o revólver para a cabeça de Inu-Yasha, convencendo-o a continuar caminhando. Quando o trio chegou ao fim da rua, Ginkotsu rosnou e apontou a porta de madeira da Mina Vermelha, quase escondida pela vegetação. Os gestos que fez a seguir mostraram a Inu-Yasha o que ele queria.
- Me ajude aqui, Kagome, eu preciso abrir esta porta – o rapaz pediu, enquanto removia a tranca. – Vamos ver se dá pra conversar com ele.
Inu-Yasha e Kagome gastaram alguns minutos empregando toda a força que tinham para arrastar a porta de seu lugar. O coração da menina bateu mais forte quando a luz do dia penetrou na mina e ela viu, encolhidos a um canto, Sango, Miroku e Sesshoumaru. Concluído o trabalho, Inu-Yasha voltou-se para Ginkotsu:
- Escute, cara, pra que prender a gente aqui? Eu estou falando sério: seu chefe está soterrado naquela casa junto com o velho.
Ao ouvir a frase, Ginkotsu assumiu um ar ameaçador e agitou o revólver próximo ao rosto de Inu-Yasha , como se estivesse ordenando que ele se enfiasse na escavação.
Percebendo que havia um impasse na entrada da mina, Sesshoumaru criou coragem e aproximou-se da porta. Ao vê-lo, o homem barbudo se agitou ainda mais, passando a apontar o revólver para ele.
- Deixe a gente ir embora, por Kami – Kagome soluçou e isso pareceu perturbar ainda mais Ginkotsu, que voltou sua atenção e o cano da arma para a menina.
Sesshoumaru estava a pouca distância do homem que os ameaçava e, ao olhar para o revólver, seu corpo foi tomado por um súbito tremor. Por alguns segundos, ele perdeu o controle sobre seus atos e, quando deu por si, estava em pleno ar, saltando sobre Ginkotsu. A ação apanhou o homem desprevenido e ele rolou pelo chão, engalfinhado com Sesshoumaru. Rapidamente Inu-Yasha entrou em ação e segurou a mão com que Ginkotsu empunhava a arma. Miroku e Sango vieram também a entrada da mina e permaneceram estáticos vendo a cena: Inu-Yasha e Sessoumaru tentando dominar o homem barbudo, a poucos passos de Kagome, que contemplava a luta de boca aberta e olhos arregalados.
Mas Ginkotsu era bem mais forte do que seus dois oponentes e, com um empurrão, jogou Sesshoumaru para longe, voltando-se depois para Inu-Yasha, que tentava tomar-lhe o revólver. Girando o corpo, o homem barbudo torceu o braço de Inu-Yasha e, aplicando-lhe uma cotovelada no peito do rapaz, derrubou-o e recuperou a arma. Porém, antes que ele conseguisse apontá-la novamente para o grupo, o som de um tiro fez com que todos se voltassem na direção da rua.
- Já chega Ginkotsu. Está tudo acabado. Se você fizer um movimento, sou obrigada a atirar. – Kagura estava parada a poucos metros da entrada da mina e segurava a arma do Homem de Cinza com as duas mãos.
Ginkotsu olhou-a e resmungou, inconformado. Kagura aproximou-se um pouco mais, mantendo-o na mira da automática e ordenou:
- Deixe os meninos saírem. Eles já não vão atrapalhar mais nada. Yama está morto e Naraku está enterrado numa casa que acaba de desabar. E eu vou embora com o Bankotsu. Está tudo terminado.
Ginkotsu ainda quis retrucar alguma coisa, mas a atitude de Kagura não deixava margem para dúvidas. Assim, ele guardou o revólver no cinto e, cabisbaixo, saiu caminhando em direção à cidade, olhando seguidas vezes para trás. A morena esperou que ele se afastasse e então indagou a Inu-Yasha:
- Você dirige? Há um carro guardado no barracão ao lado da funerária e vocês podem usa-lo para sair daqui. Eu estou indo embora agora.
Depois de dizer iss, Kagura voltou para a rua e se afastou. Sem perda de tempo, Inu-Yasha, Kagome, Sesshoumaru, Miroku e Sango fizeram o mesmo. Enquanto seus companheiros corriam para o hotel, para apanharem as bagagens, Inu-Yasha foi até o barracão indicado por Kagura e efetivamente encontrou ali um velho carro, o veículo que ia tirá-los de Ouki megami. Abrindo o porta-luvas, o rapaz encontrou as chaves do carro e os documentos em nome de Naraku Fuji. Deu a partida e saiu para a rua de terra. Quando manobrou no sentido da praça, ainda teve tempo de notar que Ginkotsu se esforçava para arrastar o corpo de Yama na direção da funerária e exibia um ar de completa derrota.
No hotel, as meninas e Miroku pegavam suas mochilas com rapidez e se reuniram na recepção, à espera de Inu-Yasha. Sesshoumaru, que já tinha sua bagagem preparada, demorou-se um pouco mais para deixa seu quarto. Sentado na cama, leu o diário de Sango com avidez, antes de esconde-lo em sua mochila. Quando se juntou aos companheiros, trazia no rosto um sorriso enigmático, que aumentou ainda mais ao perceber que Miroku e Sango estavam de mãos dadas. Quando Inu-Yasha estacionou o carro, sua sugestão de passarem mais aquela noite no hotel foi recebida com vaias e risos. E então eles partiram.
O carro subiu com dificuldade o estreito caminho de terra, derrapando várias vezes. Ainda havia no ar a poeira levantada pelo carro do Homem Cinza, que passara pelo local poucos minutos antes. O dia estava chegando ao fim e Ouki megami, banhada pela luz do crepúsculo assumia um ar fantasmagórico. No momento em que o carro alcançou a estrada, Inu-Yasha desligou o veículo e todos desceram para contemplar a cidade pela última vez. Era um entardecer silencioso, e houve um instante em que todos ali tiveram a nítida impressão de estar ouvindo os sinos. Eles se entreolharam e sorriram, mas ninguém disse uma palavra.
Quando começou a escurecer, Inu-Yasha acendeu os faróis do carro e percebeu que já estavam próximos de Fuu. O plano do grupo era procurar a polícia, relatar o que havia acontecido em Ouki megami e depois ir para a rodoviária da cidade, onde tomariam o ônibus de volta para Tóquio. Passar o feriado no camping era uma idéia que todos tinham deixado de lado.
- Gente, quando eu contar lá em casa o que aconteceu ninguém vai acreditar – Kagome comentou, voltando-se para Miroku, Sango e Sesshoumaru, que ocupavam o assento traseiro do carro. – Por Kami, teve uma hora em que eu achei que nunca mais conseguiria sair daquele lugar. Coitado do velho Kenji... Será que ele não conseguiu escapar do desabamento?
- Ah, dificilmente, Kagome. Acho que a polícia vai precisar de uma escavadeira para desenterrar aqueles dois – Inu-Yasha opinou, lembrando-se com um arrepio do ruído da mina desmoronando. – Aquilo tudo ia cair a qualquer hora. O velho Kenji estava doido mesmo. Vocês precisavam ver o monte de túneis que ele cavou embaixo da cidade atrás de ouro...
- Doido ou não, se não fosse ele a gente não tinha conseguido escapar. E que loucura: quem ia imaginar que ele e o Neraku eram irmãos? – Kagome disse.
- Bom, pelo jeito essa loucura toda serviu para alguma coisa boa, né? – Inu-Yasha falou e, indicando Miroku e Sango com um movimento de cabeça, piscou o olho para a namorada.
Miroku ruborizou-se um pouco e, apertando com mais força a mão de Sango, beijou-a suavemente, fato que a deixou mais vermelha.
Sesshoumaru estava silencioso e olhava a escuridão pela janela do carro. Aquela aventura servira para alguma coisa boa também para ele. Com o salto sobre Ginkotsu, conseguira provar a si mesmo que não era um covarde, vencendo o trauma que se iniciara durante o assalto à casa em que vivia com os pais. Na semi-escuridão do carro, Sesshoumaru sorriu, satisfeito, mesmo sabendo que não poderia partilhar aquele sentimento com os companheiros. Afinal, concluiu, era como tentar explicar para alguém que ele estava crescendo.
- Aliás Sesshoumaru, agora só restou você! – Kagome afirmou virando para o bando de trás.
- Como assim?
O garoto olhou para ela sem entender de que esta o falava. Inu-Yasha ao perceber o que a namorada insinuava resolveu entrar para a brincadeira.
- É verdade, agora você é o único no grupo...en...ca...lha...do. – Kagome e Sango riram do comentário feito por Inu-Yasha.
- Não, o pessoal, parem com isso, não zoem com o nosso amigo aqui. – A frase de Miroku saia altiva, impondo autoridade. Mas no fundo estavam segurando fortemente a risada.
- Obrigado Miroku. Apesar de todas as nossas brigas sabia que você me defenderia – Sesshoumaru disse dando leves tapas na costas do amigo.
- Eu disse pra desistir da morena que nos salvou, ela não iria querer nada com você, - suspirou como se realmente lamentasse o fato. - Me desculpe, eu tentei dizer antes, mas você parecia tão apaixonado. Mas não se preocupe você encontrará...
- Oras seu, é agora que eu vou terminar aquela discusão. Prepare-se, você não morreu naquela cidade, mas pode acreditar que agora morre...
Then, people this is the end!
Espero que tenham se divertido tanto quanto eu :)
Agradeço muitíssimo a Nadeshico, Simca-chan eSakurinhah pelos reviews.
Tirando agora as últimas dúvidas:
A cidade de Ouki Megami, totalmente ficcional, não possui de fato fantasmas (bom, agora talves sim,afinal Yama, Naraku e Kenji morreram lá, e bem se algum deles tiverem algum assunto pedente... ù.ú). Ela simplesmente ficou deserta, para quem conhece os filme de corrida ao ouro sabe muito bem, cidades inteiras ficavam vazias assim que o estoque das minas também se esvaziavam. Afinal isso era o que movia a cidade, isolada e no meio do nada da mesma maneira que surgia desaparecia. Existem relatos que cidades foram encontradas nos EUA, desabitadas. Tudo pela corrida do ouro.
A revelação da fraternidade entre Naraku e Kenji. Isso explicaria como Naraku conheceu a cidade, era um de seus moradores. E em outro aspecto por que protegeu Kenji da mira da arma de Yama. A idéia de que ele simplismente botava medo nos possíveis visitantes a cidade morta, é uma hipótese. Mas ao que tudo indicaque o grupo de Naraku não estava acostumado a receber visitas, então qual era o seu papel.
Bem creio que estas eram as últimas coisas a se dizer, o restante acho que este último capítulo elucidou. No entanto se restarem dúvidas, podem dizer, responderei via e-mail.
Para quem seperguta sehaverá continuação da fic devo responder que épossíveldisso acontecer.Adiantando um pouco será o mesmo grupo,as personagens terão a mesma personalidade, só que dessa vez a história se passará emum lugar diferente.E quem sabe dessa vez a turma tenha que enfrentar fantasma de verdade. Estou seriamente pensando nisso.
Minha meta é produziruma fic o maispuxado para o suspenseo possílvel. Isto é o que a minha pobre cabecinha conseguir... xD.
Encerro minhas atividades com fics por enquanto. Voltarei apenas em dezembro com mais umlonga. Creio eu também que trarei para vocês Contos de Fadas Negros... :3
Sakurinhahnão pense mal, ainda não quero morrer, por isso estarei postando uma coletania de contos. Sim não deixarei de ter atividade, apenas postarei durante um tempo apenas one-shots.
Serão uma séria de contosde hora apenas suspense, horahorror. Quem sabe até um drama. Em cada conto um personagem diferente será centrado.
Dito isso vou ficando por aqui. Obrigada a todos que leram, e principalmente aqueles que deixaram seus recadinhos.
Muitos kisses a todos e até uma outra vez.
;x
