---- Capitulo 9 -----

Corredor, Vozes e Potter

- Então, todo esse mau humor foi causado por...

- David Coop. – Lene completou a frase de Lílian.

Depois que Almofadinhas, Lene e Pontas chegaram do treino, foram direto para o banho e agora estavam de volta a sala dos monitores. Bom, dois terços estavam de volta.

- Eu não estou de mau humor por causa do Coop. – James cruzou os braços e se jogou no sofá.

- Ah, não? – Marlene o olhou com descrença. – Então o que foi aquilo no treino?

- Oras, ele se desequilibrou da vassoura. Não é minha culpa se o idiota não consegue ficar em pé em uma vassoura.

- Sei... Então você não teve nada haver com o fato de que ele do nada, quase caiu da vassoura?- Lene cruzou os braços.

- Como eu lhe disse, Lene. Eu não posso fazer nada se o cara não consegue se equilibrar. – James fez cara de santo, olhou para Lílian marotamente. A ruiva apenas levantou a sobrancelha esquerda.

- Vou fingir que acredito. – Marlene se levantou. – Cadê o Almofadinhas?

James arrepiou os cabelos.

- No banho.

- Ainda? – Lene ficou andando de um lado para o outro da sala. – Como uma pessoa pode demorar tanto para tomar um banho? Ele mais parece uma garota... – E olhou chateada para James.

- Não olha assim pra mim. Não sou eu quem estou demorando...

Lílian não pode deixar de sorrir com a cena. Ela sabia muito bem que Marlene ficava um pouco ranzinza se ficasse muito tempo com fome. Pelo visto Almofadinhas ainda não havia tomado conhecimento desse fato. Sentou no sofá ao lado de James, pois uma poltrona estava cheia de livros, e a outra estava ocupada por Remo.

- Na verdade existem certos fatos obscuros quanto ao Almofadinhas. Não é mesmo Aluado?

- Você ainda tem muita coisa para descobrir Lene. – Remo falou, sabiamente.

- Então, fora o Coop...

- Você quer dizer, fora aquele trasgo, tapado, idiota...

- Potter, quer parar? – Lílian olhou meio sorridente, meio séria, para ele. – Fora, o Coop... – James arrepiou os cabelos.- Como foi o teste?

- O time não chega aos pés do ano passado, claro que com os treinos vai haver mais entrosamento, - Lene olhou para James. – Espero. Mas quem realmente me impressionou foi a Wood...

- Wood? – Lílian tentava procurar uma imagem em sua mente.

- Lucy Wood. Sabe, aquela grifinória do 5º ano. Loira, olhos azuis, um jeito meio moleca...

- Ah... claro...

- Foi uma surpresa. - Lílian olhou para o maroto com a sobrancelha erguida.

- Por que, foi uma surpresa Potter?

James a olhou, avaliando a situação. Porque, conhecendo Lílian do jeito que ele conhecia, ela com certeza levaria o que quer que ele dissesse para outro lado. Poderia dizer que ele estava sendo machista por pensar que era uma surpresa uma garota entrar no time ou que ele estava interessado nela... Afinal ele sabia que Lílian sentia ciúmes... ela sentia.

- Porque ela nunca se mostrou muito interessada em entrar no time. – Arrepiou os cabelos, certo de que a ruiva não teria argumento contra isso. E estava certo. Lílian apenas o olhou com a sobrancelha erguida e cruzou os braços.

- É. Ela realmente não participou de nenhuma outra seleção para o time. Bom, mas pelo que vi, a garota tem um talento especial. Parece que foi feita para ser goleira.

- Defendeu todas as bolas. Já não era sem tempo de arrumarmos um goleiro decente. Goleira. – James sorriu. – Ano passado foi uma lastima com o Yaxley.

Pontas e Lene tinham expressões em seus rostos que diziam claramente como fora o campeonato ano passado. Frustrante. Sonserina havia ganho a final por uma diferença mínima, mesmo James tendo pego o pomo primeiro.

- Nem me fale naquele tapado. Como ele deixou a goles passar? E justamente um gol do Nott? – Lene respirou fundo.

- Foi realmente uma vergonha. Vocês chegaram tão perto. – Lílian sorriu.

- Vai ficar mangando agora é Lily? – James a olhou.

- Bom... mas foi. – Depois ao ver o olhar assassino dos dois completou. – Mas eu fiquei realmente sentida por vocês... foi um pena.

Lílian sorriu, junto com Aluado.

- Tenho total certeza de que esse ano vocês vão conquistar a taça. – Lily piscou para Lene.

- Nem que eu tenha que morrer tentando. – Lene sorriu, meio séria, e com o mesmo tom de voz que ela agora costumava usar nos treinos.

- Falando no seu poder para com os outros jogadores Lene, você bem que poderia desistir daquela idéia de treinarmos aos Sábados não é mesmo?

- O que tem de mais na minha idéia? Eu sinceramente a achei bastante produtiva. Tiraríamos a quarta e em seu lugar ficaria o Sábado. Assim, só precisaríamos treinar nas terças e quintas durante a semana. – Lene falou como se já tivesse articulado todo o plano, em seus mínimos detalhes. Lembrava muito Lílian quando, os dias dos testes eram anunciados, e, uns dois meses antes ela já fazia um plano de estudo.

- São 5 as razões para que essa idéia seja retirada de circulação. Aluado... – James olhou sério para Remo.

- Já que o Almofadinhas não está aqui para compartilhar essa idéia, Pontas me pôs em seu lugar. – Remo falou, meio divertido, meio chateado. – Como vocês podem perceber sou um tipo de estepe. – E sorriu marotamente. – Ah, sim. Queria comunicar as duas de que sou apenas um orador. Não tenho nada haver com as idéias desses dois. Portanto, se depois desse pequeno argumento vocês tiverem vontade de gritar com alguém, por favor não descontem em mim. Lembrem-se de que o Almofadinhas está tomando banho.

As duas os olharam divertidamente.

- Não vamos gritar com você Remo.

- Claro que não. Você é apenas uma vitima desses dois.

- Hey! – James fingiu indignação.

- Quer dizer então que Sirius está fugindo da namorada? – Lílian sorriu.

- Marlene pode resolver esse pequeno problema depois. – Pontas falou com uma pontada de seriedade, mas com o mesmo olhar maroto. E piscou para Lílian. – Agora, vamos ao que interessa.

- E quais são os argumentos dos dois, para que eu desista da minha bem planejada idéia?

- Como eu já mencionei são 5 tópicos. Aluado...

- Primeiro: o horário.

- Qual é o problema com o horário?

- Oito horas Lene? Oito horas em um Sábado? Nós estudamos a semana inteira, vivemos sob esse sistema opressor chamado escola, que nos obriga a acordar cedo de segunda à sexta, e você ainda estipula um horário para acordamos em um sábado? – James olhou para Marlene. Lílian revirou os olhos.

- Foi o Sirius que disse isso não foi?

- Bom... é claro que... se você pensar bem ... é foi. – Pontas deu de ombros.

- Logo previ. – Lene falou, calmamente. – Então, qual é o seguinte?

- Acordamos cedo, logo, ficamos com sono e como conseqüência não treinamos direito. – Aluado falou.

- Vocês já são bem grandinhos. Tenho certeza de que vão se adaptar.

- Terceiro: Como estaremos mortos de sono, e logo não treinaremos direito, não teremos boas partidas.

- Você já está amaldiçoando o time, James? – Lílian perguntou.

- Não venha com ironia agora Evans. Isso é sério.

- Quarto: Imagine: Jogadores acordando cedo, é igual a jogadores casados. Jogadores cansados, é igual a jogadores de mau humor. Jogadores de mau humor, igual a time sem entrosamento. Time sem entrosamento, mais brigas. Mais brigas, igual a um ou dois olhos roxos em um certo cabelo de ovo. – Aluado falou, como se não acreditasse na besteira que acabara de sair da sua boca.

- Isso foi... Potter pra que colocar o Coop nessa hist..

- Quinto e mais importante: Não iremos ter treinos regulares. – James cruzou os braços e olhou divertidamente para Marlene.

- E porque não iremos?

- Porque vai haver passeios à Hogsmead, e ninguém vai deixar de ir para ficar aqui e treinar.

Marlene pareceu pensar seriamente nessa ultima frase. Ficou calada por um tempo apenas fitando a paisagem lá fora. Depois disse:

- Vou pensar... o que você falou tem um certo fundamento.

James sorriu.

- Mas não prometo nada. Tenho que preparar uma grade de horários decente para esse ano. – Ela falou, mais para si mesma do que para os outros três.

- E não pense que você vai ficar livre. Não se esqueça Potter: como monitor-chefe você tem que me ajudar com os relatórios. – Lílian olhou para o maroto, que fez uma cara tristonha.

- A vida era tão fácil. E pensar que ano passado eu fazia parte dessa lista... – Pontas tinha uma expressão nostálgica estampada no rosto. – Mas isso não quer dizer que ainda não faça...

Lílian o olhou, com uma expressão que dizia claramente "Nem cogite essa idéia Potter".

- Hey, calma Lily. Só estou brincando. É claro que vou te ajudar ruivinha. – E piscou marotamente. Lílian apoiou o cotovelo na "braço" do sofá.

- Tudo bem que o Sirius quer ficar cheiroso e limpo, mas isso já é demais. Eu tô com fome. – Lily suspirou.

- Vai ver Almofadinhas foi surpreendido pela Murta.

- A fome está afetando os seus neurônios Potter? Os poucos que ainda te restam?

- Pensa que estou brincando? Ela apareceu duas vezes essa semana enquanto estava tomando banho.

- A Murta no banheiro do garotos? Essa é nova pra mim. – Lene riu.

- Você ri. Mas só fica aí rindo do problema do outros porque ele nunca aconteceu com você. Aquela fantasma não bate bem da cabeça. Ela é...

- Ela é doida! – Sirius havia passado pelo buraco do retrato. – Maluca!

Os quatros riram ao ver a expressão raivosa no rosto de Almofadinhas. Demorou um tempo até recuperarem o fôlego.

- Então você realmente encontrou com a Murta? – Lene deu um beijo no namorado.

- Pela cara dele, pode-se presumir que sim. – Lílian sorriu para Almofadinhas.

- Não ria Red. Você não sabe a experiência aterrorizante que fui obrigado a passar.

- Sirius que tal você nos contar isso lá embaixo? Porque eu particularmente estou morta de fome.

- E que historia é essa de mudar o horário do treinos, Black? – Lene o olhou desafiadoramente.

- Ah, sabe eu também estou morrendo de fome, e já esta ficando tarde... – Era realmente engraçado ver Sirius Black tentando fugir de um assunto. Porque, só quem tinha o poder de deixá-lo todo errado, era Marlene.

Passaram pelo buraco do retrato, Lene (ainda questionando Sirius), Almofadinhas e Aluado um pouco mais à frente. Lílian retirou um mecha de cabelo que insistia que cair sob seus olhos.

- Então Lily, estou errado ou você tem agido com uma certa influência marota hoje? – James sorria.

- Foi só impressão sua Potter. – Lílian mantinha a voz séria, mas James pode notar um fino sorriso em seus lábios.

- Sei...

Lílian o olhou com a sobrancelha erguida.

- O que você quer dizer com esse "sei..."?

- Eu? Nada. – James a olhou nos olhos. – Estava apenas afirmando o que você disse. – Arrepiou os cabelos.

- Sei... – Lílian ouviu o que acabara de dizer.

- Viu? Aposto que você falou a palavra com o mesmo valor que eu.

- Quer dizer então que você estava duvidando de mim?

- Duvidando de você? – James a olhou divertidamente.

- Que foi?

- Você acabou de afirmar que estava duvidando de mim. – O maroto cruzou os braços e sorriu. Enquanto Lílian sentiu as bochechas esquentarem.

- Quê! Eu não estava...

- Hey, vocês dois. – James e Lílian olharam para Almofadinhas. – Por mais que as brigas de você sejam bastante divertidas, eu estou com fome. E se os dois não notaram, nós já estamos no Salão Principal. – Logo depois sentou ao lado de Marlene.

Lílian sentiu que cada parte do seu rosto começava a ficar avermelhada. Principalmente ao perceber que vários alunos dirigiam seus olhares para os dois.

" Mas o que foi que deu em mim? Geralmente fico vermelha de raiva e não de... de...

Timidez, Lily, Timidez. Você está enrubescida."

A ruiva respirou fundo, ato que mostrava claramente sua indignação, "maldita consciência", e sentou ao lado de James. Este sorria marotamente. Junto com Lene, Almofadinhas e Aluado.

- Não sei porque vocês acharam tão engraçado. – Lily falou, enquanto se servia de purê de batatas. E tentava ignorar o fato de James estar observando-a. – Afinal as discussões minhas e do Potter já viraram rotina não?

- Mas isso não quer dizer que deixe de ser engraçado Red. Na verdade sempre é. Exceto para o Pontas. – Sirius olhou em direção a James, mas seus olhos focalizaram outra coisa. – Hey, mas o que o Rabicho está fazendo na mesa dos verdinhos?

James se virou para ver o amigo. Já Aluado só correu os olhos em direção à mesa.

Pettigrew falava com Régulos e tinha uma expressão meio aflita estampada no rosto. Falava rapidamente, como se quisesse sair logo dali. De vez em quando olhava em volta, mas não parecia realmente estar observando o que via, do contrario, teria percebido os olhares dos Marotos, Lílian e Marlene.

Já Régulos mostrava uma expressão de extrema superioridade e pelo que se podia ver falava calmamente.

Mas depois de alguns segundos Bellatrix Black falou algo em seu ouvido, e, o que quer que ela tenha dito, o fez mudar da água para o vinho. A expressão de superioridade em seu rosto mudou radicalmente para nervosismo. Falou algo para Rabicho. Algo que o fez girar nos calcanhares e voltar para a mesa da Grifinória rapidamente.

- Ah, oi gente. – Sentou ao lado de Sirius e começou a se servir de comida, quase que instantaneamente.

- Rabicho, mas o que em nome de Merlin, você estava fazendo na mesa daqueles idiotas? – Sirius o olhou, com a sobrancelha erguida. Juntamente com os outros quatro.

Pettigrew olhou para eles, como se não soubesse o que dizer. Demorou um certo tempo até ele terminar de mastigar e falar:

- Fui entregar um recado do Professor Slughorn. – Disse, decoradamente. Lílian sentia que algo estava errado.

- Quando você diz ele, é do Régulos que estamos falando não é mesmo? – Sirius continuava a olhar meio sério para Pettigrew.

- O que o Slughorn quer com o Black, Rabicho? – James olhou para Sirius.

- Não sei.

- Não sabe? – Remo também o olhava. – Você está escondendo algo Rabicho?

Pettigrew olhou para Remo, de um modo meio suplicante.

- Eu? Não, não. Não estou escondendo nada. – E olhou aflito para James e Sirius. – Não estou, já disse. Não sei o que o Professor quer com seu irmão Almofadinhas. Ele só me pediu para dizer ao Régulos que, se ele não entregar um tal trabalho de poções até amanhã pegaria uma detenção.

Sirius ainda olhou sério para a mesa da Sonserina, mas logo voltou a sorrir marotamente.

- Quer dizer então que o Régulos vai ficar de castigo? – E olhou para Pettigrew. – Rabicho, você não sabe a felicidade que essa notícia me trouxe.

Depois disso, Lily ainda percebeu um certo olhar desconfiado por parte da James e Remo, mas assunto parecia ter morrido e ponto final. Só que ela sentia que não era nem o começo.

Algo não se encaixava...

Slughorn era diretor da casa de Régulos, logo não era de se esperar que mandasse uma aluno da Grifinória dizer a um de seus alunos preferidos que ele pegaria uma detenção se não entregasse um determinado trabalho. O Professor não era assim. Ele faria isso pessoalmente. Ou então, em um caso extremo mandaria um aluno de sua própria casa.

E, se por acaso ela estivesse enganada, e Pettigrew estivesse falando a verdade, por que demorara tanto?

A expressão que Régulos mantinha em seu rosto, não era a de quem estava preocupado com trabalho ou detenção.

" Esquece isso.

Oras, e por que eu deveria esquecer?

Porque, com certeza você está imaginando toda essa situação.

Quê! Eu não estou imaginando nada, e você sabe disso. É só juntar os fatos...

Juntar os fatos? Pelo amor de Merlin, Lily, não tenta criar problema a onde ele não existe.

Você não pode dizer isso.

Eles são melhores amigos.

Eu sei, mas...

Não tem nada acontecendo. Esquece isso Ok?"

- Ah, Oi James. – Lílian foi rapidamente retirada de seus pensamentos ao ouvir aquela voz.

- Tudo bem Rachel? – A ruiva viu a garota sorrir, " Sorriso patético, falso, ridículo...", e balançar a cabeça positivamente. Logo depois ela falou educadamente com todos.

- Quer sentar Rachel? – "Como Lene pôde fazer isso!" Marlene sorridente, apontou para o lugar vazio ao lado de Remo. Lílian sentiu o estômago revirar e mordeu levemente o lábio inferior.

- Ah, ficou muito agradecida Marlene, mas já comi. – Ela olhou para o lugar vazio. Depois dirigiu seus olhos para James. – Será que eu poderia falar com você por um instantinho James?

Pontas arrepiou os cabelos e olhou rapidamente para Lílian. A ruiva estava começando a desconfiar seriamente que seu estômago, antes inchado, havia desaparecido e conseqüentemente seu coração havia dobrado de tamanho. Lógica estranha essa não?

- Claro. – Pontas se levantou.

- Foi um prazer gente. – Rachel sorriu simpaticamente para todos. Depois saiu andando para fora do salão junto com James.

Lílian sentiu sua fome se esvair.

- Lily, você está bem? – Lene a olhou marotamente.

- Estou ótima. – Sirius e Remo a olharam, achando a resposta pouco convincente. – Mas preciso terminar alguns relatórios que ficaram pendentes. – Se levantou da mesa. – Qualquer coisa, estou na sala dos monitores ok?

- Lily você não acha que... – Lene começou a falar mas ao fitar as duas esmeraldas preferiu não continuar. Apenas disse:

- Ok.

Lílian piscou para a amiga, deu um tchau para os garotos e saiu andando rapidamente para fora do Salão Principal.

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Não queria encontrar com James e Rachel, por isso resolveu pegar um caminho mais fora do usual, mais rápido e que poucos conheciam.

Estava passando por um estreito corredor, com duas bifurcações mais à frente (a da direita, mais curta e larga, levava direto para a torre da Grifinória, a da esquerda era mais estreita, e pelo que parecia, mais longa que o corredor em que ela se encontrava), quando ouviu vozes vindas do corredor da esquerda.

Sem fazer barulho, se aproximou da entrada do corredor. Encostou-se na parede, o que a fazia ficar escondida, pois bem na sua frente havia uma bonita coluna encostada à mesma. As vozes agora, não pareciam tão distantes. Ela conseguiu discernir três:

A primeira, falava em demasia, era grossa, aflita e repetia uma mesma palavra muita vezes.

As outras duas, a ruiva pôde perceber, com certeza eram de alunos, pois só falavam quando a primeira parava, e de vez em quando pareciam discutir entra si.

Lílian apurou ainda mais os ouvidos e fechou os olhos na esperança de ouvir algo que fosse possível de distinguir.

- Não me perguntem isso... já disse que não estou em condições de responder isso... – A primeira voz falou, rapidamente.

- Professor, o senhor não está entendendo. Nós só estamos fazendo uma simples pergunta.

- E só precisamos de uma simples resposta.

- Sinto muito rapazes. Mas essa é uma resposta que não posso oferece-lhes. – A pessoa de quem era dona da primeira voz, pareceu andar alguns metros, pois seus passos ecoaram no chão de pedra. Entretanto eles pararam rapidamente.

- Não pense que vai se ver livre do nós, Professor. – A voz do aluno falou séria e cortante.

- Afinal, tenho certeza de que você não deseja desapontá-lo não é mesmo?

- Não posso dar o que vocês querem, não tenho as respostas que desejam... digam a ele que...

- É claro que tem. Só precisa de um leve empurrãozinho.

- E pelo jeito, nós não precisaremos dizer nada a ele. Tenho a leve expressão de que o senhor mesmo irá fazer isso.

- Escutem aqui. Sou um membro do corpo docente. Vocês não estão em posição de me ameaçar, entenderam?

- Não o estamos ameaçando Professor. Estamos apenas sendo amigos do senhor. Acredite.

- Afinal, tenho certeza de que o senhor não gostaria de ouvir o que ele tem a lhe dizer não é mesmo?

Lily ainda continuou de olhos fechados esperando que algo mais fosse dito. Mas nada aconteceu. Passos indicavam que eles estavam indo embora, e a ruiva deu graças a Merlin de se dirigirem ao lado contrário.

Lentamente abriu os olhos, enquanto perguntas se formavam em sua mente.

Quem eram essas pessoas?

Por que estavam ameaçando um professor?

Quem era a pessoa a quem estavam se referindo?

E por que não conseguia distinguir as vozes? Afinal eram de um professor e dois alunos, e ela tinha a certeza de que conhecia os dois alunos. Já ouvira aquelas vozes antes...

Quando deu por si, estava de frente para o já conhecido livro. Disse a senha e entrou na sala dos monitores. Lily pensava que ela estaria sozinha. De jeito nenhum. James estava sentado em uma poltrona folheando um grosso livro. Levantou os olhos, quando percebeu que Lílian havia chegado. E sorriu.

- Não entendo como conseguem escrever um livro desses. – Mostrou o titulo à ruiva. " Princípios básicos para se tornar um excepcional monitor" – Só de ver o titulo já me sinto entediado.

Lílian sentou no sofá, perto do maroto. Sem dizer nada.

- Lily? – James olhou preocupado para a ruiva. – Lily você está bem?

Lílian o olhou nos olhos.

- James, acabei de ouvir um Professor ser ameaçado.

- Quê? – Pontas se deslocou, da poltrona, para o sofá.

Lílian contou tudo para ele. Desde o momento em que ouvira as vozes até o exato momento. O que a ruiva pensou ser bastante estranho, a fez se sentir imensamente melhor. Enquanto falava andava de um lado para o outro da sala, e apertava um pouco os finos dedos da mão.

- Acho bom ficarmos de olho nos verdinhos. – Lílian levantou a sobrancelha. – É, eu tenho total certeza de que um deles está envolvido nisso. Bom, nesse caso dois. – A ruiva parou de andar. – Pelo menos fiz você parar. Estava com um certo receio de que a qualquer hora um buraco iria se abrir enquanto andava.

- Potter, como você pode levar isso na brincadeira?

James piscou marotamente.

- E como iria levar? Não estou insinuando que a situação não é séria. Apenas tento fazer com que você sorria Lily.

Lílian sentiu novamente as bochechas esquentarem. Sentou outra vez no sofá.

- Bom... – A ruiva tentou mudar de assunto. Ou melhor, voltar ao assunto anterior. – Acho melhor comunicar ao Diretor.

- Sem provas? Não, por mais que ele acredite em nós, não teríamos como provar, e os verdinhos... – Lily o olhou. – Tá, e os alunos que fizeram isso, parariam no momento que soubessem que Dumbledore desconfia de algo... – James arrepiou os cabelos.

- Ah, e você, senhor inteligência, tem alguma idéia melhor? – Lily o olhou nos olhos.

- Bom, já que você está falando com toda essa delicadeza Lily, eu poderia pensar em algo... – O maroto sorriu.

- Tenho certeza de que já ouvi aquelas vozes... – A ruiva mordeu o lábio inferior.

- Era de se esperar, afinal estamos falando de um Professor não é mesmo? – James falou, ironicamente.

- Ha, ha, muito engraçado. Estou falando dos alunos. – Lily fechou os olhos por alguns segundos, na esperança de que a escuridão a ajudasse a lembrar. Mas de nada adiantou. Os abriu novamente. – Droga. – A ruiva soltou um suspiro.

- Você vai lembrar. Tenho certeza.

- Obrigada Potter.

" Por que ele sorri tanto? Seria muito mais fácil se ele se mostrasse ser a pessoa que eu sempre imaginei: arrogante, patético, idiota, imaturo, galinha...

Mas ele não é, não é mesmo?

Não, ele não é. Por Merlin, ele não é nada disso. Bom, um pouquinho imaturo... mas desconfio seriamente de que estou achando um certo charme nisso.

Os olhos dele são tão lindos, não é mesmo?

Viu? É você quem me faz ter esse irritante frio na barriga toda vez que olho para ele.

Com certeza eu não estou sozinha Lily. E você sabe disso."

Lílian encostou a cabeça no sofá e fechou os olhos. Sentia-se cansada. Estranhamente cansada. Estava preocupada. A conversa que ouvira não lhe saia da cabeça. Tinha que descobrir quem eram essas pessoas. Algo lhe dizia que eles estavam relacionados com os desaparecimentos de trouxas, agora mais freqüentes. Mas como? De que modo?

Entretanto, nunca passara por sua mente que, desabafar algo com James Potter lhe fosse fazer tão bem. Continuou de olhos fechados e pensou ter sentido o toque da mão dele em seus cabelos. Sorriu internamente.

Quando acordou, algumas horas depois, estava no mesmo sofá, só que sem Potter. Um cobertor lhe cobria e ela viu um bilhete na mesinha em frente ao sofá. Levantou-se, a apanhou o pedaço de pergaminho.

Lily,

Você caiu no sono e preferi te deixar aqui. Porque, sabe, se eu te levasse para o quarto, poderia ocorrer o sério risco de você abrir seus olhos e com isso desencadear uma série de ofensas à minha pessoa. Por mais que a situação me parecesse tentadora ,você provavelmente deve ficar linda quando acorda, preferi não correr esse risco.

Agora, como o prometido, vou pensar seriamente em uma maneira de descobrir quem teve essa brilhante idéia (antes que você entre no meu quarto, indignada, queria ter falar que, se você pensar bem, a idéia é boa, só está sendo usada em mãos erradas). E pode ter certeza de que os idiotas (não falei dos verdinhos viu?) que estão fazendo isso vão ser pegos, e do jeito mais maroto possível. Sim, Lily, maroto. Não fica chateada não tá? Mas como é que você esperaria que eu pensasse em algo, se não marotamente?

Esse pedaço de pergaminho era para ser apenas um bilhete, mas acho que já se transformou em carta. Vou parar de escrever agora, até porque, você está se mexendo e não quero te acordar.

Bons Sonhos ruivinha.

ps: ah sim, DE NADA LILY.

ps 2: se você estiver com fome, tenho a leve impressão de que do lado desse bilhete (carta), tem sanduíches e suco de abóbora.

Lílian retirou os olhos do pergaminho.

- Potter deve ter feito algum elfo trazer isto. Bobo. – E sorriu.

Depois de comer, foi para o quarto, se deitou na cama e rapidamente dormiu.

N/A: Sorry pela demora, mas é que não consegui escrever nada na semana passada, e prometi pra mim mesma que só postaria quando o capitulo 10 estivesse pelo menos parcialmente pronto.

Mas mesmo com a demora, aqui estou. E gostaria de agradecer a todo mundo que deixou reviews. Foram 20! 20 reviews? Sério que você gostam tanto assim da fic? Muito obrigada mesmo gente!

Laura: A Lily é muito teimosa mesmo, e vê-la com ciúme é realmente muito engraçado. Fico feliz que você tenha gostado do capitulo. Espero que goste deste também. Beijuxx!

MoniMione: Fiquei muito feliz ao saber que você está gostando tanto assim da fic! E quanto à namorada para o Remo... não posso falar nada, mas tenho alguns planos em mente. Espero que tenha gostado deste também. Beijuxx!

NaNa MaLfOy: Oi NaNa! Você achou a fic perfeita? Sério? Que bom! Espero que continue acompanhando e que tenha gostado desse capitulo. Beijuxx!

naty: Que bom que você gostou da fic! Continua acompanhando tá? E deixa uma review dizendo o que achou do capitulo... Beijuxx!

Mara Potter: A briga de conciências da Lily tambem é bem pareciada com as minhas. Mara, que bom que você está gostando da fic! Espero que goste desse capitulo tambem. Beijuxx!

Espero que vocês tenham gostado do capitulo. O pessoal cadastrado no ff vai receber as mensagens por e-mail, como sempre. Tenho que ir indo. Um lembrete: só posto o próximo capitulo quando tiver 10 reviews. ;)

Beijuxx...

Paty Evans