Título: Por Trás de Olhos Azuis
Autor: Draco Malfoy-Potter

Resumo: Quando Draco recusa a Marca Negra, seu pai o cega. Um certo moreno Grifinório o salva. Slash.
Classificação: Tragedy/Romance, M/R

Tradutora: Paula Lírio
Beta da Tradução: Bela-Chan

Capítulo Nove - Estou Sendo Chamado

Harry,

Primeiro de tudo, me desculpe. Eu não quis dizer que você era só uma brincadeira. Eu te respeito muito. Só fiquei surpreso de você achar que eu te trataria daquela forma.

Queria estar aí para te dizer pessoalmente, mas tenho que sair em alguns minutos. Eu não queria que você me odiasse enquanto eu estivesse longe.

Provavelmente só poderei te encontrar depois que você voltar para Hogwarts. Espero que tudo esteja indo bem com Malfoy e espero que você esteja bem. Nos vemos assim que eu puder.

Com amor,

Oliver

"O que você está fazendo?" Draco perguntou, enquanto saqueava suas compras, separando roupas, livros e outros objetos em pilhas diferentes.

Harry suspirou e dobrou a carta, colocando de volta no envelope. "Lendo a carta de Oliver. Ele foi para a América jogar Quadribol."

Draco fez uma careta e baixou a mão, tocando uma caixa com um par de escuros óculos de sol.

"Parece divertido. Essa é a coisa que mais sentirei falta, além de enxergar, claro. Quadribol era o melhor passatempo. O quê? Você não queria que ele fosse?" Draco perguntou, inocentemente.

"Eu nunca disse que não queria que ele fosse." Harry disse e começou a dobrar as camisas e o jeans que Draco havia usado quando saíram. Ele achava que Draco se sentiria muito mais confortável usando roupas que não fossem tão gastas quanto as dele.

"Ah. Então o que ele fez? Você está chateado com ele, dá pra perceber pelo tom da sua voz."

Harry suspirou e colocou o livro sobre como aprender Braile e alguns outros livros em Braile em cima da mesa.

"Ele disse que gostava de mim."

Se Harry estava esperando uma reação, ficou realmente desapontado. Draco ficou apenas brincando com a caixa dos óculos.

O Grifinório ficou chocado com a falta da resposta de Draco. "Ora, vamos, Draco. Você faz idéia do insulto que isso é?"

Draco levantou as sobrancelhas e deu de ombros. "Não me parece um insulto." O loiro disse suavemente.

Harry sentou do lado de Draco. "Mas é! Eu dediquei tempo demais a ele! O mínimo que ele pode fazer é dizer que me ama! É pedir muito?"

Draco tirou os próprios sapatos e deu de ombros mais uma vez. "É pedir demais se ele não te ama. Você não pode esperar que uma pessoa te diga que ama, sem amar. Não é justo."

"Como você sabe?" Harry falou, num tom amargo demais para o momento. "Você já amou alguém sem ser retribuído?"

Draco passou as mãos pelo cabelo, num gesto nervoso. "Talvez." Ele disse, "Mas posso dizer que aprendi muito sendo o que não é amado de volta. É difícil amar alguém, já que não fui exatamente amado minha vida toda. Oliver pode ser do mesmo jeito, você não sabe."

"Oliver é só um babaca." Harry disse de forma branda, finalmente levantando o humor do ambiente. Draco até sorriu.

"É bem mais provável. Eu não perderia meu tempo com alguém que não se compromete comigo. Deve ter alguém melhor por aí."

Harry tirou os óculos das mãos de Draco e colocou no rosto dele.

"É, bem, vamos ver." Harry murmurou e observou o rosto de Draco. "Os óculos ficam bem em você. Fico feliz que tenha me deixado comprar."

"Você teria comprado de qualquer jeito." Draco disse, passado o dedo pela armação do óculos.

"Provavelmente." Harry respondeu. Houve uma barulheira enorme lá embaixo e Harry gemeu. "Eles voltaram. Vou descer para ajudá-los a arrumar as coisas. Vamos."

Draco saiu da cama e suspirou. "É, eu realmente senti falta dos seus adoráveis amigos. Weasley estava especialmente hospitaleiro. Eu quero muito, muito abraçar ele. Podemos ir logo? Por favor?"

Harry riu alto e segurou a mão do loiro. "Ok, ok. Tenha calma. Eu sei que você sente falta de Ron, mas vocês vão se encontrar daqui a pouco. Me siga."

Draco sorriu e passou a mão pelo suéter, limpando a sujeira inexistente. "Potter, não vamos falar para ninguém da nossa viagem à França, vamos?"

Harry começou a descer as escadas, Draco logo atrás dele. "É. Eu não acho que Ron reagiria bem ao saber que larguei Hermione e ele para sair com a 'doninha'. Além disso, Remus não ficaria muito satisfeito ao saber que saímos, ainda mais com Voldemort atrás de você."

"Ele já sabe que estou com você." Draco disse. "Ele disse que você não poderia me proteger. Ele… ele também disse..."

Harry segurou mais forte a mão de Draco e olhou para ele, esperando que continuasse.

Alguma coisa que Voldemort havia dito estava clareando na mente de Draco. "Ele disse que me cegar era apenas um castigo temporário. E que tudo acabaria se me juntasse a ele. Talvez eu devesse..."

"Não. Nós vamos encontrar uma maneira de cuidar disso sem que você entre para os Comensais." Harry disse, sério. "Falaremos disso mais tarde. Tenho certeza que Snape já começou a preparar algumas poções para te ajudar."

Draco congelou no lugar. "Não! Severus não pode ajudar! Ele é um Comensal! Não me diga que você não sabia disso."

Harry pôs o braço em volta dos ombros do Sonserino e disse, "Snape é espião de Dumbledore. Foi assim que Dumbledore soube que você tinha sido atacado. Eu não gosto dele, mas podemos confiar."

Draco deixou escapar um suspiro de alívio e voltou a caminhar. "Bom. Severus é a única pessoa com quem dá para conversar. É bom que ainda possa confiar nele."

"Boa noite para os dois." Veio a voz de Remus Lupin acompanhado do som de sacolas de compras. "Como foi o dia de vocês? Muito chato?"

Harry riu e Draco respondeu, "Ah, conseguimos nos divertir. Apesar de tudo, é até divertido ter Potter por perto."

Remus olhou de Draco para Harry, que deu de ombros. Remus sorriu e disse. " Já fez lavagem cerebral nele, Harry?"

"Parece que sim." Harry disse e guiou Draco até uma cadeira na mesa de jantar.

Eles ouviram uma discussão e Draco apoiou a cabeça nas mãos. Remus começou a massagear a cabeça e Harry suspirou.

"Não me diga que estou sendo irracional, Hermione! Eu só não vejo razão para todo mundo estar sendo tão gentil com aquele babaca!"

"Ele não é um babaca, Ron. Ele é só um adolescente como eu e você. Ele não tem sido exatamente gentil, mas isso não é motivo para ser cruel com ele! Um erro não conserta o outro, Ron. Eu achei que até alguém tão tapado como você entenderia isso."

"Eu não acredito nessa história de 'Não sou mau, sou legal' dele. Ainda acho que ele é…" Mas Ron se calou, ao ver que ele e Hermione já tinham chegado na sala de jantar onde Remus, Harry e Draco estavam.

Hermione colocou as sacolas na mesa e disse, "Olá. Se divertiram hoje? Tenho que admitir que minha diversão hoje foi um tanto limitada."

Ron corou, mas a pessoa mais afetada pelas palavras dele não pôde ver.

"Ah, comprei um monte de coisas para você, Draco." Hermione continuou. "Eu comprei isso… é como um tocador de discos trouxas. Tem todos os seus livros escolares programados e você pode ouvir sempre que quiser. Achei brilhante."

Draco levantou a cabeça e riu. "Parece mesmo uma boa idéia. Valeu."

"Não foi tudo o que ela comprou para você." Remus falou. "Ela ficou doida. Comprou livros em Braile, alguns romances, uma lição em áudio sobre como aprender Braile e um tipo de bengala falante."

Draco levantou uma sobrancelha e disse, "Bengala falante?"

Hermione sentou-se ao lado dele e deu um muxoxo. "A bengala não fala, você quem fala com ela. E vai ser muito útil para quando voltarmos para Hogwarts. O nome é Desti-Cane e você diz para onde quer ir. Tudo o que tem que fazer é segurar firme. Ela vai te levar pelo caminho mais curto sem que você se bata com alguém." Ela pausou, antes de continuar, "Pelo menos é isso o que o pacote diz. Vai ser útil para quando Harry não estiver por perto para te ajudar."

Draco parecia interessado, e apoiou a cabeça nas mãos. "Provavelmente. Valeu, Hermione.

"De nada."

Remus descarregou suas sacolas, separando as vestes de Draco das de Harry. "Ah, Draco, eu falei com o professor Dumbledore sobre sua situação e ele já tomou a liberdade, depois de falar com Harry, de te dar um quarto só seu." Ele pausou, parecendo hesitante em terminar. "É perto do Salão Comunal da Grifinória. Acredito que ele acha que você estará a salvo lá."

Draco suspirou. "Acho que sim. Ele mencionou alguma coisa sobre uma nova varinha? Não acho que seja seguro que eu vá até a loja do Sr. Olivander para comprar uma."

"Na verdade, Draco, ele mencionou sim. Ele vem falar com você sobre isso em Agosto. O Professor Snape também quer te ver. Dumbledore disse que ele está muito preocupado."

Draco riu e Ron bufou ao imaginar o seboso professor de poções preocupado com alguém.

"Então o Sr. Olivander vai aparecer por aqui com algumas varinhas para Draco experimentar?" Harry perguntou e Remus assentiu.

"Exatamente. Eu dei uma passada na loja e respondi algumas perguntas sobre você, para que ele pudesse escolher algumas para trazer." Remus disse, segurando um bocejo. "Bem, vou escrever uma carta e dormir. Guardem suas. Se eu fosse vocês, iria dormir também, foi um dia cansativo. Boa noite."

Todos desejaram boa noite para Remus, exceto Ron, que levantou, carregando sua sacola e disse, "Estou indo também."

"Bons sonhos, Ron." Draco disse com um tom exageradamente doce e Harry e Hermione tiveram que baixar a cabeça para não mostrarem os sorrisos.

Ron não respondeu.

Quando ele saiu, Harry deu um tapa na nuca de Draco e Hermione riu.

"Draco, você não está facilitando as coisas!" Harry sibilou, tentando não rir.

O sonserino deu de ombros e começou a pegar as sacolas das compras. "Não estava tentando facilitar. Espero que as minhas vestes não estejam na mesma sacola que as de Harry, não quero que elas se misturem."

Hermione girou os olhos e colocou as vestes de Draco dentro de uma sacola, antes de colocar no colo dele. "Elas estão numa sacola só delas. Tenho a sensação de que, quando chegarmos em Hogwarts, as vestes vão se embolar de qualquer forma, então não tem problema colocá-las na mesma sacola."

"Eu não quero minhas vestes tocando as de Draco mesmo." Harry disse e suspirou. "Estou cansado. Acho que vou dormir. Você quer ficar aqui com Hermione ou vem dormir também?"

Draco agarrou as alças das sacolas e sorriu, satisfeito. "Acho que vou com você. Boa noite, Hermione. Harry, eu vou tentar subir as escadas por mim mesmo. Vou gritar de dor o mais alto que puder, se eu precisar de sua ajuda."

"'Noite, Draco." Hermione disse e se levantou, caminhando até seu quarto.

"Obrigada por fazer aquelas coisas por Draco, Mione, eu tenho certeza que vai ser de grande ajuda." Harry disse, carregando o resto das sacolas.

Hermione sorriu e bocejou. "Sem problema, Harry. Ron dificultou as coisas um pouco, mas já que você se importa tanto com Draco, eu fiz com que ele comprasse tudo."

Harry sorriu. "Fico feliz. Acho que me importo mesmo com ele. Mas não diga a Ron, nem a Draco. Ele diz que é hétero."

Hermione girou os olhos. "Sei, e eu sou uma estrela do AbFab.(1)"

"Você sabe que eu sou a única pessoa dessa casa que pode entender isso, né?"

Hermione piscou e disse, "Eu sei."

"HARRY!" Veio um grito um tanto histérico do corredor e Harry girou os olhos.

"Estou sendo chamado. Bons sonhos, Mione."

Hermione sorriu. "Bons sonhos, Harry."

"Potter?"

"O que é, Draco?"

"…Você pode ficar aqui se quiser."

"Eu ia ficar de qualquer jeito."

"Ah."

"Boa noite, Draco."

"Noite."

N/T: Dessa vez demorou. o.o Mas não é necessáriamente culpa minha. Meu niver foi há alguns dias e até hoje comemoram. xD É uma idade importante. xP

(1) - Abfab é de Absolutely Fabulous. Uma série de TV.

Pessoal, suas reviews vão para a autora. Eu traduzo todas! Então, façam uma autora e uma tradutora felizes!