Disclaimer: Os personagens de Digimon pertencem a Akiyoshi Hongo.
Sinopse: Após anos de desencontros, Sora e Taichi se permitem viver o grande amor para o qual sempre estiveram destinados.
Gênero: Romance – Super fluffy.
Classificação: Shortfic
Taichi's POV e Sora's POV.
Finalmente é amor!
Parte I – Destino
Vocês já ouviram aquela expressão "Tudo de mau me acontece hoje"? Bem, eu não imagino a razão das pessoas dizerem isso, porque de uma coisa eu sei: nada acontece por acaso...
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O som do telefone tocando insistentemente na sala ecoa por todo o apartamento, interrompendo o meu sono bruscamente. Olho para o relógio sobre a mesinha de cabeceira e vejo que são 11:30 da noite. Quem estaria ligando a essa hora? Levanto da cama um tanto mal humorado, caminho até a sala e pego o barulhento aparelho.
– Alô? – atendo com a voz sonolenta.
– Oi, Tai! Você já estava dormindo?
– É, Kari, eu estava, até você me acordar – respondo ironicamente depois de reconhecera voz da minha irmã do outro lado da linha.
– Desculpe ter acordado você, maninho.
– Tudo bem, esqueça.
– Eu liguei porque amanhã à noite vai inaugurar um clube ótimo aqui na cidade e eu quero te convidar pra ir...
– Amanha à noite? Ah, eu não posso ir.
– Ah vamos, Tai, vai ser muito legal! Vamos eu, o Tk, a Mimi, o Izzy, até o Joe! Vamos, não seja desmancha-prazeres!
– Eu não sou desmancha-prazeres, Kari! É que eu tenho que viajar amanhã de manhã!
– E você não pode adiar pra depois?
– Não, não posso, é uma viagem de negócios. Desculpe, Kari, fica pra outra vez, ok?
– Está bem, então. A gente se vê depois, boa noite, maninho.
– Boa noite, Kari.
Depois de desligar o telefone, volto pra cama e tento dormir novamente. Seria legal se eu pudesse sair amanhã, rever o pessoal, me distrair um pouco pra variar... É impressionante como a Kari está sempre tentando nos manter juntos; isso é uma coisa boa, porque nós acabamos seguindo caminhos diferentes e às vezes não nos vemos com freqüência. Mas de quem eu mais sinto falta quando está longe é da Sora, minha melhor amiga e... a mulher que eu amo... Que ótimo, agora vou demorar um século pra conseguir dormir e quando finalmente conseguir, vou acabar sonhando com ela; é isso o que acontece quando penso nela, ou seja, quase o tempo todo! Pego um porta-retratos sobre a mesinha de cabeceira e fico a contemplar a foto: somos eu e a Sora no último Ano-Novo. Nós somos os melhores amigos desde que tínhamos uns 4 anos, eu acho. Mas quando tínhamos 14 anos, eu descobri que estava me apaixonando por ela e isso foi arrebatador, mas eu não consegui dizer a ela, não pude demonstrar os meus reais sentimentos e nós continuamos sendo apenas amigos. Então, 10 anos depois, ainda estamos na mesma situação. Eu continuo tão apaixonado por ela que às vezes nem consigo pensar direito, ela continua sem saber disso e nós seguimos sendo apenas amigos. É claro que aconteceram muitas coisas nesses 10 anos; primeiro tive medo de estragar a nossa amizade se ela não sentisse o mesmo, depois ela começou a sair com o Matt; depois que eles terminaram, veio um cara da faculdade e por aí vai. É claro que eu tentei esquecê-la, namorando outras garotas, mas foi tudo em vão, eu fico mais e mais apaixonado pela Sora a cada dia que se passa. Isso é muito difícil às vezes, ficar perto dela e não poder abraçá-la, beijá-la, pelo menos não do jeito que eu gostaria... infelizmente ela só me vê como amigo e isso é quase uma tortura... Mas isso não me faz perder as esperanças. Quem sabe um dia as coisas vão mudar... Bom, é melhor eu ir dormir agora, tenho que levantar cedo amanhã...
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Como é bom estar de volta! Senti muita falta de casa enquanto estive viajando nessas duas semanas... tanto que na verdade acabei voltando um pouco antes do planejado... Depois que acabar de desfazer as malas, acho que vou visitar a Mimi, para pôr a conversa em dia...
– Oi, Sora! Que bom que você voltou! – Mimi me recebe com um abraço apertado, logo que chego a seu apartamento.
– Oi, Mimi! Também senti saudade! Oi, Kari, não sabia que você estava aqui!
– Olá, Sora! Como foi de viagem?
– Foi tudo bem, e como estão as coisas por aqui? Alguma novidade?
– Não, na vedade nada de novo... – Mimi responde displicente – Ah, tem sim! Vai abrir um clube super legal aqui na cidade, a inauguração é hoje à noite! – ela exclama animada – Mas não sabíamos que você chegava hoje, então não temos um ingresso pra você... – ela completa logo em seguida, agora num tom de voz melancólico.
– Tudo bem, Mimi, não tem problema... – respondo gentilmente.
– Mas nós temos um ingresso sobrando! Eu convidei o Tai pra ir com a gente, mas ele disse que tinha que viajar hoje e não podia. Então você pode ir, Sora! – Kari exclama com entusiasmo e Mimi aplaude a idéia.
– Mas que ótimo!
– E o Tai disse quando volta de viagem, Kari? – pergunto ansiosa.
– Não, mas acho que não deve demorar muito...
– É uma pena que ele tenha viajado, eu tinha esperança de vê-lo esse fim-de-semana... – comento um tanto desapontada.
– Ah, tudo bem, quem sabe ele não volta antes, não é? – Mimi sugere tentando me animar.
– É, pode ser... – respondo vagamente, meus pensamentos trazendo a imagem de Tai à minha mente, me fazendo lembrar que estou com muita saudade dele...
Saudade do meu melhor amigo... e do amor da minha vida. Sim, é verdade: eu amo o Tai; desde tanto tempo que não dá nem pra começar a dizer. Mas apesar de amá-lo tanto, nunca consegui me declarar pra ele; tive medo de que ele quisesse se afastar de mim se soubesse dos meus reais sentimentos, por isso preferi manter segredo. No início achei que fosse uma coisa passageira e que eu ia acabar esquecendo, mas não foi isso que aconteceu. Desde que eu era pré-adolescente até hoje, a minha paixão pelo Tai só fica mais e mais forte a cada dia. Mas o meu medo de estragar nossa amizade sempre acabou prevalecendo e eu continuo guardando os meus sentimentos só pra mim; isso é algo muito difícil de fazer, tão difícil quanto vê-lo namorar outras garotas. Por isso eu tentei esquecê-lo com outros relacionamentos, mas não adiantou nada: todos os meus namoros foram um fracasso porque sempre estive tentando encontrar o Tai em cada um dos rapazes com quem namorei. Então eu finalmente entendi que é ele quem eu quero de verdade. E como quero... a minha vontade quando o vejo é correr pros braços dele beijá-lo com todo o meu desejo... Sei que poderia destruir a nossa relação se eu fosse sincera com ele, mas o que eu sinto é forte demais pra continuar ignorando. A verdade é que eu voltei de viagem disposta a me arriscar e falar com o Tai, mas agora soube que ele viajou e não sei quando volta; isso foi um verdadeiro balde de água fria na minha coragem... Me pergunto se quando nos encontramos de novo, as coisas serão diferentes...
– Sora? Você está ouvindo? Sora! – escuto Kari me chamar várias vezes e finalmente "volto à realidade".
– O quê? Desculpe, Kari. Eu estava distraída...
– Eu percebi. No que você estava pensando? – ela pergunta curiosa.
– Nada demais – respondo tentando disfarçar – Deixa pra lá. Escutem meninas, eu tive uma idéia: que tal irmos até o shopping fazer umas compras?
– Ótima idéia, Sora! Vamos lá, eu adoro fazer compras! – Mimi exclama bastante animada, já ficando de pé.
– Tudo bem, mas desde que você mesma carregue os seus pacotes, Mimi... – Kari diz divertida e nós duas damos risada da cara que a Mimi faz em seguida.
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– Ahh... eu dormi demais – acordo e olho em volta, a claridade forte do dia invade o meu quarto – Estranho... o despertador não tocou. Que horas será que são? – me viro para o relógio sobre a mesinha de cabeceira – O QUÊ? JÁ SÃO 9:15! – levanto da cama num salto. O meu vôo sai às 9:30. tenho quinze minutos pra chegar no aeroporto!
Com esse pensamento em mente, corro pro chuveiro e tomo banho, me visto e saio da casa em menos de cinco minutos. Pego um táxi logo na saída do prédio e respiro fundo, um pouco aliviado. Tenho dez minutos pra chegar até o aeroporto, eu vou conseguir! Olho para o relógio repetidas vezes e percebo que o táxi está indo muito devagar.
– Essa não, um engarrafamento! Era só o que me faltava! Desse jeito eu não vou chegara tempo!
Saio do táxi e vou correndo a pé até o aeroporto, já que só faltam alguns quarteirões, na esperança de chegar a tempo, mas...
– Lamento, senhor. Mas o seu avião acaba de decolar – a atendente me informa quando chego ao portão de embarque.
– E quando sai o próximo vôo? – pergunto ainda com um pouco de esperança.
– Deixe-me ver... É uma pena, mas o próximo vôo só sairá segunda-feira de manhã.
Eu não acredito nisso, é muito azar! O jeito vai ser ligar pra empresa e avisar que vou me atrasar um pouco... dois dias na verdade... Volto pra casa e depois de ligar pro trabalho fico pensando o que vou fazer todo o fim-de-semana. Então lembro que Kari disse que tinha ingressos pra inauguração de um clube hoje à noite, vou ligar pra ela mais tarde, talvez eu resolva ir afinal...
Depois de almoçar e de tirar uma sesta, telefono pra Kari pra falar sobre a noite.
– Oi, maninho! Não achei que você fosse me ligar durante a viagem... – ela comenta ao atender ao telefone.
– Acontece que eu estou em casa. Não viajei.
– Por que não? O que foi que houve?
– Nada demais. O despertador não tocou e eu acordei tarde, aí perdi o vôo.
– Puxa, mas que azar, não é?
– É mesmo. Sabe Kari, já que eu não viajei, eu pensei em ir com vocês na inauguração do clube...
– Ah, Tai, eu sinto muito, mas não vai dar... – ela responde com a voz sentida.
– Mas por que não?
– É que a Sora chegou hoje e eu dei o seu ingresso pra ela, como eu achava que você ia viajar...
– A Sora está na cidade?
– Está, ela chegou de viagem hoje. Eu fui ao shopping com ela e a Mimi, acabei de chegar em casa. Desculpe, maninho, se eu soubesse que você ia ficar aqui no fim-de-semana, não teria...
– Tudo bem, Kari, não tem problema. Valeu assim mesmo.
Quando desligo o telefone, saio de casa imediatamente e vou até o apartamento da Sora; estou ansioso pra vê-la de novo...
Chego ao apartamento dela e toco a campainha várias vezes, mas sem resposta. Ela não está em casa, ótimo, o azar continua me perseguindo hoje...
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Foi ótimo poder sair com as garotas; passar a tarde no shopping foi bastante agradável... Enquanto guardo as compras, percebo que uma das sacolas não é minha.
– Essa não! Essa sacola é da Kari, eu devo ter trazido por engano... Vou ligar já pra ela e avisar.
– Então está com você? Graças a Deus, achei que tivesse perdido! – ela exclama aliviada quando lhe conto do engano.
– Pode passar aqui pra buscar quando quiser, ou então eu te entrego quando nos vermos hoje à noite...
– Boa idéia!
– Até mais tarde então, Kari!
– Até mais tarde... Ah, Sora! Esqueci de dizer, o Tai está aqui na cidade, ele não viajou hoje...
– Verdade? Que bom saber disso! – exclamo animada ao ouvir a notícia.
Depois de me despedir de Kari, teclo o número da casa do Tai. Bem, teclar é só um modo de dizer por que o número está na memória faz tempo... O telefone chama várias vezes, mas ninguém atende, até que cai na secretária eletrônica.
– Tai, é a Sora. Kari me disse que você não viajou; quero muito te ver, me liga quando puder, ok? – deixo uma mensagem imaginando se vamos conseguir nos falar ainda hoje...
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Quando volto da minha "viagem perdida" ao apartamento da Sora, vejo a tecla de alerta de mensagens da secretária eletrônica piscando; aperto distraidamente o botão para ouvir as mensagens, mas ao invés disso escuto: "Suas mensagens foram apagadas".
– Esse troço deve estar com defeito... Mas que ótimo! O meu azar não vai embora de jeito nenhum!
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Já está anoitecendo e eu ainda não recebi nenhuma resposta do Tai; nenhuma ligação, nada; ele não deu sinal de vida. Depois de jantar, decido me arrumar e ir encontrar com o pessoal.
Quando chego ao clube, Destiny, muita gente já está presente, inclusive Kari, Mimi e os garotos, Izzy, Joe, Tk e Matt. O clube é bem interessante: tem 2 ambientes, sendo que no 1º a música é alta e agitada e muita gente se divertindo na pista de dança e no bar; o 2º ambiente é um pouco mais leve, com uma iluminação suave, algo que me parece um pouco mais... romântico, talvez.
– Ah, isso é tão demais! Olha só, Sora! – Mimi chama a minha atenção animada, indicando um palco com karaokê – Vamos lá, vamos cantar alguma coisa!
– O quê? Ah, não, vai você. Eu vou ficar por aqui mesmo – respondo dando um ou dois passos ligeiros pra trás.
– Está bem, você é quem sabe... – ela diz dirigindo-se até o palco.
Mimi adora cantar, por isso um karaokê é o paraíso pra ela; mas pra mim é diferente, cantar não é muito o meu forte e desse jeito, só se fosse uma ocasião muito especial...
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Ao invés de pedir o jantar, essa noite decido sair pra comer fora. Se eu tivesse conseguido falar com a Sora, teria convidado-a pra jantar e, uma vez sozinhos, quem sabe seria o dia em que as coisas mudariam entre nós... Mas como o meu dia está sendo horrível, estou aqui, jantando sozinho. Quando estou voltando pra casa, começa a chover; como o restaurante fica perto do prédio onde eu moro, decidi ir a pé mesmo. Mas que idéia brilhante... agora vou chegar em casa todo molhado! E pra completar o desastre, quando vou atravessar a rua pra chegar ao meu apartamento, um carro passa correndo e espalha muita água, me dando um banho daqueles.
– Mas que ótimo! Era justamente do que eu precisava agora!
Quando tiro o sobretudo encharcado, já do outro lado da rua, minha chave cai numa poça d'água perto da escada.
– E o dia só melhora...
No entanto, quando abaixo pra apanhar as chaves, vejo um sinal de que a minha sorte pode estar finalmente mudando: ali, embaixo da escada, um ingresso pra inauguração do clube Destiny, só esperando pra ser apanhado. De repente eu sei exatamente aonde devo estar esta noite...
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A noite está passando lentamente, eu sinto que não estou me divertindo tanto como esperava. Já fiquei um bom tempo em cada um dos ambientes do clube, mas nada me pareceu muito interessante. Talvez porque a minha mente esteja fora daqui, em algum outro lugar. Mimi por outro lado, parece estar se divertindo bastante; ela já cantou umas três músicas ou mais e mais ou menos a mesma quantidade de caras já me convidaram pra dançar ou tomar um drink, mas eu realmente não estou interessada. Volto pra balada agitada do outro lado do clube e já estou pensando em ir embora, quando ouço uma voz muito familiar às minhas costas:
– Você percebeu que está exatamente no centro da pista de dança?
Viro-me depressa, tomada por uma repentina animação, já sabendo quem vou encontrar...
Continua...
Nota da autora:
Oi, povo! Dessa vez resolvi escrever uma estória de outro jeito, usando dois pontos de vista diferentes e intercalados, pra ficar mais interessante. E aí, gostaram da 1ª parte? Como já deve ter dado pra perceber, essa fic contém altas doses de açúcar... É como eu escrevi lá em cima: super fluffy! Espero que estejam gostando e deixem reviews, tá? Comentários, dúvidas, sugestões, críticas, elogios, qualquer coisa. Vou atualizar logo que possível.
Muitas bjks pra todos!
Estelar
