Cap. 14- As Provas do Pendragon, parte II

Em algum lugar abaixo do solo, Harry Potter e Draco Malfoy adentraram a terceira câmara. Segundo a ninfa, aquela seria a câmara do ar. E, ao que parecia, ela era.

Eles andavam sob o céu azul, e pisavam em um chão de espelho. Era uma peça única que cobria todo o chão, e o engraçado era que ele não refletia o céu. Refletia apenas Harry e Draco, e era extremamente perturbador. Não dava para saber aonde acabava o chão e começava o céu, e por isso eles sentiam como se estivessem em outra dimensão, ou dentro de uma bolha gigantesca.

Andaram um pouco, e enquanto andavam começou a ventar. O vento os envolveu em um turbilhão, e tinha um cheiro adocicado. Draco percebeu que estava sendo drogado, mas nada pôde fazer para impedir.

Em meio à confusão causada pela droga, pelo movimento rotatório do vento e do chão de espelho, eles ouviram vozes. Eram vozes ora doces, femininas, ora autoritárias e masculinas.

Mate-o, querido, ele deve morrer... Mate-o por mim... – e ambos se lembravam de suas mães.

Mate o desgraçado, filho... você sabe que pode... estou mandando... – e então eram seus pais.

As vozes continuavam em seus ouvidos, e por fim convenceram-nos. Olharam para a sua mão direita, e viram que ali havia uma espada. Na mão esquerda, um escudo pesado, e o corpo coberto por uma armadura de guerreiro completa. O escudo de Draco trazia como emblemas a serpente e o dragão, o de Harry um leão e um urso (N/A: o urso é o emblema de Artur). Assim eles atacaram.

Em fúria, Draco começou a atacar. Golpes laterais destinavam-se a baixar a guarda do inimigo, giros rápidos poderiam ser fatais se Harry não tivesse aparado um por um. A velocidade era espantosa, a força dos ataques mortal, mas Harry era um oponente à altura, e desviou os ataques, recuando. Os elmos fechados não permitiam que vissem os rostos um do outro, e eles lutavam com eficiência fria. Houve um momento em que os escudos se chocaram, e os guerreiros travaram um duelo de força. Cada um empurrava de seu lado, mas Draco era mais astuto. Parou de empurrar subitamente, e Harry foi pra frente, desequilibrado, e então Draco passou-lhe uma rasteira e ele caiu girando. Acabou esparramado no chão, apoiado nos cotovelos, com a espada de Draco em sua garganta, e na queda as laterais do seu elmo se abriram.

Harry via agora a morte, na forma de um guerreiro de metal de olhos frios com uma lâmina em sua garganta. Sentiu medo, e seu medo se refletiu em seus olhos. E essa foi a sua salvação. Draco olhou, e viu um par de olhos verde-esmeralda cheios de terror. Esse choque o fez parar por um segundo, e ele retomou a consciência. Voltou a ser Draco, e o mundo voltou ao normal, e as estranhezas foram varridas pelo vento. Reitoru a lâmina, e ajudou Harry a levantar.

Quando fez isso, sumiram as armaduras, e as espadas, e os escudos. O vento soprou novamente, e falou:

Parabéns. Vocês venceram Zéfiro, o vento. Por isso podem passar à próxima câmara, mas não sei dizer se isso é um presente. O fogo os espera. Vão!

O vento os empurrou, e eles meio voaram meio quicaram por quilômetros até um lugar aonde havia, no meio do nada, um espelho retangular, de dois metros de altura por um de largura. O mais incrível é que ele só existia em duas dimensões, portanto você não o veria se olhasse de lado. Os rapazes foram jogados de encontro a ele, e caíram de bunda na câmara do fogo.

A câmara do fogo era surpreendentemente simples. O chão era uma grade de ferro, e cerca de dez metros abaixo havia lava vulcânica. A lava era amarela, luminosa, líquida e viscosa. Era como se estivessem na cratera de um vulcão, e as paredes de pedra subiam até aonde a vista não alcançava. A área tinha cerca de quinhentos metros de diâmetro, e era circular.

Levantaram-se rapidamente pois mesmo nos poucos segundos em que estiveram no chão, o calor da grade chamuscou as calças que usavam. Seus sapatos eram de couro com sola de borracha, e a borracha começava a derreter.

Uma linha de fogo foi traçada no ar, e escreveu a seguinte frase:

Vocês chegaram ao Salão do Fogo, e aqui conhecerão a dor. Não se movam e não gritem, e serão vitoriosos.

Quando a última letra de fogo foi escrita, uma chama os envolveu. Eles pairavam a 30 centímetros do solo, completamente envolvidos em uma labareda que subiu da lava.

A dor foi indescritível. Começou queimando a pele, e esta chiou enquanto agulhas a perfuravam. O calor continuou queimando cada vez mais fundo, pele, carne e osso, até que eles sentiram que seus corpos não passavam de pó e que suas almas seriam usadas como combustível.

Tamanha foi a dor que eles deixaram de senti-la. Transcenderam o corpo, e puderam voltar a pensar como se não houvesse dor alguma. Foi então que sentiram os pés tocarem o solo, e o fogo se foi tão rápido quanto havia chegado. Não havia marca alguma em seus corpos, e a tortura cessou instantaneamente.

Vocês passaram pelo fogo, e o fogo os abençoa e os saúda. Vocês conheceram e venceram os quatro elementos, mas agora virá a última e mais difícil prova. Adeus, e que a Deusa os ajude! – com isso eles foram lançados para o alto, para fora da cratera, e atravessaram uma espécie de névoa vermelha.

Estavam na última câmara, e esperavam que viesse alguém para recebê-los. A câmara era surpreendente. As paredes, o teto , o chão, era tudo de veludo vermelho. Não haviam linhas retas, apenas curvas, e isso fazia com que o cômodo parecesse pulsar como... um coração! Era exatamente o que parecia: que estavam dentro de um coração vivo, vermelho e pulsante. Nada poderia ser melhor para a última câmara: a Carne, a união dos quatro elementos!

Sem esperar que qualquer um se apresentasse, adentraram uma pequena sala. Ali, no meio da sala redonda com abóbada, havia um trono. A inscrição gravada nele a ouro dizia, com todas as letras, embora eles nem sequer conhecessem a língua na qual estava escrita:

"Sentai aqui, e serás rei."

A frase surtiu efeitos diversos em cada um dos dois. Harry desejava o trono, e como o desejava. Se fosse rei poderia finalmente fazer as coisas do jeito certo. Com justiça governaria, e sob sua mão de ferro todo o mundo viveria em paz. Sem Comensais, sem órfãos nem sofrimentos. E o povo o adoraria, como ele merecia pelos seus esforços. Ele finalmente seria reconhecido como o que era: um rei, e todos viriam se ajoelhar e pedir desculpas pelas ofensas. Mas ele sabia que aquele trono não lhe pertencia, e seguiu em frente.

Já para Draco o trono foi uma tentação enorme. Imaginava-se sentado no trono, com Virgínia ao lado e uma multidão aos seus pés. Aquele trono era o seu lugar, acima de toda a escória, e seus pés começaram a mover-se para ele. Mas ele não seria rei de um reino de mentira. Era rei de toda a Britannia, e a responsabilidade devolveu-lhe à razão. A guerra dependia dele, Virgínia dependia dele, Avalon também. Assim ele seguiu para a próxima sala, e venceu a soberba.

Na próxima sala, Harry não parou nem por um segundo. Pilhas de moedas de ouro, enormes, jóias, pérolas, coroas, pedras preciosas. Ele passou quase direto pela montanha de tesouros que estavam ali. O que ele faria com ouro debaixo da terra? Ouro ele tinha, e isto não o tentava pois jamais foi o ouro a salvar sua vida. Draco parou ali por um tempo. Os cofres dos Malfoy não estavam completamente cheios. Mas ele não era mais o velho Draco, e pôde abandonar os tesouros. Ambos venceram facilmente a avareza.

Luxúria. Era esta a próxima sala, e luxúria era o que estava escrito em cada uma das moças nuas que se estendiam ali. Elas os chamavam, movendo os quadris, amontoadas umas sobre as outras. Eram uma multidão de peles, carnes, cabelos. Não havia sequer uma peça de roupa nelas: moviam-se como gatas no cio, de quatro, deitadas ou esfregando-se nas paredes, chamando por eles. Ali, pela primeira vez, eles estiveram a ponto de serem vencidos. A pulsação das paredes, os cheiros, a nudez, seus próprios membros intumescidos, tudo fazia com que desejassem ficar ali, entregues ao prazer.

Draco foi o que venceu a luxúria primeiro. Seu amor por Virgínia era demais para que pudesse fazer aquilo, e ele seguiu em frente. O que salvou Harry foi a ninfa. Antes que ele sucumbisse, começou a sentir o toque da água fria. A sensação se espalhou a partir do colar em seu pescoço, e se espalhou pelo seu corpo. Sua volúpia se foi, e ele agradeceu a bênção da ninfa.

Na sala seguinte, Draco lutava com a ira. Ele observava, atônito, um Comensal correr atrás de Virgínia em um beco escuro. Viu-a tropeçar e cair, e o maldito alcançá-la. Seu corpo não se mexia, e ele foi obrigado a assistir imóvel ao estupro de sua mulher. Ainda por cima virgem, era o que denunciava o sangue entre as pernas da garota e o grito de dor quando o maldito homem a penetrou. Então, o Comensal passou-lhe uma faca na garganta. Os gritos e o choro soluçante cessaram imediatamente, e ele viu o chão inundar-se em sangue. A figura de negro voltou-se para ele e deixou cair o capuz. Era Lúcio, e ele tinha um sorriso frio de vingança no rosto idêntico ao seu.

A fúria de Draco foi imensa. Ele foi tomado pela ira, e jamais poderia se livrar dela sozinho. Correu de encontro ao pai, o punho cerrado pronto para socá-lo até não mais poder. As lágrimas banhavam sua face, e vinham-lhe lembranças de Ginny. Era o seu amor, sua sacerdotisa, sua confidente, a garota que ele fez mulher. A garota que ele fez mulher. Essa lembrança veio como um soco. Aquilo era falso! Falso! Ele fizera de Virgínia uma mulher. Como ela poderia ter a virgindade roubada, então? A realidade novamente veio à tona, e Draco se acalmou. Lúcio já estava morto, e Virgínia fora aberta por ele. Lá fora ela o esperava. Com isso, ele se acalmou.

A ira de Harry foi diferente. Ele assistiu a outra cena. Assistiu, dos braços de sua mãe Voldemort adentrar sua casa, e matar seu pai. Ouviu os gritos de sua mãe, e ouviu-a implorar pela sua própria vida. E viu-a morrer, e ouviu os risos histéricos de Voldemort. Quando ele estava na sua frente, varinha em riste, pronto para matá-lo, Harry sente seu corpo voltar a ser o de sempre: o de um rapaz de dezesseis anos, louco de ira. Ele se adiantou para Voldemort, mas uma mão segurou seu punho.

Potter! POTTER! OLHE PRA MIM! – Draco tentou imobilizar Harry contra o chão. – Eles estão mortos.

Eu sei! Então me solte pra eu poder acabar com o canalha que os matou!

Olhe pra mim, Potter! Não vai adiantar matar esse aqui! – disse, apontando para Voldemort. A cena tinha sido congelada pela intromissão de Draco, e somente se ele saísse ela iria voltar a rodar. - O canalha de verdade está lá fora, lembra? Você está aqui para ganhar o direito de lutar contra ele! Acorda, caramba! – Aquela técnica parecia não funcionar, então ele tentou apelar para o coração mole do companheiro - Tente... tente se lembrar da sangue-ruim.. qual o primeiro nome dela? Hermione! Lembra-se? Lembra-se do Ronald, da Virgínia?

Me solta! Preciso acabar com esse cara! – é, não funcionou. Seria necessário algum tipo de choque. Um tapa na cara devia servir.

AI! – Harry chacoalhou a cabeça. – Que diabos! - Ele olhou para o lado, e viu Voldemort congelado na cena. A posição em que ele parara estava engraçadíssima, e Harry começou rir. – Ok, ok, Draco, pode me soltar. Vamos em frente.

A ira se desmanchou em risos, e assim eles continuaram.

A próxima sala era a gula, cheia de doces e toda a espécie de guloseima. Harry ficou levemente atraído, graças à sua horrível dieta com os Dursley, mas nenhum deles foi duramente tentado pela gula.

A inveja os esperava. Lá, antigas rixas vieram à tona. Harry invejava Draco por ele ter Virgínia. Draco invejava Harry pelo que ele era: sempre um herói, sempre amado. E assim a inveja começou a fervilhar em seus corações. Mas a inveja não conseguiu agarrá-los: a inveja sempre estivera presente no coração de Draco, e ele já havia aprendido a lidar com ela. E Harry... bem, seu coração agora não pertencia mais a Virgínia. Para apagar os últimos vestígios de inveja, abraçaram-se como irmãos. Era o que eram agora, pois um salvara a vida do outro, e eles criaram uma ligação forte.

Avançaram para a próxima sala, juntos. Mas assim que pisaram ali suas pestanas começaram a pesar, o pensamento correu lento. Era a sala da preguiça. Seu corpo os chamava para um cochilo. "Nós merecemos", pensavam. "já chegamos até aqui!" Mas aquele sono era como um Imperio, e o corpo de Harry, acostumado, reagiu. Aquele pequeno pedaço consciente gritou alto, respondendo: "Chegaram até aqui, e se dormirem agora terá sido tudo em vão! Desperte!". Harry, cheio de força de vontade, ergueu-se do chão no qual não se lembrava de ter deitado. Assim que plantou os pés no chão, a sonolência desapareceu. Ele chacoalhou Draco, que despertou com dificuldade. Apontou a porta. Draco negou com a cabeça. Com um sorriso malicioso, pensou: "Bem, eu tentei.". O sorriso se alargou, e ele encheu a mão na cara do loiro, com a alegria da vingança.

Draco finalmente despertou, esfregando a bochecha.

Ok, ok. Mas eu não bati tão forte assim! – ele disse, e ambos riram.

Harry afastou a cortina, a última peça de veludo vermelho que eles desejavam ver em muito tempo, e ambos passaram.

Do outro lado, a mudança de cenário foi chocante. Estavam em uma floresta, e um ser magnífico os esperava ali. Era Cernunnos, o Deus Chifrudo, o maior deus masculino. Não se podia pronunciar seu nome na sua presença.

Eu os saúdo. – mudos de espanto, eles se ajoelharam. – vocês venceram a Terra, a Água, o Ar e o Fogo. Mas, mais que isso: venceram as tentações da carne. Passaram pela soberba, avareza, luxúria, ira, gula, inveja e preguiça, e assim venceram a si mesmos. Vocês são dignos do título de Pendragon, e quando saírem daqui verão o mundo de uma forma diferente. Vão, e que minha bênção os acompanhe. – quando ele estendeu o braço, eles caíram ao chão.

Acordaram juntos, tendo por travesseiro a relva do Tor, e por teto a noite coroada de estrelas.

N/A: uau! Amei escrever isso aki! Olha gnt esses são os sete pecados capitais, e eu acho que combinaram apesar de serem da religião cristã. Eu passei um tempão tentando me decidir entre os pecados e uma floresta para a quinta câmara, mas acabei me decidindo por eles mesmo.

Quem gostou? Quem ficou horrorizado com as minhas moças do pecado da luxúria? QUERO REVIEEEEWS!

Nacilme: ação, ação e ação. Mas eu achei que ficaram até um pouco fluffys as partes das tentações. Era sempre a lembrança das mulheres q salvava eles heheheheeh... o salto da história é tudo culpa das Crônicas de Artur. Eu fiquei enjoada de enrolação e água-com-acúcar, saicoméquié. Beijos, continue deixando reviews para esta pobre escritora!

Miaka: bem vinda ao time, amiga P. mas olha... pode ser que morram os dois, não é? Vai saber! Hehehehe bjuus

G.W.M.: é da sua fic sim. Eu adorei ela mas enjoei um pouco depois que eles ficam felizes e etc etc . a crônicas são ótimas, mas eu fiquei triste com o final. Qual a graça do Derfel virar um velho alquebrado em um mosteiro, ainda por cima subordinado ao Sansum! Eu continuo preferindo as Brumas pra contar essa historia, mas renego o prólogo, aonde a Morgana vira freira.

Nathoca Malfoy: olha, eu estou tentando! Está saindo bem mais rápido agora. De longe uma das suas preferidas? UAU! Não achava que eu fosse tudo isso hehe... olha tenta ler Yellowred, Pichi e Flora Farfield. Essas aí são as mais antigas e as melhores hauahauha, em especial A beleza dos imperfeitos da Yellowred, Cruel Intentions da Pichi e uma que eu (que vergonha!) não lembro o nome que é da Flora. Beijoos!

Pepe: loko por guerra? Hehehe eu tbm! Mas eh mto difícil escrever... to com saudades suas aparece mais no MSN!

Alexiel-chan: eu adoro acertar nas frases do final... valeu o elogio! Beijos!

G.W.M.: isso aí! Leitora pontual tem que bater cartão! Brilhante, a minha humilde fic? Naaahhhh... hauhauahua brigada! Olha vc naum entendeu bem... na verdade eu acho que ficou confuso mesmo. O Draco é o Pendragon oficial, mas como vão precisar de dois pra completar a profecia o Harry se tornou Pendragon honorário. Se o draquitcho morrer na batalha, então o Harry vira Pendragon oficial. Entendeu? Quer meu tempo, quebra a perna. P. foi o q aconteceu comigo, e eu to cansada de mofar em ksa.

Nathoca Malfoy: (essa eh a resposta da review do cap 13) eu tentei balancear um poko... algumas eles passam juntos, as outras eu fui equilibrando, pra não ficar meio que "o draco é melhor então ele vai sobreviver", e vice-versa. Viciada em fics? Acho que todas somos...

Kelly Codell: Capitão Planeta foi a minha infância... e você quase acertou: a união dá em coração, não em capitão planeta hauahauhauah... Boa aventura? Bem, obrigada. Eu acho que se começo a escrever só romance eu exagero, e minha própria fic começa a me dar engulhos. Foi meio o que aconteceu n'o Leão e a Serpente. Meu truque pra descrever bem é... imaginar bem. Eu não consigo imaginar a cena sem cenário, então eu imagino e descrevo pra vocês não ficarem muito perdidas... hehe beijos!

Dark-Bride: NC super! Gente eu tava quase esquecendo da minha NC. Na vida real não é assim? Vai saber, quem sabe não tem um Draco esperando por aí... Se tiver, é MEU! Obrigada, beijos!

UUUUUUFFFFFAAAAAAA essa N/A deu uma pág e meia. Argh. Cansativo. Beijos da Cris!