PEQUENOS GRANDES PROBLEMAS – VERSÃO 2.0
CAPÍTULO 03 – COMO ASSIM?
No dia seguinte, Yohji caiu da cama ao levantar... Sonado, ele nem lembrou que a cama era mais alta pra altura atual dele...
-ITAIIII... Droga... Isso não é maneira de começar o dia... bom, vou tirar esse pijama ridículo e essa fralda incômoda... Será que eu consigo tomar banho sem me afogar? – deu uma risadinha.
Desceu as escadas degrau por degrau, devagar...
-Ohayo!
-Ohayo, Yohji-kun. Ken-kun, poderia ajudá-lo a se sentar?
-Eu o seguro. – Ken pegou Yohji no colo. – Quer seu leite como?
-Nani? Como assim, leite? Não quero leite, eu nem gosto de leite... Além do mais, eu tenho todos os dentes, quero dizer, posso comer normalmente...
-Mas o seu estômago pode estar sensível. Melhor não abusar. – Aya se sentou com uma xícara enorme de café.
Yohji olhou pra ele com um olhar pidão e invejoso. Omi riu. Picou torradas dentro da caneca de leite com café e passou a Ken.
-Oye, melhor que nada. Pelo menos não é leite com chocolate. Eu não me dou bem com chocolate...
-Assim que terminarmos aqui, eu já vou ligar para o laboratório pra providenciar o antídoto.
-Tente fazê-lo para logo depois do almoço. Assim Kudou só perde meio expediente.
-EPA! Mas o crescimento nunca é automático... Se eu tomar no almoço, só vou voltar ao normal à noite, dormindo...
-Tudo bem, então. Vou descontar essa folga extra das suas folgas normais...
Os três gatinhos rolaram os olhos... Yohji desceu com eles para a loja, com seu tamanho não podia trabalhar, mas ajudaria de alguma forma... nem que fosse atraindo clientes, como fez...
Aya fez uma anotação mental de que mulher e bebês se atraem como ferro e imã. Todo mundo que passava entrava para mexer com Yohji, sentado na registradora. Uma hora em que ele se sentou perto de alguns vasos na vitrine, para ajeitá-los, foi uma bateção de dedos no vidro, para lhe chamar a atenção sem fim... O ruivo virou os olhos e tirou-o de lá. Yohji riu, achando que eram ciúmes.
Na hora do almoço, Omi estava embaraçado.
-Que foi?
-Err... bem, não temos dois componentes do antídoto no laboratório.
-Só encomendar, não?
-Um é fácil de achar, mas o outro é importado. Só vai chegar aqui daqui alguns dias...
-Alguns dias, quantos?
-Ninguém tem muita certeza... me falaram até em 15 dias... – Omi se encolheu, esperando...
Aya suspirou, bufou, passou a mão pelo cabelo. Tamborilou os dedos na mesa, pensando. Todo mundo em animação suspensa, esperando o pior... Mas o líder só ergueu as mãos:
-Ok, o que não tem remédio, remediado fica. Kudou, enquanto você se lembra das senhas, entra na sua conta e passa algum dinheiro para a minha, pela Internet. Depois, vamos fazer mais compras de roupas, pelo menos para uma semana. Em uma semana...
-Em uma semana ele vai regredir um pouco, sim. Melhor comprar uma mamadeira...
-Por que?
-Porque calculamos sua idade entre um ano e meio e dois anos. Você pode começar a ter problemas com copos... ou precisar tomar meio adormecido...
Yohji coçou a cabeça.
-Quinze dias... quinze dias sem fumar...
-E nem pensar em fumar escondido!
Aya olhou para ele e sorriu. O playboy não gostou daquele sorriso. Foi junto com Tsukiyono abrir sua conta pela Internet. No final da tarde, com menos movimento, foi com Aya fazer compras. Ele era menos enjoado que o ruivo no shopping e não se incomodou em pegar roupas com estampas de bichinhos, se bem que desse preferência às que tivessem imagens de animes pra adolescentes... O ruivo quis levar mais dois daqueles pijaminhas com pés, rabos e orelhinhas, com a desculpa que aqueciam mais. Yohji se cansou depois de algum tempo e Aya se arrependeu de não ter trazido Omi ou Ken com ele, porque carregar o loiro e as sacolas era meio difícil. Mas como o dinheiro era do Kudou mesmo, não teve pejo em comprar um carrinho de bebê.
-Você está me desfalcando.
-Pense assim, é tudo que você não vai gastar em bebidas, boates e cigarros por duas semanas... Além do mais, não ficou mais confortável? Você pode até tirar uma soneca dentro dele.
O humor de Yohji só não piorou mais porque ele era um belo bebê loirinho de olhos azuis, chamando a atenção de todo mundo no shopping. Ganhou beijinhos, abraços, passou de colo em colo, ganhou doces... Só não quis comer chocolate.
-Se eu não puder mais falar, lembra disso, Aya. Eu sou alérgico a chocolate...
-Tudo bem... Agora podemos ir, né? Opa, esqueci do principal.
Mas Yohji estava no carrinho, não conseguiu ver o que era o principal... Seu jantar foi sopa de legumes e ele nem reclamou, cansado de toda a agitação do dia. Omi o trocou, amando o pijama novo, dessa vez de vaquinha.
O ruivo, prevenido, tinha trazido um urso de pelúcia. Omi e Ken riram, Yohji virou os olhos, mas abraçou o "novo amigo". E nem bem fechou os olhos, apagou.
Os três ficaram um bom tempo na porta, observando. Sacudindo a cabeça, Omi empurrou os companheiros e encostou a porta, deixando um vão.
-Logo, logo, ele vai ter que dormir com a gente...
-Verdade... – Ken estava tendo boas lembranças.
Aya franziu o nariz. Dormir com Yohji... mas era um bebê, podia não ser tão ruim assim... Deixou a preocupação para mais tarde. E sorriu, pensando no "presente" que comprou para o playboy... no dia seguinte, ia entregar. Isso sim, ia ser divertido...
N/A: Quem adivinhar o que o Aya comprou para o Yohji ganha um beijinho do bebê! Uma pista, tem a ver com o vício dele... J 28/06/06.
