Capítulo 6: Obediente como um cordeirinho
-Não!
–Gina acordou do mesmo sonho (ou pesadelo) da noite passada e
sentou-se depressa na cama.
Passou
as mãos pelos cabelos e olhou em volta. Tudo estava silencioso
e Malfoy ainda dormia no chão.
"Será
que Malfoy seria capaz de me matar? Mas que pergunta idiota! É
claro que ele me mataria, só não o fez até agora
porque Voldemort não o ordenou. Tenho que ficar de olhos bem
abertos com ele".
Resolveu
então acordá-lo. Foi até a beirada da cama, se
levantou e chacoalhou-o sem dó nem piedade.
-Acorda
Malfoy! Agora! –ela ordenou claramente.
-Deixa
eu dormir! Quem você pensa que é? –ele resmungou
virando-se para o outro lado.
-Vou
refrescar a sua memória, Malfoy. Hoje eu mando e você
obedece. –ela disse arrancando as cobertas de cima dele.
-Tá,
daqui a pouco eu levanto Weasley. –ele respondeu.
-Daqui
a pouco não. Agora! Estou mandando!
Draco
lançou um olhar de puro veneno para Gina, mas ela não
se importou:
-Que
seja. –ele respondeu com raiva.
"Como
eu odeio essa Weasley. Não vejo a hora de dar o troco e
garanto que vai ser com classe".
Depois
de ambos tomarem banho e se arrumarem, foram tomar café:
-Bom
dia! –Fleur cumprimentou-os animada –Dormiram bem? Ou não
dormiram? –ela perguntou sugestivamente.
Nenhum
dos dois respondeu:
-Vocês
brigaram? –Gui perguntou acenando para que se sentassem.
-Não,
nossa relação está a melhor possível.
–Draco disse tentando esconder o tom de ironia em sua voz –Passa
pra mim a geléia de morangos, Gina? –ele perguntou com um
sorriso forçado.
-Claro,
meu...amor. –ela respondeu entredentes passando a geléia pra
ele.
Pouco
depois eles já haviam arrumado as malas e se despedido de Gui
e Fleur que os convidaram para voltar mais vezes:
-Onde
é o portal? Não prestei atenção
ontem.
-Naquele
coqueiro, logo ali. –Draco respondeu.
Ao
passarem pelo portal retornaram para a ilha:
-Vamos
nos sentar ali. –Gina disse apontando um lugar com grama.
-O
que está esperando para se sentar? –o loiro perguntou.
-Que
forre o chão com a sua capa. –ela respondeu como se fosse
óbvio.
"Maldita
Weasley!" ele pensou enquanto obedecia.
Gina
sentou-se, pegou o mapa e começou a analisá-lo:
-Realmente
é a escrita dos antigos egípcios. –ela concluiu.
-E
o que está escrito? –Draco perguntou curioso.
-Ainda
não sei, dê-me um tempo e descobrirei. Mas só de
pensar no quanto é complicado, eu fico até com sede.
Uma limonada gelada sem açúcar cairia bem. Arrume um
copo pra mim, Malfoy.
"Não
sabia que ela também gostava de limonada sem açúcar...
ela fez de propósito porque não quer que eu tome".
Ele
abriu sua própria mala e tirou dela uma garrafa com a
bebida:
-Não
tenho copo, só essa garrafa. –ele avisou.
-Não
faz mal. –ela disse e pegou a garrafa da mão dele -Ah,
obrigada. Está realmente deliciosa e refrescante. –ela disse
enquanto bebia.
Gina
reparou nos olhos de Malfoy, sabia que ele deveria estar com sede,
mas que não iria assumir. Então parou de beber deixando
¼ do conteúdo:
-Beba
Malfoy, eu sei que quer.
"Como
ela sabe?"
-Não,
não vou beber da mesma garrafa que você. Não vou
fazer isso depois de já ter colocado a boca nela.
-Isso
é um desaforo! Se você não beber, eu juro que
jogo o resto dessa limonada fora e não te deixo beber mais
nada por hoje.
Ele
pegou de contragosto a garrafa da mão dela e virou-a de uma só
vez:
-Isso
mesmo! Obediente como um cordeirinho... –ela o provocou.
"Ah
Weasley! Verá o cordeirinho se transformar em lobo".
Depois
de muito pensar, Gina traduziu o pergaminho:
-Até
que enfim consegui. Está escrito que o mapa é
incompleto e ele mesmo fornecerá os lugares em que devemos ir
para completá-lo.
-Já
estudou símbolos de hieróglifos? –Draco
perguntou.
-Sim,
é uma das exigências para se tornar auror. O berço
da magia foi o Egito.
-Voldemort
sabe que é uma auror?
-Creio
que sabe, deve ter investigado.
-Não
acha contraditório? O serviço de um (a) auror é
capturar bruxos que estão do lado das trevas e não se
tornar um deles, não é Weasley?
-É
contraditório sim, mas e daí? Existem comensais que
trabalham ou já trabalharam no Ministério. Mas mudando
de assunto, você não quer saber para que lugar o mapa
indica pra irmos?
-Pra
onde? Desde que não seja pra um lugar em que só tenha
Weasleys...porque aí já seria demais. Posso suportar o
demônio, mas não o inferno inteiro!
-Essa
foi a gota d'água, Malfoy! –Gina disse possessa.
A
próxima coisa que ela fez foi sacar a varinha e mirar no
cabelo de Draco. Ao ver o resultado caiu na gargalhada:
-O
que foi? O que fez comigo Weasley? –Draco perguntou ao som das
incessantes gargalhadas de Gina.
-Com
você não, com o seu cabelo! –ela disse ainda rindo,
mas entregando um espelho nas mãos dele.
Ele
mirou sua imagem no espelho e o que viu fez com que se
descontrolasse:
-VERMELHO?
Tire essa maldita cor do meu cabelo agora! Faça-os voltarem a
ser dourados!
-Nananinanão.
–ela disse balançando a cabeça em negativa –Isso é
pra você aprender. Odeia tanto os Weasleys, não? Agora
tem a cor do nosso cabelo!
-Eu
já tive paciência demais. –ele disse jogando o espelho
brutalmente no chão e andando ameaçadoramente em
direção à Gina.
-Uh!
Sete anos de azar. O que vai fazer, Malfoy? –ela perguntou tentando
manter segurança em sua voz.
Ele
não respondeu. Continuou andando como um predador encurralando
a presa:
-Tá
me assustando. Pare com isso! –ela exigiu.
-Está
bem, paro de andar. –ele disse empurrando-a de costas no chão.
Gina
caiu e antes que pudesse usar a varinha, Draco estava em cima dela.
Ele a prendera pela cintura com seus joelhos e segurou forte os
pulsos dela contra o chão:
-E
agora Weasley? Está literalmente em minhas mãos. Eu
poderia fazer o que quisesse com você e não haveria
nenhuma testemunha.
-Vai
me matar? –Gina perguntou o encarando.
-Duvida
de que seria capaz?
-Não
duvido, mas lembre-se da aposta. Eu mando e você obedece.
Então, solte-me!
-Por
hoje passa Weasley. –ele disse a soltando e Gina pôde
respirar aliviada.
-Ajude-me
a levantar. –ela disse e Draco a obedeceu.
-Pra
onde vamos? –ele perguntou impaciente.
-Pra
Suíça. –ela respondeu com um sorriso –Onde é
o portal?
-Daqui
uns dois quilômetros. Vamos indo?
-Oh,
não! Não acredito! Estou tão mole, vai ser
horrível andar por essa distância.
-Fique
aqui então. Não espere que eu a carregue.
Gina
examinou com os olhos os músculos de Draco, certamente ele era
forte. Ela abriu um sorriso:
-Boa
idéia, Malfoy. Quero que me carregue e levite as malas.
-Diga
que está brincando. Não pode estar falando sério.
-É
sério. Já disse que não me agrada nem um pouco
ter que andar por dois quilômetros.
-Eu
não vou agüentar com o seu peso... –ele tentou arrumar
uma desculpa.
-Ah,
vai sim! Afinal, é um homem ou não?
-Claro
que sou! –ele disse indignado de que alguém pudesse duvidar
de sua masculinidade e enfeitiçando as malas para levitarem.
–Venha cá Weasley.
Gina
foi até Draco e ele pegou-a no colo:
-Confortável?
–ele perguntou de forma debochada.
-Na
verdade, não muito. –ela assumiu.
-Deixe
que eu a ajeite melhor. –ele disse jogando-a uns centímetros
pra cima e a pegando nos braços em seguida –Até que
você é leve.
-Ai!
Toma cuidado! –ela o advertiu.
-Pode
deixar. –ele disse de maneira não muito confiável,
começando a andar e com as malas levitando à frente.
A
ruiva e o "ruivo" demoraram cerca de uma hora para chegar ao
portal. Então ele a soltou repentinamente e ela caiu de bunda
no chão:
-Eu
te mato se me fez quebrar a bacia. –ela disse à Draco que
tinha um sorriso cínico.
-Dissendium.
–ele disse e pouco depois os dois passaram pelo portal.
Se
viram no final de uma floresta de pinheiros e com o chão
coberto de neve. Ao saírem da floresta Gina perguntou:
-Onde
estamos? Mas que frio!
-Na
Suíça, –ele disse e ela fez uma cara de
"isso-é-óbvio" –mais precisamente nos Alpes
Suíços. Na cidade de Martiny.
-Como
você sabe? –ela perguntou surpresa.
-Por
dois simples motivos. Eu já vim esquiar aqui e está
escrito o nome da cidade bem naquela placa. –ele
apontou.
-Ah...Então
você sabe esquiar? Maneiro, depois quero que me ensine, mas
primeiro precisamos achar um hotel para alugarmos quartos.
-Não
funciona assim aqui. Eles alugam chalés.
Quando
chegaram ao hotel que Draco dissera ser o melhor, foram direto à
recepção:
-Quanto
custa a diária de um chalé? –Draco perguntou em
francês.
O
recepcionista respondeu e ele pensou "Aumentou! Tá caro pra
caramba! Já que a Weasley vai querer que eu pague, vou pedir
um chalé apenas. Meu dinheiro está acabando, preciso
sacar de Gringotes".
Draco
assinou um papel, pegou a chave e foi saindo de lá com
Gina:
-Não
sabia que falava francês.
-Tenho
parentes franceses, achei que deduziria apenas pelo meu
sobrenome.
-Eles
não falam inglês? –ela perguntou.
-Dificilmente.
Aqui na Suíça, os idiomas obrigatórios são
o alemão, o francês e o italiano. Mas nessa cidade
fala-se especialmente o francês.
Chegaram
à porta do chalé:
-Você
não alugou dois, Malfoy?
-Não.
O preço é um absurdo e você iria me obrigar a
pagar os dois.
-Bem,
eu iria mesmo te obrigar...Mas não era você o Malfoy
rico e todo poderoso que pisava nos Weasleys pobres e oprimidos? As
coisas mudaram, não?
-Acontece
que meu dinheiro está em Londres! E nós estamos na
Suíça! Entendeu?
-Oh!
Coitadinho do Malfoy, -ela disse sarcasticamente –ficou todo
nervosinho porque insinuei que está ficando pobre.
-Cale
a boca Weasley!
-Cale
a boca você, Malfoy da cabeça de fósforo...ou
seria...pica-pau.
-Amanhã
a sua farra acaba. –ele disse com os olhos saltando faíscas
de fúria.
-Mas
eu mal comecei a me divertir.
-Ah,
é? Um dia é o da caça e o outro o do caçador.
Eu também sei o que é diversão.
Gina
deu de ombros:
-Vai
buscar uns cookies e chocolate quente pra gente. –ela mandou.
Ao
ficar sozinha no chalé, ela foi até a cama e pegou o
mapa da mala. Queria ver se havia uma nova pista por já
estarem na Suíça. Tinha mais coisas escritas e ela se
pôs a traduzir. Ela havia acabado de entender o que estava
escrito quando Malfoy chegou:
-Aqui
está. –Draco disse colocando as coisas em cima da mesa
enquanto Gina se levantava da cama.
-Eu
acabei de decifrar os símbolos novos que apareceram –Gina
anunciou.
-Então
diga. –ele intimou.
-Nós
devemos subir no topo mais alto dessa cidade à meia noite do
1º dia de lua cheia.
-Quando
começa a lua cheia? –ele perguntou sério.
-Amanhã.
Por quê?
-Que
sorte começar amanhã. Não vejo a hora de acabar
a missão, porque não terei de aturar tanto a sua
desagradável presença.
-Como
se pra mim fosse fácil. –ela suspirou e começou a
comer.
Permaneceram
em silêncio enquanto comiam. Ao terminar de tomar o último
gole de chocolate quente em sua caneca, Gina disse:
-Quero
que me ensine a esquiar.
-Tem
certeza? Está afim de levar uns tombos? –ele perguntou rindo
internamente ao imaginar Gina caindo.
-Tenho.
Eu sempre quis aprender. Vamos logo! –ela disse levantando
animada.
-Tá
bom, Weasley. Vamos ver quanto tempo dura a sua animação.
Eles
subiram até o topo com o teleférico. Tanto Draco quanto
Gina já estavam com o equipamento necessário. Ele
mostrou como fazer e quando Gina foi tentar, ela atropelou um homem
baixo e um tanto gordo que estava quase que inteiramente coberto de
roupas:
-Me
desculpe! Foi sem querer, eu não tenho prática nesse
esporte. –Gina desculpou-se com o homem.
-Não
foi nada. –o homem respondeu com uma voz aguda esquisita, mas não
estranha –Weasley. –completou em voz baixa.
-O
quê? –Gina perguntou.
-Nada
minha jovem.
-Vem
Weasley! –Draco disse a puxando –Tente outra vez.
-Eu
acho que ouvi aquele cara falando o meu nome.
-Ele
te chamou de Gina?
-Não.
Foi de Weasley.
-Eu
te chamo de Weasley, ele pode ter ouvido.
-Ainda
acho estranho. –ela disse com veemência.
-Relaxa
Weasley. Não há com o que se preocupar. Não era
você que queria esquiar?
-Acho
que tem razão. Vamos voltar ao esqui.
Gina
ficou cerca de quatro horas tentando esquiar e ao final obtera
resultados significativos:
-Eu
melhorei bastante. –Gina comentou feliz.
-Também,
quem é o professor? –Draco perguntou cheio de si.
-Tenho
que assumir que esquia bem. Vamos jantar, já é
noite.
-E
o que você quer comer?
-Tem
alguma pizzaria por aqui? –ela perguntou vacilante.
-Se
não me engano, tem uma na cidade vizinha. Tem uma lista
telefônica no chalé, podemos ligar pra pedir uma
entrega.
-Tudo
bem então. –ela concordou.
Eles
chegaram no chalé e procuraram a pizzaria na lista telefônica,
mas não havia nenhuma:
-Ops!
Eu me enganei, não tem nenhuma pizzaria por aqui. Também,
eu já viajei pra tantos lugares que fica difícil não
confundir algumas coisas. E agora? O que vamos comer? –Draco
perguntou ao final da explicação.
-Pizza.
–ela respondeu com segurança.
-Mas
não tem nenhuma pizzaria por aqui!
-Não
importa. Eu quero e vou comer pizza e quem vai fazê-la é
você. –ela disse apontando pra ele.
-Eu?
–perguntou e caiu na gargalhada –Eu fazendo pizza? Corta
essa!
-Primeiro
prepare a banheira para que eu possa tomar banho. Vou avisando para
fazer direito, se não terá que realizar o mesmo
trabalho duas vezes. Depois vá ao mercado e compre
ingredientes. Comece já! –ela ordenou.
Ele
deu de ombros indo para o banheiro:
-Tá,
bom então. Apenas duvido que vá querer comer uma pizza
feita por mim.
Gina
estava esperando que Draco terminasse de aprontar seu banho. De
repente ouviu um barulho de toc, toc. Então foi até a
porta e abriu-a para descobrir que não havia ninguém.
Fechou-a, mas continuou a ouvir o barulho. Olhou para todos os lados
com a finalidade de descobrir a origem do som e finalmente
achou-a.
Havia
um pássaro branco do lado de fora que bicava o vidro da
janela. Rapidamente e sem fazer barulho, ela a abriu. Era Edwiges,
que deu um pio feliz ao vê-la:
-É
muito bom ver você também, mas fique quieta. Se Malfoy
te ver, estarei perdida.
A
ruiva ouviu a porta do banheiro se abrir e sem pensar duas vezes,
jogou pra debaixo da cama uma Edwiges indignada:
-Já
terminei. –ele a avisou –Ouvi um pio de pássaro, o que
era?
-Eu
estava assoviando uma música. –Gina mentiu.
-E
por que a janela está aberta? –Draco perguntou
curioso.
-Porque...estava
abafado, abri para arejar o ambiente. –ela inventou
rapidamente.
-Abafado?
–ele perguntou desconfiado.
-É.
–Gina confirmou.
-Abrir
a janela com esse frio? Depois quando digo que é anormal, você
fica brava.
-Vá
comprar as coisas no mercado que você ganha mais.
Sem
mais uma palavra ele colocou seu sobretudo preto e saiu:
-Ufa!
Essa foi por pouco. –Gina disse aliviada enquanto tirava a pobre
Edwiges do vão da cama –Desculpe, eu tive que fazer isso.
–ela se justificou ao mesmo tempo em que acariciava o bico e a
cabeça da coruja.
Gina
pegou a carta e começou a lê-la depois de servir água
para Edwiges:
Querida
Gina,
Afinal,
que missão é essa que Dumbledore a mandou
realizar?
Quanto
ao seu emprego, não se preocupe (eu sou o chefe que pediu a
Deus), eu o garanto.
Mas
é sério, estamos todos morrendo de saudades e muito
preocupados.
Cá
entre nós (não é pra te deixar apreensiva), mas
acontece que a sua mãe está dizendo que não tem
bons pressentimentos em relação a sua missão.
Muitos
beijos (todo mundo fez questão de mandar pelo menos um).
Ass:
seu amigo Harry.
P.S.:
Nos tranqüilizaria um pouco receber uma resposta de onde você
está.
Ao terminar de ler, a saudade pesou em seu peito e parecia capaz de querer apoderar-se dela por inteira. Seus olhos se encheram d'água, mas ela logo os secou. Não poderia chorar, se começasse...sabe-se lá Deus quando conseguiria parar. E nesse caso como ela explicaria a Malfoy uma repentina crise de choro? Respirou fundo para tentar aliviar aquela sensação de angústia, pegou a pena e começou a escrever uma resposta no verso.
Querido
Harry,
Sinto
muito, mas não posso revelar qual é a minha missão
e nem onde estou. Eu adoraria estar com a minha família, mas
não posso. Espero que entendam a minha situação.
Quero
que não se preocupe comigo, eu sei me cuidar muito bem e estou
ótima.
Sinto
muitas saudades e mando beijos para todos.
Diga
a mamãe que as preocupações dela não tem
fundamento algum!
Te
adoro!
Ass:
sua amiga Gina.
P.S.:
Não posso receber cartas. Somente me escreva em caso de
extrema urgência.
-Pronto!
Leve direto ao Harry. –Gina disse a Edwiges e fechou a janela após
a coruja passar.
Foi
tomar banho, a água estava em uma temperatura agradabilíssima
e tinha o cheiro do perfume das flores.
"Congratulações
ao Malfoy por isso. Realmente está perfeito." Ela pensou
"Mas ele deve estar tramando alguma..."
Draco
chegou carregado de sacolas e percebeu que a Weasley ainda estava no
banho.
"Melhor
assim. É bom que eu faça logo, antes que ela exija que
eu não use nenhuma mágica".
Draco
usou mágica para fazer a massa da pizza. Tendo feito isso se
perguntou:
"A
Weasley não falou qual tipo de pizza queria. Isso não
me interessa! Farei de acordo com o meu gosto! Mas...e se ela não
gostar e me mandar fazer de novo? Acho melhor perguntar a ela." Ele
decidiu e se encaminhou para o banheiro.
Draco
bateu à porta e não obteve resposta alguma. Girou a
maçaneta e empurrou a porta. Percebendo que estava
destrancada, ele entrou:
-Você
e essa sua maldita mania de deixar a porta destrancada. Ainda vai se
dar mal por isso, Weasley.
-O
que você está fazendo aqui Malfoy? Saia agora! –ela
exigiu enquanto jogava água da banheira no loiro.
-Pare
com isso! –ele disse cobrindo o rosto com os braços e dando
mais alguns passos a frente.
-Nem
mais um passo. Explique-se então. –ela disse afundando na
água cheia de espuma, de modo que só sua cabeça
ficasse visível.
-Que
bom que resolveu parar com essa infantilidade.
-Você
entra de repente no banheiro enquanto eu tomo banho, eu já
disse para se explicar. O que está esperando para
começar?
-Olha,
-ele começou –não é nada que você possa
estar pensando...
Gina
o cortou:
-Mas
pelo que está parecendo essa situação, você
queria me espiar.
-Não
fale asneiras Weasley! Acha que me sinto atraído por uma
mulher irritante e idiota como você? Eu garanto-lhe que
não!
-Seu
grosso! Muito menos eu sentiria algo por alguém tão
desprezível e insuportável como você! Vá
curtir o seu novo cabelo, vai.
Ele
fechou a cara:
-Eu
tinha vindo aqui para te perguntar qual tipo de pizza você
queria, mas já que nem ao menos me deixa falar...Eu escolho.
–ele disse de forma grosseira.
-Eu
é que escolho! Faça de frango com catupiry e cai fora
desse banheiro. –ela respondeu com o rosto vermelho de raiva.
Draco
virou as costas e saiu fazendo questão de bater a porta ao
passar.
"Eu
juro que eu não consigo, eu tento (pelo menos eu acho), mas eu
não aturo o Malfoy. O que é que eu faço? Preciso
fazer o que Dumbledore me pediu. Mas como o farei? Amanhã eu
pensarei melhor sobre isso."
Quando
Gina saiu do banheiro, se deparou com a mesa posta e a pizza ao
centro. Draco já estava sentado e tinha uma cara de imensa
satisfação, o que certamente a surpreendeu:
-O
que está tramando? Qual é a porcentagem de veneno que
pôs nessa pizza? –ela perguntou desconfiada.
-Não
tem veneno nenhum. Sente aí. –ela apontou a cadeira –E eu
te desafio a achar algum defeito.
Ela
se serviu e...estava boa. Bem, na verdade era surpreendente como
estava ótima. Mas é claro que ela não assumiria
isso:
-E
aí Weasley? Sou ou não sou um cozinheiro chefe?
-A
sua pizza está aceitável. –ela disse com indiferença
–Com mágica qualquer um faz.
-Então
por que você não fez? –ele perguntou já sem a
satisfação de instantes atrás.
-Por
que eu faria se posso mandar você fazer?
-Você
é uma folgada e preguiçosa. Isso é o que você
é! Só porque nunca teve um elfo doméstico quer
me fazer de um! Eu não teria te mandado fazer as coisas que me
mandou se eu tivesse ganhado a aposta.
-Não
mesmo? –ele negou com a cabeça –Então é
porque faria muito pior!
-Ah,
aí depende do que você considera ser pior. –ele disse
com um meio sorriso.
-Tudo
o que possa vir de você é no mínimo dez vezes
pior.
-Será
que nem comer em paz eu posso? –ele perguntou indignado.
-Coma!
Eu por acaso tapei sua boca? Eu não estou te impedindo de
comer. –Gina respondeu antes de enfiar um pedaço de pizza na
boca.
Ficaram
em silêncio enquanto comiam, restava saber de quem seria o
último pedaço. Eles olharam o pedaço restante,
entreolharam-se e novamente miraram a pizza:
-É
meu! –os dois disseram em uníssono e cravando os garfos na
pizza ao mesmo tempo.
Gina
revirou os olhos:
-As
damas primeiro. –ela disse.
-Isso
porque a pizza estava aceitável. –ele disse
debochando.
-Está
bem, pegue metade. –Gina disse se conformando.
Após
o jantar, Draco avisou:
-Estou
indo tomar banho.
-Ah,
mas não vai mesmo.
-Por
que não? –ele perguntou se irritando.
"O
que essa insuportável vai inventar agora?" ele não
pôde deixar de se perguntar.
-Porque
quero que faça massagem nos meus pés.
-Eu
não vou pegar nisso que você chama de pés, deve
ter um chulé tão insuportável quanto a
dona.
Gina
manteve a calma:
-Vai
sim e fique tranqüilo que odor dos meus pés é
muito agradável.
-Deite
na cama então Weasley. E rápido, porque estou sem a
mínima paciência.
Gina
deitou-se na cama e Draco ficou de frente pra ela:
-Pois
aprenda a ser paciente. Vou avisando, se não fizer direito,
terá que repetir até acertar. Pode começar.
Ele
pegou um dos pés dela e começou:
-Ai,
dá cócegas! –ela reclamou.
-Fique
calada, sim? Está tirando a minha concentração.
Gina
ficou em silêncio. Conforme o tempo ia passando, ela começava
a ficar com calor.
"Nossa!
É incrível como está quente aqui dentro."
Draco
trocou de pé.
"Que
massagem gostosa, o Malfoy é bom mesmo. Bota bom nisso...Epa!
No que estou pensando? Eu estou achando que o Malfoy é
gostoso? Mas ele é mesmo...Pare! Pare com esses pensamentos.
Ai, eu quero agarrá-lo e beijá-lo até ficar sem
ar! Não! Não! Não! Eu odeio o Malfoy. Como está
quente." Ela pensou balançando a cabeça em negativa
para tentar afastar aqueles tipos de pensamentos.
Draco
percebeu o gesto estranho de Gina:
-Como
está se sentindo? –ele perguntou com um sorriso cheio de
malícia.
"Por
que esse cara tem que ser tão gostoso?" a mente de Gina
gritava ao se perguntar, enquanto o lado racional tinha um pisca
alerta ligado na máxima velocidade.
-Calor,
muito calor. Por que de repente ficou tão quente aqui dentro?
–ela perguntou pra Draco.
-A
temperatura está a mesma de antes. –ele respondeu fazendo
cara de inocente enquanto lutava para abafar o riso.
-Malfoy!
O que você está aprontando? Pare e me diga imediatamente
que tipo de massagem é essa! –ela exigiu se levantando e o
encarando.
-Quer
mesmo saber? –ele perguntou com um meio sorriso.
-Mas
é claro! Se não quisesse saber, não teria
perguntado. Não me enrole Malfoy! Eu não sou idiota, se
é o que pensa de mim. Sei que esse calor que me fez sentir tem
ligação com a massagem que acabou de fazer.
-Primeiro
me conte o que você sentiu. –ele pediu.
-Pra
que quer saber?
-Estou
esperando a sua resposta.
-Eu
senti calor. –ela respondeu.
-O
que mais? Sei que não foi só isso... –ele disse em
tom de quem se divertia.
Gina
olhou para baixo:
-Foi
um absurdo! Eu senti..hum...desejo por você.
-Era
isso que eu queria ouvir. –Draco respondeu sorrindo
abertamente.
-Por
quê? Me conte o que fez comigo!
-Agora
eu sei que fiz certo. É uma massagem afrodisíaca que eu
estava procurando em quem testar, você não disse que
tipo de massagem queria.
-E
me usou de cobaia! –ela perguntou e concluiu.
-Basicamente.
-Você
é um canalha mesmo!
-Por
quê? Antes você ainda tinha dúvidas disso? Vou
tomar banho, antes que me obrigue a estender um tapete vermelho para
que você passe.
-Espere!
Isso não vai ficar assim! Não vai mesmo! Agora você
vai massagear os meus pés do meu jeito. Deite-se no chão.
Agora!
-Tá
pensando que sou seu empregado? –ele perguntou com
revolta.
-Empregado
não. Escravo! Faça logo o que estou mandando. Deite-se
de frente para o chão.
Muito
contra a sua vontade, Draco obedeceu:
-O
que vai fazer, Weasley?
-Todos
esses anos você humilhou e pisou na minha família, agora
eu farei isso com você literalmente. –Gina respondeu subindo
em cima dele e começando a andar sobre suas costas.
-Ai,
Weasley! Eu-juro-que-vai-se-ver-comigo. –ele ofegou.
-Guarde
as ameaças para si próprio. Você está
tendo o que merece.
Pouco
depois ela saiu de cima dele e disse:
-Vá
tomar o seu banho. Eu vou dormir, quando voltar se arranje para
dormir no chão.
Draco
não disse nada, apenas lançou a Gina um olhar fuzilador
de gelar os ossos.
Gina
deitou-se na cama e o último pensamento que teve antes de
dormir foi:
"Malfoy
vai me matar. E o pior é que não é força
de expressão."
Draco
saiu do banho e certificou-se que Gina estava dormindo:
"Quem
essa vaca pensa que é? Eu não vou dormir no chão
coisa nenhuma! Ela tem um sono tão pesado que nem vai perceber
que dormiu ao lado do inimigo." Ele pensou enquanto deitava-se
ao lado de Gina e cobria-se com o edredom. "Só espero que
ela não seja sonâmbula. Amanhã ela vai começar
a me pagar pelo que fez..."
