NO HOSPITAL
Carter entra pela porta principal e dirige-se a recepção. O tempo passa e certas coisas nunca mudam... Dá uma olhada ao redor procurando alguém conhecido. Não encontra. A recepção está quase vazia.
Carter olha atrás do balcão e vê um garotinho muito concentrado fazendo um desenho.
Carter – Oi. Você é o novo recepcionista?
O garotinho olha pra ele – Ta maluco? Eu só tenho quatro anos! Volta a desenhar
Carter esboça um sorriso – E onde está o Jerry? O Frank?
O garotinho para de desenhar – O Frank... Saiu dizendo que ia chamar a segurança. Acho que foi atrás da minha mãe.
Carter – Sua mãe trabalha aqui?
Antes que o garotinho possa responder, Carter ouve uma voz conhecida – JOE KOVAC!
O garotinho encolhe-se na cadeiraCarter (espantado) – Você é filho da Abby?
Joe – É... (encolhe-se na cadeira) Olha pra mim se ela ta vindo pra cá.
Carter (sufocando o riso) – Está
Joe – Ta com cara de brava?
Carter – Um pouquinho
Joe (encolhendo-se ainda mais) – To ferrado...
Abby caminha a passos rápidos. Esse menino ainda me mata! Conseguiu fugir da creche de novo! E ainda por cima dando papo pra estranhos.
Abby vai para trás do balcão sem reparar no homem que conversava com Joe – Joe... Fugiu da creche de novo! Estávamos preocupados. Eu tive que deixar um atendimento pra procurar você. Daqui a pouco vão proibir a mim e a seu pai de trazer você pra cá.
Joe (abaixando a cabeça) – Desculpa mãe... É que lá é muito chato. Só tem bebês... Não faço mais.
Abby – Sei que você não faz... Pega Joe no colo. Vamos voltar pra lá.
Joe – Ah não... Deixa eu ficar. Eu fico com meu amigo.
Abby – Amigo? – Só agora ela olha para o homem que está ao seu lado
Carter – Oi Abby.
Abby – John...
Frank entra – Finalmente achei você. Acho que não deu tempo do pequeno destruidor causar nenhum estrago!
Para-médicos chegam empurrando uma maca – Colisão. Dois carros. Sete vitimas. Dois em estado grave.
Abby olha para Joe e para a maca – Frank...
Frank – Nem morto! Não tenho nem idade e nem saúde pra isso!
Carter – Se você quiser, eu fico com ele.
Abby – Tem certeza?...
Entram novos para-médicos com a outra vítimaAbby – Acho que não tenho muita escolha. Não deixe ele sair daí. (Virando-se para Joe) – E você comporte-se! (Volta-se para Carter) – Ele não pode comer chocolate há esta hora!
Carter – Eu não ia oferecer...
Abby (caminhando em direção a vitima) – Eu conheço meu filho... Pode ter certeza que você ia. Ah! (grita) Mantenha ele longe dos prontuários!
Carter observa Abby se afastar com os para-médicos e volta-se para Joe.
Carter – Então... (senta-se ao lado do garoto) Você é o filho da Abby e do Luka.
Joe voltou a desenhar e responde sem levantar os olhos – Sou.
Carter – Onde está seu pai?
Joe – Deve estar com algum doente. Ou então me procurando por aí...
Carter – Você vem pra cá todo dia?
Frank – Ta louco! Eu já teria pedido demissão!
Joe – Não... Só de vez em quando. A professora viajou.
Carter continua conversando com o garotinho que a esta altura já está em seu colo mostrando seus desenhos.
Luka chegaLuka – Joe... Já falamos pra você não incomodar os pacientes.
Carter coloca o garoto no chão – Não posso dizer que eu seja um paciente...
Luka – Carter!
Abraçam-seLuka – Já vi que você conheceu o meu garoto... Viu a mãe dele por aí?
Joe – Ela ta com um doente. Ele tava sangrando horrores.
Luka e Carter sorriem.
Luka – Estava pensando que você ia embora sem ver a gente. (Olha para Carter) – Sinto pela sua mãe.
Carter – Obrigado. Na verdade estou pensando em dar um tempo por aqui. Fazer uns plantões pra ver se ainda levo jeito. Vim falar com a Weaver.
Luka pega Joe no colo – Estou indo tomar um café. Vamos?
Joe – Pai. Compra chocolate?
Luka – Você sabe o que sua mãe fala quando te dou chocolate há essa hora. Depois você não almoça.
Joe – Eu almoço sim. Por favor... É só a gente não contar pra ela.
Luka olha pra Carter que sorri.
Luka – Eu compro, mas é pra depois do almoço.
Joe (desanimado) – Ta bom...
