Capítulo 11: Amigos ou colegas de trabalho?
Após
Gina ter tomado um demorado banho, ela saiu do vestiário.
Resolveu arriscar uma olhada para a piscina e constatou que Draco não
estava mais lá. Então decidiu voltar para o quarto que
estava vazio e com as malas pretas (dela e de Draco) abertas e à
vista.
A
visão daquele quarto fez com que ela se sentisse estranha.
Jogou-se de costas na cama e fechou os olhos. Ao fazer isso Gina se
sentiu mais tranqüila e relaxada, tanto que em poucos minutos
estava dormindo. Mas a paz não durou muito tempo...
-Não!
–ela gritou acordando e abrindo os olhos –Não mesmo!
Voldemort não vai me obrigar a casar com o Malfoy.
Parecia
loucura, mas Gina sonhou que estava numa igreja. Estava vestida de
noiva e o noivo era Draco. O padre que realizaria o casamento era
Voldemort (como se ele fosse o bruxo mais santo que já
existiu), ele então perguntou:
-Virgínia
Molly Weasley, aceita Draco Thomas Malfoy como seu legítimo
esposo?
-Não!
–Gina gritara em resposta e acordara.
"Que
sonho mais idiota! Sonho não, um pesadelo horrível.
Preciso me distrair um pouco." Ela pensou pegando o controle remoto
da televisão.
-Não,
esse não. –ela disse e foi mudando de canais.
Encontrou
um canal de filmes, o HBO e estava começando um:
-Dez
coisas que eu odeio em você. –Gina leu na tela –Parece
interessante. –ela disse resolvendo assistir.
Filme:
"...
Cath
(Catherine) abre a porta de seu carro e fica surpresa ao encontrar
uma guitarra no banco do motorista:
-Legal,
né? –Patrick chega de repente e pergunta.
-Uma
Fender Strat. É pra mim? –ela pergunta.
-É,
você pode usá-la quando iniciar a sua banda. Além
disso, eu tinha uma grana a mais, sabe? Um cara idiota me pagou pra
eu sair com uma garota incrível.
-Isso
é verdade?
-É,
mas eu estraguei tudo. Eu me apaixonei.
-Sério?
-Não
é todo dia que uma garota mostra os peitos pra me tirar do
castigo. –Patrick disse olhando fundo nos olhos dela.
Cath
riu e ele sorriu antes de colocar uma mecha de cabelo atrás da
orelha dela e beijá-la.
Cath
parou o beijo:
-Ah!
Não pode me comprar uma guitarra cada vez que der uma
mancada.
-É,
eu sei. Mas sempre existem tambores, os baixos e também os
tamborins. –ele disse, sorriu e a beijou de novo.
-Ah!
E não pense que pode... –Cath disse, mas Patrick a beijou
novamente."
Gina
desligou a televisão:
-Ai,
ai. –ela suspirou –Acabou e foi um final feliz. Como eu queria um
final desses pra mim...
Draco
a interrompeu. Ele estava parado no batente da porta com os braços
cruzados na frente do peito e um olhar entediado:
-Estava
na cara que aqueles dois iriam acabar juntos. E Weasley, você
não acha que já está na hora de deixar de
acreditar em contos de fadas?
Gina
virou-se para encará-lo:
-Cuide
da sua vida, porque da minha cuido eu! Há quanto tempo está
aí?
-Tempo
suficiente. –ele disse e descruzou os braços –Qual era o
nome do filme?
-Dez
coisas que eu odeio em você...
Draco
a cortou:
-Você
odeia dez coisas em mim?
-Não,
idiota! Esse é o nome do filme. Não odeio dez coisas em
você, devo odiar bem umas mil coisas.
-Sabia
que você e a loira do filme têm algo em comum?
-O
quê? –Gina perguntou curiosa.
-O
gênio terrível. –ele respondeu com um sorriso
provocativo.
-Merlin!
Por que eu ainda dou trela pra esse imbecil?
-Mas
ao contrário dela Weasley... –ele disse levantando o tom de
voz –ninguém se interessaria ou sairia com você nem se
fosse pra ganhar dinheiro com isso.
-Você
é que pensa. –Gina retrucou.
-Ah
sim, você só atrai porcaria. Aquele tal de Schünder
que era um safado e o inútil do Potter. Ainda que ele te
trocou pela Sangue-ruim.
-Você
está tentando me provocar. –ela disse entre dentes.
-Sim
e pelo visto estou obtendo sucesso. –Draco disse olhando para o
rosto vermelho de raiva que Gina mostrava.
A
ruiva respirou profundamente:
-Por
onde você andou? –ela perguntou mudando drasticamente o
assunto.
-Por
que o interesse agora? Eu não te devo satisfações,
Weasley.
-Interesse
nenhum! Apenas curiosidade. Sabe pelo menos o que vai ter no
jantar?
-Sei,
todo o tipo e massa e pizza inclusive. Logo em seguida haverá
um baile em homenagem ao natal. Você vai?
-Vou,
é claro!
-Vai
ser cada um pro seu lado ou você quer ir junto comigo? –ele
perguntou sério e com um olhar indecifrável.
-Olha,
eu não deveria ir com você, mas eu vou. No entanto, isso
é porque você é o único que eu conheço
nesse hotel.
-Eu
vou me arrumar no banheiro. –Draco informou.
-Tudo
bem. –ela concordou e ele fechou a porta do banheiro.
"Espero
que o Malfoy tenha a mesma idéia que eu do que é irmos
juntos. Quando eu disse que iria junto com ele, eu quis dizer como
amigos. Porque eu não quero que ele me beije novamente, não
que tenha sido ruim, -Gina chacoalhou a cabeça para espantar
esse pensamento –mas...eu apenas não quero. Não gosto
da idéia de beijar alguém que fica me ofendendo e
irritando, isso não é certo..." um barulho familiar
cortou a linha de pensamentos de Gina.
O
barulho era na janela e sim, era uma coruja. Todavia, não era
uma coruja comum...ela era branca como a neve e tinha olhos de cor
âmbar, claramente era Edwiges.
Gina
pegou sua varinha e falou um feitiço baixinho apontando para a
porta do banheiro:
-Colloportus.
–e a porta se trancou.
A
ruiva abriu a janela e Edwiges entrou e pousou em seu braço:
-Dessa
vez eu tranquei a porta, creio que não terei que te enfiar
debaixo da cama. Apenas não faça barulho, está
bem? –ela sussurrou para a coruja que parecia ter entendido e deu
um pio baixinho.
Gina
pegou a carta que Edwiges trazia.
"Eu
já disse pro Harry não me escrever a não ser que
fosse extremamente importante, é muito perigoso. Até
agora eu tive sorte, mas não sei até quando ela vai
durar. Será que é muito importante?" ela pensou e
então abriu a carta:
Gina,
Eu
sei que você me disse para não escrever, mas eu preciso
que me dê pelo menos algumas explicações.
Achei
que fosse apenas brincadeira quando a Fleur disse que você
estava namorando o Malfoy, mas acabei vendo com os meus próprios
olhos e constatei que era verdade (de outra forma não o teria
levado para a ceia de Natal).
Confesso
que fiquei surpreso, lembro que não se bicavam em Hogwarts
(não se bicar ainda é pouco). Na verdade vocês
não se suportavam ainda mais depois do episódio na sala
da Umbridge, quando você usou nele o feitiço para abater
bicho papão.
Olha
Gina, eu não quero me meter na sua vida...mas todo mundo sabe
que o Malfoy não é nenhum santo, você precisa se
lembrar disso ou pode ter que enfrentar sérios
problemas.
Reflita
e me responda, Gina. Você realmente o ama? Pelo menos gosta
dele o suficiente para vencer as diferenças e conflitos? É
tão difícil de acreditar que eu até já me
perguntei se ele te chantageou, se ele fez isso pode me contar e eu
juro que arranjo um jeito de te ajudar. Ou será que está
fazendo isso para se vingar de mim?
Nós
fomos sinceros um com o outro, terminamos porque eu me apaixonei pela
Mione e você disse que ainda me amava, mas você sabia que
não poderíamos levar a nossa relação
adiante. Achei que já tivesse entendido isso.
O
Rony não se conforma, a Mione achou superestranho e mesmo a
Luna ficou meio ressabiada. O coitado do Neville escutou uma conversa
entre mim e Rony e descobriu a história. Ele ficou muito
chateado e disse que faria picadinho do Malfoy se ele te machucasse
ou magoasse de alguma forma.
Eu
só não sei porque você mentiu pra ele a respeito
da sua amizade comigo e a Mione. O que teria demais ele saber
disso?
Além
do mais, é muito difícil acreditar que o Malfoy possa
se apaixonar. Portanto ele pode estar te usando por prazer e para
obter informações sobre a Ordem da Fênix. Você
não contou nada pra ele, contou?
Ass:
seu amigo preocupado, Harry.
P.S.:
Lembre-se que eu só desejo o seu bem e te considero como uma
irmã.
Ao
terminar de ler, Gina estava aborrecida pela opinião de Harry.
Por isso logo começou a escrever freneticamente no verso da
carta:
Olha
aqui, eu sei que você está preocupado...mas isso NÃO
lhe dá o DIREITO de querer se meter na MINHA VIDA!
Não
acredito, como pôde pensar que estou com o Draco para me vingar
de você? Eu já superei o nosso rompimento há
muito tempo. Mesmo que eu não tivesse, eu não sou o
tipo de pessoa que se vinga (ainda mais usando o inimigo do ex) e
achei que soubesse disso.
Estou
muito chateada, achei que confiasse em mim.
É
a minha vida e eu não sou nenhuma idiota! Se estou com o Draco
é porque o amo e sei que (acredite se quiser) ele também
me ama, do jeito dele, mas ama.
Viu
só? Nem tudo é sobre você, Harry Potter! Não
estou querendo me vingar coisa nenhuma!
Nem
você, nem mingúem tem o direito de se meter na minha
vida. Eu sei o que estou fazendo, não se preocupe
comigo.
Toc,
toc, toc. Era o barulho que estava vindo da porta do banheiro:
-Por
que trancou a porta Weasley? Abra agora! –Draco disse.
-Espere
um pouco, é...que eu estou me trocando. –Gina mentiu.
-Então
não demore.
Gina
terminou a carta:
Apenas
confie em mim, é tudo o que peço.
Ass:
Gina
A
ruiva dobrou a carta e a ajeitou em uma das patas de Edwiges.
Rapidamente a coruja passou pela janela e levantou vôo noite
afora.
"Agora
terei que me vestir. Oh Deus, mas que roupa eu escolho?" ela pensou
se dirigindo para sua mala.
Fazia
um tempo que Draco estava sentado na tampa do vaso sanitário,
porque ele já tinha cansado de esperar em pé:
"Maldição!
Como a Weasley é lerda. Faz tempo que estou esperando que ela
abra a porta. Mas eu acho que a espera valerá a pena, isso se
ela ficar tão linda quanto na noite passada...Que ridículo!
Mas no que eu estou pensando? Desde quando eu acho que a Weasley é
bonita? Bem, não adianta mentir pra mim mesmo, isso é
desde o meu sexto ano em Hogwarts. O mesmo ano em que ela substituiu
o Potter no quadribol. Mas é claro que eu nunca vou admitir
isso pra ela. Eu acho até que somos incapazes de uma conversa
amigável, não que eu não a xingue com muita
satisfação, mas é que às vezes enjoa
viver só brigando. Eu adoro irritá-la! É difícil
dizer quando ela fica mais brava, se quando eu a ofendo ou quando a
beijo. Só sei que por mim eu prefiro o beijo. Ela é uma
Weasley. E Weasleys e Malfoys não se misturam. Ela pode ser
desprezível e insuportável, mas quando a beijo...ela
consegue me fazer esquecer de tudo isso. Não nos damos nem um
pouco bem, então por que eu tenho vontade de beijá-la?
Por que ela corresponde o beijo? Eu acho que ela só se faz de
difícil, que na verdade gosta de beijar. E vamos encarar os
fatos, que mulher não gostaria? A única novidade é
eu gostar do beijo dela, sou capaz até de considerar que foi
dela o beijo que mais gostei. Talvez ela tenha um magnetismo especial
ou talvez...ou talvez...sei lá. Estou ficando louco com essa
espera, se estou divagando sobre beijar a intragável da
Weasley. Beijar a Sam e a Mel foi bom, mas não se compara a
beijar a Weasley.
É,
odeio admitir isso. Mas beijar Gina Weasley é muito
melhor..."
A
porta se abriu e Gina entrou:
-Malfoy?
–ela chamou, mas ele não pareceu ter ouvido –Malfoy. –ela
tentou de novo, mas não adiantou.
Então
ela ficou de frente pra ele e se curvou até que seus olhos
estivessem no nível dos dele. Ainda assim ele parecia estar no
mundo da lua:
"...apesar
dela ser chata, insuportável e uma grande idiota...eu tenho
que admitir isso."
-ACORDA
MALFOY! –Gina gritou.
Draco
levou um susto enorme e ficou em pé de um salto:
Ai!
Não faça isso! Quase morri de susto. –ele disse
regularizando a respiração.
-Você
parecia estar dormindo com os olhos abertos. Acém disso, você
merece. Quem você pensa que pode chamar de grande idiota? Eu
não sou isso e estou olhando pra quem é.
Draco
fechou os olhos por alguns instantes:
"Droga!
Ela conseguiu saber de novo o que eu estava pensando, mas pelo menos
dessa vez foi apenas uma parte." Ele pensou e então abriu os
olhos.
-Esqueça
isso, Weasley. Eu apenas estava irritado com a sua demora, você
sabe que eu... –ele parou repentinamente de falar quando olhou mais
atentamente para Gina e percebeu como ela estava bela.
"Não
pense em nada! Apenas não pense em nada!" a mente de Draco
gritava.
Ela
estava vestida com um vestido preto acima dos joelhos que tinha
meias-mangas que caíam sobre seus ombros e uma sandália
preta com strass que combinava com o arranjo do rabo de cavalo que
estava no cabelo dela.
-Você
também está muito bonito. –ela o elogiou sorrindo ao
notar que ele a estava admirando.
-Mas
eu não disse que você está bonita e nem pensei em
dizer. –ele falou sinceramente.
Ainda
assim o sorriso de Gina não esmoreceu:
-Eu
sei disso. Mas não é preciso que você diga ou
pense...
-Então
como?
-Os
seus olhos, a sua expressão. –ela explicou.
Pronto,
só faltava essa pra Draco. Ela podia saber o que ele estava
pensando e agora também lia as expressões do rosto
dele. O que é que estava acontecendo com ele? Ele sempre
manterá seu rosto inexpressivo quando não queria
revelar algum tipo de sentimento. E agora ele não podia mais?
Não, é claro que ele ainda podia. Nunca ninguém
entendera seu modo de agir ou pensar (exceto seu pai, talvez). Não
era Gina Weasley que ele deixaria compreendê-lo.
-Não
fantasie coisas Weasley! –ele disse rispidamente.
-Como
quiser Malfoy. –Gina disse começando a rir.
-Qual
é a graça? Eu não quero chegar atrasado. Pare de
agir como uma hiena!
Gina
parou de rir:
-Eu
não sou uma hiena! –ela se defendeu.
-E
eu por acaso disse que você é uma hiena? Eu disse que
estava agindo como uma.
-Chega
disso! Vamos indo.
-Mas
é justamente onde eu queria chegar, é exatamente...
Gina
cortou Draco:
-Faça
um favor e cale a boca Malfoy!
-É
assim? Já quer partir pra ignorância Weasley? Então
você vai ver.
-Humpf.
–Gina bufou e saiu andando, deixando Draco falando com as
paredes.
-Hei
Weasley! Você não vai me deixar falando sozinho. –ele
reclamou e então a seguiu.
Chegaram
ao restaurante. No meio havia uma pista de dança e as mesas
estavam ao redor da pista. Gina e Draco se sentaram em uma delas,
escolheram a comida no menu e a pediram ao garçom mais
próximo.
Os
dois estavam sem assunto e evitavam se olhar. De repente duas jovens
se aproximaram da mesa. Não pareciam ter mais que vinte anos.
Uma era loira e a outra morena e tinham os mesmos olhos negros e
brilhantes:
-Oi
Draco. –as duas disseram sorridentes.
-Olá
garotas. –Draco as cumprimentou.
-Não
vai nos apresentar para a sua amiga? –a morna perguntou.
-É
mesmo, nos apresente Draco. –a loira concordou.
-Essa
é Virgínia Weasley ou Gina se preferirem.
-Weasley,
a loira é Mellanie Wimbleton.
-Se
quiser pode me chamar de Mel.
-E
a morena é Samantha Gardner.
-Oi
querida, por favor, me chame de Sam.
-Prazer
em conhecê-las. –Gina disse se perguntando de onde Draco as
conhecia.
-Podemos
nos sentar com vocês? –Sam perguntou.
-Por
mim, é claro que podem. Tudo bem Weasley? –Draco
perguntou.
-Ahn...sim,
podem sim. –Gina respondeu e Sam sorriu em resposta.
-Obrigada
Gina. –Mel agradeceu.
Mel
e Sam então se sentaram com eles e pediram o que queriam para
um garçom.
-Há
quanto tempo é amiga do Draco? –Sam perguntou para
Gina.
-Hã?
Bem...eu não sou exatamente amiga do Draco...-Gina respondeu
dando ênfase no nome dele e abriu a boca para continuar a
falar, mas Mel a cortou.
-Não?
–ela perguntou preocupada.
-Vocês
são algo mais? –Sam perguntou séria.
Draco
lançou a Gina um olhar do tipo
"Olha-lá-o-que-você-vai-falar!"
-Não!
gina se apressou em responder –Nós somos apenas...colegas
de trabalho.
-Que
bom! –Mel e Sam disseram juntas –E você nunca pensou
em...com ela? –Mel perguntou.
-Não,
nunca pensei. A considero apenas como minha colega de trabalho, temos
uma relação estritamente profissional.
Gina
revirou os olhos.
"Não
acredito que essas duas estão afim do Malfoy."
-No
que vocês trabalham? –Sam perguntou e Draco e gina se
entreolharam e engoliram em seco.
-Nós?
É, bem...somos agentes secretos. –Gina inventou.
-É
mesmo? E são do FBI? –Sam perguntou interessada.
-Isso
mesmo. –Draco respondeu mesmo sem saber o que era exatamente
FBI.
-E
em qual missão estão trabalhando? –Mel
perguntou.
-Ora,
é uma missão secreta. Não podemos contar pra
nenhuma pessoa.
Mel
colocou suas mãos em cima das de Draco e olhou pra ele:
-Pode
nos contar, não diremos a ninguém.
-Não
posso. –ele disse tirando suas mãos de debaixo das de
Mel.
-Qual
é Draco? Confie em mim, garanto que não irá se
arrepender. –Sam disse sugestivamente e piscou um olho.
-Com
licença. –o garçom chegou e disse –Aqui estão
os pratos que pediram e a garrafa de Whisky. –e os serviu.
"Que
bom que o garçom chegou. Essas duas estão dando em cima
do Malfoy descaradamente, eu já estava ficando enjoada."
Gina pensou.
Quando
eles terminaram a refeição, a pista de dança já
começava a encher. Mel e Sam competiam. Era difícil
dizer qual das duas dava mais indiretas diretas de que queriam dançar
com Draco, mas o loiro se fazia de desentendido e mudava de assunto.
Gina já estava entediada com toda aquela situação,
precisava de uma desculpa para sair dali. Bem nessa hora um cara
parou perto da mesa. A ruiva olhou para ele e então o
reconheceu como o recepcionista do hotel, só não tinha
reparado antes o quanto ele era bonito. Ele tinha olhos azuis da cor
do céu e cabelos castanhos:
-Gostaria
de dançar comigo? –ele perguntou a Gina.
Gina
lançou a Draco um olhar que dizia claramente
"O-que-você-disse-sobre-ninguém-se-interessar-por-mim?"
antes de dizer:
-Qual
é o seu nome?
-Daniel
Di Capizio e o seu?
-Pode
me chamar de Gina e eu adoraria dançar com você. –ela
disse se levantando e os dois foram para a pista de dança.
Draco
ficou observando Gina e Daniel dançando, ela parecia estar se
divertindo.
-Draco?
–Sam perguntou.
-O
quê? –Draco perguntou sem olhar pra ela.
-Vamos
dançar? –ela finalmente pediu diretamente.
-Não
estou com vontade. –ele respondeu ainda olhando para a pista de
dança.
-Eu
sabia que ele não iria querer dançar com você,
Sam. Ele não a quer, está interessado em mim. –Mel
disse.
-Isso
não é verdade! Ele me beijou hoje. –Sam disse.
-Sua
mentirosa, foi a mim que ele beijou. –foi a vez de Mel dizer.
Draco
nem prestava atenção ao que elas estavam discutindo. Os
olhos dele estavam focados em uma certa ruiva que se movimentava de
forma graciosa enquanto dançava com Daniel a música
lenta que acabara de começar:
-Eu
não estou mentindo Mellanie! –Sam afirmou com
veemência.
-Como
é que eu posso ter certeza disso Samantha? –Mel perguntou de
cara fechada.
-Pergunte
ao Draco.
Mel
encarou Draco e viu que ele ainda estava olhando fixo para a
pista:
-Hei
Draco! –ela chamou –Quero te fazer uma pergunta.
Faça.
–ele disse finalmente se virando pra ela.
-É
verdade que além de mim, você também beijou a
Samantha?
-É.
–ele respondeu simplesmente.
-E
você ainda responde com toda essa calma? –Mel
perguntou.
-Apenas
falei a verdade.
-Com
essa simplicidade? Draco, você não presta! –Sam
disse.
-Agora
vocês duas vão desistir de mim?
-Não!
–as duas responderam juntas e então se entreolharam e
começaram a discutir quem ficaria com Draco.
O
loiro se levantou e saiu de fininho antes que as duas percebessem.
Ele avistou Gina, a música havia acabado e Daniel estava
aproximando sua boca da dela. Ao ver isso Draco apressou seus passos
e ia meio que empurrando quem estivesse em sua frente. Daniel e Gina
estavam quase encostando os lábios e então:
-Weasley!
–Draco gritou ao ouvido de Gina –Preciso conversar com você!
Ela
deu um pulo pra longe de Daniel:
-Malfoy!
Precisa ser agora? –ela perguntou.
Draco
fez que sim com a cabeça.
-Sinto
muito Daniel, o Malfoy quer falar comigo. Nos vemos por aí.
Daniel
aproximou-se de Gina e Draco não soube o porque, mas não
gostou do que ele fez a seguir. Daniel encostou seus lábios
por uns breves instantes nos da ruiva:
-Gostei
de você Gina. Quem sabe nós poderíamos almoçar
juntos amanhã?
-Tudo
bem. –a ruiva respondeu e Daniel foi embora sorridente.
-Você
faz amigos bem rápido, não? –Draco perguntou tentando
provocá-la.
-Parece
que eu não sou a única pessoa por aqui capaz disso, não
é Malfoy? Mas não foi pra falar do Daniel que você
me interrompeu, certo?
-Estamos
parecendo ridículos aqui parados no meio da pista de dança.
Vamos dançar. –o loiro disse enlaçando a cintura dela
e a puxando contra si.
-Não
precisa me apertar tanto, eu não vou fugir. –Gina disse
enquanto passava seus braços em volta do pescoço de
Draco –Diga o que queria falar comigo.
-Acontece
que eu quero te pedir um favor. –ele sussurrou no ouvido dela a
fazendo se arrepiar.
-Por
que não pede para a Mel ou a Sam? Elas já são
tão íntimas pra você, mal acabou de conhecê-las
e elas te chamam pelo primeiro nome.
-Você
não me chama de Draco porque não quer, Weasley. Não
me lembro de a ter proibido disso. Além do mais, ele é
recepcionista do hotel e você acabou de conhece-lo também.
Então não venha falar de mim.
-Por
que fugiu de perto da suas queridinhas? –Gina mudou o
assunto.
-Elas
duas já estavam me enchendo o saco brigando por mim e por isso
preciso que me ajude.
-Ajudar
com o quê? –ela perguntou curiosa.
Fazendo-as
verem que não quero nada com elas.
-Como
as conheceu?
-Foi
hoje à tarde quando estava dando uma volta pelo hotel. Vi a
Samantha no jardim e a Mellanie no saguão de entrada. Depois
encontrei as duas juntas e elas me contaram que eram primas, vieram
da Inglaterra passar as férias aqui.
-E
como você sugere que eu te ajude?
-Espere
elas olharem pra cá e me beije.
-O
quê? Eu não vou fazer isso! –Gina afirmou com
convicção.
-Ah,
vai sim. –Draco falou com um sorriso arrogante.
-Por
quê eu faria isso? Me dê um bom motivo.
"Bom,
isso é se for capaz de me dar um, o que aposto que não
é."
-Ótimo!
Aí vai o seu motivo Gina Weasley: você me deve um
favor.
-Não,
não devo.
-Deve
sim. Lembre-se do dia em que se tornou uma comensal. Naquele dia você
estava bêbada de sono e eu lhe dei uma poção
anti-sono. Eu te disse que você ficaria me devendo e eu cobro.
Estou cobrando agora.
Gina
lembrou-se do episódio. É, ela odiava admitir isso, mas
ele tinha razão:
-Está
bem, eu irei lhe fazer esse favor e assim ficaremos quites,
certo?
-De
acordo. –Draco concordou.
A
ruiva espiou por cima do ombro de Draco e não foi preciso
esperar ser notada, Mel e Sam já estavam olhando. Gina
respirou profundamente perto do pescoço de Draco e foi a vez
dele se arrepiar. Ela olhou dentro dos olhos azuis aço
dele:
"Que
perfume será que ele usa afinal?" foi a última coisa
que pensou antes de puxar Draco contra si e seus lábios se
tocarem.
Todos
os pensamentos ruins sumiram da mente de Draco. Esse era o efeito que
o beijo de Gina tinha sobre ele, fazê-lo esquecer de tudo. A
sensação dos lábios de Draco mais uma vez nos
seus fez uma coisa que nunca fizera antes, os joelhos de Gina cederam
e ela teve que se agarrar a ele com mais força (o que na hora
não parecia ser problema algum). Mas na verdade era um
problema e dor grandes. Foi quando Draco aprofundou mais o beijo que
o cérebro dela começou a funcionar.
"Chega!"
a mente de Gina gritou e ela afastou-se de Draco na mesma
hora.
-Kaiake.
-O
quê? –ela perguntou confusa.
-O
nome do perfume que uso. –ele especificou.
Gina
piscou e desviou seu olhar para baixo:
-Dívida
paga. –ela disse dando meia volta e indo embora o mais depressa que
podia.
Draco
não hesitou em segui-la, mas só a alcançou
quando entrou no elevador um instante antes das portas se fecharem.
Estavam apenas os sois e o loiro perguntou:
-O
que te deu pra fugir desse jeito?
-Estou
com dor-de-cabeça. Você me dá dor-de-cabeça!
-Não
está falando sério, está?
-Sim,
estou. –e ela não mentia –Por quê?
-Por
que não é tão ruim me beijar, é?
Gina
não respondeu e Draco encostou-a na parede:
-O
que diria se eu te beijasse? –ele perguntou olhando-a com
intensidade.
-Eu
diria estupefaça. –Gina respondeu sustentando o olhar.
-Não
seria capaz de me estuporar...
Ela
o interrompeu:
-Pode
ter certeza de que eu seria! –ela disse e o empurrou para longe de
si.
A
porta do elevador se abriu e os dois passaram por ela:
-Muito
bem Weasley, aja como quiser e veja se eu ligo para uma garota
irritante como você. –Draco disse dando de ombros.
-Pois
parecia ligar, se há alguns segundos atrás queria um
beijo.
-Não,
eu não queria. Estava apenas te provocando e testando a sua
reação. –Draco respondeu.
-Pois
então pare de tentar me provocar e me testar, isso está
me irritando.
-Ora,
mas esse é o meu passatempo preferido. Não pode me
privar disso ou minha vida se tornará um tédio
total.
-Pra
mim seria ótimo se isso acontecesse. –Gina disse abrindo a
porta do quarto.
-E
quem disse que eu levo em conta o que é bom pra você?
–perguntou e passou pela porta.
-Ninguém,
porque você nunca fez nada em meu favor. –ela respondeu
entrando no quarto também.
-E
você queria que eu fizesse? –Draco perguntou cruzando os
braços.
Ela
parou de frente pra Draco e encarou-o:
-Sim,
eu queria. Queria me dar bem com você, tornar a nossa
convivência mais suportável. Não te aborrece o
fato de brigarmos o tempo todo?
-Ás
vezes.
-O
que você acha de tentarmos ser mais maleáveis um com o
outro?
-Acho
difícil dar certo.
-Não
seja tão derrotista. Vamos pelo menos tentar?
-E
o que eu ganho com isso? –ele perguntou erguendo uma
sobrancelha.
-Você
só pensa no que tem a ganhar? –Gina perguntou o
censurando.
-Não
posso evitar, eu sou assim. –Draco respondeu simplesmente.
-Bem,
Malfoy...você ganha menos aborrecimento e uma melhor
convivência comigo. Vale a pena, não vale? Então
você topa cooperar comigo? Porque sozinha eu não posso
fazer nada a respeito disso.
Draco
ficou quieto por um momento, Gina percebeu que pela expressão
dele estava a considerar a idéia. Depois deu um profundo
suspiro antes de responder:
-Eu
não prometo nada, mas podemos tentar brigar menos.
Gina
deu um sorriso e perguntou esticando a mão
direita:
-Amigos?
Amigos?
Era o que Gina perguntara, mas era mais do que Draco esperava. Nunca
tivera amigos de verdade e sim associações com pessoas
que lhe interessasse. Ele se tornar amigo de uma Weasley? Voldemort
não lhe dissera pra se dar bem com ela? Sim, ele
dissera.
"Talvez
isso signifique que devo fazer amizade com ela." O loiro pensou e
hesitou um pouco antes de apertar a mão dela e
dizer:
-Amigos.
Quando
soltaram as mãos:
-Draco,
será que você pode ir se trocar no banheiro enquanto me
troco por aqui? –Gina perguntou meio receosa.
-Daqui
pra frente nos chamaremos pelo primeiro nome? –ele perguntou e Gina
fez que sim com a cabeça –Tudo bem, Gina. Eu vou pro
banheiro.
Gina
tirou as sandálias, o vestido e o arranjo do cabelo. Vestiu um
pijama azul claro, escovou os cabelos e os prendeu. Depois ela bateu
na porta do banheiro:
-Draco!
–ela chamou –Você já terminou? Se já, pode
abrir a porta.
Ele
abriu, estava vestido num pijama azul marinho e segurava as roupas
que ele estava vestido antes:
-Vou
escovar os dentes. -Gina informou.
-Posso
pegar um travesseiro e umas cobertas pra dormir no chão?
–Draco perguntou –Só tem uma cama e aí você
dorme nela. Então posso?
-Não,
não pode.
-Por
que não? –ele perguntou indignado e pronto para começar
a xingá-la.
-Porque
você não vai dormir no chão.
-Como
não?
-Amizade
é baseada em confiança e eu vou confiar em você.
A cama é grande o suficiente pra nós dois, você
pode dormir nela também. Mas se você tentar me agarrar
ou me beijar, aí você será um homem morto, Draco
Malfoy! Entendeu?
-Entendi,
não precisa se preocupar quanto a isso. –ele respondeu
sério.
-Assim
espero. –Gina disse colocando creme dental em sua escova.
Quando
Gina saiu do banheiro, Draco estava sentado na cama assistindo
TV:
-Que
programa é esse? –a ruiva perguntou.
-É
um tal de Vídeo Clash. Até que os trouxas têm
umas bandas legais. A televisão ligada te incomoda? Quer que
eu desligue?
-Pode
deixar ligada desde que não seja em nenhum filme pornográfico
ou coisa do tipo.
-Eu
não gosto de assistir esse tipo de coisa, eu prefiro fazer.
–Draco disse a olhando com um sorriso malicioso.
-Não
olha pra mim desse jeito, porque não vai rolar. É mais
pervertido do que eu pensava. –ela reclamou escandalizada com o que
ele disse.
-Calma
Gina, era apenas uma brincadeira. Vou desligar a TV senão não
conseguirei dormir. –ele disse e apertou o botão para
desligar no controle remoto.
Gina
ainda estava parada de pé perto da cama e olhava meio
ressabiada para Draco:
-Eu
disse que não iria fazer nada a você e eu vou cumprir.
Confie em mim, você mesma estava falando que a amizade
necessita de confiança. –Draco disse assim que percebeu como
Gina o estava olhando.
Confiança
era a palavra-chave. Gina precisava conquistar a confiança de
Draco para cumprir sua missão, mas para isso precisava confiar
nele também e apesar dos riscos era isso o que ela iria
fazer:
-Você
tem razão. –ela disse se ajeitando na cama –Onde arranjou
outro edredom?
-Eu
fucei o armário e achei.
Cada
um se cobriu com o seu respectivo edredom e viraram-se para lados
opostos:
-Boa
noite Gina.
-Boa
noite Draco.
