PEQUENOS GRANDES PROBLEMAS – VERSÃO 2.0

CAPÍTULO 04 – MANX, QUERO COLO...

"Nossa, que garota peluda... será que eu to dormindo com uma mulher de buço ou será que eu fiquei muito bêbado a noite passada e peguei um travesti sem querer?"

Foi o pensamento de Yohji ao acordar em sua terceira manhã como bebê. Ele tinha se enrolado todo com o ursinho de pelúcia e se esquecido completamente de sua condição. Tanto que ao abrir um pouco os olhos pra conferir com quem estava dormindo, viu o focinho e os olhos grandes do bicho de pelúcia e deu um grito.

Omi, que vinha vindo para o quarto pra ver se ele já tinha acordado, apressou o passo. O loiro estava sentado, encostado na cabeceira da cama. Olhou para o arqueiro e apontou um dedo trêmulo:

-Ele... ele... tentou abusar de mim... quem é essa criatura peluda?

Omi riu, pegando Yohji no colo. O neném ainda se ergueu um pouco, para olhar para o urso por cima do ombro dele.

-Ontem ele não parecia tão grande assim...

-Você estava com sono e não notou...

-Deve ter custado uma nota! O Aya está acabando com meu dinheiro!

-Na verdade, estava em promoção... – o espadachim entrou no quarto, tirando o mini-playboy do colo do hacker, para que esse pegasse a fralda e a roupa para trocar o bebê. – E quem diria que você era tão mão-de-vaca, Kudou?

-Não sou não... E quem diria que você era um perdulário, Fujimiya? Hey, porque eu vou usar fralda de dia? Eu sei muito bem ir ao banheiro ainda.

-Terceiro dia, seus reflexos já vão começar a falhar... e você é um bebê menor do que eu fui. Se eu me molhei várias vezes...

Yohji rolou os olhos e bufou. Mas permitiu ser banhado e trocado, na verdade adorando ser mimado.

-Ué, porque está todo mundo tomando café ainda?

-Porque é cedo... – respondeu Ken. – Bebês madrugam, sabia?

-Outra vantagem de sua transformação. Você vai estar extremamente saudável, cheio de bons hábitos quando isto terminar.

-Não vou sobreviver a isto... Hmmm, hoje tem sucrilhos... "Mas o que eu to dizendo? Eu nem gosto de leite tanto assim... Estou regredindo mesmo!"

Manx passou por lá na hora do almoço, só por curiosidade. Ao contrário de Aya, que tentava fugir dela e de seus surtos melosos, Yohji que se ofereceu pra ser pego.

Ken olhou para Omi, balançando a cabeça:

-Quanta diferença...

A ruiva fingiu não saber do que eles estavam falando e afagou o loirinho em seus braços. Este até ronronou de satisfação, fazendo os outros dois rirem.

-Está tudo bem, Yohji?

-Bem, na verdade... todos os meus hábitos viraram do avesso! Estou dormindo cedo, acordando cedo, comendo coisas saudáveis e o pior: faz três dias que eu não fumo! Vou enlouquecer assim!

Era a deixa que o Aya estava esperando. Ele foi até a cozinha e voltou segurando algo atrás das costas.

-Eu tenho a solução para o seu último problema...

-Vai me por a versão infantil do adesivo de nicotina?

-Nops! Vou te dar a versão infantil do vicio de ter algo na boca. – E estendeu a mão, prendendo algo em seu macacão.

Yohji ficou rubro e assim que seu queixo caiu, Aya aproveitou para enfiar a chupeta que tinha comprado em sua boca. Kudou cuspiu imediatamente, os olhos faiscando.

-Pirou de vez? Desde quando chupeta é a versão infantil de um cigarro?

-Freud diz que vícios como o cigarro são apenas uma extensão da fase oral mal resolvida.

-Fodam-se você e o Freud!

-Kudou, modere sua linguagem. E reveja seus conceitos. Um adulto de chupeta é algo ridículo. Mas você só tem dois anos. Deixe-a guardada e chupe-a quando se sentir ansioso.

Ken e Omi sumiram pra dentro da estufa, a fim de rirem mais à vontade. Como Aya podia dizer e fazer as coisas tão sério assim? O jogador foi buscar a máquina a fim de poder tirar umas fotos quando Yohji se rendesse. Omi acreditava que ele nunca ia chupar aquilo.

Até que Omi resolveu dar uma fruta ao bebê e cortando uma maçã ao meio, quis dar a ele em forma de purê. Yohji olhou para aquela massa disforme, de cor estranha e teve uma ânsia. Ken riu do arqueiro e cortando a outra metade em cubos, colocou numa tigelinha e o mini-playboy franziu o nariz ("Mais comida saudável") mas foi mastigando.

-Ele já tem todos os dentes, Omiitchi. Não precisa tomar tanto cuidado assim.

Nem bem ele acabou de falar, o bebê começou a tossir, engasgado. Yohji largou a tigelinha e tentava, sem sucesso, cuspir algo. Aya veio rápido e passou o dedo pela boca do bebê, chegando até alcançar a garganta, claro que lhe dando outro acesso de ânsias mas tirando o que tinha grudado lá. Omi foi correndo pegar um pouco d'água, enquanto Kudou voltava a respirar aos poucos, aos trancos e lágrimas corriam pelas suas bochechas. Ele tomou a água com cuidado, sentindo dor. Aya não teve dúvidas. Se afastou um instante para a estufa, onde teria sossego, colocou a chupeta na boca do bebê e o embalou. Yohji nem reclamou. Ele precisava daquele momento tranqüilo. Antes de adormecer, ainda pensou "bebês sofrem momentos de stress"...

Ao senti-lo adormecido, Aya voltou à loja, onde Omi já tinha arrumado um futon embaixo do caixa. Ken estava chateado, mas Fujimiya só abanou a mão.

-Daqui por diante, frutas sem casca, Hidaka.

-Sim, compreendo.

-Vai tirar uma foto agora, Ken-kun?

-Hum? Depois, Omiitchi... deixe ele dormir um pouco... – e trocaram um sorriso.

N/A: Ok, capitulo kawaii. Depois deste, uma missão e o problema, com quem deixar o bebê? Oh, e agora, quem poderá nos ajudar? Hauhauahuahau. 21/07/06.