Nome da fic: O Perdão
Negado
Autor: Tina Granger
Pares: Severus/ Personagem
Original, Rony/ Hermione, Tonks/ Lupin
Censura: Livre,
Gênero:
Angustia Romance.
Spoilers: Harry Potter e o Enigma do Príncipe
Avisos ou Alertas: nenhum em especial
Desafio: Nenhum
Resumo: Uma nova aluna em Hogwarts desperta a atenção
de Snape durante a seleção.
Notas:
Agradecimentos:
Agradeço a Bruxicca, que pacientemente está me aturando
para ver a fic completa.
Disclaimer: Todos os personagens que
você consegue reconhecer são de JKR, os outros são
meus.
Esta fic faz parte do SnapeFest 2005, uma iniciativa do
grupo SnapeFest, e está arquivada no site
e futuramente nos fóruns Sobresites, Grimmauld e
Pottervillage.
O Perdão Negado
Snape estava sentado, enquanto conversava com Agnes
Stuart, professora de feitiços. Há quase vinte anos a
guerra terminara, com a vitória de Potter. Ele fora caçado
mais que uma raposa, mas com sua astúcia conseguira escapar,
até ser pego pela a sangue-ruim Granger e o ruivo Weasley.
Levado imediatamente até o Ministério, difícil
fora provar sua inocência, quando havia tantas provas contra
si, mas ele conseguira, por mais árdua que tivesse sido a
tarefa. Potter o encurralara, tentando de diversas formas acuá-lo
para fazê-lo confessar que traíra Alvo... Mas não
conseguira; o testemunho do próprio diretor o livrara de
receber um Avada que seria desferida por diversos aurores ao mesmo
tempo.
Depois que havia se aliado ao Lord e o mesmo perdido, os
dementadores estavam sendo eliminados aos poucos da Inglaterra.
Potter estudara para ser auror, sendo o mais cotado nos próximos
anos para assumir o cargo de Primeiro-Ministro. Snape sabia que a
partir do momento que o ex-grifinório assumisse o cargo, ele,
Snape, estaria sob vigilância constante.
Como se não
estivesse há vinte anos. Primeiro fora McGonagall , depois
Winrrs, e agora... Longbottom. Grande ironia do destino. Aquele aluno
desastrado, irritante, havia tornado-se professor de Herbologia,
querido e respeitado pelos colegas, alunos e pais.
Longbottom era
o mais novo diretor de Hogwarts e embora Snape pudesse jurar que
mesmo não tão atrapalhado como antes, ainda tremia
quando ele lhe lançava um daqueles olhares fazendo o tropeçar.
O cargo de Defesa Contra as Artes das trevas estava nas mãos
de Simas Finegamm já há dois anos. Que falta fazia a
maldição que acabava com os professores dessa
matéria...
Não que ele não tivesse tentado
nesses anos trocar a matéria, mas nenhum dos diretores
resolvera arriscar, por mais que o deixassem ficar ali, lecionando
poções e sendo diretor da Sonserina. Nenhum grifinório
podia dizer que ele em momento algum beneficiara a casa do leão.
Sonserina em primeiro lugar.
Ninfadora Lupin era a professora de
Transfiguração, diretora da Cornival. Os cabelos rosa
choque continuavam berrantes, se não mais.
Obrigou-se a
voltar os olhos e pensamentos para o presente, ao ver uma aluna
entrando na seleção. Donna Granger.
Ela tinha os
cabelos bagunçados, os dentes grandes... Fisicamente ela era
idêntica à prima sabe-tudo irritante.
Snape sabia
dessa ligação pelo fato de durante a guerra, haver
invadido a casa dos pais trouxas de Hermione, apenas para encontrar
resquícios de que existia vida naquela casa, sem encontrar uma
viva alma, até que ele decidira verificar se não havia
alguém no segundo piso, encontrando uma adolescente de 13 anos
que apesar de apavorada, o enfrentara com bravura, jogando alguns
objetos na sua cabeça, não os acertando por um pouco.
Mentira. A reação da garota o surpreendera, e lhe
custara um galo na testa, resultado de uma pequena bola de vidro,
onde havia um homenzinho, encasacado, pequenos flocos de neve
mexendo-se quando o balançavam.
Uma garota histérica,
berrando tentara passar pela porta, onde ele se encontrava, mas que
fora imobilizada e levada para a sua casa, em Spinner End, onde
provou ser debochada, irritante, extrovertida, estudiosa como a
prima. Lembrou-se do alivio que sentira, quando a descobrira sentada
em um quarto que fazia de biblioteca, com um livro aberto a sua
frente, quando ela não havia sido encontrada em nenhum outro
lugar da casa.
E quando ele a mandara escrever uma carta,
avisando qual era o preço, para que a libertassem? A carta
fora escrita, com tantas indicações sutis de quem a
seqüestrara e onde ela se encontrava, misturado a brincadeiras,
que ele não percebera. O tempo para ser pego, foi basicamente,
o tempo que a coruja demorou em chegar até Hermione. Bem, ele
não podia negar que Katrina também depusera a seu
favor... Pelo menos ela não deixara que seu depoimento o
afundasse ainda mais.
Anos mais tarde, passando por uma
sorveteria, escutou alguém assobiando e o chamando com
insistência. Ele hesitara um pouco, mas se vira na obrigação
de agradecer a ela. Claro que o fato dele ter terminado sentado na
mesa, de terem saído juntos algumas vezes, de ter se
surpreendido com o fato de alguém fita-lo com um olhar
diferente de desprezo, fora totalmente inesperado.
Donna possuía
um porte que o fez lembrar-se de alguém... Pelo que ele podia
perceber, ela tinha cabelos negros, erguia a cabeça como se
zombasse dos outros...
Katrina tinha o dom de deixá-lo
exasperado e fascinado, ao mesmo tempo. As lembranças do
primeiro encontro entre eles não lhe saiam da mente,
especialmente quando ele observava novamente aquela bola de vidro,
que ela lhe dera de presente de aniversário. Mais uma emoção
ela lhe despertava, ele descobriu ao observar seus cabelos cacheados
espalhados pelo travesseiro, depois que faziam amor. Medo de perder o
controle, de sucumbir às emoções. Fora o que
fizera, ao vê-la contando que estava grávida.
Praticamente a expulsara, depois de insultá-la, afirmando
que o bebê não era seu. O tapa que levara após
dizer isso o deixara tão chocado, que apenas depois que a
porta batera, levando Katrina embora, é que ele se recuperara.
Tentara conversar com ela, mas parecia que a trouxa fora tragada
pela terra. Quando a encontrara, estava de braços dados com
Potter. A muito custo, conseguira se controlar para não
arrancá-la de lá, preferindo encurralá-la quando
o auror a deixara descansando enquanto buscava alguma coisa. Os olhos
castanhos provaram serem tão frios quanto os seus, mas não
conseguindo faze-lo desistir do seu propósito.
A negativa
para sua tentativa desajeitada de desculpas, junto com o pedido de
casamento, fora a gota d'água para que ele se afastasse de
vez. Mas quanto mais longe queria ficar, mais a lembrança
daquela garota o infernizava.
Por diversas semanas, ele sonhava
com Katrina, o seu sorriso, o seu perfume de lilás... Dando
vazão a um último impulso, foi à casa dos pais
dela. Encontrando o velório da moça, descobrindo que os
avós da criança a criariam enquanto fossem vivos. Coisa
que durou cerca de dois anos, antes dos mesmos morrerem em um
acidente de carro. Hermione então, grávida pela
primeira vez, tomara a si a tarefa de educar a menina.
Minerva
McGonagall parecia haver herdado a maldita mania de Alvo Dumbledore
em acreditar em reconciliações, em dar uma segunda
chance a quem não tinha chance alguma. Praticamente o obrigara
a comparecer a uma pequena reunião que oferecia a todos os
ex-membros da Ordem da Fênix. Lupin e Tonks apareceram casados,
assim como Granger e Weasley, Fleur Delacour e Gui Weasley.
Nunca
os risos alegres debocharam tanto dele. Refugiara-se na pequena
biblioteca que o esposo de Minerva mantinha, na esperança de
ficar um pouco a só. Esperança que se mostrara
infundada, enquanto risinhos saiam debaixo de uma pequena mesa
coberta com um pano florido, com um tom de vermelho escuro
predominante.
Erguera o pano, curioso, quando duas cabeças
infantis apareceram, o vermelho Weasley, junto a uma cabeleira
desgrenhada negra... Os olhos brilhantes da garotinha, que gritava na
esperança de assustá-lo, junto com seus cabelos negros,
não deixavam dúvidas quanto a quem era seu pai. Ele
quase tivera um ataque, quando a ousada menina, lhe pedira para
contar uma historia.
Como ele não soubesse nenhuma, ela
apenas virou-se para a estante, subindo nela pelas prateleiras, até
derrubar um livro. Aparentemente ela tinha uma parcela de sangue
Longbottom nas veias, pois conseguira despencar lá de cima.
Mas ao contrário do desastrado Grifinório, o seu anjo
da guarda era muito mais atento: Snape conseguira segura-la nos
braços, justo nos últimos momentos de queda. O sorriso
divertido o irritara até o ponto que ela tentara se
desvencilhar dos seus braços. Queria segura-la para sempre...
Mas o sempre foi conseguir sentar com a menina nos seus joelhos,
enquanto o pequeno Weasley sem cerimônia e permissão,
fazia o mesmo.
Fora extremamente divertido ver Rony Weasley
entrar esbaforido, os olhos arregalados, a língua presa, ao
ver aquela cena tão domestica. Pelo que Snape percebera, era
assim que passavam as noites: Donna e Jeremy ouvindo historias de
bruxas encantadas. O ruivo arrancara dos seus braços não
só o rebento, mas também a garotinha, que lhe dera o
sorriso charmoso de Katrina, acenando-lhe, agradecendo.
Lupin
chamou Donna para fazer a seleção. Antes que ela
sentasse virou a cabeça em sua direção, os olhos
negros brilhando intensamente. Piscou-lhe, tinha um sorriso nos
lábios e sentou-se.
Depois de alguns momentos, o chapéu
gritou, surpreendendo a todos, menos a ele.
- SONSERINA!
A
garota sentou-se na mesa da sua casa. Se Katrina houvesse
concordado... Ninguém teria os olhos arregalados de susto, com
a idéia de uma Granger na Sonserina.
Se aquela garota
tivesse concordado, se tivesse aceitado o pedido, se não
tivesse morrido no parto, se tivesse dito a alguém quem era o
pai da filha, se Hermione não tivesse criado a filha da prima,
se ele não tivesse conhecido Donna antes dela entrar em
Hogwarts...
Apesar de tudo, Snape deu um sorriso.
Os laços
de sangue eram mais fortes que ele supunha, aquela era a prova.
Queria ver a cara do Weasley, quando soubesse que a criança
que ele ajudara a criar, que era uma copia quase fiel da sua amada
Hermione, estava na Sonserina. Na casa onde o pai dela estudara.
