2º Capitulo – Colega novo
Cantora-do-Vento aterrou o helicóptero, já na cidade de Tokyo. Ainda era noite, mas o dia aproximava-se serenamente, no céu apenas o fantasma da Lua brilhava palidamente, juntamente com as últimas estrelas. Foi em direcção á enfermaria, levando a colega, que tinha desmaiado a meio da viagem, nos braços, com alguma dificuldade. Chegando lá deita-a numa cama, chama o medico e sai silenciosamente.
Sakura acorda de repente, algum tempo depois, quando os raios de sol já tinham despontado e entravam pela janela. Sentia uma pequena dor na perna, no sítio onde sofrera o corte. Ao sentir a dor, lembrou-se dos acontecimentos da noite passada. Olha para os lados e reconhece a enfermaria como sendo a da XPTO. Tenta levantar-se mas sente alguém a impedi-la. Olha para trás e vê o enfermeiro mais novo atrás. Um rapaz alto, magro, com óculos, um cabelo preto azulado e uns brilhantes e profundos olhos cor de safira. Ele era colega da escola de Sakura, mas não sabia.
- Onde a senhorita pensa que vai? – Pergunta ele.
- Eriol deixa-me ir, bolas. Achas que eu gosto de estar aqui? – Pergunta Sakura revoltada.
- Claro que não. Tu vens para aqui tantas vezes, e dizes sempre isso. Mas eu vou deixar-te ir porque acho que deves ter de ir para as aulas.
- Pois é. Eu tenho aulas hoje. Bolas, esqueci-me! – Disse Sakura levantando-se apressadamente da maca onde estava deitada. – Ai Eriol se não fosses tu, acho que nunca me lembrava.
- Já são 2 anos a conviver contigo. E não te esqueças que temos a mesma idade. Mas desta vez eu prometo que a próxima vez que aqui vieres parar eu tiro-te a máscara.
- Tu dizes sempre isso. Mas agora a sério, eu tenho de ir, e tu acho que também. – Disse Sakura antes de sair da enfermaria.
O sol já estava a sair da sua toca no horizonte, prometendo um dia agradável.
Conhecia o Eriol há 2 anos. Ele vinha da Inglaterra, e mal chegou ao Japão entrou logo como enfermeiro para a XPTO. Ele era muito amigo da Sakura e da Cerejeira-Branca mesmo estas duas sendo a mesma pessoa. Enquanto caminhava verificou que o corte da sua perna tinha sido limpo e tinha uma pequena ligadura sobre ele. Agradeceu mentalmente a Eriol. Apenas o leve coxear da sua perna a irritava. "Tudo culpa daquele rapaz!", pensou ela.
Quando Sakura entrou em casa, no simpático bairro de Tomoeda, Kero já a esperava á porta de casa.
- Fui fazer mais uma visitinha ao Eriol. – Disse Sakura como se estivesse a dar uma explicação ao cão, afagando-lhe o pêlo.
Vestiu-se rapidamente e saiu em direcção do colégio onde andava. Caminhando rapidamente, tentando não chegar atrasada. Quando chegou tinha uma pessoa á sua espera encostada ao portão.
- Oi Sakura, hoje chegaste um pouco mais cedo. Caíste da cama? – Disse a Rapariga.
- Para falar a verdade Tomoyo, mal dormi, estou a morrer de sono. – Disse Sakura abrindo em seguida a boca.
Tomoyo, a sua melhor amiga, era também sua prima por parte da mãe, andavam na mesma turma. Conheciam-se desde pequenas não tinham segredos uma com a outra, excepto Sakura ser uma agente secreta.
Tomoyo notou que Sakura coxeava levemente, mas resolveu não perguntar nada, já que a sua amiga de vez em quando aparecia com algumas feridas, mas não gostava de falar disso e Tomoyo não insistia.
- É melhor entrarmos. Deve estar quase a tocar. – Disse Tomoyo entrando dentro do colégio.
Quando lá chegaram sentaram-se nas penúltimas mesas. Sakura senta-se á esquerda da janela e Tomoyo senta-se á sua direita. Conversavam tão entretidas, que nem repararam que um rapaz se aproximava delas.
- Bom dia, minhas lindas. – Disse o rapaz, pregando um susto ás duas raparigas.
- Meu deus Eriol, queres-nos matar de coração? – Pergunta Sakura com a mão sobre o peito, sentindo os seus batimentos cardíacos acelerados.
- Desculpem não era minha intenção assustá-las. – Disse, com o seu sorriso gentil.
- Muito bem alunos, toca a sentar, hoje temos muito que fazer. – Disse o professor quando entrou na sala. – Hoje temos um novo aluno na turma, foi transferido para cá, veio da China, espero que o tratem bem.
Nesse momento um rapaz alto, de boa constituição, uns belos olhos cor de âmbar e um cabelo rebelde castanho, entrou na sala, arrancando muitos suspiros das raparigas. Sakura reconhece-o logo, era o rapaz da noite passada. "Mas que raio faz ele aqui? Não ficava bem lá na China? O que o chefe vai dizer sobre isto? Vai-se passar." Pensa Sakura quando vê o rapaz que acabava de entrar da sala.
- Olá, o meu nome é Li Shaoran, vim da China, os meus pais tinham de tratar de uns negócios cá. Espero que não se incomodem muito comigo. – Disse a última parte mais baixo e ninguém conseguiu ouvir.
- Muito bem Li, podes sentar-te atrás da Kinomoto.
- ATRÁS DE QUEM? – Pergunta Sakura, levantando-se bruscamente do seu lugar, não acreditando no que ouvia.
O filho do seu actual inimigo estava na mesma turma que ela e ainda por cima ia sentar-se atrás dela. " Que mal fiz eu a deus?" questiona-se Sakura.
- Isso mesmo que ouviu, senhorita Kinomoto, ele irá sentar-se atrás de si. – Muito contrariada Sakura senta-se de volta para o seu lugar, repreendendo-se pela sua explosão de raiva. O rapaz novo dirigiu-se para o seu lugar, parecendo impassível, mas sem deixar de achar muito estranha a reacção da rapariga. Dirigiu-lhe um olhar quando passou por ela, mas Sakura tinha o olhar fixo na mesa e não olhou para ele.
Durante a aula Sakura não consegui prestar atenção ao que o professor dizia. Estava a morrer de sono e tinha o filho do seu actual inimigo atrás dela. Shaoran também não prestava atenção á aula. Tinha os pensamentos perdidos e o seu olhar preso nas costas da sua colega. Ainda se interrogava sobre o porquê da explosão de fúria dela e porque a sua mãe decidira tão rapidamente que tinham de vir para o Japão. Mas sobretudo queria perceber o que tinha acontecido na noite anterior, em sua casa.
Quando a campainha tocou anunciando o intervalo, parecia a Sakura estar a ouvir música que não ouvia há anos. Apressadamente sai da sala levando atrás Tomoyo e Eriol. Quando chegou á parte exterior do edifício largou os dois e começou a falar sozinha.
- Ai o que vai ser de mim? Isto não me esta acontecer! ISTO É O FIM DO MUNDO. – Queixava-se Sakura
- Sakura acalma-te. Não percebi o que tens mas acho que é uma coisa grave. – Disse Tomoyo agarrando os ombros da amiga.
- Pois eu concordo com a Tomoyo. Tu estás muito stressada. – Disse Eriol, parecendo um pouco preocupado com a atitude da amiga.
- EU ESTOU CALMA – Disse Sakura tentado acalmar-se.
Enquanto aquela cena se desenrolava, Shaoran começou a aproximar-se do grupo dos colegas. Viu que a rapariga estava nervosa e não deixou de a achar um pouco estranha, por ter tido aquela explosão na sala de aula por causa dele e agora parecia uma doida outra vez.
- Olha, desculpem mas eu ia a passar, ouvi vocês falarem e não deixei de reparar que a senhorita está muito nervosa. – Disse uma voz masculina nas costas de Sakura. Esta virou-se e deu de caras com a última pessoa que queria ver
- A CULPA DISTO TUDO É SUA. POR ISSO NÃO ME ESTRAGUE MAIS O DIA COMO JÁ FEZ. – Grita Sakura na cara de Li, voltando a ficar muito nervosa.
Shaoran não compreendeu porque ela disse aquilo e porque reagia assim cada vez que se tratava dele.
-DESCULPA LÁ, MAS EU NÃO FAÇO IDEIA DO QUE ESTÁS FALAR. ACABEI DE CHEGAR DA CHINA E É ASSIM QUE ME RECEBEM. QUE BOM! – Grita Li também na cara de Sakura.
- Ok, malta acalmem-se. Estão os dois muito stressados. – Disse Eriol metendo-se no meio dos dois, sem perceber nada da história.
- Eu estou bem, mas esta senhorita decidiu estragar-me o dia com seu bom humor. Venho aqui simpaticamente ver se precisam de ajuda, mas esta senhora começou a gritar coisas sem sentido par… – Ouviu-se um som seco de algo a estalar. Shaoran não conseguiu terminar a frase pois Sakura dera-lhe uma estalada na face.
Shaoran ficou a olhar atónito para a rapariga sem perceber porque ela lhe tinha batido. A sua face esquerda estava vermelha e tinha a marca da mão de Sakura.
- Isto é para aprenderes a não te meteres comigo. Nunca mais te atrevas a dirigir-me a palavra. – Disse Sakura, parecendo muito ofendida e indignada.
Mal disse isso, Sakura saiu deixando para trás Tomoyo e Eriol com cara de parvos e Li ainda com a mão no sítio onde tinha levado a estalada.
- Mas que raio deu nela? – Pergunta Li a Tomoyo e a Eriol.
Eles dois encolhem os ombros, também sem saberem o porquê da reacção da amiga. Shaoran desvia os olhos para a figura de Sakura a caminhar para longe deles. Irritado por ela lhe ter batido sem ao menos uma explicação plausível, resolve segui-la até á sala, para onde ela se dirigia. Chegando lá encontra a porta aberta e Sakura sentada na sua carteira com uma cara muito irritada e a tremer por causa dos nervos. Entra na sala e bate a porta com muita força fazendo a rapariga sobressaltar-se. Sakura olha na direcção do barulho e vê-o á porta.
- Pois bem Kinomoto, agora vais-me explicar porque é que me bateste. – Disse Shaoran, irritado.
- Não te devo satisfações do que faço. – Sakura levanta-se e passa por ele com intenção de sair mas Li agarra-a pelo o braço. – Solta-me. Não tens o direito de me agarrares.
- Pois, como tu não tinhas o direito de me bateres sem motivo. – Disse Shaoran, levantando a voz.
- AH POIS… E TU TINHAS DIREITO DE FAZER O QUE FIZESTE COMIGO ONTEM. NÃO BRINQUES. TU NÃO SABES COM QUEM TE ESTÁS A METER.– Grita Sakura.
- PARA TUA IMFORMAÇÃO, NUNCA TE FIZ NADA.
- OH CLARO! COM CERTEZA! EU ENTAO SOU O PAI NATAL. CRESCE MIÚDO!
- OLHA QUE EU TENHO A MESMA IDADE QUE TU!
- NÃO PARECE.
Nesse momento a porta abre-se e alguém entra silenciosamente, mas eles não se apercebem de nada com a discussão.
- E TU JÁ TE OLHAS-TE AO ESPELHO? – Pergunta Shaoran
- OLHA QUE PIADA. O RAPAZINHO NOVO TEM MESMO MUITA PIADA. –
Sakura pega num livro e tenta mandá-lo para cima de Li, mas uma mão agarra o seu braço impedindo esse acto.
-Não faças isso, Sakura. – Sakura olha para trás e vê Eriol agarra-lhe o braço.
Sobressalta-se ao ver o rapaz, já que não tinha notado a presença dele antes, e deixa cair o pesado livro em cima da cabeça do rapaz fazendo-o cair no chão.
- Desculpa, Eriol. – Disse Sakura, ajoelhando-se ao lado do rapaz no chão. – Mas também quem te manda entrar sorrateiramente! Assustaste-me!
- Tudo bem, Sakura. Deixa lá. – Disse Eriol, levantando-se, enquanto esfregava a cabeça.
Sakura pôs-se também de pé.
- É melhor ires pôr gelo nisso, senão vais ficar com um galo.
Eriol assentiu e saiu da sala. Sakura preparava-se para sair, mas Shaoran agarrou-lhe o braço mais uma vez.
- Ainda não acabámos, Sakura. – Disse.
- Não tenho mais nada para falar contigo. – Respondeu Sakura, soltando o seu braço.
Shaoran ia deixá-la ir, mas foi então que reparou numa coisa na qual não tinha reparado antes: os olhos dela. Duas esmeraldas brilhantes no seu rosto.
Agarrou-lhe novamente o braço impedindo-a de sair. Sakura soltou um suspiro de exaspero.
- O que foi agora? – Perguntou, já irritada novamente.
- Os teus olhos. Já os vi em algum lado. – Respondeu Shaoran. – Tenho a certeza.
Sakura assustou-se ao ouvir aquilo e desviou o rosto. Ele não podia saber quem ela era.
- Deves ter-te enganado. – Disse mais calmamente, com um pouco de nervosismo.
- Não. Tenho a certeza. – Insistiu ele.
- Nunca te vi antes. Deve ser imaginação tua.
Sakura soltou-se e saiu rapidamente da sala antes que ele a pudesse impedir.
Shaoran ficou sozinho na sala. "Aqueles olhos… Tenho a certeza de já os ter visto… Porque ela ficou calma de repente?" Deu voltas á cabeça pensando nisso, mas não encontrou resposta. Resolveu ficar na sala até a campainha tocar para a entrada. Não ia fazer nada lá fora mesmo.
Cinco minutos depois a campainha toca. A turma entra aos poucos. Eriol entra com Sakura e Tomoyo, trazendo um saco de gelo encostado á cabeça. Quando já está toda a gente sentada, o professor entra e começa a aula.
Shaoran não conseguiu prestar atenção a nada. Ficou a aula toda a pensar onde tinha visto os olhos de Sakura. Até que enquanto estavam todos a fazer um exercício se lembrou finalmente onde tinha visto aqueles olhos.
- JÁ SEI! – Exclamou, repentinamente.
Todos os alunos viraram a cabeça para ele, menos Sakura que continuou a olhar para o caderno.
- Algum problema, Sr. Li? – Perguntou o professor.
Shaoran olhou em volta.
- Não, não, professor. Desculpe. – Respondeu
O professor encolheu os ombros e voltou para a sua tarefa. Os alunos também se desinteressaram e voltaram ao exercício.
Shaoran fixou o seu olhar nas costas de Sakura. A rapariga quase podia sentir o olhar dele queimar-lhe as costas. "Já sei onde vi os olhos dela! Na minha casa, ontem á noite. Tenho a certeza que eram iguais!... Mas… não pode ser… Ela é uma rapariga normal, não podia ser ela, mas também se fosse isso explicaria muita coisa. Mas não pode ser…"
Algum tempo depois a aula acabou. A campainha tocou anunciando o fim da aula, todos arrumaram as coisas e saíram.
Sakura despediu-se rapidamente de Tomoyo e Eriol e foi andando para casa. Ia devagar pois o corte na perna doía-lhe e fazia-a coxear levemente. Viera-se embora tão rapidamente porque não queria ter de se encontrar com aquele rapaz outra vez. Tinha medo que ele tivesse descoberto quem era. Se nem mesmo Eriol e Tomoyo sabiam e eram os seus melhores amigos, então muito menos ele poderia saber. Mas quando ele exclamou "Já sei!", na aula, Sakura quase teve a certeza de que ele sabia e ficou paralisada. Suspirou e tentou deixar de pensar nisso. Era meio-dia e o sol brilhava alto e solitário no céu, apenas acompanhado por distantes nuvens de algodão. Soprava uma pequena aragem que ajudava a refrescar aquele dia quente. Sakura caminhava até casa sem muito interesse, tinha de falar com o seu chefe mas o ânimo não era muito. Chegou a casa e já lá estava Kero sentado a porta a espera da dona.
- Kero a gente já fala, preciso de mandar um mail ao chefe. – Disse Sakura enquanto subia a escada em direcção do quarto. Entra pela porta do seu belo quarto liga o PC e senta-se a frente dele a espera que ele se resolve-se a despachar-se, Finalmente quando já estava tudo aberto, Sakura começa a escrever um mail para o seu chefe.
" Querido Chefinho
Pois bem, eu vou direito ao assunto. Sabes aquela missão onde me mandas-te ontem? Claro que sabes. Esses anormais que eu fiz uma visitinha ontem vieram para cá, e o seu filhinho querido cai na mesma turma que eu. não é normal, descobre-me onde eles vivem agora para eu poder ire-lhes fazer mais uma das minhas lindas visitinhas.
Atenciosamente
Cerejeira-Branca"
Continua…
oi, sorry, sorry por ter demorado tanto, mas tenho tido uns problemazinhos e n tem dado para actualizar mais cedo. espero que gostem deste capitulo.
eu espero k o proximo sai-a + cedo. eu n vou dizer nd sobre os reviews k me mandaram porke eu respondi assim k eu os recebi. espero tar a fazer bem, se nao acharem havisem. é verdade eu eskeçime de havisar nao liguem se tiver erros, eu juro k nao fazo por kerer mas eles aparecem ;p
espero po reviews.
bjx ate a proxima
