N./A.: A ideia deste lemon veio ao ler uma fic de SSeiya em francês, onde a mesma ideia estava presente. "Je te hais comme je te désire" de Myrhil.
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Monte Carlo – (Lemon)
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Mu respirou fundo tentando calmar sua ânsia. A verdade: estava nervoso. Extremamente nervoso. Não saber o que ia acontecer em seguida deixava-o tenso. Seus olhos pousaram-se sobre a imensa janela que dava para uma varanda. O mar era visível a partir daquele local. Abriu a janela. O ruído das ondas era ouvido suavemente enquanto uma pequena brisa marítima chegava até ele. Tirou o casaco pousando-o numa cadeira, arregaçou as mangas da camisa branca e abriu os 2 primeiros botões. Respirou fundo, fechando os olhos.
Se a situação não fosse tão constrangedora, chegaria a ser cómica. Entrara no casino com a postura de um rico mimado cheio de dinheiro; saía de lá como o troféu de um jogo mal sucedido. Tinha virado uma "mercadoria" que foi comprada no dia do consumismo em doses industriais.
O som das ondas acalmava-o. O cheiro marítimo relaxava. Por poucos momentos, sentiu-se sereno.
Até um outro odor menos amigável chegar às suas narinas. O cheiro ligeiro a Boss Bottle, que no início da noite estava mais intenso, indicava a chegada do loiro.
Assustou-se quando sentiu duas mãos quentes o agarrarem pela cintura, o hálito quente falando bem próximo do seu ouvido.
- Estou a ver que está mais calmo… - beijou a zona de trás da orelha de Mu. – óptimo…
Cada músculo do corpo esguio retesou-se com o toque de seu algoz. Sentiu um arrepio percorrer-lhe a espinha de alto a baixo.
Shaka lambia a junção entre o pescoço e o ombro de Mu. A respiração deste tornava-se mais acelerada à medida que sentia as mãos sobre sua camisa subirem. Foi tomado num abraço apertado. Sentia o torso definido do loiro sobre as suas costas. Suspirou… convencido, quanto mais depressa começasse, mais depressa acabava.
Virou-se encarando-o. Os olhos verdes fitaram os azuis com um misto de raiva e desejo. Não podia negar que seu corpo reagia intensamente ao de Shaka; mas o modo arrogante e egocêntrico deste o irritava. Talvez porque chocava justamente com o seu. Poderia até sucumbir ao desejo, mas não deixaria de se debater para tornar a tarefa mais complicada para o loiro.
Sentiu os lábios do outro aproximarem-se. Os beijos começaram no queixo, para depois subirem finalmente chegando aos seus próprios lábios. Fechou os olhos instintivamente. Deixou-se tomar pelas vontades de Shaka. O beijo começou calmo, mas logo aumentou de intensidade.
Shaka e Mu travavam uma luta renhida. Nenhum dos dois daria parte fraca. Nenhum queria ser dominado pelo outro.
Shaka abria lentamente os botões que sobravam da camisa do parceiro. Mu levou as mãos ao local, impedindo-o de continuar, enquanto se debatia pelo espaço na sua boca.
O loiro agarrou com força nas mãos, soltando-se do beijo e olhando-o nos olhos. As atitudes revoltadas do parceiro só o deixavam mais excitado.
A camisa de Mu foi retirada abruptamente e lançada sem grandes preocupações no chão. Toda a atenção do loiro era agora dirigida ao torso nu lambendo-o, explorando cada recanto, fazendo Mu soltar pequenos gemidos contidos.
Mu rasgou a camisa do parceiro com certa urgência, tentando ter mais contacto com a pele do loiro. As respirações ofegantes demonstravam toda a urgência que estavam contendo. Entre beijos e mordidas, chegaram ao quarto.
A cama de casal guinchou quando os dois homens caíram literalmente sobre ela, sem se descolarem um do outro.
Shaka mantinha as mãos de Mu presas ao lado da sua cabeça, enquanto seus lábios moviam-se bruscamente sobre os do parceiro obrigando-o a acompanhá-lo. Sentiu Mu remexer-se sob ele. Estava excitando-o.
Afastou seus lábios do outro sorrindo. Sempre de olhos cravados nos verdes, sentou-se sobre seu abdómen, uma perna de cada lado. Mu respirava descompassadamente.
As orbes azuis de Shaka vagueavam pelo quarto procurando por algo. Mu olhava insistentemente para o homem sobre si, perguntando-se o que ele procurava. Viu-o debruçar-se sobre o criado mudo e abrir a gaveta calmamente. Observou, espantado, ser retirado um lenço vermelho do seu interior.
- Mas o que p…- manifestou-se tentando levantar-se. Não estava fácil erguer-se com o loiro sobre si.
- Shhhh… é só uma brincadeira… - murmurou Shaka ao seu ouvido e mordendo o lóbulo.
Não sabia porque estava cedendo aos seus caprichos. Simplesmente se deixava fazer… mas nunca se deixaria levar sem reclamar. Sentiu seus pulsos serem presos à cama. Protestou quando o tecido foi apertado com força excessiva, acção que só gerou um sorriso ao loiro.
Seus lábios foram tocados pela língua morna de Shaka, todo o seu corpo reagindo intensamente ao mínimo de seus toques. E ele estava atiçando-o. Maldito!
Tentou a todo o custo alcançar os lábios finos que se ofereciam a ele, mas Shaka afastava-se cada vez que ele se aproximava de mais… as mãos presas impediam-no de se levantar. Shaka ria das suas tentativas frustradas.
Observou atentamente a cabeleira loira baixar-se sobre si, pousando beijos ao de leve na pele branca. Tudo tão calmo… chegava a ser doce, delicada. Encostou a cabeça ao travesseiro fofo.
Os toques de Shaka começavam a trazer-lhe sensações impossíveis de se ignorar. As mãos hábeis percorriam seu corpo, vagueando por lugares sensíveis. Alguns gemidos contidos eram ouvidos a ecoar no quarto.
Foi quando o tipo de investidas mudou drasticamente. Os beijos tornaram-se mordidas, leves ao inicio. Os toques tornaram-se cada vez mais intensos. As longas unhas arranhavam ferozmente a pele de alabastro deixando marcas encarniçadas. Os gemidos de Mu tornavam-se de dor e não de prazer.
- VOCÊ ESTÁ LOUCO? – gritou tentando a todo o custo se levantar.
O sorriso de escárnio do parceiro chocou-o. – O que foi… não está gostando?
A raiva era visível nas íris verdes que o fitavam ferozmente. O que estaria o loiro a pensar? Que ele ia se deixar dominar assim? Sobretudo, que se ia deixar dominar? Nunca! Certamente não era do seu feitio ser o passivo da relação. Aquele caso era diferente, pois ele perdera uma aposta, e tinha de cumprir. Mas o seu orgulho em demasia obrigava-o a ripostar. Nunca deixaria transparecer prazer ao seu carrasco. Certamente o seu conceito de subjugação não combinava com o seu modo de ser… ser dominado… ver humilhado.
- Não é do meu feitio gostar de ser humilhado desse jeito! – Mu cuspiu a ultima frase como uma serpente cospe o seu veneno numa tentativa desesperada de reverter a situação.
Uma gargalhada ecoou no quarto. Alta, aveludada… aliás, um dos aspectos que mais lhe atormentava naquele anjo diabólico. A sua voz… parecia transmitir calma, doçura, mas as palavras proferidas eram pura antítese comparado com a voz melodiosa.
- Devo entender por isso que o seu conceito de "passivo" leva a um sentimento negativo, de humilhação? – era clara a ironia posta na ultima frase. O profundo desagrado de Mu ao ouvir a pergunta era palpável.
- Ouça bem, Shaka, o meu conceito de "passivo" não lhe diz claramente respeito! Estou aqui, amarrado, sendo humilhado, por causa de um momento menos afortunado! Espero que esteja claro que não sinto o mínimo desejo por você! Muito menos, sendo tratado dessa forma!
Se olhar matasse, Shaka certamente estaria sem vida à muito tempo. Apesar da situação na qual se encontrava, Mu não deixava de se debater, não facilitando as investidas do parceiro.
Shaka sorriu debochado, voltando a aproximar a sua face da de Mu, parando os lábios a poucos milímetros dos dele.
- Ser "passivo" numa relação pode ser bem agradável quando o "activo" sabe o que faz… - cortou a pouca distancia que os separava, tocando brevemente nos lábios de Mu com os seus – vou fazê-lo gostar de ser possuído… dominado… - dava pequenos beijos pelo seu pescoço, enquanto sussurrava as palavras lascivamente ao seu ouvido. – e digo mais… no final de tudo, ainda vai pedir por uma segunda vez…
Mu cerrou os olhos com força, evitando demonstrar qualquer prova que contrariasse o que acabava de dizer. Mas estava difícil… apesar de não deixar escapar o mínimo som, a sua pele reagia às investidas. Shaka sabia onde e como tocar… e sobretudo, sabia usar as palavras certas para o deixar excitado.
- Isso é uma aposta? – perguntou altivo, a voz saindo arrogante.
Shaka sorriu desdenhoso, voltando a soprar em seu ouvido – não…- disse mordendo o lóbulo da sua orelha – é uma promessa… esta noite você vai-me pertencer… vai gostar… e ainda vai pedir por mais.
- Duvido! – ripostou num tom divertido.
As mãos do loiro passeavam vagarosamente pelo seu torso desnudo. Acariciavam e arranhavam de leve a sua pele de alabastro, deixando leves marcas vermelhas por onde passavam.
- Não duvide Mu… - o sorriso cínico mantinha-se sempre presente, a voz doce proferindo a fatídica verdade, por mais absurda que naquele momento parecesse. – eu sou muito bom no que faço… acredite… vai sentir prazer em ser dominado… não se esqueça que foi por "duvidar" das minhas capacidades que se encontra neste momento sob mim…
A ultima frase revelou um profundo silêncio vindo de Mu. Era claro que Shaka tinha razão. Era suficientemente casmurro para se recusar a admitir que estava errado, mas não era suficientemente estúpido para contra – argumentar e deixar-se enganar pelas próprias reacções.
- E depois – acrescentou o loiro, baixando a mão até ao seu umbigo, tocando de leve em movimentos circulares perto do cós das calças – você afirma que não sente desejo por mim… mas as suas reacções afirmam o contrario…
Mu amaldiçoou-se inúmeras vezes pelo suspiro que deixou escapar quando sentiu as suas calças serem abertas e os dedos longos e finos de Shaka se infiltrarem manhosamente até atingirem o seu membro. Entreabriu os olhos, a respiração acelerada, vislumbrando o rosto do loiro bem perto do seu.
Sorria! O desgraçado sorria! Um sorriso vitorioso ornava os seus lábios finos. Os longos cabelos de ouro caíam soltos por sobre o seu corpo, fazendo leves cócegas onde tocavam a sua pele.
- Reacção sintomática! – argumentou, tentando arranjar uma desculpa para o despertar do seu membro entre as mãos delicadas – qualquer pessoa me faria esse mesmo efeito…
Shaka sorriu com a relutância do parceiro. Evidentemente ele não daria o braço a torcer tão facilmente. A teimosia estava impregnada nele a ferro quente. Mas isso só o instigava a continuar com os seus jogos torturantes…
- Muito bem… reacção sintomática é o que diz! Vamos confirmar isso… - dando um rápido celinho nos lábios do parceiro, levantou-se, saindo do quarto e deixando um Mu perplexo para trás…
O que estaria aquela mente depravada a pensar fazer mais com ele? Tentou soltar as amarras que o prendiam à cabeceira da cama, mas todas as suas tentativas saíram frustradas. Aquele desgraçado tinha amarrado bem o lenço que o prendia! Bem demais!
Deixou-se descansar deitado sobre os lençóis de linho, cansado com a ginástica efectuada. Os seus pensamentos corriam velozes, tentando arranjar uma desculpa para o seu próprio desejo pelo loiro. Sim, porque ele desejava mais que tudo aquele desgraçado filho duma puta mor. Sentia-se esquentar com a única imagem de ter seu corpo tomado, à mercê das vontades de Shaka.
Não era possível… respirou fundo, tentando se acalmar. Sobretudo tentando controlar-se.
Sentiu alguém voltar a entrar no quarto, abriu os olhos encarando o intruso. Shaka acabava de entrar, os longos cabelos balançando com os movimentos felinos. Nas suas mãos, transportava algo que lhe parecia com uma taça. Com maior aproximação, conseguiu distinguir uma fruta em bagos… uvas… uvas pretas. O que estaria ele a pensar fazer com aquilo? Iria comer fruta naquele momento? Justamente NAQUELE momento?
- Vamos jogar… - ouviu mais uma vez a voz melodiosa, enquanto este se voltava a sentar sobre ele, pousando a taça no seu lado direito.
- Jogar? – perguntou meio receoso, sentindo o resto da sua roupa ser retirada de uma só vez.
- Exacto! – respondeu o loiro divertido. Soltou alguns bagos de uvas da taça, posando calmamente sobre o seu torço, traçando um caminho sugestivo deste o seu pomo de Adão, até ao seu umbigo. – É o seguinte: vou fazer algumas perguntas… às quais você terá de responder. Com a verdade. A cada mentira que dirá, comerei um bago. Se algum deles cair, por alguma razão que seja, receberá um castigo… - sorriu lascivo ao mencionar a ultima parte.
- Um castigo?
- Um castigo. Portanto aconselho-o a controlar essas suas "reacções sintomáticas"…
- E é suposto provar o quê com isso? – perguntou, não entendendo o objectivo daquela aberração.
A única resposta que obteve foi um riso debochado.
Sentia os bagos escuros frios, pousados sobre a sua pele escaldada. Algo lhe dizia que a resposta viria mais cedo do que pensava.
- Vamos começar então… não se esqueça que terá de dizer a verdade. E acredite… eu saberei quando estará a mentir…
Mu respirou fundo fechando os olhos, tentando acalmar o ritmo cardíaco. Aquela injecção de adrenalina era difícil de controlar…
- Porque alguém como você, que acredito tenha um harém de pretendentes, decide passar o dia mais "romântico" do ano sozinho?
Por aquela não esperava. Fez cara de espanto com a primeira pergunta. Mas o que era aquilo?
- E o que é que isso contribui para a sua felicidade? – questionou arrogante, desdenhando o parceiro.
Shaka sorriu cinicamente, estreitando os olhos. Aquela reacção estava se tornando demasiado constante. Sentiu os longos cabelos loiros tombarem sobre a cama à medida que Shaka se inclinava para a frente. Os seus dedos longos acariciavam de leve a curva do seu ombro, enquanto falava com tom reprovador de um professor que tenta educar um aluno complicado:
- Veja bem… apesar dessa arrogância toda, acredito que saiba distinguir quando as suas reacções o vão colocar numa situação complicada não é mesmo? – as unhas cravaram com certa força na pele clara, originando um gemido seu. – óptimo. Agora como um bom carneirinho e obediente que é, vai responder correctamente à minha pergunta.
A calma com a qual se manifestava a cada vez era atormentadora! Mu apercebia-se que apesar das suas tentativas, não era ele que estava no comando, mas sim o loiro. Bufou de desagrado antes de responder.
- Nenhum dos meus 'pretendentes' vale a pena os gastos que teria num local como aqueles…
- Então decidiu vir sozinho? – concluiu Shaka em tom de deboche – sabe que as ruas não são seguras para se andar sozinho… vagueiam por aí muitos 'lobos' em busca de carneirinhos inocentes…
Mu riu do comentário – Lobos como você! – concluiu arrogante.
- Lobos como eu… - confirmou Shaka calmamente, sempre continuando com as carícias leves em seu ombro. – e o que o levaria a gastar exorbitâncias de dinheiro com alguém?
Mu pareceu pensar durante uns segundos antes de se manifestar.
- Nada! – respondeu sério.
- Nada? – voltou a perguntar o loiro – hum… interessante. Nem mesmo o amor?
- Sobretudo não o 'amor' – retrucou sorrindo debochado.
A cabeça de Shaka desceu sobre ele em direcção ao pescoço. Sentiu a língua morna sobre o seu pomo de Adão em volta do bago de uva. Um pouco de sumo escorreu sobre a sua pele quando o bago foi trincado. Suspirou quando sentiu o líquido ser limpo pela língua húmida, enquanto Shaka lambia e sugava levemente.
- Uma uva para cada mentira. – Concluiu o loiro depois de ter tomado um bago do corpo abaixo de si.
- Eu não menti – retrucou entre dentes, furioso com as suas próprias reacções.
- Mentiu sim… - Shaka contornava agora o segundo bago com a unha, enquanto falava o obvio. – já alguma vez amou alguém?
- Não…
O loiro sorriu vitorioso.
- Então como pode ter a certeza que não gastaria rios de dinheiro com a pessoa que ama?
Mu engoliu em seco. Sentiu todo o seu corpo estremecer com os toques certeiros da mão de Shaka sobre a lateral do seu corpo. Uma uva rolou pelo seu peito, caindo na cama.
- Não consegue se controlar? – debochou Shaka, olhando directamente nos olhos verdes. Um grito de Mu ecoou no quarto quando este sentiu uma mordida forte em seu abdómen, assim como um arranhão profundo na sua perna. De olhos cerrados, os traços faciais tensos, mordia o lábio inferior tentando acalmar a dor. Então era aquilo o castigo? Ser marcado, arranhado. Realmente cortava com a vontade de se deixar levar. Um leve sopro acariciou a zona dorida vindo dos lábios de Shaka.
Estava claro que aquele homem era perigoso, e sobretudo sabia exactamente o que fazia. O bago foi pousado novamente no local de antes. Manteve-se calado, a raiva fervendo no seu interior, esperando a pergunta seguinte. Pergunta que não se fez esperar.
- Não acha que o 'amor' está directamente ligado ao desejo? – a unha brincava na pele clara em volta do bago em seu peito.
- Talvez… - respondeu simplesmente com desdém.
- E desejo, já sentiu?
Só o simples facto de ouvir tais palavras da sua boca o excitava. Os toques leves, a voz melodiosa, a língua morna que se aventurava pelo seu corpo exposto estavam levando-o à beira da loucura. Mas isso, não iria admitir por certo. Mesmo que isso lhe custaria as uvas todas do mundo.
- Quer saber se sinto desejo por você?
Shaka sorriu, aproximando a face do seu peito. – Responda.
- Não, não sinto desejo por você. Sinto repulsa, asco, nojo isso sim!
Shaka riu alto com a resposta que ouviu. Estava claro que esperava por aquela reacção. Era evidente que a arrogância o levariam a dizer algo parecido.
- Uhhh… isso foi uma mentira enorme… basta olhar para os seus olhos para conseguir distinguir uma pontinha de luxúria neles - respondeu depois de um riso debochado. – Vale bem dois bagos pelo que ouvi…
Dito e feito. A mesma tarefa anterior de fazer desaparecer as uvas foi efectuada. As provocações de Shaka estavam-se tornando cada vez menos fáceis de suportar. Todo o seu corpo ardia, necessitava o contacto com o outro corpo acima de si. O bago que antes jazia sobre o local tinha acabado de desaparecer, assim como o do seu abdómen. Apenas restavam… dois. Um que se equilibrava no seu umbigo com alguma dificuldade e o ultimo… colocado estrategicamente na sua virilha.
- Então? Sente desejo por mim? – voltou a perguntar, sempre com o mesmo sorriso.
- Não exageremos! – a teimosia falava mais uma vez mais alto, não o deixando ser levado tão facilmente. Mas isso só levou a que uma nova uva fosse devorada pelos lábios famintos do parceiro. Dessa vez, o umbigo fora o escolhido. Uma das mãos do loiro alisava a sua perna ligeiramente flexionada, percorrendo avidamente a pele macia até chegar à coxa. Shaka olhava de relance para as suas expressões, sempre atento ao prazer que ela demonstrava.
Mu suspirava e arfava, a respiração tornando-se acelerada. Sentia a pele arrepiar com a passagem das mãos finas sobre ela. Seu membro já desperto começando a ganhar vida a cada investida mais próxima do local.
- Última pergunta… - susurrou Shaka bem perto do seu umbigo, o hálito quente acariciando a zona abdominal. – deseja ser possuído por mim? – falou sorrindo, lambendo em seguida a sua pele, traçando pequenos desenhos arabescos sobre ela.
Mu não conseguia dominar mais nada. A respiração ofegante, o desejo contido estava embriagando-o. Sim, desejava ser possuído. Custava-lhe admitir, mas estava claro pelo seu corpo que era o que queria mais naquele momento. A respiração morna sumia por entre os lábios ligeiramente abertos, os olhos semi-cerrados, as bochechas avermelhadas. Que se danasse tudo o resto! Não aguentava mais…
- Sim… - sussurrou dificilmente como resposta.
O sussurro pareceu agradar a Shaka, que inclinou a cabeça para adiante, lambendo preguiçosamente toda a extensão do seu membro pulsante. O último bago de uva rolou pela virilha de Mu até atingir os lençóis, quando Shaka finalmente tomou o seu membro por completo.
Tinha sucumbido aos joguinhos daquele loiro maldito. Tinha-se deixado levar como um patinho! Não raciocinava, não conseguia juntar um pensamento coerente que fosse. Apenas sentia… sentia a boca morna e faminta de Shaka subir e descer sobre o seu baixo ventre, proporcionando sensações indescritíveis. Os braços presos certamente limitavam as suas acções, logo fazia a única coisa que lhe era permitido naquele momento. Agarrou com força no tecido que amarrava as suas mãos; descolou as costas do colchão macio empurrando os quadris para cima. Os seus gemidos tornavam-se a cada investida mais altos e soltos. Tudo nele demonstrava que o momento do ápice estava próximo.
Ao sentir o gosto estranho, Shaka soltou o membro erecto, subindo sobre Mu de novo. Sorria vitorioso pelas reacções do parceiro. Colou os lábios ávidos aos seus, movendo-os de forma lasciva, enquanto levava a mão de novo ao baixo-ventre de Mu, continuando os movimentos de vai-vem precisos.
Não foi preciso muito tempo para que Mu gozasse abundantemente, melando ambos os abdomens. Deixou-se cair exausto, a respiração descompassada fugindo por entre os lábios carnudos semi-abertos. Bem… sentia-se bem… pleno, realizado. Permitiu-se uns segundos de descanso, antes de abrir de novo os olhos para encarar Shaka.
Este estava bem próximo de si, esperando que se recompusesse das últimas emoções. Sabia que ainda não tinha acabado… e que a parte pior estava por vir. Mas estranhamente ansiava por isso… ainda estava quente… muito quente… precisava de mais…
- Acho que está pronto… - um leve sussurro escapou dos lábios do loiro, enquanto continuava a acariciar a pele leitosa do parceiro.
Sob o seu olhar curioso, Shaka levantou-se calmamente da cama, postando-se bem à sua frente. Fazia todos os movimentos com extrema calma, tratando de o seduzir ainda mais. Ele, que se encontrava preso à cama. Abriu as calças preguiçosamente, retirando o cinto e jogando-o no chão. Deixou cair o tecido até atingir o chão, enquanto olhava provocador para Mu. Este, inconscientemente, humedeceu os lábios com a língua enquanto observava atentamente a cena.
A cama rangeu de novo quando Shaka, já despido de qualquer peça de roupa, se postou sobre ele e lhe roubava mais um beijo necessitado. Mu gemeu alto cerrando os olhos ao sentir-se ser invadido por um dedo, de um modo tão brusco. Lançou a cabeça para trás, quando sentiu mais um dedo se juntar à exploração, um grito mudo formando-se em sua garganta. As mãos agarravam com força o tecido vermelho enquanto tentava a todo o custo se habituar com a invasão brusca. Os dedos de Shaka tacteavam o seu interior, fazendo-o ceder e relaxar aos poucos. Apenas alguns minutos foram necessário para que Mu ficasse preparado. Shaka sorriu ao ouvir um gemido de protesto quando se retirou do seu interior. Era a prova irrefutável que estava gostando.
Levou as mãos ao tecido que ainda prendia a sua vitima, e soltou-o com calma, tomando o cuidado de acariciar os pulsos doridos de.
Um beijo afoito foi de novo trocado, mas desta vez iniciado por Mu, que ao sentir seus pulsos finalmente soltos, rodeou os ombros de do loiro colando os dois corpos. Remexia-se de modo insinuante, originando alguns gemidos de prazer de ambos.
Não aguentando mais aquele jogo, Shaka posicionou-se melhor entre as suas pernas, agarrando uma delas com a mão firmemente. Sorriu malicioso antes de dar a primeira estocada. Uma só. Forte e firme. Mu gritou de dor ao sentir-se ser invadido tão abruptamente, fechando ainda mais o abraço em torno de Shaka. Ambos permaneceram na mesma posição durante alguns segundos, arfantes, incapazes de se moverem. Mu tentava recompor-se da dor que sentia, respirando com alguma dificuldade. Estranhou o facto de Shaka não se mover. Estavam parados… o loiro preenchia-o por completo mas estava parados. Foi quando prestou a devida atenção, que sentiu as carícias suaves que Shaka fazia sobre a sua coxa. Os lábios finos depositavam pequenos beijos por toda a extensão do seu pescoço.
- Relaxe… - ouviu num sussurro o loiro lhe dizer, sem parar com os carinhos. O que era aquilo? Shaka estava sendo… carinhoso? Depois daquilo tudo aquele desgraçado ainda era carinhoso? Tudo bem que estava gostando da mudança de atitude… mas não deixava de ser estranho. Respirou fundo, acalmando-se aos poucos. Relaxou por completo e começou a mover os quadris impacientemente, tentando demonstrar que estava pronto para a 'continuação'.
Shaka começou os movimentos lentos, penetrando-o com cuidado. Os lábios finos entreabertos, deixavam escapar a sua respiração rápida enquanto os longos cabelos se grudavam ao corpo devido ao suor. Mu mordia o lábio inferior, esperando que a pouca dor que ainda sentia desaparecesse por completo. Deliciava-se ao sentir a sua própria erecção ser friccionada entre os dois corpos.
O ritmo das estocadas foi aumentando à medida que a necessidade o obrigava. Os gemidos roucos, suplicas e suspiros de ambos mesclavam-se e ecoavam pelo quarto, os corpos intensamente suados chocavam freneticamente um com o outro. Os longos cabelos de Mu serpenteavam espalhados pelos lençóis brancos, a franja ensopada colava-se à sua testa e faces rosadas. Gemia alto e languidamente ao sentir-se invadido tão fundo. Os olhos semi –abertos enevoados pelo prazer distinguiam os longos fios loiros espalhados sobre os dois corpos como um manto de ouro.
Os dois corpos moviam-se agora em uníssono, numa deliciosa dança frenética embalando ambos os parceiros, levando-os perto do êxtase.
Ao sentir as suas costas serem arranhadas por Mu, Shaka capturou os seus lábios uma ultima vez, antes de ambos chegarem ao ápice. O alívio chegou arrebatador, Mu gritando pelo nome de Shaka, melando ambos os abdomens, enquanto o loiro provava um momento delicioso ao ouvir o seu nome dito de um modo tão lascivo. Deixou-se cair sobre o corpo abaixo de si, apoiando a cabeça no ombro de Mu, enquanto regularizava os batimentos cardíacos e a respiração acelerada.
- Mais uma vez, provei que tinha razão… - disse, a voz saindo rouca e demonstrava cansaço.
Mu sorriu cínico, mantendo os olhos fechados, evitando contradizer.
- Hummm…- limitou-se a grunhir em resposta.
Shaka sorriu, deixando-se cair do seu lado, fechando igualmente os olhos cansados.
- Já cansado Shaka? – debochou Mu, ao sentir o outro parado ao seu lado. – Estava à espera de mais…
Shaka sorriu, pegando nos lençóis finos, tapando a ambos. – 'Reacções sintomáticas' meu caro… qualquer pessoa teria esta reacção.
Mu gargalhou alto, pela primeira vez naquela noite… decididamente, tinha sido um 'dia dos namorados' fora do comum… não era isso que ele queria? Ora aí o tinha… Suspirou fundo. Não estava com cabeça para grandes teses filosóficas. Sentia-se cansado. A posição de passivo cansava tanto ou mais que a de activo. Contando que ele também não tinha sido um passivo fácil, Shaka devia estar exausto.
Ambos se deixaram levar pelo cansaço, adormecendo profundamente.
Cantinho ariano:
Áries, Mu e Shaka olhando para a tela no computador… inclinando a cabeça para um lado… para o outro…
Mu: hum… não está mau…
…Áries: ¬¬
Sh: é… não ficou mau de todo…
…Áries (desesperando): não ficou bom?
Mu: bem… eu fui praticamente massacrado…
Sha: eu gostei (sorrindo) ficou óptimo!
Mu: fala por você!
…Áries: pobres e mal agradecidos… vou deixar de escrever fics com vocês…
Mu: XD estou zoando… ficou óptimo (abraçando Shaka)
…Áries: ainda bem .
Um beijo enorme para as reviews do primeiro capítulo… Kamui, Musha, Narcisa Le Fey, Shakinha, Margarida e Litha-chan
