NO HOSPITAL

Alguns dias depois o PS está fervilhando. Houve um incêndio e muitos feridos foram levados ao County. Abby e Carter estão no depósito de remédios.

Luka chega. Ouve sussurros e risadas. Encontra Carter e Abby pegando medicamentos.

Luka (nervoso) – Posso saber o que está acontecendo?

Abby – Não é obvio? Estamos pegando medicamentos.

Luka – E precisa tanta alegria pra pegar um simples medicamento? (sai da sala, nervoso)

Abby olha pra Carter desconcertada.

Carter – Eu vou falar com ele.

Abby (segura Carter pelo braço) – Não... Ele precisa parar com esse ciúme ridículo e sem fundamento.

CASA DA ABBY E DO LUKA

O plantão transcorreu dentro da normalidade. Mas Abby está chateada e Luka muito nervoso. Em casa os dois mal se falam. Luka perdeu a paciência com Joe e gritou com ele. O garoto ficou assustado, pois isso raramente acontece.

Ambos estão no quarto preparando-se para dormir.

Abby – Se você está chateado, sabe-se lá porque, não desconte no meu filho.

Luka (irônico) – Você tem certeza que não sabe por quê?

Abby – Você está sendo ridículo!

Luka (gritando) – Ridículo! Eu encontro a minha mulher com um sujeito cheia de sorrisos e eu estou sendo ridículo!

Abby – Sujeito? Você está falando do Carter! Meu amigo! Seu amigo!

Luka – Estou vendo o quanto vocês são amigos.

Abby suspira, pega sua camisola e sai do quarto.

Luka – Aonde você vai?

Abby – Vou dormir com o Joe. Se lhe interessa saber não passei muito bem hoje de manhã. Preciso, no mínimo, de uma boa noite de sono.

Luka fica olhando Abby retirar-se.

NO HOSPITAL

Três dias se passaram. Luka e Abby conversam apenas o essencial. Carter sente-se mal de estar causando tanto transtorno. Está vestindo o jaleco. Abby chega.

Abby – Oi...

Carter – Oi... Como estão as coisas? (olha pra Abby. Nota que ela está um pouco pálida).

Abby – Indo... Senta-se. Pra falar a verdade estou com vontade de matar o Luka!

Carter – Eu vou falar com ele. Ele não pode continuar te tratando assim.

Abby – Não. Isso é entre eu e ele

Levanta-se bruscamente e torna-se a sentar. Sua visão falha. Ela está pálida...

Carter preocupado – O que houve? Você está branca como cera. Pega Abby pela mão. Senta-se com ela.

Abby – Não sei... Deve ser uma queda de pressão. Não tenho dormido direito ultimamente. E acordo pior ainda.

Carter – Não seria melhor você ir pra casa? Eu falo com a Kerry...

Abby – Não... Fecha os olhos e respira fundo

Carter – Você está bem?

Abby – Já vai passar.

Carter – Abby. Você sabe que sou seu amigo. Você está me ajudando mais do que qualquer um. Me fale. Há quanto tempo você está grávida?

Abby (espantada) – Como você descobriu? Nem eu tenho certeza...

Carter – Quando se passa tanto tempo clinicando em condições precárias, a gente aprende a detectar essas coisas...

Abby olha pra Carter. Seus olhos estão marejados – Eu não sei... Pra falar a verdade nem sei se estou. Já estava desconfiada há algum tempo. Mas com toda essa confusão acabei me esquecendo.

Carter – O Luka já sabe?

Abby – Não... Faz dias que mal nos falamos (uma lágrima cai de seus olhos)

Carter levanta-se irritado. – Eu vou falar com esse cara! Ele não tem o direito de te tratar desse jeito.

Abby – Não. Se ele não confia em mim ninguém pode fazer nada.

Carter abraça Abby

Abby – Não se preocupe. Vou ficar bem.

Luka dirige-se a sala de descanso. Para quando vê que Abby e Carter estão lá. Estão abraçados. Não consegue ouvir o que conversam, mas percebe que Abby está chorando.

Luka vai em direção à saída do PS.

Morris – Ei Kovac. Dá pra dar uma olhada neste paciente...

Luka não dá atenção e sai do hospital.