Toque Proibido

Capítulo 07

Desespero

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"O amor é uma flor delicada, mas é preciso ter a coragem
de ir colhê-la à beira de um precipício."

(Sthendal)

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No Presente

"Dói tanto machucar você."

Aioria olhava para os lados com um certo desespero e ansiedades. Ele não conseguia ver outra coisa a não ser aquela neve fofa e fria que cobria toda a Asgard.

Ele estava parado na frente de uma grande janela de vidro, que estava toda riscada pelas incontáveis vezes que os galhos das árvores bateram nelas. Logo à frente naquele jardim de rosas congeladas, havia uma grande estátua de mármore, onde o gelo seco a revestia.

O palácio era frio e silencioso, diferente do clima do santuário. Os guerreiros deuses tinham um olhar amigável, no entanto, eram desconfiados e raramente deixavam Hilda sozinha. Entretanto, era uma atitude normal, pois todos fariam o mesmo por Athena.

A atenção de Aioria se desviou para Camus, que estava parado na frente da estátua, olhando-a. Ele ficou olhando para o francês, até que saiu correndo, a fim de encontrá-lo, pois queria conversar com Camus. Não havia conseguido fazê-lo desde que chegara.

Quando saiu do castelo, o vento frio atingiu Aioria, fazendo-o abraçar-se rapidamente para repelir o frio, em vão. No entanto, não se deixou ser vencido, ele caminhou contra o vento, até que finalmente aproximou-se do francês, que virou para olhá-lo.

- Camus.

- Seria melhor que você entrasse – disse secamente, vendo que os lábios de Aioria estavam ficando roxos.

- Vem comigo, precisamos conversar – disse.

- Já disse tudo Aioria.

- Por favor, Camus – pediu, suplicante, pois ele mesmo não agüentava mais ficar ali.

- Tudo bem – concordou, vendo que Aioria iria ficar péssimo mais tarde, caso continuasse ali.

Os dois caminharam para dentro do castelo. Aioria agradeceu quando finalmente foi protegido pelas paredes do imenso palácio. Ele esfregou suas mãos entre elas mesmas para depois encarar Camus, que estava com os braços cruzados, numa cara de enterro.

- Como você agüenta esse frio? – indagou.

- Eu gosto.

- Não é melhor que o calor da Grécia! – disse, com um sorriso animador, mas ele logo morreu em seu rosto, ao ver que Camus apenas o fuzilou com os olhos.

- O Milo... estava louco para saber onde você estava. Quero ver a cara dele quando descobrir que você está aqui.

Camus não disse nada. Ele ficou a olhar para leão, que começava a falar sem parar.

- Vamos Camus, vamos voltar! – disse novamente.

- Não.

- Por que?

- Porque não quero.

Aioria irritou-se. Ele caminhou até o francês e fechou suas mãos em seus ombros, apertando sua pele, com uma certa raiva. Depois, deu um forte tranco no seu corpo, fazendo Camus se assustar.

- Está louco, Aioria?

- Sim, você está me deixando louco. Agora pára com essa indiferença irritante e fale comigo decentemente.

Camus tentou se soltar, mas não conseguiu. A força e a perseverança de Aioria superavam qualquer tentativa de fuga.

No santuário. A noite estava chegando finalmente, mas o dia ainda continuava bastante quente.

Na casa de capricórnio, Shura estava jogado em sua cama ouvindo música clássica.

- "Todos pensam que eu tinha um caso com Afrodite antes de ir aquele inferno. Está certo que eu o olhava com interesse e conversávamos bastante, até... quase rolou algo. Ah! Que nojo, mas ninguém sabe que não tivemos nada" – pensava – "agora, quem ia imaginar que eu tinha algo com Máscara da Morte? Ninguém. Apenas Saga e Camus sabem, ah... e Shion também".

Shura revirou-se na cama, tentando achar uma posição confortável, mas não conseguia ficar bem consigo mesmo. Seu coração estava destruído, e se amaldiçoava por ainda ter sentimentos por Máscara da Morte.

Em um estalo, Shura levanta-se da cama e vai até eu armário. Ele fica olhando para suas roupas e coloca uma calça larga de moletom preto, que tinha duas listras brancas em cada lado, e por cima, colocou uma regata lisa preta.

Sem demorar muito saiu do quarto, deixando o som ligado. Ele desceu as escadarias rapidamente, evitando passar pelas casas de seus vizinhos, até que finalmente chegou no último degrau de Áries.

Ele foi andando rapidamente, sentindo a brisa fresca atingir seu corpo. No momento, queria ir para um lugar calmo que não fosse seu próprio quarto. E finalmente chegou, num lugar onde ele amava ir quando precisava de um tempo para ele mesmo.

O ambiente a sua volta era bem mais saudável que aquele quarto escuro e sem alegria. Havia árvores verdes e cheias de folhas, e um gramado verde que estava um pouco alto, batendo no meio de suas canelas. Ele foi caminhando lentamente, até chegar perto de um pequeno riacho.

O seu corpo foi jogado no chão, afundando-se no gramado, sentindo o mato contra sua pele, que logo começou a coçar, mas ele não se moveu, parecia estar anestesiado.

Um tempo se passou. Ele estava com os olhos fechados, resistindo ao sono que tentava levá-lo, quando ouve um som de passos. Ele se sentou rapidamente e olhou para trás.

- O que você faz aqui? – indagou, irritado, sentindo seu corpo ficar tenso.

- Queria falar com você.

- Não. Some.

- Por favor... – pediu Máscara da Morte.

- Eu te odeio, sabia? Se você se aproximar, eu quebro qualquer regra desse santuário e te mato, ouviu? Eu te mato!

"Queria mesmo saber, se eu conseguiria matá-lo além de tudo..."

Máscara da Morte parou um instante, olhando para aqueles olhos carregados de raiva. Ele respirou fundo e andou para o outro lado, não se afastando muito.

- Todos acham que Afrodite e você tinham um caso e brigaram por minha culpa – comentou.

- São uns idiotas. Mas acertaram em algo... – disse, chamando a atenção de Máscara da Morte – a culpa é sua mesmo.

- Olha... Eu não te amava, e nunca disse que amava. Aquilo foi jogo sujo, eu me importo com você! – disse, mantendo o controle de sua voz.

"Como queria que percebesse o quanto eu mudei por sua causa, o quanto gosto de você... Que agora, eu acho que até sei amar"

Shura riu alto, numa risada desesperada e carregada de tristeza. Ela chegava a ferir aos ouvidos de quem a escutasse.

- Sim, claro. Se você realmente se importasse, teria ficado apenas comigo.

- Eu fui tolo, sabe disso. Sabe que eu o queria. Tínhamos algo antes de irmos para lá, você sabe!

- Não, eu não sei. Agora, vá embora.

- Me perdoa – pediu baixinho.

Shura que já estava de pé, olhou para Máscara da Morte, incrédulo com aquelas palavras.

- Acha fácil passar pelo que passei? Não estou dizendo do que Afrodite fez comigo. Estou falando dos dias que você ficou me trocando por ele, dos dias em que você pedia para ele participar também, dos dias que eu dava toda minha atenção para você e você... e você apenas descartava!

Máscara da Morte moveu-se rapidamente, ficando de frente para Shura, ignorando aquele olhar assassino que estava recebendo. Ele fez a menção de tocar em sua mão, mas Shura deu um passo para trás, temendo-o.

"Ainda tremo só de pensar nos seus toques."

- Ainda sente o mesmo por mim, e eu sinto ainda mais por você. Por que não pára e nos deixa ser feliz? – indagou, o que ele estava pensando há tempos.

- Cretino! Como você pode ser tão egoísta?

- Eu não sei, mas você me ensinou a gostar de alguém sem ser eu mesmo! – disse, um pouco pensativo.

- Nossa, que gratificante ouvir isso – disse, sentindo seu coração bater mais rápido, gostando de ouvir aquela declaração.

- Shura, eu te amo.

- NÃO DIGA ISSO! – gritou, irritado.

"Dói tanto ser ferido por você."

- Mas é a verdade! – murmurou baixinho.

"Dói tanto você não acreditar em mim."

A mão de Shura fechou-se com força e golpeou numa velocidade extraordinária o rosto de Máscara da Morte, fazendo-o voar um metro para trás. Depois ele avançou na sua direção, chutando-o com força nas costelas, impedindo-o de se levantar.

Máscara da Morte pensou em reagir, mas um pensamento cruza sua vontade animal de se defender, deixando Shura continuar a abatê-lo.

- "Eu mereço... mereço tudo isso dele".

O braço onde continha a Excalibur foi levantado, chamando a atenção de Máscara da Morte, que apenas fechou os olhos, conformando-se com seu destino.

- PAREM COM ISSO!

Os dois olham para o lado, vendo Aioros e Kanon se aproximando. Shura deu um passo para trás, quando Aioros veio na sua direção, agarrando seu braço e abaixando-o.

- O que fazem aqui? – indagou Shura, contrariado.

- Os seguimos! Sabem que não podem lutar entre si! – disse Kanon, levantando Máscara da Morte, num único puxão, assustando-se com seu estado deplorável.

Os quatro ficaram se olhando, até Aioros virar-se para Shura, que tinha um olhar decrescente.

- Agora eu me irritei. Uma hora é o Camus, outra é o Saga, e agora são vocês dois! – disse – tratem de resolverem suas diferenças logo.

- Eu não quero mais olhar para cara dele. Por que não fala para ele parar de me seguir! – disse irritado, apontando para Máscara da Morte, que se apoiava nos seus joelhos.

- Pode me matar se quiser, eu não me importarei se for por suas mãos – disse Máscara da Morte, chamando a atenção dos dois.

Shura ficou assustado, mas logo sorriu de canto, dizendo alto:

- Ah! Pode deixar, vem aqui que eu faço isso!

- Não, ninguém vai fazer mais nada! – disse Kanon, ficando no meio daqueles dois cavaleiros.

Um segundo de silêncio e Aioros tornou a falar.

- O que aconteceu com o Camus, em primeiro lugar, Shura?

- O Camus? O que tem haver o Camus?

- Diga. Vocês não são amigos? – interrompeu Kanon.

Shura ficou um tempo em silêncio, e disse:

- Ele nos pediu para não falar.

- Por Athena, vocês viram o estado do Milo? – indagou Aioros, perplexo – isso não é prova de amizade, Shura. Agora nos conte.

Shura ficou em silêncio, analisando suas palavras. E no fim viu que Aioros tinha razão. Camus sempre o ajudou a resolver seus problemas e tinha um bom coração, e agora era hora de ajudá-lo também.

- O Camus... foi... eu acho que mais que isso, mas... ele foi – Shura começou a falar, mas não encontrava palavras para explicar.

- Ele foi o que, inferno? Que raiva, diz logo! – disse Aioros, impaciente.

- Ele foi... Bom. Radamanthys se encantou por Camus, acho que até se apaixonou por ele, pelo jeito que ele o tratava, mas Camus não o aceitava, então ele o violentava naquele lugar. Aquele maldito! – disse, demonstrando raiva em sua voz – lembro-me do dia que Camus veio falar comigo. Ele estava desesperado, e só pensava no Milo.

- Ele pensava no Milo? Então ele não tem nada com o Saga, não?

- Não – disse, achando estranho à pergunta - O Saga que mostra interesse, mas o Camus o via como amigo. Tenho certeza disso. No entanto, Camus deve estar escondendo algo mais, pois teve uma época que ele só falava no Milo, que não podia mais vê-lo. E eu não sei o porquê – disse finalmente, ficando um pouco pensativo – eu tenho pena dele!

- FINALMENTE! – gritou Kanon, assustando todos – agora sai daí Milo!

Os quatro olham para escorpião que estava atrás de uma árvore. Ele estava se aproximando com passos rápidos na direção de Shura que arregalou os olhos, assustando-se com aquele plano.

- Foi difícil convencer o Milo para vir aqui, mas conseguimos! – disse Aioros vitorioso.

Milo agarrou Shura pela regata e começou a fazer um monte de perguntas, deixando todos ali atordoados, pois escorpião parecia estar fora de si.

- Calma Milo! – pediu Kanon, segurando-o.

- Ele o machucou? O que mais ele fez com ele? O que mais? Ele chorou? Diga... diga! – pedia desesperadamente, sem conter sua força, jogando Shura no chão e empurrando Kanon para longe.

Máscara da Morte se afastou deles, chamando a atenção de Shura que o viu indo embora. Ele sentiu vontade de sair correndo e de se trancar em seu quarto novamente, para se amaldiçoar por ainda sentir algo por aquele homem.

Kanon percebendo a expressão facial de Shura vai até ele, ajudando-o a se levantar, enquanto Aioros tentava controlar Milo, que parecia que iria explodir a qualquer instante.

- Vamos. Eu o acompanho até sua casa – disse Kanon, baixinho.

- Não precisa.

- Eu faço questão.

Shura sorriu de canto, com gratidão, sentindo sua garganta doer levemente pelo o choro que continha. Kanon, percebendo isso, o puxou rapidamente para fora dali, dizendo:

- Eu vou levá-lo, amor. Depois eu passo na sua casa.

- Tudo bem – disse Aioros.

Milo jogou-se no chão com as mãos no rosto, sentindo seu peito doer de tanto ódio que estava sentindo. Aioros sentou-se ao seu lado e passou seu braço por seus ombros, até que Milo acabou deitando em seu colo.

Os dedos de Aioros enroscavam-se nos fios azulados de Milo, numa pequena brincadeira, sentindo sua maciez. E Milo por sua vez molhava a calça de Aioros com suas lágrimas.

- Ele podia ter me dito – disse baixinho, em meio a um soluço.

- Mas ele achou que não devia – disse, tentando ver o lado de Camus – ele sentiu medo.

- Mas... eu não iria fazer nada contra ele! Nada! Eu o amo...

- Eu sei, Milo – disse, fazendo um carinho mais forte – mas eu imagino o que Camus pensou. Ele deve ter ficado com medo do que você pudesse fazer.

- Eu vou matar aquele maldito! Vou descer até...

- Não – interrompeu Aioros – era isso que Camus não queria. Por que você não vai até ele e diz tudo? Diga que ele não precisa mais se preocupar e que vocês podem ficar juntos agora!

Milo ficou um tempo em silêncio, lembrando-se do rosto do francês, perdendo-se no brilho dos seus olhos, sentindo vontade de vê-lo novamente, esquecendo-se da raiva que sentia anteriormente, para dar olhos a um sentimento mais forte: saudade.

- Onde ele está?

- Não sabemos. Mas o grande mestre sabe.

- Ele tem que me dizer! – disse, levantando-se rapidamente.

Milo saiu correndo de repente, fazendo Aioros se levantar e correr atrás dele. Escorpião estava numa velocidade onde Aioros não conseguia mais acompanhá-lo, mas felizmente sabia para onde ele iria, e logo se dirigiu para o salão do grande mestre.

Quando ambos entraram, Milo começou a chamá-lo com voz alta. E Shion acabou aparecendo no salão, com os olhos vermelhos de sono.

- O que foi? – indagou, sonolento.

- O Camus. Aonde ele foi? – indagou, quase avançando.

- Eu disse que não iria dizer, apesar de que você descobrirá logo – disse, bocejando.

- Não! Por favor, eu já sei o que aconteceu com ele. Não tem motivo para ele ficar longe de mim!

Shion parou um pouco para pensar e analisou a situação.

- Como soube?

- Shura me contou – disse rapidamente.

- É verdade – disse Aioros, reforçando.

- Shura sabia o que aconteceu?

- Sim – os dois disseram em uníssono.

- Mas Camus disse que não contou a ninguém! – disse.

Milo e Aioros se olharam desconfiados não entendendo o que o mestre dizia.

- Ele foi violentado – disse Milo, não gostando das suas palavras.

- Ah! É isso que vocês sabem – disse Shion, bocejando lentamente, ignorando o olhar nervoso de Milo.

- Como assim? Tem mais coisa? O que é? Diga... – pediu suplicante.

- Não! E também não vou dizer onde ele está – disse impaciente – agora vão embora.

- Mestre... – Aioros o chamou – por favor. Não podemos mais ficar assim!

Shion sentiu vontade de falar, mas conteve-se. Ele não podia interferir na decisão de Camus e sabia que se Milo descobrisse, os dois iriam sofrer mais do que já estavam; e sabia que Milo iria atrás de Radamanthys, mesmo que a própria deusa pedisse para ele ficar.

Milo sentiu vontade de pular no pescoço de Shion. Seus olhos estavam injetados de ódio, e não entendia o motivo de ninguém ajudá-lo, de ninguém tentar compreender sua dor. E percebendo a situação de escorpião, Aioros o puxou pelo braço.

- Vamos. Nós descobriremos depois – disse, olhando com uma certa raiva para Shion.

Quando os dois saíram do templo, Shion olhou para trás vendo que Dohko estava encostado em um dos pilares. Seus olhos eram de um verde incandescente, e seu tórax estava desnudo, mostrando toda sua juventude e beleza.

- Por que você não disse? – indagou.

- Dohko, eu já te disse.

- Acho que o Camus está segurando a barra sozinho. E querendo ou não, a vida de Camus diz respeito à vida de Milo, e vice versa.

- Eu concordo – disse, abaixando a cabeça, entristecido – queria poder protegê-los lá, mas não me deixaram perto deles.

Dohko foi se aproximando lentamente, até que seus braços entrelaçaram a cintura do mestre, puxando-o em sua direção, dando-lhe um carinhoso abraço que foi muito bem recebido. Sua mão direita subiu e tocou em seu rosto, vendo a expressão entristecida de seu eterno namorado.

- Você não podia ter feito nada. E todos sabemos que faria se pudesse. Mas Shion, agora você pode fazer tudo!

- Não, eu não posso. Acha que dizer onde Camus está é a resposta?

- Acho! Se eu fosse Milo, eu te espancaria até dizer onde ele está. E depois, iria atrás dele.

- E depois... você iria sofrer com a descoberta – disse- você sabe que eles nem podem se tocar, não é?

Dohko refletiu um pouco e disse:

- Sim. Mas preferiria ter você ao meu lado mesmo assim.

- Chega, não agüento mais esse assunto! – disse, rapidamente.

Um sorriso desenhou-se no rosto de Dohko, ele abraçou o corpo de Shion com mais força e logo o soltou dando um beijo carinhoso em sua bochecha que logo ficou rosada.

- Vem, vamos dormir. Você está com uma cara péssima.

- Hum...

Shion deixou-se ser levado por aquele homem, que parecia um pequeno adolescente, mas que era tão velho quanto ele.

Na casa de escorpião.

Milo estava jogando tudo que via pela frente no chão, acordando a casa inteira, fazendo alguns empregados virem correndo para ver o que acontecia, mas Aioros tratou de despachar todos para a cama de novo.

O quarto de Milo ficou uma zona em apenas alguns minutos. Sua cama estava virada ao contrário, ficando com os pés para cima, e toda a sua mobília estava fora do lugar, junto com os objetos quebrados, que agora estavam espalhados pelo chão.

- Pára Milo! – gritou Aioros, segurando-o, tentando impedir que ele socasse a parede novamente.

- Ah! Camus me perdoa, me perdoa... – falava sozinho, enquanto deixava-se ser abraçado por Aioros. Os dois foram abaixando-se até sentarem-se no chão.

- Vamos achá-lo, logo, logo. Se acalme.

- Eu tenho que pedir perdão. Eu tenho! – disse, desesperado – quando eu o vê-lo... eu... vou beijá-lo tanto!

- Sim – Aioria sorriu – vocês vão sim! Com certeza, pois vocês se amam muito.

- Sim. Não vejo a hora de ter o corpo dele junto ao meu novamente... não vejo a hora.

Aioros ficou em silêncio ouvindo os desejos de Milo. Ele até se envergonhou um pouco com tudo que escorpião dizia, mas não disse nada, ficando ali, confortando-o.

- "Sim, Milo. Você fará tudo isso, agora eu irei procurá-lo com você". – pensou Aioros.

No dia seguinte, no santuário. Milo e Aioros estavam jogados no chão da casa de escorpião, ambos dormiam profundamente apesar do desconforto, quando a porta do quarto foi aberta, num estrondo.

Aioros sentou-se de repente olhando para a porta, que não estava conseguindo ser aberta por inteira, pois havia uma cadeira bloqueando a passagem. Ele vai engatinhando até a cadeira, retirando-a do lugar.

- Nossa! O que aconteceu aqui? – indagou Kanon, entrando no quarto.

- O Milo estava um pouco irritado – comentou, levantando-se, e olhando para escorpião, que estava começando a acordar.

- "Um pouco irritado"? – riu alto.

- É! – riu baixinho.

- E o que descobriram? – indagou, entrando no quarto, indo até janela para abri-la.

- Nada – disse – Shion não nos contou nada. Parece que tem algo mais, mas não sei o que é.

- Eu vou achá-lo!

Kanon e Aioros olharam para Milo que já estava de pé, com um brilho indescritível nos olhos, algo que faltava nele há muito tempo. Era um misto de ansiedade e determinação.

- Nós o ajudaremos – disse Aioros.

- Obrigado, pessoal – disse, entusiasmado.

Aioros virou-se para Kanon e perguntou:

- E Shura?

- Mal, muito mal.

- Desabafou com você?

- Por incrível que pareça sim! E tem cada coisa... – disse, baixinho, olhando para os lados.

Aioros arregalou os olhos e sorriu.

- Parece o o maior fofoqueiro do pedaço.

- Mas você nem sabe a metade. Tudo que pensávamos estava errado, e tudo é pior que... nossa! Depois te conto.

- Hum, ok! Mas, eu acho melhor você ir para sua casa tomar um banho... – disse – olhando para o estado de Kanon.

- Estou tão acabado assim? – indagou, desanimado.

- Sim – disse, aproximando-se – mas ainda sim continua lindo! – concluiu, beijando seus lábios, demorando-se um pouco.

Milo tossiu levemente interrompendo o casal, que o olhou. Milo parecia uma criança no seu primeiro dia de aula, ele estava gesticulando que nem um louco e seus olhos brilhavam tanto que chegava a cegar. Sem contar que ele ficava falando baixinho "Camus, Camus", sem parar, fazendo o casal ficar preocupado.

- Precisamos da ajuda de Shaka, Aioros – disse Kanon.

- Sim. Fale com ele.

- Tudo bem, eu vou indo – disse, dando outro beijo no sagitariano.

Kanon saiu do quarto e Milo logo agarrou o braço de Aioros, dizendo um monte de coisas. Aioros teve que se esforçar para entender tudo que ele dizia e tentar argumentar, pois escorpião mudava de repente de assunto, mas tudo tinha um único foco: Camus.

O geminiano saiu da casa de escorpião e olhou para cima, visualizando a casa de capricórnio, sentindo-se mal com tudo que Shura havia lhe contado. Ele mesmo estava sentindo um ódio mortal de Afrodite e Máscara da Morte, e agora entendera o motivo de ele não falar com nenhum dos dois.

Ele foi descendo lentamente, pensando no terror que havia se espalhado pelo coração de Camus, Saga, Afrodite, Máscara da Morte e Shura. O inferno havia lhes afetado tanto que agora nenhum deles conseguia viver normalmente. Suas mentes estavam no desespero.

Chegando na casa de virgem, Kanon encontra Shaka sentado no parapeito da sua janela, olhando para o céu acinzentado. Logo iria chover, e bastante. No entanto, o dia continuava bastante quente.

- Bom dia, Shaka – cumprimenta Kanon, aproximando-se.

- Bom dia – sorriu levemente.

- Shaka, nós precisamos de um favor seu!

- "Nós"?

- Sim. Descobrimos o que aconteceu com o Camus, ele foi...

- Eu já sei – disse, cortando-o.

- O... O que? Você sabia? E não disse nada? – indagou perplexo.

- Sim. Aliás, são poucos os que não sabem se você prestar atenção.

Um minuto de silêncio e logo em seguida Kanon explodiu.

- Vocês não têm sentimento! Coitado do Milo, esse tempo todo ele ficou agonizando!

- Calma. Eu tinha idéia do que aconteceu, mas não sei ao certo ou os detalhes – disse, tentando acalmá-lo, e conseguiu.

- Bom, não importa. Precisamos que você entre nesse seu mundinho "zen" e descubra onde o Camus está.

Shaka respirou fundo e voltou seu olhar para as nuvens fortemente carregadas. Um vento forte entrou pela a janela, trazendo o cheiro de terra molhada, já estava chovendo em outras regiões.

- Shaka, você irá nos ajudar, não?

- Eu sei onde ele está, e Aioria também.

- Aioria? Como... por que ele não disse?

- Porque ele ainda não voltou ao santuário! – disse, com um leve sorriso no rosto.

Kanon ficou um tempo pensativo e então sua "ficha caiu", ele sorriu de canto e então agradeceu, abaixando levemente sua cabeça.

- Asgard. Ótimo lugar!

- Sim.

- O grande mestre sabia que logo iríamos descobrir – disse Shaka – não sei porque ele não disse antes.

- Bom, eu vou para minha casa. Caso Aioros ou Milo passe por aqui, diga tudo a eles, tudo bem?

- Pode deixar.

- Obrigado, Shaka.

- Hei! Não são apenas vocês que querem ver aqueles dois juntos novamente! – disse, dando uma leve piscada.

Kanon sorriu e virou-se de costas, afastando-se do loiro até que finalmente saiu da casa de virgem, indo direito para gêmeos.

Quando Kanon saiu, Shaka sorriu de canto e olhou para um pilar em especial, onde um par de olhos vermelhos o observava com atenção, até que a criatura se revelou, aproximando-se lentamente.

- Bom dia, Ikki – disse docemente.

- Por que não me acordou? – indagou contrariado, abraçando a cintura do loiro.

- Estava até ressonando. Não tive coragem.

- Devia ter me acordado. Não gosto de ficar sozinho na cama... – disse baixinho.

Shaka se derreteu com aquele comentário carente e meigo. Ele inclinou-se para o lado e deu um beijo nos lábios de fênix, sorrindo logo em seguida, para logo depois cochichar em seu ouvido:

- Me perdoe.

- Hum! Vamos tomar café?

- Um minuto.

- O que está esperando? – indagou, curioso, olhando para o céu acinzentado.

- Milo e Aioria descerem, e não vai demorar muito.

- Para que?

- Milo descobriu o que aconteceu com o Camus e agora quer achá-lo de qualquer jeito.

A surpresa nos olhos de Ikki não pôde ser evitada, ele não achou palavras para perguntar como havia acontecido tudo isso, mas imaginava que escorpião devia estar enlouquecido.

E certamente não demorou nada para Milo estar na presença do casal, junto com Aioros que estava um pouco ofegante por tentar acompanhar o ritmo de Milo.

- Shaka, onde ele está, aonde? – indagou, quase pulando no pescoço do loiro.

Ikki ficou entre Shaka e Milo, temendo que escorpião fizesse algo imprudente e Shaka caísse daquela janela. No entanto, fênix logo foi jogado para o canto por Milo, que agarrou os ombros de Shaka.

- Milo ele...

- Fala, fala!

- Ele...

- Diz logo! Onde? Onde?

- O ca...

- Cadê ele? Eu quero vê-lo!

- Milo se acalme! – gritou Aioros, puxando-o para trás.

Milo soltou Shaka a contragosto, mas sua ansiedade ainda não havia passado. Shaka por sua vez resolveu falar logo ou então não poderia saber o que iria acontecer com ele.

- Ele está em Asgard, Milo – disse finalmente.

- Asgard! Por isso Shion disse que logo iríamos saber. Aioria está lá! – disse, sorridente.

- Asgard! Asgard! Estou indo para lá agora – disse Milo, afastando-se.

- Milo, volta aqui! – Shaka o chamou.

Ikki que estava se recuperando do empurrão que levara, estava se aproximando novamente de Shaka, tomando cuidado para não ficar novamente no caminho de Milo ou então seria jogado longe novamente.

- O que foi? – indagou – fala logo, tenho que ir.

- Milo. O Camus não quer te ver, não adianta você ir desse jeito para lá!

Milo parou de repente, voltando à fria realidade. Ele ficou sério desde então e prestou atenção nas palavras de Shaka.

- Tem razão, mas ele não precisa mais se preocupar, eu não...

- Milo! O problema não é você, não vê? O problema é o Camus! – disse – ele está mal consigo mesmo, ele não suporta vê-lo, ele não quer ficar perto de você!

- Shaka! – Aioros o repreendeu.

- Mas é a verdade. Então antes de ir para lá. Pense um pouco.

O mundo de Milo desabou, junto com todo seu entusiasmo. Ele olhou para os três homens que agora o observavam com atenção e então abaixou a cabeça, exibindo uma face arrasada. Aioros se aproximou, tocando em seu ombro, dizendo:

- Vamos pensar direitinho e eu irei com você.

- Hum.

- Tudo bem?

- Hum.

- Milo!

- Sim... – disse baixinho, sem forças.

- Mas antes, você tem que estar apresentável. Vamos arrumar você, certo?

- Hum.

- Certo?

- Hum.

- Milo!

- Sim...

Aioros puxou Milo de volta para sua casa, tentando conversar com ele, mas agora ele parecia ter se trancafiado em seu mundinho. Escorpião apenas respondia com respostas objetivas, não comentando o que Aioros lhe dizia.

Enquanto isso, Ikki finalmente deixou sua posição de defesa e olhou para Shaka que agora ria baixinho.

- O que foi agora, senhor mais próximo do Deus? – indagou contrariado.

- Foi engraçado como você foi jogado – disse.

- Eu não achei! Pensei que Milo fosse te jogar dessa janela! – exclamou.

- Agradeço a preocupação.

- Hum! – Ikki cruzou os braços contrariando, virando-se de costas para o loiro, que apenas riu com seu jeito envergonhado de sempre.

Shaka finalmente desce do parapeito e abraça Ikki por atrás, colocando seu queixo em cima do seu ombro, aspirando o cheiro forte de fênix. Ele virou sua cabeça para o lado e capturou o lóbulo de sua orelha com a boca, mordendo-a levemente.

- Vem, vou fazer um café especial para você – disse sussurrante.

- Qual o prato principal? – indagou Ikki, maliciosamente.

- Ave de fênix, uma raridade!

- Hum... gostei! – sorriu, deixando-se ser puxado para fora do salão.

Aioros tentava enfiar um pedaço de pão na boca de Milo, mas ele sempre virara a cabeça para o outro lado, fazendo Aioros desistir da idéia.

- Hei, Aioros.

- O que foi?

- Por que o Camus não quer me ver?

- Talvez ele esteja se sentido sujo! – disse, pensativo – envergonhado, derrotado... imagina Milo. Alguém pegar seu corpo, lhe invadir, lhe tomar, lhe tocar... mãos que você não quer... deve ser medonho!

Os punhos de Milo fecharam-se, ele sentia uma vontade assassina que chegava a lhe assustar. Suas unhas cortavam sua pele, fazendo um pouco de sangue sair, manchando sua mão de vermelho.

- Milo... – Aioros murmurou baixinho, vendo o estado do seu amigo.

- Eu o amo, e vou fazer de tudo para que ele não se sinta mais assim... irei dar um banho nele se ele sentir sujo, irei tocá-lo milhões de vezes até apagar as marcas que ele não quer, irei... irei... – soluçou, fazendo algumas lágrimas caírem por seu rosto – eu irei... beijar-lhe até não reste mais fôlego.

Aioros ficou em silêncio, assustando-se com o tamanho daquele sentimento, sentindo-se perdido. Ele até podia sentir o cosmo de Milo envolvendo-se com o seu, mostrando toda a força que ele tinha, todo o medo e a crise que estava se passando por seu peito. A dor de Milo o atingia, deixando-o atordoado, fazendo-o sentir também.

- Vamos amanhã para Asgard, tudo bem? – indagou.

- Por favor, Aioros... por favor, não agüento mais. Mesmo pensando que Camus estava com Saga, mesmo assim... eu o queria.

- Eu sei, eu sei!

De repente, Milo levantou-se assustando Aioros. Ele abriu um sorriso e então disse:

- O Saga! Ele deve saber de tudo!

- Sim! – gritou Aioros, levantando-se também.

Milo saiu correndo, Aioros respirou fundo e correu atrás, tentando acompanhá-lo, até a casa de gêmeos.

Entrando no templo, Milo começou a chamar Saga em voz alta, e ele logo apareceu. O geminiano olhou para o escorpiano estranhando sua visita, mas não temeu.

- O que querem? – indagou.

- O Camus – Milo disse.

- Ah? Ele não está aqui – disse o óbvio.

- Eu sei! Eu quero saber... O que aconteceu com ele? Diga Saga, você sabe!

- Não posso dizer – disse, secamente – Camus pediu para eu...

- Já sabemos, o Shura nos contou – avisou Aioros – mas achamos que tem mais coisa! Diga Saga.

Saga ficou pensativo, não transmitindo nada no seu olhar. Ele parecia uma estátua com uma alma, onde existiam apenas sentimentos não correspondidos.

- Camus foi violentado por Radamanthys, é isso que sei – disse.

- Tem mais alguma coisa, Saga! Diga – gritou Milo, agarrando-o pelo colarinho da camiseta.

- Não sei de nada – disse, mostrando que não estava mentindo.

Aioros puxou Milo de volta, ou então iria ter que apartar uma briga, pois o olhar de Saga não era nada amigável. O escorpiano apenas ficou olhando-o indignado.

- O que você quer com o Camus?

- Milo, se não fosse eu, Camus nunca ficaria com você – disse.

- Eu... eu sei que você nos ajudou, mas não entendo o que quer com ele agora! – disse.

- Milo, eu sempre gostei dele. E queria me livrar dele, pensando que iria... bom, não deu certo – comentou decrescente.

Milo arregalou os olhos, mas logo ficou sério, ficando um pouco pensativo. Ele olhou para Aioros e disse:

- Vamos indo, não tem mais nada aqui.

- Milo... – Saga o chamou.

- Hum? – virou-se para trás.

- Eu nunca vi aqueles olhos tão tristes, quando Camus estava com você, eles... sempre foram diferentes, felizes. Por favor, faça... eles brilharem com antes – pediu, virando-se de costas e afastando-se deles.

- "Que situação complicada!" – pensou Aioros, coçando sua cabeça.

Os dois estavam saindo da casa de gêmeos, quando encontram Seiya no meio do caminho, ele parecia estar ofegante.

- Bom dia! – disse.

- Hum... – Milo e Aioros o olharam com desdém.

- O Saga está? – indagou.

- Sim – disse Aioros, não entendendo – o que quer com ele, ele não parece muito bem.

- Não? O que houve? – indagou, dando algumas piscadas.

- Nada, melhor voltar outra hora – disse, olhando com certa raiva para o garoto.

Seiya sorriu de canto e indagou:

- Como está Aioria?

- Ótimo – disse secamente.

- Mande lembranças. Agora preciso falar com Saga... – disse, entrando no templo, chamando por seu dono.

Aioros ficou um tempo, olhando para pégaso, não entendendo o que ele queria com seu cunhado, mas ele logo voltou sua atenção a Milo, que começava a subir as escadas.

- Aioros...

- Hum?

- O que será que aconteceu com aqueles três?

- Kanon sabe – disse – e pelo visto não foi bom.

- Hum... parece que o inferno ainda está no coração de cada um... até mesmo no de Saga.

- Saga?

- Eu... eu queria brigar com ele, matá-lo na verdade, mas... quando eu olhei para seus olhos eu vi apenas desespero.

- Desespero?

- Eu só vejo isso nos olhos de Camus também. Desespero! De todos...

- Hum, tem razão, Milo. Tem razão – concordou, um pouco pensativo.

E o dia foi passando rapidamente. Milo e Aioros arrumavam suas malas, eles iriam para Asgard de qualquer jeito, mesmo que o grande mestre não permitisse, mas Shion não havia dito absolutamente nada até agora.

No entanto, Shion pensou em impedi-los, mas Dohko apenas o segurou, dizendo que ele não deveria impedir que as coisas acontecessem, e que se o fizesse, ele estaria traindo a seus amigos.

Faltavam algumas horas para que Milo se encontrasse com Aioros para que eles saíssem do santuário. E nesse meio tempo, Milo estava em seu quarto, olhando para uma foto que ele havia tirado com Camus, há alguns anos atrás. Seu dedo escorregou pelo papel, contornando o rosto de Camus, que sorria timidamente.

- "O que acontecerá quando você me ver?" – pensou – "irá correr? Bom, você sempre correu do meu jeito doido, mas... desta vez, eu não estou brincando... desta vez eu irei realmente prendê-lo a mim... para sempre... até a morte."

Momentos mais tarde, Milo pega sua pequena mochila e sai da sua casa, começando a descer a grande escadaria, ignorando o vento frio e molhado. Estava chovendo um pouco, mas nada forte o bastante para molhar suas roupas.

Quando chegou no primeiro degrau da casa de Áries, Milo avistou Aioros e Mu que agora conversavam.

- Milo, vamos! – disse Aioros.

- Sim! – sorriu amarelo.

- Boa sorte, Milo – disse Mu, sorridente.

- Obrigado.

- Bom, eu irei teleportá-los até um ponto favorável, depois, vocês terão que andar um pouco! – disse o ariano.

- É o suficiente, Mu, obrigado! – disse Aioros – e pode deixar, que eu mando lembranças suas para meu irmão! – disse, dando um cutucão no ariano, que ficou com as bochechas vermelhas.

- Ah... eu... eu não disse anda, Aioros – comentou, baixinho.

- Ah! Mas eu sei que quer que eu fale. Vamos, Mu. Eu vou adorar ter um cunhado com você – riu alto, dando um tapa nas suas costas.

Mu ignorou o último comentário e concentrou seu cosmo, preparando-se para mandá-lo a um ponto qualquer em Asgard. E não demorou muito a se ver sozinho ali.

- Boa sorte, Milo... – disse baixinho, olhando para o céu acinzentado.

Os corpos dos dois cavaleiros caíram numa terra fofa e fria, fazendo-os se levantarem rapidamente e olharem para os lados, vendo que o céu estava escuro e sem estrelas. Ao redor deles existia apenas uma névoa fria e obscura.

- Estamos em Asgard, com certeza – comentou Aioros – que frio!

- Sim... como alguém pode viver aqui? – indagou, começando a andar.

Os dois começaram a andar, mas viram que não iriam sair do lugar se continuassem assim, pois suas pernas estavam enterradas na neve, e demorava muito para eles se locomoverem. O vento sempre os empurrava para trás, junto com flocos brancos de neve.

- Aioros...

- Milo... vamos correndo. Usando a velocidade da luz... – comentou – vamos nos cansar, mas... mas... pelo menos não vamos congelar!

- Precisamos guardar energia – comentou Milo.

- Então vamos usar nosso cosmo até achar um lugar bom para nos abrigarmos, isso parece uma tempestade.

- Tudo bem! Vamos.

Seus corpos ficaram um brilho dourado, e eles sumiram de repente de onde estavam, deixando apenas as marcas de seus passos, que logo foram cobertas por uma ventania de neve. Agora, ambos corriam na velocidade da luz, tentando encontrar o castelo de Hilda.

Com a velocidade da luz, eles poderiam dar voltas pela Terra, mas na situação atual, eles queriam ir a um determinado ponto, que ambos não sabiam onde ficava. E também, eles precisariam de algum cosmo para aquecer seus corpos, já que não usavam roupas adequadas, pois eles mesmos não tinham. Sem contar, que havia muitos bárbaros na região, que poderiam atacá-lo, contando com os Guerreiros Deuses de Durval, que não eram nada amistosos.

Uma caverna de gelo pareceu muito convidativa a ambos, que agora estavam acendendo uma fogueira com seus cosmos. E Aioros, encarregou-se de fechar a entrada da caverna com um pouco de neve, para impedir que o vento entrasse.

- Ah! Minhas mãos... parece que vão cair. Eu não as sinto! – comentou Aioros, colocando suas mãos em cima do fogo.

- Aioros! Você está com a mão no fogo! – exclamou Milo.

- Não estou sentindo nada mesmo.

- Tira a mão daí! – disse, rispidamente, puxando a mão de Aioros para si, e colocando suas próprias mãos em cima das dele, concentrando seu cosmo para aquecê-las.

- Obrigado! – disse Aioros, começando a sentir seus dedos novamente.

- Para onde está o castelo? – indagou Milo.

- Sinto o cosmo de Atena... está no norte!

Os dois ficaram conversando por um tempo, esperando a tempestade de neve passar, até que ela finalmente mostrou-se ausente. Eles saíram da caverna de gelo, olhando para os lados, espionando a região.

- Parece mais agradável sem aquela ventania – comentou Aioros.

- Camus... ele dizia que aqui era lindo... – comentou, apontando para um rio congelado.

Os dois pousaram seus olhos no rio, vendo como ele brilhava e refletia a lua cheia que estava encoberta por alguma camada branca, que os impedia de ver o céu azulado descentemente. A neve era brilhante, branca e intocada, não havia impurezas.

- "Azul do céu... da cor dos seus cabelos... e essa neve pálida, lembra-me seu rosto" – pensava Milo.

Aioros interrompeu seus pensamentos, apontando para o norte, que cruzava aquele rio congelado. E Milo assentiu com a cabeça e ambos começaram a caminhar.

No palácio. Camus estava jogado na cama de seu quarto, tentando ler um romance que Shido havia lhe emprestado, mas ele não conseguia se concentrar mais nas palavras.

Ele colocou o livro em cima de seu peito e fechou os olhos, tentando pensar em nada, mas não conseguia. Tudo havia sido um grande trauma, e até agora, as palavras de Radamanthys ecoavam por sua mente.

"Nunca mais... Vocês nunca mais vão se tocar."

De repente, Camus senta-se na cama e vai até a janela, olhando para o céu azulado. Seu coração havia disparado e ele não sabia o motivo. Sua mão tocou o vidro, deixando-o embaçado. Seus olhos estavam começando a se encher de lágrimas, mas nenhuma escorreu, pois ele mesmo estava cansado de chorar.

Os olhos de Camus fecharam-se de repente, e quando os abriu, ele viu dois homens parados no pátio do castelo. Ele deu mais algumas piscadas, mas os dois homens ainda continuavam ali.

- Milo e... Aioros?

Milo e Aioros sorriram. Havia demorado algumas horas, mas finalmente chegaram ao seu destino. Milo ergueu seu olhar e parou em uma janela, vendo que alguém o olhava, e forçando mais sua vista, ele abriu um sorriso sem igual.

- O que foi Milo? – indagou, Aioros.

- Camus...

Aioros olhou para cima e viu que Camus estava parado em frente a uma janela de vidro. Ele ergueu sua mão e acenou para o francês, mas ele não recebeu um aceno de volta. Camus havia sumido da janela.

Enquanto isso, dois guerreiros deuses se aproximavam deles. Eram Shido e Siegfried, e ambos pareciam desconfiados.

- Quem são vocês? – indagou Siegfried.

- Cavaleiros de Atena – disse Aioros, pois Milo parecia ter paralisado.

- Não sabemos de nenhuma visita dos cavaleiros de Atena – disse Shido desconfiado.

Os dois guerreiros os olhavam com desconfiança, preparando-se para interrogá-los, quando Aioria sai correndo do castelo.

- Irmão! Milo!

- São cavaleiros de Atena, Aioria? – indagou Shido.

- Meu irmão, Aioros, cavaleiro de sagitário. E Milo, cavaleiro de escorpião! O que vocês fazem aqui? Aconteceu alguma coisa no santuário? – indagou Aioria.

Aioros sorriu e apertou a mão dos guerreiros deuses que estavam mais tranqüilos. E então ele explicou tudo a eles três. Shido e Siegfried apenas sorriram de canto, pensando na situação do francês, por quem eles pegaram grande simpatia.

- Ah! Milo, por favor, fale com o Camus! Ele está irredutível – disse Aioria.

- Eu vim aqui só para isso. Onde ele está? Eu o vi naquela janela! – disse, apontando para seu lado direito.

- Sim, ali é o quarto dele – comentou Shido.

- Camus parece ser muito triste... talvez você possa animá-lo – comentou Siegfried.

Milo jogou sua mala em cima de Aioros e começou a correr para dentro do castelo, passando reto por Fenrir e Mime, que começaram a correr atrás dele também. No entanto, eles logo pararam ao ouvirem Siegfried dizer que ele não era inimigo e que deveriam deixá-lo ir.

O cosmo de Camus podia ser sentido daquele quarto. Ele subiu uma longa escadaria até que chegou no corredor, ele tocou na porta do quarto e viu que estava trancada.

- Camus! Abra – pediu, batendo.

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Do outro lado, no quarto. Camus estava encostado na porta, sentindo a presença de Milo. Ele tocou na madeira fria e dura, imaginando o corpo de Milo, sentindo seu cheiro pelas frestas.

- "Esse é o máximo que podemos chegar perto" – pensou entristecido.

Camus se afastou um pouco da porta ao ver que Milo começava a socá-la, e não demorou muito para o trinco se quebrar e ele entrar.

- Camus! – sorriu ao vê-lo.

Camus estava usando uma blusa preta de manga comprida, e uma calça larga da mesma cor. Seus cabelos estavam bagunçados, mas ainda assim estava penteado.

- Milo, o que veio fazer aqui? – indagou, tentando manter sua voz firme.

- Vim te buscar – disse, dando um passo na sua direção.

- E quem disse que eu quero ir com você? – indagou, dando um passo para trás, batendo as costas na parede.

- Camus, eu já sei o que aconteceu. Não tenha medo, vamos ficar juntos mesmo assim. Eu não me importo! Eu quero apenas ficar com você, eu te amo! Amo... amo e amo! Você sabe, não é mesmo?

Camus ficou um tempo em silêncio, assustando-se com aquela revelação. Ficou pensando se Shion havia lhe dito, mas só podia ser ele, pois era o único que sabia onde ele estava e também era o único que sabia do seu segredo.

- Sa... sabe de tudo? – indagou, temendo.

- Sim – sorriu – tudo! E eu não posso ficar longe de você.

- Sabe de tudo e quer ficar perto de mim? – indagou sussurrante.

- Sim! Para sempre, até a morte!

- Não se importa com o que vai acontecer com você?

- Não – disse, estranhando a pergunta.

- Seu egoísta! – gritou – acha que eu posso viver com isso?

- Com isso o que? – indagou sem entender.

Camus refletiu um pouco e perguntou:

- O que você sabe?

- Eu sei que... Radamanthys o... bom, ele... você... ele ficou com você! – disse finalmente, não conseguindo explicar.

- Só isso? – indagou.

- Sim! Tem mais?

- Claro que não! Mas você não sabe de uma coisa... – mentiu.

- O que?

- Eu não gosto mais de você. Descobri isso... não quero ficar com você, Milo!

Milo arregalou os olhos, ficando surpreso. E agora? O que ele falaria? Ele se aproximou de Camus, e este fugiu para o outro lado do quarto, assustando Milo, que correu até ele, segurando seus braços com força.

- Me solta, Milo! – gritou desesperado.

Milo sentiu uma leve dor de cabeça, mas continuou a segurá-lo, sentindo a pele lisa e quente do francês, aspirando seu cheiro doce, podendo sentir sua respiração de perto. Então, ele jogou Camus na cama e logo subiu em cima dele, prendendo-o.

- Não. Você está mentindo, Camus! Eu sei quando mente. Você é tão transparente! – gritou.

"É incrível como você sabe tanto de mim. Como sabe quando eu minto ou digo a verdade."

- Sai de cima de mim! – gritou.

- Eu te amo! – disse, inclinando-se para frente, para dar um beijo em Camus, mas ele se remexeu, desviando o objetivo de Milo que era sua boca, para dar um beijo na sua bochecha.

Os lábios de Milo tocaram a pele de Camus. Nesse momento o mundo parou para ele, pois podia sentir Camus novamente em seus braços e isso era tudo para ele. No entanto, seu corpo começou a ficar mole de repente e Camus o empurrou para o lado, fazendo-o cair no chão.

"Dói tanto machucar você."

- Camus, não me deixe – pediu, erguendo as mãos, vendo o rosto aflito do francês.

Um fio de sangue escorreu pelos lábios de Milo, ele não sentiu, mas Camus viu e ficou desesperado. Ele se ajoelhou ao lado de Milo, fazendo a menção de tocá-lo, mas reteve-se, ficando a olhá-lo de longe. Vendo como Milo ficou pálido e vendo que o brilho de seus olhos estava começando a sumir.

- Milo... – o chamou - Resista... Não morra – sussurrou, fazendo algumas lágrimas escorrerem por seu rosto.

Nesse momento, Aioros e Aioria entram no quarto, vendo um Milo desacordado no chão e um Camus impassível ao seu lado. Eles se aproximavam e viram que o francês tinha algumas lágrimas no rosto.

- O que você fez, Camus? – indagou Aioros, tocando em Milo, que estava gelado.

"O que eu fiz? Não consegui protegê-lo... quase o beijei também. Eu não presto. Como sou egoísta."

- Eu disse... não podemos ficar mais juntos – sussurrou.

"Nunca mais... nunca mais... sem nos tocar."

- E por isso você quer matá-lo? Camus, o Milo te ama! Ele quer ficar com você! O que você tem na cabeça? – gritou Aioros, empurrando-o para trás, fazendo Camus bater-se contra a parede e cair sentado no chão.

"Eu também queria. Eu queria voltar no tempo, queria ter dado um último Adeus a Milo, como queria."

Aioros se aproximou e o agarrou pelo colarinho da blusa, e sem conseguir se conter ele acabou golpeando o rosto do francês, vendo que ele não demonstrou absolutamente nada. Cansado, Aioros o jogou no chão.

- Você é um cretino! Que tipo de amor é esse?

"Esse é um amor sincero... tão sincero, que chega a doer."

- Eu não o amo, ninguém entende isso? – disse.

"O amo tanto que abdico de mim mesmo para vê-lo bem."

- Você não presta! – gritou Aioros, dando-lhe um chute.

- Estou pouco ligando para você, Aioros. Não ligo para Milo – disse , sussurrante.

"Na verdade, eu queria abraçá-lo. Obrigado por querer nos ajudar Aioros, eu realmente não presto para proteger a pessoa que eu mais gosto".

- Eu tenho nojo de você! Como pode ignorar o sentimento de Milo? Eu não sei mais se você está assim pelo que Radamanthys lhe fez, ou você realmente não se importa mais com Milo! – comentou, virando Camus de barriga para cima, para ver seu rosto.

- Não me importo. Eu até gostei de Radamanthys, ele foi melhor que Milo! – disse, com um sorriso forçado. E nisso começou a dizer rapidamente, tudo que queria, para afastá-los dele, para que levassem Milo embora.

"Na verdade, cada toque que ele me dava, eu morria aos poucos e para suportar, imaginava que era Milo ali."

- Eu não o quero mais, o leve de volta! – disse.

"Assim é melhor... longe de mim, ele não sofrerá."

- Estou cansado da sua infantilidade!

"Daria tudo para ouvir suas infantilidades de novo, mas não posso mais. Como queria sentir sua respiração junto a minha."

- Suma daqui com ele, e não voltem mais. Que saco! Estou cansado de fingir ser o certinho!

"É tão difícil fingir que não o amo mais. Dói tanto segurar minhas lágrimas por você."

- Só isso que tenho a dizer. Suma, e não me toque mais, Aioros, ou eu te...

"Preferiria que me matasse agora... agradeço amigos como vocês. Quero que cuidem dele para mim, e que Milo saiba, que ninguém poderá amá-lo mais do que eu amo, amei ou amarei."

- Vão embora! – gritou finalmente, depois de desabafar.

Aioria segurou Aioros, antes que ele começasse a bater em Camus novamente. O sagitariano saiu do quarto, tentando esfriar a cabeça, enquanto Aioria carregava Milo para fora do quarto.

- Nunca pensei que era isso realmente, Camus – comentou Aioria – perdão por tomar seu tempo!

- Até que fim percebeu. Agora suma! E nunca mais volte – disse, friamente.

"E protejam Milo por mim..."

Camus ficou sozinho no quarto, ele foi se levantando aos poucos e encostou a porta, colocando uma cadeira para segurá-la. Ele tocou em seu rosto que estava dolorido e foi até um espelho, vendo uma marca vermelha perto do seu olho.

Seus dedos tocaram na marca, sentindo uma leve dor, mas continuou a tocá-la. Até que parou e se olhou no espelho, retirando seus longos cabelos do seu rosto, lembrando-se das palavras de Radamanthys, que eram similares com as de Milo.

"Como gosto de seus cabelos..."

Num acesso de raiva, Camus pega um tesoura e fica olhando para sua ponta fina e cortante, ele puxa uma mecha longa de seu cabelo e então fecha a tesoura nela, fazendo longos fios de cabelos escorregarem pela penteadeira para depois caírem no chão.

Outras mechas foram pegas e logo cortadas, fazendo um manto azul-petróleo cobrir o chão. A sua cabeça não tinha o mesmo volume de cabelos de antes, agora eles estavam curtos, junto a sua nuca. As duas mechas de Camus, que sempre ficavam na frente de seu peito foram cortada até seu ombro. Era a única parte de seu cabelo que restou.

Por incrível que parece, Camus não ficou nenhum pouco feio como ele mesmo queria ficar. Sua franja perdeu um pouco do volume e caiu por seu rosto, cobrindo seus olhos chorosos. As duas mechas compridas, que ficavam lado-a-lado com sua cabeça, agora lhe davam um ar jovial e diferente.

De repente, a porta do quarto se abre novamente, era Aioros, que estava tentando entrar. E quando ele entrou, olhou para Camus, e deu um grito de susto.

- O... O que você fez? – indagou, apontando para sua cabeça.

- Não é óbvio – disse, secamente.

- Está tentando levantar sua auto-estima? Saiba, Camus, ninguém vai querer ficar com alguém como você!

- "Como assim? Ficou bom o corte?" – pensou Camus, incrédulo, olhando-se novamente no espelho.

- Eu só queria dizer uma coisa para você!

- O que é? – indagou curioso.

- Nunca mais chegue perto do...

- Pode deixar! Mas prometa-me que ele também não irá mais chegar perto de mim!

Aioros se surpreendeu e disse:

- Pode deixar, já pretendia fazer isso mesmo.

Aioros ficou olhando para Camus, vendo aquele olhar sem brilho algum, vendo a marca vermelha que estava perto do seu olho por causa do soco. E olhando novamente para o novo penteado, que por incrível que pareça, havia deixado Camus lindo, mas estranho.

Quando Aioros saiu do quarto, Camus ajoelhou-se no chão e pegou os fios de seus cabelos, cheirando-os, lembrando-se das vezes que Milo o agarrava apenas para cheirar suas madeixas. Agora, elas não existiam mais.

"Talvez assim... você não olhe mais para mim."

"Dói tanto magoar você. Dói tanto machucar você. Dói tanto estar longe de você. Dói tanto... tanto... mas... tanto... Milo, dói tanto ter que evitar você."

Camus olhou para a janela com atenção, ele pegou sua armadura e saltou, fugindo na calada da noite, desaparecendo no meio daquela paisagem gelada, sem deixar rastro algum.

"Mesmo que eu suma, saiba que dói muito... fingir não amar você."

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Enquanto isso, Aioros andava até o quarto onde Milo foi depositado, pensando:

- "Realmente, Milo. Nos olhos de Camus, eu só vejo desespero." ·

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"Amor eterno não é aquele que dura para sempre,
mas aquele que foi verdadeiro nos momentos em que foi vivido." ·

(Emily Dickinson)

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Continua...

Acho que no próximo capítulo eu vou decidir as coisas, portanto, eu os aviso que esse romance está para chegar ao seu final. Eu sinceramente fiquei com um nó na garganta nesse capítulo, e o ponto crítico foi quando Camus cortou seus cabelos. O seu cabelo ficou parecido com o do Aya de Weiss Kreuz, hum... ficou lindo mesmo.

Muitos leitores podem reclamar, mas tentem pensar menos na estética e pensar mais nos conflitos internos que rodeiam o coração do francês. E vejam como suas palavras e ações são diferentes de seus pensamentos.

Dois capítulos no máximo (sempre faço capítulo a mais), isso eu espero, para terminar essa novela. Sem contar, que tenho que mexer com alguns personagens, como Shura, Máscara da Morte e Afrodite. Acho que não está caminhando muito bem a situação deles.

Comentários são bem vindos. Claro que eu não recebo muitos comentários, isso é óbvio, pois meus leitores comentam um único capítulo e eu não sei se ficou chato os restantes ou se não leram realmente. Mas caso comentem, saibam que isso me ajuda muito a escrever o próximo capítulo, não fazem idéia, como me satisfaz saber que alguém lê.

Obrigada a todos que me apoiaram até agora, estou grata, sem vocês não conseguiria continuar.

Ah! E obrigada por lerem.

01/03/2006 (não, esse capítulo não é uma mentira!).

Leona-EBM