Capítulo 4: Procurem pelo mapa
Havia
se passado 4 meses e Gina se indagava porque Voldemort ainda não
a chamara para prestar serviços. Não que quisesse ver
novamente aqueles olhos ofídicos e aqueles comensais sem
escrúpulos. Na verdade, nunca mais queria vê-los, mas
sabia que mais cedo ou mais tarde estaria sujeita a isso.
Era
uma segunda-feira e Gina estava almoçando, quando sentiu a
Marca Negra queimar em seu braço:
-Com
licença, Harry! –Gina disse se levantando da mesa e correndo
em direção ao banheiro.
Chegando
lá se certificou de que estava vazio e aparatou num galpão
abandonado:
-Olá
querida Gina. –Voldemort disse sem emoção –Tem
idéia de por que a chamei aqui?
Gina
negou com a cabeça:
-Já
mandei comensais para vários lugares do mundo, porque tive
conhecimento que em algum lugar do planeta tem um mapa para achar o
último cálice de elixir da vida que os antigos egípcios
esconderam.
-Como
ficou sabendo disso meu Lord?
-Lembra
da sua ex-professora de adivinhação? –Gina fez um
gesto afirmativo –Há uns cinco ou seis meses eu a capturei e
certa vez ela entrou em transe e pareceu estar fazendo algum tipo de
previsão, mas um bruxo a estuporou e isso me impediu de ouvir
onde o mapa estava. Então eu fiquei com muita raiva e matei os
dois, naturalmente. Mas o que quero dizer-lhe é que amanhã
você vai viajar para procurar o mapa.
-Eu?
–ela perguntou com surpresa.
-Sim
e não irá sozinha...Draco irá com você.
-Viajar
com o Malfoy? Nem morta! E justo perto do Natal.
-Isso
não é um pedido. É uma ordem! Que se dane se é
Natal ou Páscoa! Vai com ele porque precisam aprender a
trabalharem juntos. Para o seu bem ,vai me obedecer?
-Sim
Mestre.
-Espere
por Draco na frente do Ministério às 5h da manhã.
Ele lhe explicará o resto. Está liberada por hoje.
–Voldemort disse e Gina aparatou de volta ao Ministério.
Faltavam
5 minutos para as 5h da manhã e Gina já estava do lado
de fora do Ministério, que estava fechado (ainda era muito
cedo). Ela já havia contado a Dumbledore sobre o encontro com
Voldemort ontem e o diretor dissera que avisaria para sua família
e Harry que estava viajando por dele próprio.
Malfoy
chegou pontualmente às cinco:
-Vamos
andando Weasley. –ele disse no seu habitual tom grosseiro.
Gina
seguiu Draco, carregando sua enorme mala preta que estava leve como
uma pluma (graças a um feitiço). Pensava sobre uma das
coisas que Dumbledore dissera.
"Como
é que Dumbledore espera que eu transforme Malfoy em meu
aliado? Nos odiamos e ele me delataria por traição à
Voldemort. É praticamente impossível, mas eu vou ter
que tentar me dar bem com o Malfoy."
-Para
onde vamos? –Gina perguntou o mais na defensiva que pôde.
-Para
uma ilha imapeável que tem portais para todos os cantos do
mundo.
-E
como chegaremos lá?
-Poxa
Weasley! Você é irritante mesmo! Eu já não
te disse que tem portais em tudo que é lugar?
-E
onde é o mais próximo? Você sabe? –ela
perguntou se contendo para não xingá-lo.
-Mas
é lógico que sei! Fica no Big Bang e se você
abrir a boca de novo pra perguntar algo que me irrite eu não
sei o que posso te fazer!
-E
o que não te irrita? –ela perguntou com desdém.
-Tudo
o que não tem a ver com você. –ele respondeu.
-E
você fala como se fosse a melhor companhia que existe, pois
saiba que você é insuportável. –ela disse
pensando. "Lá se vai a tentativa de paz...mas também
não dá para se ter paz andando com o Malfoy."
-Você
além de ser uma baita de uma irritante, é também
anormal!
-Eu?
Anormal, Malfoy...faça-me o favor. Por que fala isso? –ela
pergunta indignada.
-É
lógico que você é anormal. Qualquer mulher
ficaria maravilhada se tivesse que viajar comigo. Mas não a
Weasley anormal.
-Só
porque não caio de amores por você, não quer
dizer que eu não seja normal. Já te ocorreu que eu não
sou uma mulher qualquer? Que culpa eu tenho que a sua arrogância
te faz se achar o gostosão do pedaço?
-Pra
mim você é uma reles imitação barata de
ser humano, não me importo com o que acha ou deixa de
achar.
Gina
respirou bem fundo e contou mentalmente até dez, só
assim ela conseguiu não perder a cabeça:
-Ao
invés de ficarmos brigando, por que você não
trata de achar a passagem?
Foi
aí que Draco percebeu que haviam chegado em frente ao
gigantesco relógio londrino:
-Vou
procurar, mas não pense que obedeço ordens suas! Farei
porque Voldemort assim me instruiu.
"Ele
é o único comensal exceto eu que já ouvi chamar
Voldemort pelo nome."
-Tá
bom, Malfoy. –Gina disse revirando os olhos.
Após
alguns momentos Draco achou a passagem, tocou-a com a varinha e
disse:
-Dissendium.
A
passagem se abriu e dois se precipitaram por ela antes do fechamento
da mesma. Se viram diante de uma praia com águas límpidas.
O sol aparecia no horizonte lentamente e vê-lo como se
estivesse a sair do mar era um espetáculo fabuloso. Até
mesmo Gina e Draco pararam boquiabertos para admirar:
-Que
lindo! –Gina exclamou.
-Odeio
dizer isso, mas concordo com você Weasley.
-Pelo
menos você sabe admirar o nascer do sol.
-Admirar
é um pouco forte demais, só acho legal ver por alguns
momentos. Ficar parado olhando um ponto fixo com cara de idiota,
decididamente não é a minha praia –Draco disse
examinando tudo a sua volta –Já perdemos demasiado tempo,
vamos indo. –ele começou a andar em direção à
mata fechada que se estendia à sua frente.
Gina
foi forçada a desviar o olhar da linha do horizonte e seguir
Draco:
-Existe
algo que você goste de fazer, Malfoy? –ela perguntou tentando
não soar como provocação, apesar de ser
uma.
-Não
te interessa o que gosto ou não de fazer. Fica na sua
Weasley.
-Então
ta, não está mais aqui quem falou. –Gina respondeu
displicentemente.
"Chega
de tentar conversar com ele. Vou ficar quieta". A ruiva
pensou.
"Que
bom que a Weasley finalmente fechou o bico". Draco pensou ouvindo
apenas os ruídos de seus passos, os de Gina e o canto dos
pássaros. "Melhor assim. Essa mulher me deixa louco! Louco
não, aborrecido ao extremo! Mas chega de pensar nessa Weasley
inútil. Eu tenho é que ficar atento ao caminho".
Tlec.
Um galho se quebrou fazendo um barulho demasiado alto:
-Foi
você, Weasley? –Draco perguntou com a varinha em punho e
vasculhando o lugar com os olhos.
-Não,
Malfoy. O que foi isso? –ela perguntou esquadrinhando o lugar assim
como Draco.
-Não
sei, fique atenta ao mínimo movimento. –ele recomendou.
Uma
moita se mexeu e um rato gordo e cinzento saiu rapidamente dela para
ir até o outro lado. Foi uma coisa tão repentina e
inesperada que faltou pouco para Gina pular no pescoço de
Draco devido ao susto. Mas ela chegou a colar o seu corpo ao do
loiro, segurando um de seus braços firmemente.
Então
eles perceberam que era apenas um rato e ainda assim ficaram
paralisados de choque observando o trajeto do animal. Quando o rato
havia sumido entre as folhagens foi que Gina percebeu estar
literalmente agarrada a Draco e tratou de dar imediatamente um salto
pra longe dele:
-Desculpe,
Malfoy. Eu juro que foi sem querer! –Gina disse olhando para os
próprios pés e ficando tão vermelha quanto o seu
próprio cabelo –É que levei um susto.
-Não
quero suas desculpas esfarrapadas, apenas nunca mais ponha um dedo em
mim. –ele respondeu espanando a roupa com as mãos, como se
estivesse se livrando de um grão de poeira impertinente.
A
ruiva ficou com mais vergonha ainda, mas mesmo assim arriscou um
olhar para o Malfoy. Ele encarou-a friamente por alguns instantes e
depois inesperadamente começou a rir com desdém.
"Olha
só a cara dela, está toda encabulada...essa Weasley é
engraçada, fica aí com essa cara de tacho meiga." Ele
pensou enquanto ainda ria.
Gina
fechou a cara:
-Está
rindo de que Malfoy? Não vejo nada de engraçado.
-É
porque não tinha um espelho pra se ver...estava
hilária...totalmente vermelha e envergonhada. –ele disse
parando de rir.
-Há,
há, há. Estou morrendo de rir. –ela disse
sarcasticamente –Você tem o pior senso de humor que já
vi em alguém. –continuou começando a se
alterar.
-Calma
Weasley. Acontece que não precisava ficar com tanta vergonha,
eu percebi que foi sem querer.
-Que
bom que entendeu. Vamos embora, daqui está bem? Essa floresta
me dá arrepios, parece que tem olhos em todos os cantos.
Draco
deu um sorriso maroto e balançou a cabeça antes de
falar:
-Está
vendo esta árvore gigante na nossa frente? É uma
cerejeira, ela um dos portais.
Gina
só havia notado a árvore agora que Draco falara:
-Para
onde dá esse portal? –ela perguntou com crescente
curiosidade.
-Tóquio,
no Japão. Vamos transfigurar nossas malas e tirar nossas
capas. Os bruxos japoneses não costumam habitar grandes
centros.
Malfoy
transformou sua mala em uma maleta de executivo e Gina tornou a dela
uma bolsa esportiva:
-Sabia
que está subestimando os meus conhecimentos? Já ouvi
falar até que eles, ao contrário de nós, não
usam varinhas para canalizar a energia mágica que costumam
chamar de ki. Eles normalmente canalizam o ki em objetos ou pertences
pessoais que tenham a ver com si mesmos, como: báculos,
cartas, anéis e etc. –Gina disse animada, pois reparou que
pela cara de Draco que ele não sabia de nada do que ela havia
acabado de falar.
-Terminou
o exibicionismo Weasley?
-Ah,
coitadinho do Malfoy, está com dor-de-cotovelo por eu ser mais
inteligente. –ela disse com falsa pena.
-Cala
a boca Weasley. Uma bosta que você é mais inteligente
que eu. Apenas está mais informada sobre esse assunto. Não
sei quanto a você, mas eu vou indo. –Draco disse se dirigindo
até a árvore. –Dissendium.
Abriu-se
uma passagem e Draco passou por ela:
-Hei!
Me espere, Malfoy! –ela disse indo atrás dele.
O
portal se fechou e Gina notou que estavam em um beco, então se
encaminharam para a rua. Era mais que uma rua, era uma avenida cheia
e movimentada. Draco e Gina pareciam completamente opostos (e eram!)
a quem os visse andando lado a lado. Ele, demasiada sério em
black-tie e ela, maravilhada pelos prédios daquela avenida e
vestida de forma esportiva.
A
ruiva olhava para todas as lojas, até que avistou uma vitrine
que a fez parar:
-Que
máximo! Eu adoro bichos de pelúcia! –ela disse
olhando com fascinação para os mais variados tipos de
animais de pelúcia que estavam expostos.
Draco
revirou os olhos:
-Anda
Weasley! –ele ordenou –Não temos tempo a perder.
Mas
ao que tudo indicava, ela não tinha ouvido uma palavra:
-Olha!
A girafa, o cachorro, o sapo, o gato e...um tigre branco!
-Vou
te deixar aí Weasley. –Draco disse ameaçando começar
a andar.
Ainda
assim Gina estava hipnotizada pelo...:
-Tigre
branco! Que lindo! Eu quero esse tigre pra mim.
Gina
já estava prestes a entrar na loja quando sentiu um puxão
forte em seu braço:
-Vamos
embora Weasley e não adianta chiar, porque eu não vou
te soltar.
-Ai,
Malfoy! Eu quero comprar aquele tigre branco, me solte.
-Você
é surda? Já disse que não vou te soltar e você
não vai comprar esse maldito bicho!
-Eu
te odeio Malfoy! –ela disse com raiva.
-O
sentimento recíproco. –ele respondeu indiferente.
"Que
ódio! Quem esse cara pensa que é? Só um milagre
pra fazer-nos não brigar. Estou começando...começando
não oras! Eu já sabia, vai ser impossível fazer
de Malfoy um aliado. Mas não vou desistir, preciso tentar,
devo isso a Dumbledore."
"Como
essa Weasley é uma idiota insuportável. Ainda é
o 1º dia e já não agüento mais. O que é
que eu vou fazer pra tornar essa viagem menos insuportável".
Eles
foram até a estação de trem mais próxima
e pegaram um shinkansen (trem-bala) para a cidade onde é
localizado o Monte Fuji. Chagaram lá pelas 11h e alugaram dois
quartos num hotel e aproveitaram para almoçar no mesmo:
-Já
comeu comida japonesa, Weasley? –Draco perguntou enquanto serviam
sushi em seu prato e no de Gina.
-Na
verdade não. –ela assumiu.
-Então
não sabe comer com hashi?
-O
quê? –ela perguntou fazendo uma cara interrogativa.
-É
o nome desses pauzinhos. –Draco respondeu.
-Ah...nunca
comi com eles. Mas eu me viro. Se você consegue, por que eu não
conseguiria? –ela perguntou começando a tentar.
"Essa
eu pago pra ver. Eu demorei e deu muito trabalho pra aprender".
Draco pensou observando os movimentos de Gina atentamente.
Ela
tentou uma, duas...cinco vezes e em todas foi mal-sucedida. Draco se
controlou para não rir:
-Desisto.
–ela disse bufando –Vou comer com as mãos.
-Não
se atreva a me fazer passar vergonha, comer com as mãos é
uma grande falta de educação.
-Mas–eu-não-consigo!
–ela disse entre dentes.
-Eu
te ajudo. –ele se ofereceu –É normal ser desajeitada no
começo, eu levei um bom tempo até pegar prática.
-Fala
logo, porque eu estou com fome.
-Pegue
os hashi com a mão que você costuma pegar o garfo, pegue
um pouco abaixo da metade e de modo a formar um tipo de
alicate.
-Assim?
–ela perguntou mostrando a Draco o jeito que estava
segurando.
-Não,
não fique com a mão por cima desse jeito. –ele disse
posicionando a mão dela de maneira correta.
-E
agora?
-Pressione
a parte da frente do "alicate" quando for pegar o sushi.
Ela
tentou a primeira vez e caiu. Na segunda também. Tentou pela
terceira vez e conseguiu levantar o sushi por cerca de 10 centímetros
e então ele caiu de novo em seu prato:
-Não
dá, eu vou apelar pra mágica.
-Aqui
tem trouxas Weasley. Será que você não
raciocina?
-Ah!
Então vou comer com as mãos mesmo. –ela disse
impaciente com a voz já um pouco alterada.
Uma
das "garçonetes" vestida de yukata (kimono informal)
chegou perto de Gina:
-Shiu!
–disse colocando um dedo em frente a boca e Gina entendeu que ela
pedia silêncio –Kudasai. –acrescentou, fez uma reverência
e retornou ao trabalho.
Draco
bufou e disse:
-Espera
Weasley. –ele disse e Gina paralisou em sua tentativa de pegar com
a mão –Viu só? Será que você não
consegue ficar sem fazer escândalo?
-E
o que você sugere? Eu já disse que estou com fome.
-Tá.
Eu vou dar um jeito. Vou quebrar esse galho pra você, porque
nesse restaurante todas as comidas se comem assim.
-E
o que vai fazer Malfoy? –ela perguntou duvidando de que ele fosse
fazer algo para ajudá-la.
Ele
não respondeu. Pegou um sushi do prato de Gina com seus
próprios hashi e disse:
-Abra
a boca, Weasley!
-O
quê? –ela perguntou confusa –Isso é ridículo!
Vai me dar comida na boca?
-É
o único jeito. Não tenho culpa de que seja incompetente
demais pra saber comer direito. Eu é que não vou te
agüentar reclamando de fome o caminho todo. Sabe que não
posso matar os trouxas desse lugar para Vossa Alteza poder usar
mágica. –disse sarcástico –O Ministério da
Magia japonês cairia em cima de nós e seria "tão
útil" à Voldemort ter dois Comensais da Morte
procurando o mapa na cadeia. Então não complique e abra
essa maldita boca de uma vez por todas!
-Tá,
ta. Já entendi que não tenho escolha. –ela se deu por
vencida e abriu a boca.
Quem
olhasse iria dizer que era uma cena muito fofa, Draco levando comida
até a boca de Gina, poderiam dizer que eram namorados. No
entanto, quem realmente prestasse atenção nos dois,
veria que estavam muito longe disso.
Draco
tinha uma expressão de profundo desprezo e Gina estava com
cara de quem comeu e não gostou:
-Você
não está gostando da comida? –ele perguntou sem
interesse assim que notou a expressão dela –Sabia que não
tinha paladar suficiente para apreciar culinária.
-Gostaria
mais se não fosse obrigada a comer desse jeito. –ela
respondeu.
Depois
do almoço eles foram procurar o mapa:
-Sabe
quando você foi no banheiro do restaurante? –Draco
perguntou.
-Sei.
O que é que tem isso?
-Eu
peguei a sua varinha sem que percebesse. Entrei no banheiro
masculino, fiz o feitiço que desejava e voltei para a mesa
antes de você.
-Como
conseguiu pegá-la sem que eu percebesse? E que feitiço
fez?
-Sou
bom em afanar coisas, mas isso não vem ao caso. Eu fiz um
feitiço farejador nas nossas varinhas.
-Farejador
do quê?
-De
papéis e pergaminhos de papiro que contenham mágica
antiga. Esse feitiço nos alertará se estivermos
perto.
-Bom
saber que você tem um cérebro. –Gina disse.
-É
claro, todo mundo tem um. Mas saber usá-lo é privilégio
de poucos, não é Weasley? Precisa usar mais o seu ou
vai acabar enferrujando.
-O
cérebro não enferruja, ele atrofia e esse é o
seu caso, então cale a boca Malfoy!
Eles
andaram o resto do dia pelos arredores, mas as suas varinhas não
emitiam nenhum sinal.
Quando
eram 7h da noite e eles ainda continuavam a busca. Gina estava
cansada e com fome, mas não reclamaria. Sabia que Draco estava
no mesmo estado que ela, apesar dele não demonstrar. Um tempo
depois ele disse:
-Não
tem nada por aqui, vamos voltar para o hotel. Amanhã
viajaremos pra Roma.
Os
dois começaram a fazer o caminho de volta:
-Roma?
Siga a lógica! Quem foi que escondeu o mapa? Os egípcios,
então vamos para o Egito!
-Só
pra começar, os egípcios esconderam o cálice de
elixir da vida e não o mapa.
-Pense
um pouco. Se os egípcios esconderam o cálice, eles
sabem onde está e se eles sabem onde está,
provavelmente foram eles que fizeram o mapa. Vamos para o Egito ou eu
vou te incomodar até você concordar.
-Mais
do que você costuma me incomodar? –ele perguntou e ela fez um
gesto afirmativo com a cabeça.
Draco
pensou "Até que a idéia dessa imbecil tem
fundamento".
-A
gente vai pro Egito. –Draco disse e Gina abriu um sorriso
satisfeita com si mesma –Mas com uma condição.
-E
qual é? –ela perguntou séria.
-Se
você estiver errada quanto o mapa estar lá, terá
que ser minha escrava por um dia, ou seja, terá que fazer o
que eu mandar não importando o que for.
-Sua
escrava? Não mesmo!
-Ótimo!
Então vamos pra Roma. –Draco disse presunçoso.
-Espera
aí. E se eu estiver certa, Malfoy?
-Não
vai estar. –ele respondeu com segurança.
-E
se eu estiver? –ela tornou a perguntar –Eu topo a condição
apenas se eu puder fazer de você meu escravo por um dia
também.
-Estou
de acordo. Eu é que vou ganhar mesmo, portanto prepare-se para
me servir, porque garanto que o que vou pedir não vai ser
fichinha de fazer.
-É
o que vamos ver, Malfoy. –ela disse se virando pra trás para
ver a expressão no rosto dele.
Já
estavam à porta do hotel e ao virar-se não foi a
expressão de Draco que lhe chamou a atenção, mas
sim a sombra de um homem perto de uma árvore. Todavia, ao
piscar os olhos, não viu mais nada:
-O
que foi? –Draco perguntou olhando na mesma direção
que Gina olhava.
-Eu
tive a impressão de ter visto a sombra de um homem naquela
árvore.
-Deve
estar com sono, se já está imaginando coisas. –ele
disse dando de ombros.
Chegaram
na recepção, pegaram as chaves de seus quartos (105 e
110) e nem se despediram antes de entrar em seus respectivos.
Gina
tomou um demorado banho na banheira, vestiu uma leve camisola de seda
branca e foi se deitar. Seu corpo estava cansado, mas ela não
conseguia dormir. Então resolveu tomar um pouco de água
do frigobar. Enquanto bebia a água, olhava pela janela e foi
aí que viu um vulto. Assustou-se tanto que deu um grito e
deixou o copo cair no chão. No instante seguinte já
escancarava a porta e corria pelo corredor em direção
ao quarto de Malfoy.
Toc,
toc, toc. Draco ouviu baterem à porta e virou para o outro
lado da cama. Toc, toc, toc. Ele ouviu baterem com mais urgência.
"Quem será a essa hora? Eu tava dormindo".
-Já
vai. –ele gritou se levantando.
Quando
abriu a porta deu de cara com uma Gina assustada que nem se dera ao
trabalho de vestir um robe por cima da camisola:
-Malfoy
vem comigo! –Gina disse o puxando maquinalmente até seu
quarto.
-Que
horas! O que você quer me levando pro seu quarto a uma hora
dessas, Weasley? –ele perguntou olhando os trajes de Gina (ou a
falta deles), já que a camisola dela era um palmo acima do
joelho e um tanto transparente. –Você reparou que nem tempo
de me vestir eu tive? Estou sem camisa e com a calça do
pijama. É bom ter uma boa explicação! –ele
disse sério, mas Gina não prestara atenção
a uma palavra sequer.
Quando
chegaram no quarto ela olhou para a janela e disse histérica:
-Eu
juro que eu vi um vulto naquela janela.
-E
eu juro que eu sou Napoleão. –ele disse revirando os olhos
–Você me tirou da cama por isso? Não creio. Tudo
porque anda tendo alucinações.
-Será
que não podia ter me falado tudo isso amanhã de manhã?
Vá dormir Weasley e me deixe dormir também.
-Isso
é sério! Eu não vou conseguir dormir com essa
preocupação.
-Problema
é seu!
-E
seu também se estiverem nos seguindo.
-Larga
de ser paranóica Weasley! O que espera que eu faça?
Durma com você? Ora, me poupe! –ele disse dando as costas pra
Gina.
A
ruiva ficou com muita raiva do pouco caso e da insinuação
que Malfoy estava fazendo sobre a preocupação dela,
então virou-a com toda força que conseguiu juntar e
puxou-o bruscamente. Draco foi pego de surpresa pelo inesperado puxão
da Weasley, por isso desequilibrou-se e caiu em cima dela que caiu de
costas na cama. Os dois conseguiam sentir a respiração
compassada um do outro.
"Não
sabia que o perfume de Malfoy era tão bom...ai meu Deus, ele
está sem camisa!"
"Que
pele de seda essa Weasley tem...não pense nisso Draco! Também
essa situação não ajuda nem um pouco."
Gina
tremeu involuntariamente ao ver que aqueles olhos cinzentos estavam
tentando igualmente aos seus castanhos ver através, ler
pensamentos:
-Você
é muito boa. –Draco disse.
-Você
também. –ela concluiu.
-É
difícil a arte da oclumência e a da legiminência.
Quem foi seu professor? –ele perguntou curioso.
-Dumbledore.
E o seu?
-Isso
explica a sua habilidade. Quem me ensinou foi Voldemort.
-Isso
explica a sua também...hum, será que dava pra você
sair de cima de mim? –ela perguntou corando.
-Claro!
–ele respondeu se levantando e Gina notou um ligeiro tom rosado no
rosto dele –Boa noite. –disse se dirigindo para a porta.
-Pra
você também. –Gina respondeu.
"Malfoy
me desejou boa noite. Parecer ser o começo de uma relação
de paz. Preciso saber o nome do perfume que ele usa pra dar de
presente para o meu namorado. Bem, isso é quando eu tiver um".
Ela pensou e adormeceu em seguida sem se lembrar daquele misterioso
vulto.
