Capítulo
2: Tentando levar uma vida normal
-Comensal
da Morte? Eu? –Gina tornou a perguntar, mas dessa vez para si
mesma.
-Sim,
mas não precisa me responder agora. Sei que é uma
decisão difícil.
-Decisão?
Eu já decidi. Para mim o seu pedido é uma ordem.
-Não
quero que se sinta obrigada, esteja à vontade para me dizer
não.
-Eu
quero fazer isso pela Ordem, sei que vai ser difícil, mas vou
me esforçar.
-Bem,
se já decidiu irei mandar uma carta ao Professor Snape e
quando ele me responder, um de nós entrará em contato
com você. Não conte a ninguém, é uma
missão secreta.
-Até
mais Professor. –Gina disse meio maquinalmente ao pegar o
pó-de-flu.
-Até.
–respondeu Dumbledore.
-A
Toca! –Gina disse claramente e momentos depois já estava em
sua casa.
-Como
foi filha? –Molly perguntou ao ver a filha sair da
lareira.
-Normal.
Vou dormir, estou muito cansada. –Gina respondeu antes de aparatar
no banheiro. –Molly ia aparatar atrás da filha, mas percebeu
que ela realmente estava um trapo e precisava de descanso.
A
garota tomou um banho de lavar a alma, a chuveirada de água
fria ajudou-a a clarear a mente. Seria realmente perigoso. Ela
estaria colocando sua própria vida em risco, mas era preciso.
Sua contribuição seria de extrema utilidade. Ao sair do
banho sua cabeça continuava a fervilhar de pensamentos e
preocupações, mas mesmo assim estava tão cansada
que adormeceu quase que instantaneamente.
Gina
já estava trabalhando como auror há 1 mês, ou
seja, de novo era uma sexta-feira. Acabou descobrindo que seu
trabalho não chegava a se diferenciar muito do que fazia na
Ordem.
Quando
deu seis horas da noite, ela estava saindo do Ministério da
Magia com Harry. Já estavam na metade do átrio quando
alguém a chamou:
-Hei!
Espere Srta. Weasley!
Gina
se virou na direção da voz e era o recepcionista quem
lhe falava:
-Sim?
–ela perguntou.
-Chegou
uma carta urgente para a srta.
-Obrigada!
–Gina agradeceu, pegou a carta e guardou-a no bolso.
A
ruiva já tinha uma boa idéia do que se tratava e por
isso achou melhor lê-la depois:
-Você
não vai ler? –Harry perguntou.
-Gosto
de ler as minhas cartas antes de dormir. –mentiu.
Harry
resolveu não insistir no assunto:
-Gina,
eu gostaria muito que você jantasse no meu apartamento
hoje.
-Hoje?
Assim de repente...por quê? –ela perguntou surpresa.
-Na
verdade é segredo, mas eu vou te contar. O Rony vai pedir a
Luna em casamento. Então ele me pediu que organizasse uma
comemoração.
-Se
importa de me esperar aqui um instante? Esqueci um memorando em cima
da minha mesa.
-Não,
pode ir.
Gina
saiu correndo em direção ao elevador e desceu no
primeiro nível em que ele parou. Olhou para os dois lados e
não viu ninguém:
-Lumus.
–murmurou e abriu a carta.
Srta.
Weasley,
O
Professor Dumbledore entrou em contato comigo e informou-me que a
srta. está disposta a correr os riscos necessários e se
tornar uma Comensal da Morte para fazer um serviço de
espionagem para a Ordem da Fênix.
Eu
já disse ao Lord das Trevas que quer serví-lo, no
começo ficou surpreso, é verdade. Mas no final aceitou
e até ficou satisfeito.
Um
comensal a estará esperando na Travessa do Tranco, em frente
da loja Borgin & Burkes. Esteja no lugar marcado às 15:00h
de domingo (não se atrase!). Você deverá dizer
ao comensal "Sou aquela a quem esperas para levar ao Mestre." E
ele responderá "E eu sou aquele que cumpre a ordem de te
levar a ele." Dessa forma você terá certeza se é
a pessoa certa.
Recomendo
que aja com naturalidade, não demonstre fraqueza, seja fria e
garanto que terá que usar oclumência, porque o Lord é
ótimo em legiminência.
Boa
sorte (sei que vai precisar...)
Severo
Snape
Quando
Gina terminou de ler, engoliu em seco e respirou fundo. Então
decidiu voltar pra onde havia deixado Harry esperando. Agora que lera
a carta sabia que precisaria de uma distração e a
proposta que Harry fizera lhe parecia mais ideal que nunca:
-Você
vem comigo? –Harry perguntou.
-Sim,
é claro. –Gina respondeu e em seguida aparataram no
apartamento de Harry.
Ela
já havia ido até lá, mas notou a diferença
na organização. Por isso comentou:
-Nossa,
que arrumação! Não me lembro de tanta
organização da sua parte.
-É
a Hermione. Com aquela mania de perfeição, não
deixa que nada fique fora do lugar.
-Ela
está morando aqui?
-Sim,
faz uma semana.
-E
vocês? Quando irão casar? Não pode ficar
enrolando ela, Harry.
-Eu
não quero casar agora. Não no meio dessa guerra, seria
complicado me dedicar a uma família. Para o Rony é mais
simples, porque ele não é auror. –Harry respondeu
sério –E quando você vai arranjar um namorado?
Gina
corou e Harry riu do constrangimento dela:
-Hum...que
horas os outros chegam? –ela perguntou mudando de assunto
propositadamente.
-Sete
e meia...Não adianta querer mudar de assunto Gina. Eu quero
ser padrinho de um monte de ruivinhos que me chamarão de "tio
Harry".
-Harry!
Eu nem ao menos tenho namorado e nem tenho tempo de pensar nessas
coisas. Não tem o mínimo sentido você vir com
esse papo pra cima de mim.
-O
Neville gosta de você e isso não é nenhuma
novidade.
-Eu
gosto muito do Neville, mas apenas como amigo. Não estou
apaixonada por ninguém, não tenho cabeça pra
isso. Eu só poderei cuidar da minha vida pessoal quando essa
guerra acabar. Entende? –Gina terminou com o semblante
triste.
Harry
puxou-a para um abraço e afagou os cabelos cor-de-fogo dela em
um fraternal gesto de consolo:
-Não
fique assim, Gina. Vamos mudar de assunto, o.k.? Me ajuda nos
preparativos?
Então
qual vai ser o menu? A Luna adora torta de morangos.
-O
Rony não resiste a uma lasanha.
-Perfeito!
Então está decidido. Lasanha, torta de morangos e
champagne.
Harry
concordou e conjurou uma mesa pronta para o jantar de 6 pessoas:
-Bom
trabalho Harry! –Gina elogiou.
-Obrigado
–agradeceu –Agora é só esperar.
Mal
Harry havia terminado de dizer e Hermione chegou:
-Oi,
amor. –Mione disse jogando-se nos braços de Harry e
dando-lhe um beijo.
-Hem,
hem. –Gina pigarreou igual a Umbridge e Hermione se soltou de Harry
como tivesse levado um choque.
-Oi
Gina! Desculpe por não ter te notado. –Hermione disse
abraçando-a –Como vai?
-Vou...indo.
–Gina ia responder que ia bem, mas aí lembrou-se que ter que
se tornar uma Comensal da Morte não poderia ser considerado
algo bom.
-Boa
noite, cheguei atrasado? –Neville pergunta ao chegar e cumprimenta
a todos.
-Dessa
vez não está atrasado. –Harry informou a ele.
-Noite.
–cumprimentou Rony.
-Oi.
–Luna diz vagamente, continuava a mesma desligada de sempre. Então
pousou seus protuberantes olhos azuis na mesa posta –Qual o motivo
desse jantar? Rony não quis me contar.
-Primeiro
vamos nos sentar e depois eu conto. –Rony disse e todos se
sentaram.
Rony
virou-se para sua direita e segurou a mão de Luna:
-Quer
saber o motivo? –Rony perguntou sério a encarando e todos
fizeram silêncio.
-Quero.
–Luna respondeu etereamente.
-Bem.
–Rony engoliu em seco –Luna Lovegood, quer se casar comigo?
-Que
meigo! –Gina exclama e todos fazem "Shiu!" para fazê-la
calar, queriam ouvir a resposta que Luna daria.
-O
que você disse? –Luna pergunta.
-Não
acredito. Você não ouviu? –Rony perguntou
abismado.
-Só
quero ter certeza. Repete pra mim, sim? –ela pediu de forma meiga e
Rony ficou derretido.
-Eu
quero saber se aceita casar comigo. –Rony afirmou.
Luna
sorriu abertamente, parecendo voltar a Terra e respondeu:
-Claro,
eu te amo Rony.
-Eu
também. –ele disse e puxou-a para um beijo.
Hermione,
Harry, Gina e Neville começaram a aplaudir e os dois ficaram
muito encabulados.
-Vamos
ao banquete. Não sei quanto a vocês, mas eu estou morto
de fome. –Harry confessou e foi apoiado unanimemente.
Todos
se deliciaram com o jantar, mas a maior beneficiada foi Gina. O
noivado de Rony fez com que ela se esquecesse um pouco ao que estaria
sujeita dali a dois dias.
Sábado
amanheceu chuvoso e o estado do tempo parecia refletir a série
de conflitos que se passavam dentro de Gina.
Ela
resolvera passar esse dia junto com sua família e isso lhe
fora facilitado, porque a Sra. Weasley preparara um almoço em
comemoração ao trabalho como auror (foi o único
dia em que quase todos poderiam comparecer, exceto Fleur que estava
fazendo umas fotos para uma revista). Harry, Hermione, Luna e Neville
também viriam.
Todos
pareciam bastante animados, menos Gina que estava muito calada. Até
que a Sra. Weasley teve uma idéia que forçaria Gina a
falar:
-Gina.
Faça um discurso, querida! –ela sugeriu com um
sorriso.
-Discurso!
Discurso! –muitas vozes disseram.
Então
Gina começou a falar:
-Está
bem. Hoje eu sou muito grata a vocês todos que me apoiaram e
incentivaram. Finalmente consegui realizar o meu sonho de me tornar
uma auror e vocês foram de fundamental importância nisso.
Me sinto intimada a dizer: Obrigada pai, mãe, Gui, Carlinhos,
Percy, Rony, Fred, Jorge, Harry, Luna, Neville e Hermione. Agradeço
a todos vocês. Quero...que s-saibam –ela não agüentou
e começou a chorar –que n-não importa o q-que
aconteça...eu sempre serei a Gina que v-vocês conhecem.
Nunca duvidem disso.
Ao
terminar Gina foi prontamente abraçada pela Sra. Weasley, mas
as lágrimas continuavam a lhe cair pela face:
-Eu
te amo mãe. Não importa o que acontecer, lembre-se
disso.
-Eu
sei, Gina. Eu sei. –a Sra. Weasley respondeu sem entender o porque
das palavras da filha.
