Cinderela, por Elyon Somniare e Sofisofas
Eles são duas crianças
A viver esperanças
A aprender a sorrir
Ela tem cabelos loiros
Ele tem tesoiros para repartir
O imponente edifício branco erguia-se de encontro aos céus. Fleur torceu elegantemente o nariz perante o aspecto curvado de Gringotts, apreciando, no entanto, o seu branco puro. Com uma dignidade e uma leveza pouco comuns, subiu as escadas, ignorando as boas-vindas do duende porteiro e atravessando as três portas de entrada sem parar para as contemplar. Não fora até ali para admira-las ou para escutar os duendes, fora até ali com outros propósitos...
- Parrrra melhôrrarrr mon inglês – explicou ao duende dos registos, brindando-o com um esplêndido sorriso.
- Bom dia! - cumprimentou sorridente um jovem alto, de cabelos ruivos e algumas sardas, de encontro a um grupo de jovens desacompanhados.
- 'Dia... – respondeu-lhe o sempre mal-humorado duende.
Fleur virou a cabeça rapidamente fazendo os seus longos cabelos platinados brilharem ao sol da manhã.
- Sou o Bill, em que vos posso ajudar? - apresentou-se simpaticamente o rapaz. Os jovens não responderam, continuando a fitar a jovem loira que os olhava. - Necessitam de ajuda ou estão só de passagem?
- Nós... Erg... Só viemos ver... – respondeu o rapaz mais alto, corando muito.
- Estejam à vontade...
Parecendo-lhe bem afastar-se, deixando os jovens admirarem o edifício, Bill voltou-se, deparando-se com a mulher mais bela que ele alguma vez vira.
Numa outra brincadeira passam mesmo à beira,
Sempre sem falar
Uns olhares envergonhados
E são namorados sem ninguém pensar
- A côntá de Madame Prrat éstá a zerrrô – informou Fleur com uma voz límpida e polida. – Lamentamôs muito, mas non podemos fazerr nada.
- Claro que não podem! Nunca podem! Os duendes não são fiar, toda a gente sabe isso! – resmungou a gorda mulher, mentindo descaradamente. – Vale-me o meu pé-de-meia, se me fosse a fiar nestas...
- O seguinte pôr favôrrr – interrompeu Fleur, revirando ligeiramente os olhos, enquanto Mrs. Pratt se afastava ainda a resmungar baixinho sobre os duendes e a sua credibilidade. Um homenzinho nervoso e com um bigode algo ridículo chegou-se à frente.
- Eu acho... acho que a validade da minha chave expirou... sabe, recebi esta herança há pouco tempo... m-mas o meu avô, Mr. Piglet, o que me d-dou a herança, sabe... v-vivia à c-custa dos parentes e... e... não precisou da ch-chave durante muitos anos, sabe?
- Esperrrê um pouco que vou verr o que se pôde fazerrrr... – murmurou a semi-Veela, afastando-se na direcção da sala dos registos e procurando nos arquivos. - Monsieur Piglet, Monsieur Piglet...
- Recontré! – respondeu erguendo a pasta que segurava na mão direita. Bill observou, fascinado, aquela face delicada e bela. E se a convidasse para sair? Qual seria o nome dela? Subitamente sentiu-se extremamente tímido e baixou os olhos envergonhado. Que se passava consigo? Nunca fora disso... Aquela mulher mexia com ele de uma forma que não percebia... e que não queria perceber!
Fleur acabou de tratar do assunto do pobre Mr Piglet, que na realidade tinha era utilizado a chave incorrecta, e chamou a pessoa seguinte. Uma vez que o homem que se seguia não se aproximava, Fleur teve tempo para atar a cascata de cabelos loiros que lhe deslizavam pelas costas até à cintura. Num momento de distracção, o seu olhar foi atraído para o lado direito, onde um belo rapaz a mirava. O jovem bem constituído parecia-se com um amigo do Harry Potter, embora fosse mais velho e mais bem parecido. Sorriu-lhe envergonhada (o que não era normal nela), vendo o outro baixar os olhos e as suas orelhas ficarem quase tão vermelhas quanto o cabelo.
- Bill! - chamou a voz autoritária de um pequeno duende por trás deste.
- Já vou... – murmurou Bill erguendo os olhos e deparando-se novamente com os olhos azuis da jovem loira.
Sem pensar duas vezes, levou a mão à boca e atirou-lhe um beijo. Para espanto deste, a garota fingiu apanha-lo no ar e gesticulou-lhe um adeus, antes de este virar as costas.
Encontrado, em francês
Foram juntos no outro dia como por magia
No autocarro em pé
Ele lá lhe disse a medo o meu nome é Pedro e o teu qual é?
Ela corou um pouquinho e respondeu baixinho, sou a Cinderela
Quando a noite o envolveu ele adormeceu e sonhou com ela
- Olha, rapaz, já que vais ao cofre 316 leva contigo aquela rapariga nova... Ela precisava de ir ao 310 ver qualquer coisa. - disse um duende olhando para o relógio que lhe pendia do colete.
- Quem... A loira? - perguntou Bill sem conseguir deixar de corar.
- Essa mesma...
Ainda um bocado acanhado, Bill aproximou-se da jovem, tocando-lhe ao de leve no braço e guiando-a até aos carretos.
O ruivo ajudou Fleur a sentar-se, sentando-se ao lado dela e colocando a carreta em movimento. Impulsionado por uma força superior à que esperava, Bill caiu sobre a jovem, tocando-lhe levemente com os lábios na pele lisa e esbranquiçada.
- Des-des-desculpa...
- Non faz mal... – respondeu Fleur, corando levemente. O que se passava com ela? Corar por causa de um rapaz? Não dizer que ele era um desastrado? Não reclamar por irem demasiado depressa e o ar frio nos olhos a fazer chorar? Algo não estava, realmente, bem.
- Erg...Como te chamas? - perguntou-lhe timidamente Bill, depois de se voltar a sentar.
- ... Fleur Delacour... et toi? - respondeu-lhe num sussurro, sentindo as faces mais quentes.
- Bill Weasley. Não te deves lembrar, mas fui eu com conduziu o grupo de novos funcionários onde estavas inserida – retorquiu o ruivo com um sorriso no rosto e esforçando-se por manter o equilíbrio na carreta e na sua vertiginosa velocidade. – Permite-me que te diga, ninguém conseguia sobressair tanto como tu!
- Oui, eu lembrô-me... – murmurou Fleur... Oh, se se lembrava... – Aquele bandô de insosôs, non tinham mais nada que fazerrr a non ser obserrvarr-me... non pôdia sequerrr espirrarr que tinha à dispôsisson meia dúzia de lenços! E aquelas mademoiselles, semprre a fazerrr carrra feia comô se eu tivesse culpa de serrr bônita!
Bill conteve uma gargalhada, limitando-se a um sorriso simpático. Começava a perceber o que o atraía tanto em Fleur... o seu glamour? Ainda não sabia ao certo... apenas começava a perceber a atracção, ainda não a percebia totalmente.
- Fleur, posso chamar-te assim? Posso dignar-me a convidar-te para sair?
- Se fôr parrra uma discôteca non, son ton banais!
- Não… é apenas para um jantar e um passeio...
- Mas oui!
Nessa noite Bill demorou bastante tempo a adormecer. Cada vez que fechava os olhos a imagem da jovem loira assaltava-lhe os pensamentos, deixando-o a sorrir com ar de parvo.Não tinha memória de ter ficado assim por qualquer outra namorada... nem a correspondente brasileira, a sua primeira paixão... Custara-lhe tanto a adormecer... durante a toda a noite a loira e ele bailavam por entre as nuvens ao som de uma canção lenta.
Oié! Bem, eu tinha 1 errozinho e cm ñ conseguia editar a fic tive mm d apagar e postar de nv. Então, nenhuma das personagens me pertence, à excepção de Madame/Mrs Pratt e de Mr Piglet, escrevo a fic em conjunto com a minha grande amiga e maravilhosa beta Sofisofas e o cano é "Cinderela", já não me lembro que cantor, só me lembro que ele era médico. Bjs;)
