Capítulo 03

No Passado

Obs: Saga, o cavaleiro de Ouro de Gêmeos, não foi dominado por Ares, então ele não foi o mestre do santuário. Vamos pensar que o outro mestre que foi dominado, impedindo a aproximação da verdadeira Deusa Athena, Saori Kido, e seus invencíveis cavaleiros de bronze. Lembrando que não houve morte na batalha das doze casas. Faz cinco meses que Saori é reconhecida como Deusa, no entanto, ela vive na sua mansão com os outros cavaleiros de bronze.

Quanto a Kanon, ele resolveu trair a Deusa por vontade própria, desejando poder, indo se aliar a Poseidon.

Aioros foi morto por tentar salvar a vida de Saori das garras do Grande Mestre dominado por Ares. Ele foi assassinado por Shura, igual ao anime.

"Celebrar a vida é somar amigos, experiências e conquistas, dando-lhes sempre algum significado".

(Alexander Lowen)

Dois anos e cinco meses atrás.

Num lugar afastado das doze casas, havia três cavaleiros de ouro que estavam sentados na grama verde de frente para um riacho, eles conversavam tranqüilamente. A noite estava bem calma, e os ventos bem quentes. Ao longe podia observar as belas estrelas, que pareciam mais brilhantes que nunca.

- E quando vamos sair novamente? – indaga Shura.

- Não sei, mas aquele dia foi divertido, você devia ter ido, Camus – disse Saga, olhando para o francês ao seu lado – Agora podemos sair do santuário, graças às ordens de Athena.

- Não estava com vontade – disse – não gosto de música alta.

- Ah! Parece que o Milo está em grandes apuros, ele adora isso – comentou capricórnio.

- Eu não o prendo.

Saga e Shura se olharam de canto, fazendo Camus levantar uma sobrancelha, mostrando que não estava gostando daquele silêncio. O francês respirou fundo e pensou, às vezes Milo não saia realmente, só para mostrar que preferia a companhia de Camus.

Os dois cavaleiros começaram a rir baixinho da cara contrariada de aquário, mas logo pararam ao ouvir passos vindos nas suas direções. Quando olham para trás, vêem Milo se aproximando deles com um largo sorriso no rosto ao ver Camus ali sentado com eles.

- Estava lhe procurando – disse Milo, indo até o francês.

- O que foi? – indaga.

- Nada, estava pensando em você apenas... – disse, sentando-se ao seu lado.

Saga olha de canto para o casal que começava a conversar, sentiu ciúme não podia negar. Aquilo era tão incomodo para ele, era tão difícil fingir que gostava de ver aquele casal junto. Era o famoso casal 20 do santuário, e todos tinham simpatia por eles. O cavaleiro de gêmeos se levanta, batendo nas suas roupas, retirando todo pó.

- Eu vou indo – disse.

- Eu também, não estou a fim de ficar de vela – disse Shura.

Camus encarou-os não gostando de sentir que os outros estariam indo embora por sua causa. Ele olhou para Saga que estava com todo seu cabelo jogado nos olhos, então nem pode ver sua expressão. E quanto a Shura, este saíra com um sorriso divertido nos lábios, dando uma piscada para Milo, que acenou para ele.

Quando os dois se afastaram, Milo puxou o queixo de Camus em sua direção e lhe beijou os lábios com delicadeza, fechando os olhos para saborear melhor aqueles lábios tão convidativos. Quando abriu os olhos, sorriu, e tocou nas pálpebras fechadas de aquário.

- Não vai sair para beber com o pessoal hoje? – indaga Camus.

- Eu? Não... Vou ficar aqui com você – disse.

- Acho que você tem que ir, você gosta.

- Gosto mais de você – sorriu.

- Milo – sorriu animado, mas não queria prendê-lo – não gosto de lhe prender.

- Ah! Camus... Não me venha com essa, não está me prendendo. Eu tenho duas opções, ficar num bar enchendo a cara e ouvindo música ou ficar agarradinho a você num sofá bem apertado assistindo a um filme qualquer.

Camus respirou fundo, sabia que Milo não gostava de ficar muito tempo parado, mas estava começando a prender demais escorpião, não que quisesse, pois não se importava se ele fosse, até gostava que ele saísse com os outros. Desde que ele não chegue na sua casa bêbado e cantarolando frases de amor, como fizera outro dia.

- Tudo bem – disse Camus.

- Que bom que entendeu, eu estava pensando e assistir o fil...

- Eu vou ao barzinho hoje também – disse, interrompendo Milo.

Os lábios de Milo se curvaram num divertido e contente sorriso, ele se levantou de repente, passando as mãos pelos cabelos, jogando seus fios azulados com tudo para trás e depois olhou para baixo. Ele ficou com o olhar perdido naquele homem tão charmoso, então estendeu a mão e disse:

- Vamos nos arrumar, pois o pessoal vai sair logo, logo!

Camus abaixou a cabeça, fazendo as mechas dos seus cabelos cobrirem seu rosto e o sorriso divertido que deu ao ver a animação do seu amado namorado. Então se ergueu e segurou em sua mão, que o puxou para cima, fazendo finalmente ficar de pé, cara-a-cara com aquele homem, que parecia explodir de alegria.

O braço direito de Milo foi parar na cintura de Camus, eles foram andando tranqüilamente, enquanto Milo falava do lugar aonde iriam. Ele já comentava sobre o tipo de música que tocava, e falou de um sofá vermelho que ficava numa área mais calma do ambiente, contou sobre a variedade de bebidas e muito mais, até que finalmente chegaram no primeiro degrau das doze casas, onde Shura, Máscara da Morte e Saga estavam.

- Gente! – Milo chamou a atenção deles – o Camus vai conosco.

Os três cavaleiros se olharam de canto e sorriram. Aquele casal era realmente muito engraçado, ou Camus fazia Milo ficar quieto de vez, ou escorpião levava Camus para a gandaia daqui em diante, tentando quebrar aquele homem certinho de vez.

- Que novidade, então vão logo se arrumar, pois estamos apenas esperando o Aioria – disse Shura.

- Afrodite não vai? – indaga Milo, já subindo os degraus de mão dada com Camus.

- Não, ele disse que está com dor de cabeça hoje – disse Shura.

Quando Milo e Camus sumiram da vista dos três. Shura e Máscara da Morte começaram a rir baixinho, fazendo Saga indagar o motivo.

- Ah! Nossa, imagina o Camus bêbado – disse Shura.

- O que será que ele fará? Será melhor levar uma máquina fotográfica – disse Máscara da Morte.

- Acho que Camus não vai beber – disse Saga, chamando a atenção deles.

- Ahhh! – os dois lamentaram em uníssono.

- Vocês não prestam – disse gêmeos, fazendo um não com a cabeça.

Camus foi sozinho até sua casa, até porque não haveria motivo de Milo subir com ele. Ele abriu seu armário e ficou olhando para suas roupas, pensando seriamente no que usar. Não queria ser antiquado demais, ele foi abrindo suas gavetas até encontrar uma calça jeans azul clara bem justa ao corpo, depois pegou uma blusa ¾ vermelha de linha, e um tênis velho que tinha ali, mas estava muito conservado, até parecia um sapato, pois não tinha cadarços.

A roupa foi logo vestida. Camus foi até sua penteadeira vendo seu visual pelo espelho. Suas roupas eram jutas, sua calma delineava suas coxas e bumbum perfeitamente. Sua blusa chegava um pouco a baixo do quadril, era justa, mas não colada ao seu corpo. Ele penteou os cabelos para trás, mas sua franja acabou caindo por seus olhos. Quando terminou, passou um perfume, pegou seu dinheiro colocando na carteira e saiu.

Foi descendo as doze casas tranqüilamente, fazendo seus cabelos balançarem de encontro ao vento. Seus fios azul-petróleo batiam no meio das suas costas, e duas mechas ficavam na frente de seu corpo, isso era tão característico dele, que não dava para imaginá-lo de outro jeito.

Quando o cavaleiro de aquário se aproximou dos demais, todos eles ficaram abobados. Ficaram pensando aonde Camus havia arranjado aquelas roupas, pois só o viam usando calça social e camisas. Milo estava de costa para o aquariano, quando se virou ele quase caiu para trás.

- Camus? – o chamou.

- Hum? – olhou-o.

- Er... Já está pronto? – perguntou.

- Sim – disse o óbvio.

- Er... Então... Vamos – disse Milo, olhando para os demais, que apenas fizeram um "sim" com a cabeça.

Eles não tinham carro, isso era um grande problema, mas eles tinham uma grande vantagem. Podiam se movimentar na velocidade da luz, e não iriam suar nada para fazer isso. Quando estava perto da saída do santuário, Milo segurou a mão de Camus e todos eles foram até a cidade, chegando num piscar de olhos.

Seis belos homens estavam andando pelas ruas quentes e movimentadas da Grécia. Era sábado à noite e os barzinhos estavam cheios, e tinha muitos carros procurando alguma vaga na rua, mas já não existiam vagas próximo aos bares e danceterias.

- Hei, Camus... Já veio aqui? – indaga Aioria.

- Claro que não – disse Milo.

- Já sim! – disse Camus.

- Já? – Milo ficou surpreso.

- Sim – disse secamente.

- Aonde você foi? – indagou Saga.

- No... – Camus ia falar, mas foi interrompido.

- Quando foi isso? Veio com quem? O que você fez?

Camus respirou fundo, olhando bem nos olhos de Milo. Pelo visto não iria poder passar essa noite sem uma leve discussão. Era um perigoso sair com alguém tão ciumento quanto Milo.

- Vim aqui ouvir um colega meu tocar, no barzinho chamado "Jazz Night", conhece? – disse.

- Ah! Jazz Night, muito legal lá, bem calmo também! – disse Aioria. Afinal, se Camus falasse que fosse nas mais altas baladas, eles iriam começar a chacoalhá-lo indagando se ele era realmente o Camus que todo mundo conhecia.

- Sim. Gostei bastante – disse.

- Aonde vamos não é calmo... – disse Shura.

- Eu imagino... – disse, já sentindo vontade de voltar para sua casa.

Eles finalmente avistaram o lugar. Camus sentiu vontade de sair correndo quando viu aquela casa azul clara, cheia de luzes, onde um monte de pessoas estavam na fila para entrar. Ele se perguntava como cabia tanta gente num único lugar.

Os seis foram andando tranqüilamente até a porta, onde tinham quatro seguranças e uma bela mulher que pegava os ingressos, que eram comprados num guichê na rua de trás.

- Não vamos na fila? – indaga Camus.

- Ah! Conhecemos o pessoal, então... – Milo lhe deu uma piscada.

Shura se aproximou do guarda, que lhe sorriu dizendo:

- Podem entrar, amigos.

Eles foram entrando com um sorriso divertido no rosto, olhando para as pessoas da fila que ficaram com sangue nos olhos só de ver como eles passavam rapidinho. O segurança olhou bem para Camus, não o reconhecendo, mas antes que pudesse dar mais uma olhada, Milo praticamente agarrou o cavaleiro de aquário e o empurrou para dentro.

A música alta invadiu os ouvidos dos cavaleiros. O lugar estava cheio, mas não estava com sua lotação máxima. As caixas de som balançavam com tanta força que pareciam que iam sair do chão. Havia uma pista enorme, toda colorida e recheada de luzes de diversas cores, aonde algumas pessoas já dançavam ao som da música.

Num canto havia umas mesinhas, bares, e tinha o lado de fora, onde a música era menos alta. Os cavaleiros foram andando até sentarem-se em uma mesa onde tinha um banco de espuma azul clara, em forma de coração. Eram as mesas mais confortáveis que tinha ali, sorte terem entrado antes de lotar para poder pegar uma.

- Vão beber o que? – indaga um rapaz, com uma bandana na cabeça. Ele usava muitos pircengs e tinha uma grande tatuagem no braço.

- Fala Jun! Uma cerveja bem gelada! – disse Shura.

- O que quer Camus? – indaga Milo em seu ouvido.

- Pode ser cerveja mesmo – disse.

- Mais duas aqui! – disse Milo para o rapaz, que ia anotando.

- Quero uma batida de limão, e uma cerveja – disse Saga.

- O mesmo de sempre...– disse Máscara da Morte.

- Só isso? – indaga o rapaz.

- É! – diz Saga.

- Daqui a pouco está chegando, e quem é esse rapaz? – indaga, apontando para Camus.

- O Camus... – todos menos Milo, disseram em uníssono.

O rapaz arregalou os olhos e olhou bem para o francês que ficou assustado não entendendo muito bem o que estava acontecendo. Ele ficou sério, até que o garçom começou a rir.

- Então esse é o famoso Camus, bom seja bem vindo, espero que goste – disse.

- Obrigado... – disse friamente.

- E ele é bem do jeito que Milo descreve – disse.

- Sim! Esse é o Camus... – disse Shura, rindo também.

- Já chega! – disse Milo, fazendo Camus encará-lo.

- Até mais... – disse o garçom, saindo com um sorriso no rosto.

Camus ficou em silêncio por um tempo, esperando que alguém lhe dissesse o que havia acontecido, mas ninguém disse nada. Até que Saga começou a rir baixinho.

- O que foi Saga? – indaga, irritado.

- Er... Bom... – Milo começou a falar – eu bebo muito... Às vezes fico bêbado... E falo de você e... Só! – sorriu amarelo.

- Fala de mim? – ergueu uma sobrancelha.

- Sim! Mas só são coisas boas... Bom, isso é, quando estamos bem com o outro.

- Hum... – não havia gostado muito daquilo, mas depois iria perguntar o que ele falava realmente.

Os pedidos finalmente chegaram e todos começaram a beber e conversarem numa boa. Eles riam alto e mexiam com quase todo mundo que passava por eles. As cervejas logo acabaram e eles pediram mais, o papo ficava cada vez melhor e todos estavam impressionados com a capacidade de Camus, em conseguir acompanhá-los nas besteiras e bebidas. No entanto, o francês não mexia com os outros como eles faziam.

- O que é lá fora? – indaga Camus.

- Quer ir lá? – Milo lhe sorri.

- O que tem lá?

- Não leva ele Milo! – diz Aioria – ele vai querer ficar lá.

- Vou? – Camus indaga.

- É uma área mais... Calma! – disse, fazendo todos baterem com a mão na testa.

Os grandes olhinhos de Camus pareceram brilhar de uma forma encantadora, o cavaleiro de aquário se levantou e olhou para Milo estendendo a sua mão, pedindo para que ele o levasse. Milo ia se levantar, mas sentiu seus pés serem agarrados pelos pés de Shura e Máscara da Morte.

- Er... Camus, vamos ficar aqui – disse Milo.

- Quero ver como é... – disse.

- Depois nós vamos.

- O que tem demais? Já voltamos.

- Não quero ir – disse Milo.

- Ah! Milo... – reclamou.

Saga começou a rir, então ele se levantou e disse:

- Eu te levo Camus! E já te trago de volta...

Milo olhou para Saga, sentindo uma pontada de ciúmes, mas sabia que os dois eram amigos e que Saga não queria nada com seu namorado. E, além disso, tinha que agradecer Saga, pois foi ele que deu a maior força para que os dois ficassem juntos.

Saga puxou Camus pelo pulso e começaram a passar pelo meio das pessoas. Camus sentiu um monte de mão passar por seu corpo, ele queria parar e xingar todo mundo ali, mas isso não seria racional e poderia acabar arranjando briga. Claro que não teria problema em arranjar briga com ninguém, e caso algum idiota tentasse lhe bater, ele teria que ficar um bom tempo no hospital. No entanto, não queria estragar a noite de Milo.

O ar fresco da noite invadiu as narinas de Camus, que abriu um sorriso delicado e olhou para Saga, que lhe sorriu também. O cavaleiro de gêmeos o puxou até um canto mais afastado e menos movimentado, onde havia uma grande fonte.

- Ah! Bem melhor... – disse, respirando fundo.

- Você deve estar se segurando para não ir embora – disse Saga.

- Até que estou me divertindo – disse.

- Que bom! – disse, o olhando discretamente.

Eles ficaram alguns minutos ali, observando e conversando. Mas Saga havia prometido que iria trazê-lo de volta, então puxou a mão de Camus desta vez e disse:

- Vamos voltar, ou eles vão dar cria... E Milo vai vir correndo atrás de você.

- Ah! O Milo? Ele vai pensar que alguém me agarrou – disse, rindo baixinho – vamos voltar logo então, apesar de eu querer ficar aqui.

- Sim!

Os dois passaram novamente no meio de todas aquelas pessoas, mas desta vez Saga não conseguiu segura a mão de Camus e os dois se separaram. O francês ficou olhando para os lados, mas só enxergava a pista e um monte de pessoas. Ele foi andando, até que uma garota puxou seu braço.

- Saga? – olhou para trás.

- Não gatinho. Eu sou a Ushi e você?

- Camus... – disse, não dando atenção para a garota. Ele estava mais preocupado em achar Saga.

- Então, o que acha de irmos para a pista?

- Não obrigado – disse friamente.

- Tudo bem então! – disse, soltando-o e indo embora.

Camus sentiu um braço em sua cintura, ele olhou para trás e viu que era Saga finalmente. Achou estranho aquele braço, acabou sentindo um forte arrepio que não passou desapercebido pelo geminiano. Saga se aproximou do rosto de Camus, parecia que ele ia beijá-lo, mas ele desvia e leva sua boca até o ouvido de aquário, dizendo:

- Desculpa, mas uma pessoa me puxou.

- Tudo bem. Vamos logo – disse, meio atordoado.

Os dois conseguiram chegar na mesa finalmente. Milo sorriu e puxou a mão de Camus o fazendo se sentar ao seu lado, Saga sentou-se ao lado de Aioria, que estava contando alguma piada. Mas ela já estava no fim e todos menos, Saga e Camus começaram a rir.

A noite estava gostosa e muito quente também. Os ânimos dos cavaleiros estavam bem altos, Milo já estava bem alegre, mas era muito forte com bebida, como todos os outros. Camus parou de acompanhá-los até certo ponto, pois se tivesse bebido os mesmo que eles, nesse momento ele estaria caído no chão. Não estava acostumado a beber.

Shura e Máscara de Morte se levantaram, eles iriam andar um pouco pelo local. Saga e Aioria ficaram conversando com o casal. No entanto, acabaram saindo depois ao verem seus amigos os chamarem, então acabaram saindo prometendo voltar logo.

Milo parou e ficou olhando para Camus que levava um copo de cerveja a boca, ele parou de beber, mas não tirou o copo da boca, e ficou a olhar de canto para quem o observava com tanta atenção. Quando ia retirar o copo para indagar o motivo de tanta admiração, uma mão puxa a mecha de Camus para baixo.

O copo foi colocado na mesa e Camus indagou:

- O que foi?

- Só estou lhe olhando...

Aquário sorriu timidamente, fazendo Milo passar o braço por seus ombros e se aproximar mais dele com aquele bafo de bebida. Os lábios de Milo deslizaram pela sua bochecha, indo até sua boca, começando a beijá-lo lentamente, adorando sentir aquele gosto de álcool misturado. Sua outra mão parou no abdome do francês, e foi descendo até parar no seu membro. Camus interrompeu o beijo e retirou aquela mão dali.

- O que foi? – indaga Milo, abrindo um sorriso divertido.

- Não – disse.

- Hum! Tudo bem... Mais tarde então – disse – não tem como fugir, hein.

Camus sorriu e se aproximou do seu ouvido dizendo:

- E quem disse que quero fugir?

- Que bom, pois eu não ia deixar mesmo...

Os dois ficaram um bom tempo num joguinho de fortes palavras indiretas e diretas, até que resolveram sair um pouco daquela mesa e ir andar por aí, pois Milo queria mostrar todos os cantos do lugar. E também, não ia só passear com seu amado "coração de gelo", mas sim prendê-lo em um canto mais reservado e dar um "talento" naquele corpinho que tanto amava.

Em outro canto da danceteria, num sofá vermelho de coração, estava Shura e Máscara da Morte, o último estava conversando com uma bela garota, que estava lhe flertando há um tempo e Shura estava apenas a esperar seu amigo, pois ele havia pedido para que ficasse ali.

- Eu vou ali no bar... – disse Shura, vendo que Máscara da Morte começou a beijar a garota.

Máscara da Morte olhou para trás vendo seu amigo indo no bar, depois olhou para a garota a sua frente que lhe sorria de um modo radiante, então ele se levanta e sem dizer nada some da vista dela, que ficou sem entender o que aconteceu, mas também não iria correr atrás dele.

Shura estava num canto olhando para as pessoas que dançavam na pista. Ele mantinha seus braços cruzados e um olhar perdido. Quando Máscara da Morte entrou na sua frente, ele se assustou.

- Já? – indagou.

- Sim... Só queria um beijo, por isso pedi para esperar – disse, encostando ao seu lado.

- Fica brincando com as garotas... Depois não sabe o motivo de levar tapas na cara de vez em quando!

Máscara da Morte riu baixinho e se aproximou mais de Shura, puxando seu braço e ficando de frente para ele, quase o prensando na parede. Capricórnio ficou abobado com aquilo, ele olhou para os lados exasperado, e sem saber o que fazer, até que sentiu o hálito quente de câncer no seu pescoço.

- Não curto muito... Mulheres... – sussurrou.

- Hum...

- E como você está com Afrodite? – indagou.

- Não sei... Por quê quer saber?

- Não é óbvio? – Sorriu, provocante.

- Não, não é! – irritou-se. Máscara da Morte sempre falava com ele naquele tom carregado de brincadeira, lhe jogava indiretas e ficava fazendo cenas de ciúme para ele, mas no final nunca dizia nada. E aquilo estava começando a irritá-lo.

Câncer riu divertido e se afastou, virando-se de costas para Shura. Mas o cavaleiro de capricórnio estava cansado daquele jogo irritante, então puxou o braço dele com força, e disse:

- O que tanto lhe diverte?

Máscara da Morte riu mais alto e olhou para trás, ficou parado um bom tempo olhando para aquele par de olhos que pareciam que iriam explodir a qualquer minuto, e sem demorar muito disse:

- Você!

Shura soltou seu braço e arregalou os olhos. Ele realmente não entendia o que se passava na cabeça daquele maluco, mas sempre que tentava descobrir se machucava ou Máscara da Morte fazia questão de lhe caçoar. Sem pensar em mais nada, ele abaixa a cabeça e sai andando sumindo rapidamente da vista de câncer, que respirou fundo e resolveu ir atrás dele.

As pessoas eram empurradas pelas mãos afoitas de Shura, que não via a hora de sair de toda aquela confusão e fugir para um lugar onde pudesse pensar no que estava acontecendo. Ele fechou os olhos ao sentir uma forte tontura, mas não caiu e olhou para os lados, vendo que algumas pessoas o observavam, e a maioria ali já conhecia ele. No entanto, não ficou ali por muito tempo para dar um show para aquelas pessoas, ele foi até a área se apoiando numa parede de vidro que ficava bem afastada de tudo. Suas pernas dobraram-se e ele acabou sentando-se ao lado de um grande vaso de plantas, agora estava escondido entre elas.

- "Por que ele sempre brinca comigo? Droga... ele sabe o que eu sinto! Idiota... sempre fica me provocando com Afrodite, sempre fica perguntando dele! O idiota sabe muito bem que Afrodite gosta dele e não de mim!" – pensava irritado.

- Hum, você não é do tipo de ficar escondido numa festa!

A voz divertida de Máscara da Morte lhe invadiu os ouvidos. Ele olhou para cima, vendo aquele par de olhos azuis escuros, que tanto desejava.

- Eu não estou escondido – disse baixinho.

- Mesmo? – riu, olhando para os lados – pois parece que está fugindo de mim.

- Não tenho porque fugir de você.

- Mesmo? Seus olhos dizem outra coisa...

- Mesmo? Você lê olhos agora? – riu baixinho – então me diga. O que lê nos meus olhos nesse momento?

- Hum... – sorriu, mas logo ficou sério – desejo!

Shura se calou e desviou seu olhar, mirando-o para a planta ao seu lado, observando-a com atenção. No entanto, a atenção de Shura voltou para Máscara da Morte, que se abaixou na sua frente, ficando entre suas pernas abertas.

- Me diga... Você falou com o Afrodite?

- Não sabe falar em outra pessoa a não ser ele?

- Sabe... Nós já tivemos um relacionamento, há um tempo – revelou – Mas, eu não quis mais nada.

- E por quê está me dizendo isso agora? – indagou.

- Você gosta dele, não é mesmo? – indagou, mostrando um olhar chateado, mas logo acabou sorrindo, tentando disfarçar.

- "Como? Será que esse idiota não percebe que eu gosto dele! Por Athena...!" – pensou indignado.

Os dois ficaram em silêncio com seus pensamentos proibidos. Shura não agüentou e começou a rir baixinho, ele estava bastante nervoso e abobado com a ingenuidade de Máscara da Morte, que se julgava sempre tão esperto. Era verdade que já sentiu algo forte por Afrodite e que queria ter ficado com ele há um tempo, mas como não conseguiu nada acabou começando a esquecê-lo e nesse meio tempo conheceu melhor Máscara da Morte, que tinha muitas coisas em comum com ele. E no final, os dois conversavam sempre, saiam e se divertiam juntos, pois tinham os mesmo gostos. Até já gostaram da mesma pessoa.

- Não é mesmo? – insiste.

- Não – disse.

- Não? – indaga, imaginando que ele mentiu – tem tanto medo de levar um fora?

- Olha! Quem vai levar o fora? Eu ou você? Não se intrometa na minha vida!

- Com certeza será você, mas como você é meu amigo... – sorriu – eu posso falar com Afrodite.

- "O que ele está pensando? Será que ele está brincando comigo?"- se indagava internamente.

Shura respirou fundo e tentou se levantar, mas o braço de Máscara da Morte parou em seu ombro, pedindo silenciosamente para que ele ficasse ali, e ele o fez, olhando-o nos olhos, perguntando o que mais ele queria dizer.

- Se quiser pode ser hoje mesmo – disse – vamos até a casa dele. Ele vai lhe receber, pois você está comigo.

- Idiota... Não quero nada disso – disse.

- Não? – indaga.

- Você não entende não é mesmo? Por que insiste em se divertir comigo? Já chega, agora sai da minha frente, você me irritou.

Máscara da Morte não entendia qual era a dele. Ele sabia que Shura gostava de Afrodite, mas peixes ainda gostava dele, então que mal via em poder ajudar um amigo? Se Shura não poderia ficar com ele, então pelo menos o deixaria ficar com uma pessoa, que poderia controlar como quisesse, para quem sabe no futuro eles pudessem começar algo.

- Quer me empurrar para Afrodite? Você não tem nada na cabeça. Eu não gosto mais dele, pronto! Falei...

- Não gosta mais?

- Não! Nossa... Até quem fim me ouviu – disse, olhando para o céu.

Máscara da Morte abriu um sorriso tão sincero, que Shura até sentiu medo daquilo. Ele ficou olhando para o cavaleiro de câncer, que parecia ter se realizado de alguma força, e antes mesmo que pudesse pensar no que estava acontecendo, a mão de Máscara da Morte parou no seu rosto.

Uma batida do coração de Shura parou de repente, ele sentiu um frio na espinha e engoliu seco, vendo aquele par de azuis escuros que pareciam lhe dominar. Shura bateu com a cabeça na parede, quando Máscara da Morte se aproximou mais dele.

- O que... O que... O que quer? – indagou, gaguejando.

Máscara da Morte sorriu, adorando ver o desespero que se instalou no peito do outro. Ele deslizou sua mão por aquele rosto, adorando sentir aquele traços fortes, que agora contornava com os dedos. Seu dedo indicador parou nos seus lábios e começaram a contorná-lo com uma paciência incrível, como se pudesse gravá-lo na memória para depois reproduzir essa arte em algum papel, mas ela iria ficar em sua cabeça, aqueles traços só podiam ser deles e então iria trancar aquela imagem em sua memória, para ninguém mais poder apreciar.

O tempo parecia ter parado de repente, os ventos pareciam mais quentes, ou eram seus corpos que ficaram quentes? Nenhum ali sabia dizer o que acontecia ao seu redor.

Os lábios avermelhados de Shura se abriram um pouco em buscar do ar que ele tanto precisava. Máscara da Morte sorriu, e passou sua mão por seu pescoço o apertando com força como se fosse enforcá-lo, fazendo Shura abrir ainda mais a boca e jogar a cabeça um pouco para trás, fazendo-a bater novamente na parede.

Máscara da Morte se aproximou mais ainda e o puxou na sua direção, fechando seus lábios naquela boca tão convidativa. Ele enfiou sua língua ali dentro sem pedir permissão, e começou a devorá-lo, arrancando um gemido sufocado de capricórnio. As mãos de Shura tentaram empurrar o corpo do outro, que ainda insistia em lhe enforcar, mas Máscara da Morte nem se moveu e apertou mais a mão em volta do seu pescoço.

Após um tempo de desespero, o cavaleiro de câncer o soltou, vendo como ele estava vermelho pela falta de ar. Shura havia abaixado a cabeça e apoiado as duas mãos no chão, tentando normalizar sua respiração.

- Quer... Quer... Matar-me? – indagou, passando a mão por seu pescoço.

Máscara da Morte não disse nada. Ele puxou Shura pelos cabelos desta vez e prendeu seu rosto com as duas mãos, para que pudesse ficar olhando nos seus olhos.

- Matar-lhe? Não meu caro... Isso nunca! – disse seriamente – só estou lhe dando meu carinho.

- Que carinho... – comentou carregado de ironia.

- Quero você comigo – disse.

- "Que mandão! Quem ele pensa que eu sou? Acha que pode me tratar como tratava Afrodite?" – pensou indignado – Me solte! – disse.

- Por que te soltaria? Você não quer que eu te solte e eu também não quero soltá-lo!

- Não sabe ler olhos muito bem – disse, com uma voz carregada de raiva. Odiava se sentir preso, mas por outro lado estava amando aquela atenção que estava recebendo.

- Seus olhos me dizem que você está adorando ser tratado assim, mas não quer admitir. Vamos Shura, eu lhe conheço melhor do que ninguém... E hoje eu consegui arrancar o que eu queria de você.

- Meu ar? – indagou irritado.

- Hum... Também! – sorriu.

- já conseguiu, agora me solte.

Máscara da Morte se afastou e acabou se levantando, olhando de cima aquele cavaleiro que parecia estar tão sensível como uma flor, entretanto, isso era apenas sua aparência momentânea, pois Shura estava longe de ser sensível como uma flor.

- Aí estão vocês!

Os dois cavaleiros olham para o lado, vendo que Saga se aproximava deles, desviando-se das pessoas que estavam a sua frente, quando finalmente se aproximou, sentiu-se um intruso entre aqueles dois. Ele sorriu amarelo e disse:

- Nós vamos indo.

- Ok! – disse Shura, levantando-se.

O cavaleiro de capricórnio foi andando na frente, passando reto por Máscara da Morte, que se sentiu terrivelmente abalado com aquela frieza. Saga olhou para Shura e depois para os olhos de Máscara da Morte, e acabou por concluir que aqueles dois não iriam demorar a brigar novamente, isso é, se fossem brigar realmente.

Todos os cavaleiros haviam saído da danceteria com um sorriso largo no rosto. Até mesmo Shura estava com um sorriso visivelmente satisfeito, fazendo Máscara da Morte sentir-se menos pior com tudo aquilo.

- O que achou, Camus? – indaga Aioria.

- Gostei, mas não quero vir novamente! – disse, fazendo altas gargalhadas saírem da garganta dos demais.

- Se dissesse que queria ficar, com certeza iríamos lhe levar ao médico! – disse Aioria.

- Hum! – não disse nada. Será que era tão visível assim seu desgosto?

Milo passou o braço pela cintura de Camus o apertando com força, mostrando seu carinho e que apesar das suas diferenças ele estaria sempre perto de aquário para todo o sempre, como haviam prometido. E os corajosos e festeiros cavaleiros de ouro viajaram na velocidade da luz até o santuário, que estava com as portas abertas às suas esperas.

No santuário. Os cavaleiros de ouro foram subindo as escadas, mas nem todos foram para suas casas direto. Para falar a verdade, apenas Saga foi para sua casa.

Aioria parou na casa de Áries, onde Mu estava tomando um café na cozinha. Ele foi entrando sem dizer nada, dando um susto em seu anfitrião. O ariano quase jogou sua xícara para o alto, ele estava tão distraído que nem percebeu o cosmos do seu companheiro.

- Boa noite, Mu! Ops... Bom dia! – disse.

- Ah! Está bêbado Aioria – comentou desanimado.

- Não, estou um pouco alegre apenas. Estou agitado ainda...

- E vem aqui farrear na minha casa? – indaga, com uma voz carregada de sono.

- Ah! Vamos fazer algo Mu!

- O que?

- Não sei, mas estando com você eu...

Mu arregalou os olhos, esperando ouvir o que ele tanto desejou desde o momento que conhecera aquele cavaleiro tão maravilhoso. Ele colocou a xícara em cima da pia e se desencostou da mesma, andando na sua direção.

- Você? – indagou.

- Eu... Me divirto e...

- E?

- E... Me distraio, e...

- E?

Aioria respirou fundo e olhou para os lados sentindo uma forte tontura. Ele deu um passo para trás e olhou para os lados, não reconhecendo onde estava. Realmente, tinha que admitir que estava muito bêbado.

- AIORIA! – Mu gritou, tentando ouvir as palavras que tanto queria.

- O que foi?

- O que ia me dizer?

- Ah?

- Aioria, você disse... Você... Você... – Mu mordeu seu lábio inferior segurando-se para não dizer as palavras proibidas que estavam em seu coração.

- Ah! Desculpe-me, acho que bebi além da conta, aliás, tínhamos que comemorar a saída que tivemos com o Camus. Boa noite, Mu! – disse, virando-se de costas e começando a andar para fora da cozinha.

O ariano ficou olhando por um tempo para a porta da cozinha, vendo Aioria se afastar cada vez mais e acabando por sumir da sua visão. Logo sentiu o cosmos de leão sair da sua casa zodiacal. O ariano respirou fundo e saiu dali, seria melhor dormir.

Na casa de câncer, podiam-se ouvir duas pessoas conversando alto, mas logo suas vozes foram ficando cada vez mais baixas, para não acordar os outros cavaleiros.

Shura estava morrendo de vontade de se jogar na sua cama e dormir. Mas agora estava sendo segurado pelo cavaleiro de câncer, que mostrava que não iria soltá-lo tão cedo. Os dois estavam na sala daquela casa tão sinistra, na verdade, Shura foi praticamente arrastado para lá.

- Durma comigo – disse Máscara da Morte.

- Não.

- Vamos. Não me diga que está com medo – riu baixinho, num tom provocante.

- Se você está tentando me irritar, parabéns, pois está conseguindo! – disse, puxando seu braço, que estava sendo mantido preso pela mão do outro.

Uma risada alta deixou a garganta de Máscara da Morte, este finalmente soltou aquele braço, fazendo Shura respirar aliviado e virar-se de costas, pronto para sair da casa daquele louco. No entanto, os planos de Máscara da Morte não eram estes, e ele acabou dando uma rasteira no cavaleiro de capricórnio que nem teve como desviar, pois ele mesmo não acreditou no que o outro havia feito.

O corpo de Shura foi facilmente levantando por Máscara da Morte, que já o levava para o seu quarto. Ele foi rápido, pois sabia que Shura iria resistir, e então, antes que capricórnio reclamasse, ele foi jogado na cama.

- Ah! O que você quer agora? Me violentar? – disse, sentando-se na cama.

- Não, sinceramente, não – disse meio chateado, o que surpreendeu Shura, fazendo seu coração ficar mole.

- Máscara da Morte eu... Sinto muito, mas... Eu poderia pensar? – indagou, com a face avermelhada.

Máscara da Morte ficou parado na sua frente com as mãos na cintura, encarando-o nos olhos, vendo como aquele homem poderia ser tão fofo de uma hora para outra. E no final, acabou se surpreendendo por estar respeitando o seu espaço, coisa que ele nunca havia feito com ninguém. Realmente, tinha que admitir que estava apaixonado.

- Pensar? Quer pensar... Pense aqui comigo, hoje! – disse, colocando as mãos em seus ombros, ficando com o rosto colado ao dele.

Shura deixou seu corpo cair para trás e logo pode sentir um peso maior lhe cobrir, ele fechou os olhos amando sentir o cheio daquele corpo, que tanto desejou em seus sonhos.

Com certeza não iria ter tempo para pensar, e já havia percebido isso ao sentir o toque macio dos lábios de câncer na sua pele. Agora sentia aquela saliva quente deslizando por sua pele, que amava e desejava cada vez mais aquele toque.

Máscara da Morte sentou-se no abdome de Shura e ficou a olhar para aqueles olhos esverdeados, aprofundando-se no brilho do seu olhar, indo para um mundo distante, onde ele adorava ficar.

Shura corou levemente ao ver aquele olhar penetrante, ele nunca pensou que seria olhado daquela forma por aquele homem. Seu peito encheu-se de alegria, e acabou sorrindo.

- Adoro seu sorriso... – Máscara da Morte revela, passando o dedo por seus lábios.

- Hum... – sorriu mais ainda, fechando os olhos.

A camisa de Máscara da Morte é jogada longe, revelando seu corpo definido pelos anos duros de treinamento. O cavaleiro de câncer desabotoou sua calça e a retirou num segundo, de uma forma meio desajeitada, fazendo Shura rir baixinho, divertindo-se com seu constrangimento.

As roupas de Shura foram literalmente arrancadas do seu corpo, apenas a sua calça jeans que não se rasgou, indo para o chão junto com sua roupa de baixo. Shura engoliu seco, acabou de aprender que nunca deveria rir de Máscara da Morte, ou ele poderia mostrar se lado mais agressivo.

Os seus lábios foram unidos num forte beijo. A língua de Máscara da Morte serpenteava pela cavidade quente e úmida de Shura que tentava ao máximo abrir sua boca para receber aquele homem tão afobado. Depois de conseguirem acalmar um pouco no beijo, suas línguas começaram a trabalhar juntas e com calma. Os lábios de Shura sugavam os de Máscara da Morte, os sugando vez ou outra, e os mordendo quando tinha oportunidade.

Suas mãos moviam-se no corpo do outro, sentindo todas suas curvas e músculos. Ambos deliciavam-se por sentir o corpo que sempre espionaram discretamente durantes os treinos.

Shura sentiu seu corpo ser virado e logo deu de cara com o colchão, ele olhou para trás vendo que Máscara da Morte lhe lançou um sorriso malicioso. O cavaleiro de capricórnio sentiu um dedo passar na região da sua entrada, ele acabou suando frio, nunca havia ficado com outra pessoa onde ficou sendo o passivo da relação e com certeza, com Máscara da Morte devia ser a mesma coisa.

- Máscara da Morte...

- O que foi? – indagou, continuando a passar aquele dedo por ali. Não via a hora de fazer o que tanto sonhou.

- Eu... Nunca... Nunca... Fiz isso! – revelou, constrangido.

- É virgem? – indagou, surpreso.

- Nesse caso sim...

Máscara da Morte abriu um sorriso tão encantador e radiante que deixou Shura até com medo de dizer que não estava sentindo-se à vontade com isso. O cavaleiro de câncer amou a idéia de saber que ele seria o primeiro a ter aquele corpo.

- Pode deixar que eu irei com cuidado... – disse, voltando sua atenção para seu corpo.

- Hum...

O corpo de Shura foi virado novamente. Máscara da Morte achou melhor deixar o outro atordoado de prazer antes de tentar a penetração, pois ele iria fazer isso naquele momento, mas ao saber dessa "novidade", ele achou melhor esperar, pois não era apenas sexo, queria dar prazer e ficar com ele depois dessa noite.

Os dentes de Máscara da Morte fecharam-se no ombro direito de Shura, que fechou os olhos com força, suportando a dor, soltando apenas um pequeno e abafado gemido. Após deixar as marcas de dente ali, o cavaleiro de câncer começou a descer seu corpo, junto com sua boca, que beijava cada canto daquela pele.

A boca de máscara foi direto naquele membro que estava desperto, ele o segurou com uma mão e passou a língua na sua glande, fazendo Shura abrir mais as pernas e se apoiar nos seus cotovelos, para poder olhar o que o outro fazia. Máscara da Morte ficou olhando em seus olhos, enquanto lambia aquele pedaço de carne, vendo a excitação nos seus olhos. A mão de Shura foi parar atrás da cabeça de Máscara da Morte, enrolando aqueles fios azulados em seus dedos, pedindo silenciosamente que ele continuasse.

Shura viu seu membro sumir naquela boca, ele fechou os olhos e jogou a cabeça para trás gemendo baixinho, fazendo os fios dos seus cabelos grudarem em sua testa. Máscara da Morte retirou o membro da sua boca e começou a movimentá-lo em sua mão para cima e para baixo, vendo como saia um pouco de sêmen da sua ponta, então voltou a colocá-lo na boca o chupando lentamente, para depois fazer sua língua sair e deslizar por sua extensão indo até seu saco, dando uma longa lambida para depois chupá-los com força.

Outro gemido escapou da boca de Shura, mas este foi mais alto. Ele afundou sua cabeça no travesseiro com força, e fechou os olhos sentindo todas as sensações correrem por seu corpo. À medida que o tempo passava o prazer crescia. O seu corpo tremia levemente, sentindo um frio correr por sua espinha.

- Ahh! Máscara morte... Eu...

Máscara da Morte sorriu e continuou a masturbá-lo. No final conseguiu o seu objetivo: fazer aquele corpo explodir em prazer. O cavaleiro de câncer ficou a masturbá-lo com a mão, vendo aquele líquido escorrer por sua mão e aos poucos se esvair.

O cavaleiro de câncer puxou Shura pelas mãos, fazendo ele ficar de pé na sua frente. Os braços de câncer se fecham com força na sua cintura e depois com sua boca procura a dele, iniciando outro longo beijo.

O canceriano foi andando abraçado ao corpo do outro, fazendo-o bater contra a parede fria e lisa que ficava ao lado da cama. Shura olhou-o para trás, vendo que não tinha escapatória, e depois encarou aquele olhar felino.

- De pé é mais gostoso... – disse em seu ouvido.

Shura riu baixinho e disse:

- Sentado é melhor.

Máscara da Morte fez um não com a cabeça, discordando da sua idéia. Ele beijou o pescoço do homem em seus braços e disse algumas frases obscenas em seu ouvido, que fez Shura rir, ele já estava acostumado com aquele cavaleiro e não se surpreendeu com que dizia.

Shura foi virado de costas sem resistência alguma. E uma mão deslizou pelo seu dorso causando arrepios no mesmo, até chegar nas suas nádegas as apertando com força, sentindo sua maciez. Um dedo passou pelo vão entre suas nádegas, pressionando sua entrada, invadindo-o com seu dedo.

- Aaah! Eu... – Shura gemeu alto, jogando sua cabeça para trás, e apoiando suas duas mãos na parede.

- Shhhh! Calma... – disse Máscara da Morte, dando um beijo na sua nuca.

O dedo continuou a invadir aquele corpo ainda virgem, até que conseguiu fazê-lo por inteiro. Shura ficou incomodado com tudo aquilo, mas sentiu uma forte pontada de prazer com isso. Aos poucos foi se acostumando com aquele dedo, mas logo mais um começou a invadi-lo, e logo em seguida outro, fazendo a dor intensificar.

Máscara da Morte o preparava pacientemente, não queria machucá-lo de forma alguma. Depois de ver que a passagem estava mais facilitada, Máscara da Morte segura seu membro com uma mão, e com o outro braço, segura a cintura de Shura, puxando-o um pouco para trás.

Um gemido alto é ouvido naquele quarto. As respirações de ambos estavam aceleradas, Shura olhou para trás, vendo que Máscara da Morte sorria maliciosamente para ele. Os olhos de Shura fecharam-se com força ao sentir a primeira estocada, ele virou sua cabeça para frente e abriu mais suas pernas, facilitando a penetração, que corria lenta e dolorosa.

O tórax de Shura batia contra a fria parede do quarto. Seu corpo estava tão quente, que nem mesmo o ar frio que invadia aquele quarto era possível de arrepiá-lo, e também, tinha aquele corpo caloroso junto ao seu.

- Ah! Shura... Como eu queria isso... Como... – disse Máscara da Morte, com a respiração acelerada.

A mão de Máscara da Morte vai até a de Shura a segurando com força, mostrando todo o carinho que aquele homem podia dar no momento. Olhou para aqueles dedos que se entrelaçavam com os seus e sorriu feliz, ao ver que pelo menos não ia ser apenas sexo.

- Está gostando? – indagou Máscara da Morte, em seu ouvido.

- Muito... – revelou.

- Que bom, sabia que ia gostar.

- Conven... cido! – disse, entre um gemido ao receber uma estocada mais forte.

Aos poucos toda a dor sumiu, e o prazer reinava por seus corpos, e seus pensamentos eram voltados para a pessoa que estavam no momento. Nada poderia interrompê-los naquele momento tão intimo e caloroso, e com certeza eles matariam quem ousasse a fazê-lo.

O sexo de Shura é agarrado com força e logo foi sendo masturbado para seu delírio. Agora seu prazer era em dobro, seu corpo estava tenso e arrepiado pelas ondas de prazer que sentia, não iria demorar a que alcançasse seu segundo orgasmo naquela noite. E foi rápido, alguns minutos depois acabou ejaculando na mão do canceriano que sorriu, mordendo seu ombro, deixando uma outra marca de dentes do outro lado.

O corpo de Shura ficou mole e ele foi segurado pelas mãos de Máscara da Morte, que continuou investindo dentro dele, só que mais rápido dessa vez, desejando alcançar seu próprio prazer, que não demoraria muito a chegar. E quando finalmente chegou, ele gemeu alto apertando ainda mais o corpo em seus braços.

Agora os dois estavam satisfeitos. Seus corpos estavam cansados e suas pernas mostravam que não iriam mais agüentar ficarem ali paralisadas. Máscara da Morte tomou uma atitude então, ele pegou Shura o virando de frente e o puxou até a cama, onde o cavaleiro de capricórnio se jogou de barriga para cima.

Os azuis escuros de Máscara da Morte miraram aquele homem tão belo com fascinação e logo em seguida jogou-se ao seu lado, puxando seu rosto na sua direção, pedindo um beijo que logo foi atendido.

- Preciso falar com Afrodite ainda... – disse.

- O que? – não entendeu.

- Bom, eu ainda estou... Er... Estamos juntos.

- O que? Disse que não tinha mais nada! – Shura ficou nervoso, sentando-se na cama, sentindo uma certa dor no seu traseiro.

- Espera! – Máscara da Morte diz, segurando seu braço – não é assim, calma. Eu ia terminar ontem, mas ele fugiu... Prometo que hoje falo com ele.

Shura virou o rosto para o outro lado sentindo-se o maior idiota da face da Terra. Ele sentiu vontade de ir embora, mas aquela mão que o segurava mostrava que ele não iria conseguir sair dali tão facilmente.

- Promete? – indagou, com um olhar chateado.

- Sim – disse, o puxando para baixo novamente, fazendo-o se deitar.

- E o que vai acontecer com ele?

- Não sei... Por que?

- Nada...

Máscara da Morte puxou seu rosto e ficou olhando em seus olhos.

- Por acaso quer ele aqui no meio também?

Shura estranhou a pergunta, ele olhou bem para aqueles olhos que mostravam não estarem brincando. Então disse:

- Não, não quero.

- Era o que pensei. Bom, vamos dormir! – disse, com um sorriso enigmático.

O corpo de Shura foi abraçado. Ele olhou para Máscara da Morte, que estava com os olhos fechados, então resolveu dormir também, mas aquele sorriso enigmático não saia da sua cabeça. O que será que ele queria dizer com aquela pergunta?

Já na sua casa zodiacal, Aioria se joga no chão do seu quarto e fica olhando para o teto, sentindo-se muito sozinho naquele lugar. Ele fechou os olhos, lembrando-se da voz e do sorriso do seu querido irmão.

- Aioros... Como queria você aqui comigo. E imaginar que você sempre esteve certo. Perdão irmão... Também não posso odiar os outros cavaleiros de ouro, que são meus amigos. Não posso... Eu não consigo, por mais que eu tente. Maldição!

Uma lágrima fria e solitária escorre pela face avermelhada de leão, que resolveu jogar-se na sua cama e dormir, pois se fosse ficar pensando em seu irmão, acabaria se lamentando mais ainda.

- "Devo dormir e esquecer... Amanhã os cavaleiros de bronze virão aqui, vou ter que falar com eles... Principalmente com Seiya, que pediu para eu treiná-lo" – pensou, fechando os olhos, fazendo o sono levá-lo.

"O presente é a sombra que se move separando o ontem do amanhã. Nela repousa a esperança".
(Frank Lloyd Wright)


Continua...

O que acharam desse capítulo? Poderia receber comentários do que estão achando, isso irá me ajudar muito. Eu estou modificando a história a minha maneira, dando uma explicação para as coisas. Não houve mortes na batalha das doze casas, e o Saga não era o grande mestre. Vamos imaginar que ele era um cavaleiro qualquer defendendo sua casa e Seiya conseguiu passar por ela o derrotando.

O que acharam do lemon de shura e máscara da morte? Eu gosto muito desse casal, e não o vejo muito. Eles se gostam de mais. Mas o que será que aconteceu para não se olharem mais? E onde o Afrodite entra nessa história?

Os cavaleiros de ouro estão liberados para sair do santuário por ordem de Athena, desde que fiquem alguns lá para proteger o santuário. E parece que o Camus já mostrou que gostou de sair, mas não num lugar tão barulhento!

No próximo capítulo irei mostrar Milo e Camus. É claro, pois não chegamos até a casa de escorpião ainda. E também quero mostrar os outros cavaleiros.

Espero comentários desse capítulo. E muito obrigada a todos que comentaram.

Quem quer entender melhor essa fanfiction, leia minha fanfiction: "Na Vida E Na Morte", que mostra mais ou menos o que aconteceu. No entanto, não é uma continuação completa da fanfiction, então não prestem muita atenção nisso, só quem quiser ler realmente. Não fará muita diferença. Link: http/ fanfiction Darklemon).

Dedico esse capítulo a minha amiga Ushi, que teve uma participação especial na história também.

Ah! E obrigada por lerem.

Visitem: http/geocities. h.