Capítulo 7: Pode vir quente que eu estou fervendo
Draco
acordou, mas não abriu os olhos imediatamente. Sentiu que
tinha algo debaixo de seu braço, então abriu os olhos e
viu que o que estava debaixo de seu braço era o corpo de Gina.
Rapidamente ele puxou o braço para perto do próprio
corpo e levantou-se.
"Está
na hora de dar um bom dia pra Weasley..." ele pensou enquanto
enchia um copo com água.
Ele
chegou perto dela e um sorriso perverso se formou em seus lábios.
Pegou o copo cheio de água e simplesmente virou-o na cara de
Gina:
-Não!
Maremoto! Eu sou muito nova pra morrer! –ela disse se levantando de
uma só vez.
Draco
estava rindo da cara dela:
-O
que você fez, Malfoy? –ela perguntou cerrando os punhos.
-Eu
estava bebendo água e derrubei um pouco em você
acidentalmente.
-Acidentalmente
porcaria nenhuma! Você fez de propósito, seu
cretino.
-Cale
a boca Weasley! Devia me agradecer, já que não está
mais com a cara amassada. Agora faça os meus cabelos voltarem
ao normal ou terá razões para reclamar de estar sendo
afogada.
-Vermelho
não fica bem em você mesmo. –ela disse e diante da
ameaça dele, se viu obrigada a tirar o feitiço.
Ele
foi correndo até o espelho do banheiro para conferir:
-Meu
cabelo! Eu senti tanta falta desses fios dourados. –ele disse quase
que emocionado.
"Que
patético! Ele só ficou um dia com os cabelos
vermelhos".
Gina
colocou uma roupa pesada por cima do pijama e foi saindo:
-Onde
você vai, Weasley?
-Tomar
café da manhã, não estou com a mínima
inclinação para assistir você enquanto admira seu
cabelo.
Ela
entrou num tipo de bar e lá pediu por mímica um crepe e
chocolate quente. Depois ela resolveu perambular pelas redondezas.
Andava vagarosamente e com o pensamento longe, mas uma coisa a
incomodava, a sensação de estar sendo observada.
"Eu
acho que estou ficando paranóica ou devo estar com mania de
perseguição".
Chegou
na mesma floresta de pinheiros da qual ela saíra do portal.
Encostou as costas em uma árvore, fechou os olhos e começou
a pensar.
"Vamos
pensar Gina! Como eu posso fazer para conseguir que Malfoy seja meu
aliado? Acho que primeiro eu tenho que parar de brigar com ele e
depois tentar ser amiga dele. Bem, simplesmente é uma MISSÃO
IMPOSSÍVEL! Acho que vou chamar o Tom Cruise pra me ajudar,
se bem que eu acho que nem ele seria capaz de resolver. Mas pelo
menos ele poderia solucionar o meu problema de carência
afetiva...hum...voltando ao ponto (infelizmente), o que eu tenho que
fazer..." uma coisa gelada acertou o pescoço de Gina
quebrando sua linha de raciocínio.
-Pensando
em mim, Weasley? –Draco perguntou arrogantemente.
Gina
abaixou-se fingindo amarrar um dos tênis, mas na verdade estava
fazendo uma bola de neve. Ela levantou-se e foi se encaminhando até
Draco, com as mãos para trás:
-Como
sabe? Estava pensando que a fonte da sua arrogância é o
seu cabelo. –ela disse esfregando neve na cabeça dele.
-Não
vai ficar assim! –ele disse se abaixando para pegar mais
neve.
Percebendo
a intenção de Draco, Gina jogou todo o seu peso contra
ele para derruba-lo. Conseguiu seu intento, mas ele passou uma
rasteira fazendo com que ela caísse no chão
também:
-Ai,
que gelo! –Gina disse sentada no chão quando Draco começou
a atirar bolas de neve –Pára! –ela disse pulando em cima
dele afim de segurá-lo pelos braços.
Acontece
que eles se encontravam em um terreno inclinado, sendo assim os dois
acabaram desequilibrando-se e como conseqüência, rolaram
colina abaixo (literalmente).
Quando
chegaram a um lugar mais nivelado, eles pararam de rolar.
Gina
estava no colo de Draco. Eles se encararam e tinham tudo para começar
outra briga. No entanto, não foi isso que ocorreu.
Quando
os olhos de ambos se encontraram, os dois estavam muito sérios,
mas aos poucos suas expressões foram se abrandando e eles
começaram a rir. Não rir um da cara do outro como
costumavam fazer, mas rir da situação em si. Era a
primeira vez que riam juntos.
Riram
tanto e tão agradavelmente, que haviam se esquecido da posição
em que estavam: Draco sentado esparramado no chão e Gina
confortavelmente em seu colo. Demorou um certo tempo para conseguirem
se recuperar do acesso de risos:
-Fazia
tempo que eu não ria tanto. –Gina disse de maneira
espontânea.
-Eu
nunca tinha rido tanto assim. –Draco confessou.
Gina
o olhou e depois a si mesma e finalmente percebeu onde estava
sentada:
-Não
leve a mal. Eu juro que não tinha percebido. –ela disse se
levantando na velocidade da luz e com o rosto tão quente e
vermelho, que poderia ser capaz de derreter a neve.
-Eu
também não havia percebido. –Draco respondeu dando um
meio sorriso.
De
noite, após terem tomado banho, eles foram jantar em um
restaurante-bar. Comeram founde de queijo com alguns aperitivos e de
chocolate com morangos, além de terem tomado vinho branco.
Quando Gina terminou sua janta, ela foi dançar.
Depois
de algum tempo um cara elegante com cabelos castanhos e olhos verdes,
da mesma estatura de Draco se aproximou:
-Quem
é aquela ruivinha gostosa? –o cara perguntou.
-Não
te interessa. –Draco respondeu curto e grosso, mas com o tom de voz
indiferente.
-Você
é namorado dela?
-É
claro que não! –ele respondeu indignado.
-Mas
está parecendo estar com ciúmes.
-Eu?
Com ciúmes? Faz-me rir você! Pra começar acho que
tem um péssimo gosto.
-Já
que não dá valor a essa gata, me apresente a ela que eu
dou conta do recado.
Draco
ergueu uma sobrancelha de modo pensativo:
-Qual
é o seu nome?
-Wagner
Schünder. Chama ela pra mim, vai?
Draco
revirou os olhos e bufou:
"Esse
cara, além de cego é um babaca bem chato. Se eu não
chamar a Weasley ele vai me encher o saco, então é
melhor chamá-la de uma vez. Os dois devem se merecer
mesmo."
-Weasley
vem cá! –Draco a chamou em alto e bom som.
Gina
virou-se e foi até lá:
-O
que foi? Quem é o seu amigo bonitão?
-Não
é meu amigo! O nome dele é Wagner Schünder e ele
quer te conhecer. –Draco respondeu com os olhos faiscando
perigosamente –Ela é Virgínia Weasley –acrescentou
em francês para Wagner.
-Ela
não fala francês? –Wagner perguntou.
-Não.
–o loiro respondeu –E antes que me peça, eu já digo
que serei o tradutor de vocês.
-Ótimo!
Diga a ela que tem o esplendor de uma rosa.
"Esse
cara anda fugindo da realidade. Eu não preciso falar o que
eles disserem exatamente. Posso distorcer..." ele pensou e sorriu
internamente.
-Ele
disse que você é muito simpática.
-Diga
a ele que agradeço o elogio e que o achei também muito
simpático.
-A
Weasley disse que você é muito gostoso. Embora eu não
concorde, é claro!
-Fale
pra ela que eu sou bom de cama e tô louquinho pra mostrar à
ela que pode ter a melhor noite de sua vida comigo. –Wagner disse
todo "animadinho".
"Poxa,
mas esse cara é muito abusado mesmo! O que eu falo pra
Weasley?"
-Hum...Weasley...é,
ele disse que nunca viu uma mulher tão linda. E eu digo que
esse cara tem um puta mal gosto.
-Cale
a boca Malfoy! Viu só? Ao contrário de você tem
caras que me elogiam. -Diga que ele é um verdadeiro
gentleman.
"Queria
ver se você o acharia um gentleman se soubesse o que ele
realmente está falando".
-Ela
acha que é papo furado e que está disposta a descobrir
se você disse a verdade. –Draco disse a Wagner.
-É
hoje que vou me dar bem! Diga que será um enorme prazer
transar com uma gata tão maravilhosamente gostosa como
ela.
"Esse
cara está passando dos limites!" Draco pensou fechando a
cara e esmurrando com uma mão a palma da outra.
-Por
que está fazendo essa cara? O que Wagner disse? –Gina
perguntou ansiosa.
-Que
cara Weasley? Tá imaginando coisas! –ele respondeu irritado
–Ele disse que você dança muito bem e perguntou se
você gostaria de dançar com ele.
-Pode
dizer que eu adoraria.
-A
Weasley disse que primeiro quer dançar com você.
-Diga
que eu faço o que ela quiser e depois podemos ir pro meu
carro. –Wagner respondeu com um enorme sorriso libidinoso.
"Ele
quer mesmo transar com ela...O que a Weasley fará quando
perceber as verdadeiras intenções dele? Será que
ela se renderá? Não, ela não parece ser do tipo
fácil. Mas ela é na verdade uma incógnita, me
surpreendeu muito ao se tornar uma comensal. Talvez possa me
surpreender novamente...Bem, mas eu não me importo. È
problema dela o que ela quiser fazer. Tô nem aí!"
-Ele
disse que quer dançar com você irá ser
maravilhoso.
Wagner
e Gina foram para a pista e dançaram colados (demais na
opinião de Draco) uma música lenta:
-Seu
nome é alemão. Você fala essa língua?
–Gina perguntou em alemão.
-Ya!
–ele afirmou –Que bom! Assim podemos nos entender melhor. Eu não
sabia que falava alemão, o seu amigo não
mencionou.
"Malfoy
não é meu amigo". Gina pensou "Pelo menos foi legal
me apresentando o Wagner".
-Ele
não sabe disso.
-Não
estou te ouvindo direito, porque tem muita gente aqui. Vamos
conversar no meu carro. –Wagner inventou uma desculpa pra ir direto
aos finalmentes.
"Eu
não acredito nisso! Ela está indo com ele... Na certa
me enganei sobre a Weasley, ela deve ser uma tremenda galinha com
cara de anjo". Draco pensou.
-Me
vê um Whisky bem forte. –Draco disse se dirigindo ao
barman.
Gina
entrou no carro de Wagner e ele logo trancou as portas. Era um carro
muito luxuoso e confortável, mas ela estava longe de se sentir
bem naquele lugar fechado:
-Por
que trancar? –Gina perguntou apreensiva.
-Não
queremos ser interrompidos, não é meu bem? –Wagner
disse e começou a beijá-la.
No
começo Gina correspondeu, mas parou ao sentir as "mãos
bobas" dele correrem pelo seu corpo. Ela quebrou o beijo e
empurrou-o para longe de si. Wagner podia ser um homem bonito e
atraente, mas Gina não estava disposta a ir além dos
beijos. Ela na verdade era muito romântica, queria que sua 1ª
vez fosse especial, com alguém que ela realmente amasse e que
também sentisse o mesmo por ela. E esse com certeza não
era o caso:
-Pare!
Me deixe sair. –ela pediu.
-Ah!
Não faça charme florzinha. –ele disse tentando
beijá-la novamente.
-É
sério. O que te faz pensar que estou fazendo charminho? –ela
perguntou séria.
-Você
mesma disse que queria descobrir se eu falava a verdade sobre ser bom
de cama. Eu garanto que não irá se arrepender.
-Irei
sim, me larga! Me larga! –ela gritou enquanto ele a puxava para
si.
-Não
adianta gritar. Relaxa e curte, meu amorzinho.
"Não!
Eu tenho que fazer algo pra esse idiota me largar e aí depois
eu fujo". Ela pensou desesperadamente.
De
repente Gina teve uma idéia. Era arriscar deixá-lo
imerso em fúria, mas ainda assim era uma idéia. Então
ela juntou toda a força que pôde e executou o que tinha
pensado. Chutou-o bem lá (nos países baixos) e ele
urrou de dor:
-Ai!
Weasley, sua vagabunda! Você me paga!
Gina
não pensou em nada exceto fugir. Abriu a trava da porta e saiu
correndo.
"Se
eu não parar de beber, vou ficar bêbado. Merda! O que
será que a Weasley está fazendo? Mas isso é
obvio, deve estar nos amassos com aquele cara idiota. Eu não
fui com a cara dele, um abusado sem escrúpulos. E se ele
estuprar a Weasley? Ora, ela que se defenda! Mas acontece que ela
está nessa por minha culpa, graças as minhas
"traduções"...Porra! Eu não acredito que
estou me sentindo culpado. Eu não me preocupo com a Weasley!
Não dou a mínima, ela que se foda!" Draco pensava
num conflito de pensamentos.
-Mais um
Martini. –Draco pediu ao barman.
De
repente o loiro viu Gina entrar aos tropeços no
estabelecimento:
-Weasley!
Você está inteira! Tirando o seu cabelo que está
uma zona. O que estava fazendo? Parece que voltou da guerra.
-Malfoy,
eu preciso que me responda uma coisa. –ela disse mortalmente
séria.
-Tudo
bem. Diga.
-Você
disse pra aquele tal de Wagner que eu queria transar com
ele?
-É...bem...é
que...tá, não vou mentir. Eu disse.
-Malfoy,
seu desgraçado! Ele estava querendo me agarrar à força.
–ela disse exasperada.
-Também
Weasley, você foi idiota demais ao aceitar ir lá pra
fora com ele.
-Mas
ele disse que era pra conversarmos.
-E
você acreditou? É mesmo muito inocente! Tem que aprender
a desconfiar das pessoas mesmo quando elas te elogiarem. Só os
mais espertos sobrevivem.
-Nisso
você tem razão, mas ainda estou muito fula com
você!
-O
que aconteceu? Conte-me então.
-Aconteceu
que se eu não tivesse usado o meu pé para acertar uma
bica nele, eu estaria fudida. Literalmente dizendo. Por que você
fez isso? –ela perguntou com indignação e raiva.
-Fiz
o quê?
-Ainda
pergunta? Você é muito cínico mesmo! Eu quero
saber porque me botou nessa fria. O que eu fiz pra merecer isso?
-O
que você fez para merecer? Agora é você que está
sendo cínica. Você me humilhou e sujeitou-me a fazer
coisas contra a minha vontade. Me fez de capacho e eu não vou
te perdoar por isso.
-Você
sabia das condições da aposta. Se tivesse ganhado, eu
iria ser sua escrava e teria que te obedecer. Mas graças a
Deus fui eu que ganhei, eu apenas fiz a minha parte de mandar em
você. Não fui tão carrasca assim, o que passou
não redime nem um décimo das vezes em que agiu de forma
cruel e inescrupulosa.
-Você
não me conhece, Weasley. Eu realmente não tenho
escrúpulos e ajo cruelmente sempre que julgo necessário.
Se tem uma coisa que deve aprender sobre mim, é que eu sempre
faço as coisas de acordo com os meus interesses. Quando quero
algo, vou até o fim e uso todos os meios para conseguir. –ele
contou olhando-a com os olhos mais frios que nunca.
-Também
não me conhece verdadeiramente, se é o que acha,
Malfoy. Eu sou conhecida por ter o pavio curto, ou seja, me irritam e
eu vejo vermelho. Sou muito impulsiva. Tome cuidado comigo, posso não
me responsabilizar pelos meus atos. –Gina disse encarando-o com a
mesma intensidade –Eu também vou até o fim quando
decido uma coisa.
-Muito
bem, Weasley. Agora que já sabemos o quanto somos perigosos,
você está lembrada do por que estamos aqui?
-O
mapa. –ela lembrou –Falta quinze minutos para a meia-noite. Temos
que ir! –ela disse olhando para o relógio de pulso.
Saíram
o mais rapidamente que puderam do restaurante-bar e subiram correndo
a colina. Ao chegar no topo os dois ofegavam com muita
intensidade:
-Bem...na
hora! Faltam...dez segundos...para a meia noite. –ela disse com a
cabeça abaixada e as duas mãos apoiadas nos
joelhos.
-Fique...alerta...a
qualquer...movimento. –Draco disse sacando a varinha e Gina fez o
mesmo.
Os
dois olharam para a lua que estava cheia e brilhante, emanando uma
luz prateada sobre eles. Gina sentiu que havia alguma coisa quente em
suas vestes, colocou as mãos nos bolsos e tirou de um deles o
mapa. Ele estava quente e uma luz vermelha piscava:
-O
que está acontecendo com esse pergaminho maluco? –o loiro
perguntou –Abra-o de uma vez!
Gina
o abriu. No mapa passos se deslocavam da Suíça
para...
-Roma?
–ela perguntou surpresa.
-Ainda
pergunta...Será que ficou cega? Está claro que é
Roma! No fim, de qualquer maneira vamos pra Roma.
-Lá
tem o Coliseu, deve ser legal. O Império Romano foi o maior
que existiu!
-Eu
sei, não sou burro, Weasley. Sei muito mais do que você
pensa.
-Uh,
você é inteligentíssimo, um verdadeiro gênio.
–ela disse ironicamente.
-Ironia
não é a sua especialidade, é a minha. Estou
exercendo grande influência sobre você, não?
-Ah
sim, é claro! Influência em me deixar enojada e
profundamente irritada.
-Cale
a boca! Você só sabe falar besteiras. –Draco disse
começando a andar a fim de voltar para o chalé.
-Não
agüenta ouvir a verdade, é? –ela disse correndo para
alcançá-lo.
-O
que eu não agüento mais é ouvir a sua voz. Como
isso me irrita. Bem, na verdade tudo em você me irrita.
A
ruiva não respondeu, apenas lançou-lhe um olhar de
reprovação.
"Ótimo!
Não faço a mínima questão de falar com
ele". Ela pensou.
Chegaram
ao chalé e dentro dele estava quentinho, isso graças a
lareira que havia sido deixada acesa quando saíram:
-Eu
vou até o banheiro colocar uma roupa pra dormir. Você
pode se trocar aqui enquanto isso. Quando tiver terminado, bata na
porta para que eu possa sair. –ela avisou pegando o que precisava e
se dirigindo ao banheiro.
Draco
trocou-se rapidamente e pegou em sua mala uma poção que
deixava as pessoas mais sóbrias. Colocou duas taças em
cima da mesa e encheu-as com champagne.
Despejou metade do conteúdo da poção em sua
própria taça e em seguida fez um feitiço para
modificar a poção restante no frasco e despejou-a na
outra taça.
"A
Weasley vai ter uma surpresa..." Draco pensou rindo-se enquanto
batia na porta do banheiro.
-Já
pode abrir, Weasley.
Gina
saiu do banheiro com um robe rosa e ao olhar para a mesa
perguntou:
-Para
que são essas taças?
-É
champagne. Para brindarmos. –ele
respondeu.
"Só
falta ela perguntar pra que brindar".
E
não deu outra:
-E
por que temos que brindar?
-A
nossa parceria, que embora desagradável, está nos
encaminhando para o elixir. –ele disse a primeira coisa que veio em
sua cabeça.
"Será
que ela vai acreditar nisso?"
-Mas
eu já bebi hoje, não vai dar. Não agüento
mais álcool.
-Só
um pouco Weasley, brindar traz boa sorte. –ele disse
insistindo.
-Se
eu fizer isso, você me deixa em paz pra dormir? –ela pergunta
encarando-o –Hein? –acrescentou ao ver que ele não
respondia.
-Tá
bom, Weasley. –ele respondeu sorrindo. "Quero ver você
dormir depois de tomar o conteúdo dessa taça". –Tome.
–e entregou a taça pré-escolhida para ela.
A
garota apanhou a taça e os dois as levantaram e juntaram em um
gesto de brinde. Ao beber, Gina sentiu uma tontura e sentou-se numa
cadeira:
-Não
estou me sentindo bem, eu disse que não podia com muito
álcool.
"E
agora Weasley? Como agirá com praticamente todo o cérebro
isento de racionalidade? Sobram apenas os instintos. Aposto que
pagará um monte de micos na minha frente e o melhor de tudo é
que se lembrará do que fez amanhã. Duvido que terá
coragem de me encarar".
-O
que está sentindo? –Draco perguntou fingindo
preocupação.
Ela
fechou os olhos por alguns instantes como se tivesse desmaiado.
Quando abriu-os novamente, olhou para Draco e abriu um enorme
sorriso:
"Que
bicho a mordeu?"
-Que
cara é essa, Weasley? Está se sentindo bem?
-Eu
estou ótima! –ela respondeu se levantando e indo em direção
a ele.
-Não
acho que esteja ótima...
Gina
passou seus braços em torno do pescoço de Draco e
falou:
-Nunca
tinha percebido que era tão... –ela disse sensualmente dando
ênfase ao "tão".
Draco
cortou-a:
-Ah,
não! Não, Weasley. Pare com isso. –disse tentando
livrar-se dela:
-Está
fugindo de mim, Draco? –ela perguntou numa voz perigosamente suave
como a seda.
-Não
estou fugindo de nada! –respondeu exasperado.
Ela
abriu seu próprio robe, deixando-o cair no chão. Agora
vestia uma camisola de alcinha que acabava na metade das coxas.
"Oh
meu Deus! Não é que aquele tal de Wagner tinha razão?
Por Merlin, eu não acredito que estou me sentindo atraído
pela Weasley. Deve ser o efeito das bebidas..."
-Não
é o que está parecendo. Tem medo de quê?
-Eu
não tenho medo de nada, Weasley.
-Então
prove. –ela disse abrindo o robe azul dele –Sei que está
babando. –e o robe caiu no chão.
-Pare
com isso! –ele disse segurando as mãos dela que passeavam
por seu peito nu.
-Não
finja que não me quer. –Gina disse o puxando para si e
começando a beijar o pescoço dele.
-Não
faz isso Weasley... –ele pediu suplicante.
-Por
que não? –ela perguntou e não dando chance para ouvir
uma resposta, juntou sua boca à dele.
Beijaram-se
longamente, até que Draco parou e olhou-a nos olhos:
-Porque
eu não sou de ferro. –respondeu.
-Nem
eu, renda-se a mim. Eu quero você, me faça sua. Não
vai me deixar com vontade, vai? –ela disse o empurrando para a
cama.
"Eu
não acredito que esses são os instintos da Weasley. Não
imaginava que ela fosse tão fogosa. Realmente Gina Weasley é
o que se pode chamar de caixinha de surpresas". Pensou quando caiu
de costas no colchão.
Gina
ficou por cima de Draco, prendendo-o com seus joelhos:
-Olhe
nos meus olhos e diga que não me deseja o quanto eu te
desejo.
"Ela
está me provocando demais, não sei se conseguirei
resistir por mais tempo".
-Não,
não te desejo.
-Repita
isso, então.
-Não
te desejo o quanto você me deseja, eu te quero mais. Vou te
deixar com mais vontade de me ter em seus braços.
-É
assim que se fala. Quero ver cumprir. –ela disse sorrindo
lascivamente.
Draco
inverteu o jogo, agora era ele que estava por cima de Gina. O loiro
começou a beijar Gina com muita empolgação e ela
correspondia igualmente. As mãos dele passeavam pelas curvas
do corpo dela. Gina alisava o abdômen definido dele. Fazia isso
como se estivesse ligada no automático, não tinha
consciência do que estava fazendo, só queria manter o
corpo de Draco próximo ao seu. Ele levantou-a de forma que os
dois ficassem sentados e tendo feito isso, arrancou por cima a
camisola de Gina. Agora ela estava vestida apenas com um conjunto
rosa de lingerie e Draco com uma cueca samba-canção
azul. Parou um pouco para admirá-la:
-Você
está linda, Weasley. Aquele tal de Wagner tem razão, eu
nunca te dei o devido valor. Queria ver o que Ronald Weasley e Harry
Potter diriam se soubessem o que estamos fazendo agora. Além
de que os comensais morreriam de inveja. Quando ficaram sabendo que
viajaria com você, eles se perguntaram porque não eram
designados para uma missão dessas.
-Então
é pra isso que me quer? Pra me colocar contra a minha família
e se exibir pros comensais? –ela perguntou indignada.
-Não
é nada disso, Gina. Você entendeu tudo errado. –ele
disse se aproximando para beijá-la.
-Não
me toque. –ela disse se afastando –Eu não entendi errado
coisa alguma. Você quer me usar! –disse começando a se
alterar.
-Olha
Gina, eu só quis dizer que eu sou privilegiado por estar com
você. Mas eu disse com as palavras erradas. –ele disse
beijando-a.
-Você
é muito cara-de-pau mesmo! Agora me chama de Gina, não
é? Agora que quero parar uma coisa que você não
quer parar. Eu não admito que me usem!
Gina
tentou dar um tapa na cara de Draco, mas ele logo segura as duas mãos
dela:
-Me
solta! Me solta que eu quero te encher de porrada.
-Gênio,
gênio, gênio. Havia me esquecido disso. –Draco disse
revirando os olhos –Qual é o seu problema, Weasley? Foi você
que começou a me assediar, e agora age desse jeito.
-O
meu problema é você, seu canalha! Eu vou te ensinar a
não enganar uma Weasley. -ela disse tentando
chutá-lo.
-Calminha
aí, Weasley.
-EU
TE ODEIO! –Gina gritou com raiva enquanto tentava livrar as mãos
do aperto dele para tentar socar cada centímetro do corpo de
Draco que estivesse na sua frente –EU TE ODEIO MALFOY!
-Não
era isso que estava parecendo há uns dois minutos atrás...
-Me
largue se for homem, seu cretino! Você é um desgraçado
que não merece viver. EU VOU TE MATAR!
Draco
bufou em tédio, soltou-a e suas mãos voaram rapidamente
para mesa de cabeceira e se fecharam firmemente sobre sua
varinha:
-Impedimenta!
–Draco disse e Gina estacou em meio a um movimento para
estapeá-lo.
-Isso
é trapaça! Tire esse feitiço de mim, seu
cafajeste!
-Não
e como esse feitiço é temporário... –ele disse
e conjurou cordas –Você me obriga a fazer isso. –acrescentou
amarrando os pulsos de Gina na cabeceira da cama –Agora eu posso
dormir sem ter o pescoço arrancado durante a noite.
-Dormir?
Eu não vou te deixar dormir, Malfoy! ME SOLTE! Não
pode me deixar presa! Vá se foder no inferno... –e continuou
a xingá-lo mesmo após ele ter se ajeitado para dormir
no chão e estar tapando os ouvidos com um travesseiro.
