Cap 17 - A nuvem de morcegos
Escudeiros vestiram em Draco a armadura de prata, cingiram-lhe e puseram sobre seus ombros uma capa vermelho-sangue. Retiraram-se rapidamente do aposento. Virou-se para o espelho de corpo inteiro, e estranhou a própria aparência. Seu corpo estava estranhamente rígido, e não havia músculo que não estivesse sob domínio absoluto do cérebro. Ele ganhara uma estranha consciência corporal depois de sair do coração do Tor. O rosto estava um pouco mais magro, e o cabelo louro-platinado fora cortado mais curto para não atrapalhar durante a luta. Seus olhos estavam profundamente chumbo, escuros como jamais foram, e contrastavam com a capa vermelha de modo elegante. Suspirou; sentia falta da sua ruivinha.
Andou até o outro canto da tenda branca em que estivera alojado nos últimos dias, pegou a espada que estava sobre uma mesa, e desembainhou-a lentamente. Passou o dedo pelo desenho de cobras verdes que se enroscavam na lâmina. Sabia que Harry possuía a gêmea desta, a espada de Griffindor. Deixando a bainha sobre a mesa, começou a girar a lâmina no ar, treinar alguns golpes, lutando contra um inimigo imaginário. Manejava a espada longa com habilidade. Um, dois, três, estocada, um dois três, salta, um dois três, ataca por cima, um, dois, três, estocada.
Ouviu um barulho. De repente, girou, e lançou a espada no ar. A espada fincou-se em uma viga de madeira, a cerca de três milímetros da orelha esquerda de Harry.
Poxa Draco, não esperava essa recepção. – disse Harry, com um sorriso de canto de boca.
Desculpe, mas você não devia entrar tão silenciosamente. Me assustou. – Draco refletiu o sorriso escarninho. Inesperadamente (e ruidosamente, graças às armaduras), eles se abraçaram. – Como foi com os trolls, seu filho de uma mãe? – uma leve sombra de tristeza passou pelo rosto de Harry. Ele acabara de voltar das montanhas, pois fora mandado como embaixador na tentativa de recrutar alguns trolls.
Pior do que esperávamos. Nenhum deles quis se juntar a nós. Eles vão engrossar as fileiras de Voldemort, ou eu sou um sapo. – disse, sacudindo a cabeça.
E Shacklebolt? – perguntou o sonserino, inclinando a cabeça.
Ficou lá, para resolver alguns assuntos pessoais. – disse, despreocupado. Draco suspirou, revirando os olhos. Ele sabia que Quim havia ficado para trás para abater alguns trolls antes da batalha, mas Harry, o grande grifinório, não poderia concordar com isso, então fora enganado. Deu de ombros, e continuou a conversa.
Caminhavam pelas barracas do exército, comentando sobre coisas da guerra. Por onde passavam, alguns cochichos, algumas pessoas vindo olhar. Muitos estranhavam a nova amizade dos arquiinimigos, mas era impossível entenderem os laços que se formaram entre os dois. Embaixo da terra estabeleceram dependência mútua, e um confiou ao outro sua vida. Essa ligação os tornou próximos como velhos amigos.
Um garotinho franzino de cabelos castanhos, que vinha correndo, escorregou na lama e caiu. Harry amparou sua queda.
Cuidado, amigo. Você poderia ter torcido o tornozelo. Não queremos você incapacitado na hora da batalha. – o garotinho olhou pra cima com adoração. Deveria ter uns 10 anos. Olhou pra Harry, depois pra Draco, e abriu um enorme sorriso.
Eu estava procurando vocês! – disse ele, e então lembrou-se de com quem estava falando. Contorceu o rosto em uma expressão séria, fez uma reverência desengonçada e disse – Senhor Potter, senhor Malfoy, vocês estão sendo esperados para o almoço na Tenda Principal. Venham, eu os guiarei. – E saiu saltitando, levando-os até a tenda central do acampamento, aonde eram feitos conselhos e refeições dos capitães.
O garoto, que mais tarde descobririam se chamar Sammy Fuernlend, postou-se à entrada. Harry afastou a cortina na porta e entrou, seguido por Draco. Ali dentro, sentados em volta de uma mesa redonda (N/A:clichê, não?), todos calaram-se ao vê-los entrar. Em torno da mesa sentavam-se representantes e generais, comandantes e marechais. Draco e Harry sentaram-se um de cada lado de Dumbledore, que era obviamente o chefe.
Draco, Harry, sejam bem-vindos. Bem, agora que já chegaram podemos começar a nos servir. Ao banquete! – disse alegremente, e todos começaram a servir-se das travessas cheias à sua frente. Conversavam enquanto comiam, e o assunto se dirigiu para a possibilidade de utilizar trestrálios e hipogrifos junto à cavalaria.
Eu acho uma ótima idéia. Além disso, Hagrid tem ambas as espécies bem treinadas...
Discordo. Já imaginou se eles se descontrolam durante a batalha? O prejuízo para nosso exército seria enorme e...
Mas precisamos de um reforço aéreo! Aquele-que-não-deve-ser-nomeado irá trazer toda sorte de criatura aérea maléfica.
Carlinhos Weasley cuidará disso, dizem que trará dragões.
Ora, isso é uma fofoca sem cabimento. Dragões? Há!
E conversas desse tipo povoavam a mesa. Porém, todos calaram-se ao ouvir um estampido forte, e de repente Severus Snape estava ao lado do diretor. Suor polvilhava sua testa, as mãos fechadas em punhos tremiam, o peito subia e descia descompassado. Era necessário enorme esforço para aparatar dentro da concentração do exército, mesmo com permissão.
Diretor, Voldemort vai atacar. – disse, com a voz baixa e esganiçada.
Quando? – disse Dumbledore, levantando-se imediatamente.
Já! – ele estava nervoso, agitava os braços. – O exército dele está pronto, e já estão marchando. Estarão aqui pela manhã.
Quantos são?
Hum. Há quatrocentos Feiticeiros, e o dobro na Artilharia. Ele não tem Cavalaria, pois nenhum animal de quatro patas quis servi-lo, porém ele terá cerca de duzentos homens voando em pássaros negros, e trezentos Arqueiros. – Snape fazia as contas rapidamente. - São trinta Gigantes, todos os dementadores, cem dos antigos Comensais. No todo, creio que serão vinte mil (N/A: a um exército juntam-se todo tipo de mercenários, a fim de ficar com os espólios. Se vocês forem contar as categorias enumeradas, serão menos de 2.000 homens, mas somando-se os não-humanos e os "agregados"...).
Senhores, - disse Dumbledore, virando-se para a mesa novamente. – reúnam suas tropas. O exército inimigo está vindo. – todos levantaram-se imediatamente. Lá fora, uma corneta soou.
Em cerca de três horas, o exército estava formado. Armadilhas de feitiços e mesmo do tipo trouxa foram criadas no percurso que o Exército Negro deveria percorrer. O local aonde se posicionava o exército era flanqueado por montanhas cobertas por uma floresta densa, e a retaguarda era guardada por um rio fundo e veloz. No topo da montanha mais alta da cadeia estaria Virgínia.
Virgínia. Ela fora trazida imediatamente, e correra ao encontro de Draco. O rapaz virara-se, e de repente alguma coisa pesada chocou-se contra ele, e tudo que ele podia ver era um mar de cabelos vermelhos. Abraçou-a rapidamente, com força. Ficaram assim por um longo tempo.
Senti sua falta. – disse Gina, querendo dizer que morrera de medo de perdê-lo, e que sofrera tanto com sua ausência, e que tentara lhe ajudar durante a prova, mas as palavras simplesmente não saíam, enozadas na garganta. De qualquer modo, Draco simplesmente percebeu-o implícito naquelas simples três palavras. Sorriu.
Também senti a sua, ruivinha. – disse, beijando-lhe a boca com suavidade. Ela afastou-se um passo, segurando as mãos frias dele.
Espere, quero mostrar-lhe uma coisa. – ela disse, e fechou os olhos. Concentrou-se. Devagar, sentiu a chama fria a lamber-lhe a testa. Draco arregalou os olhos. No meio da testa da menina, reluzia uma lua crescente azul-prateada. Ela sorriu, e abriu os olhos. – Sou uma Sacerdotisa, Draco. Sou a Senhora do Lago. E estou pronta pra te ajudar. Por sinal...
Durante as provas? Sim, você estava lá. – foi a vez dele sorrir. – eu não teria conseguido sem você. Nem sem Harry. Harry! Vem cá! – o moreno olhou para eles, e sorriu. Veio andando rápido, e Draco passou o braço pelos ombros dele. O queixo de Ginny cairia, se ela não tivesse ouvido o boato. Abraçou o garoto de olhos esmeralda.
Esperava me assustar com essa, Draco? Eu já sabia! Mas estou felicíssima por vocês. Só uma coisa. – sentiu-se subitamente desconfortável. – Harry... você não... você disse que... bem...
Virgínia, - ele fez uma leve reverência – tenho o prazer de lhe informar que... estou apaixonado. – ela abriu a boca. – Não, não é por você. Na verdade eu nem sei o nome dela, mas... - ele tocou o pingente em seu pescoço. Com um sorriso bobo, contou-lhe toda a história da ninfa das águas que guarda a Sala da Água. Virgínia abriu um largo sorriso quando ele terminou.
Ah, Harry, que romântico! – tocou o cristal no peito de Harry. – Parece que agora ambos temos nossos amuletos. – ela olhou carinhosamente para o anel vermelho em seu dedo. A pedra faiscou em reconhecimento. Alguém cutucou Virgínia, e ela virou-se. Não viu ninguém, estranhou. Puxaram suas vestes. Ela olhou pra baixo, e era Dobby.
Menina Weasley, você ter que subir, professor Dumbledore mandar. Venha, menina Weasley, venha! – ele a puxava pelas vestes. Gina olhou pra trás, e Draco não estava mais ali. Seguiu o elfo-doméstico através do acampamento. Ele a levava até aonde estava a chave de portal que a transportaria até a montanha.
Enquanto caminhava apressadamente, uma sombra tapou por um segundo a luz do sol. Ela olhou pra cima. Lá no alto, uma nuvem de pequenos morcegos negros bloqueava a luz do sol. Incrivelmente, eles entraram em formação. A nuvem tomou o formato da caveira com a língua de serpente, como se Voldemort tivesse criado um subsitituto criativo para o feitiço Morsmordre. Eram na certa espiões. Aqueles morcegos eram verdadeiros? Só havia um meio de saber.
Virgínia fechou os olhos, e abriu os braços. Esperou alguns segundos, só por garantia, e então bateu as asas. Asas? É, asas. Todos lá embaixo olharam boquiabertos para o enorme pássaro dourado e vermelho que se ergueu, batendo as asas, opondo-se à nuvem maléfica. Subiu aos céus com sua cauda esvoaçante a fênix, a ave dourada. O pássaro, então, começou a cantar, um lamento gutural que saía em borbotões do fundo da garganta.
Os morcegos ficaram transtornados. A música interferia em seu sonar, de modo que eles estavam cegos. Voaram em debandada, espalhando-se em todas as direções, alguns se chocando contra o chão ou contra as barracas. A nuvem foi dissipada. Voldemort perdera seus espiões.
A ave de fogo continuou subindo, fazendo grandes círculos no céu. Sua passagem deu novo ânimo ao exército, que sentiu como se estivesse abençoado. Virgínia subiu ao topo mais alto da montanha , e enquanto pousava perdeu o corpo de fênix, e foram pés humanos que pousaram no chão. Virou-se. Nesse momento, a primeira fileira de soldados inimigos despontava no horizonte.
N/A: E aí, quem gostou? Euheuehe
Bom tivemos o esperado reencontro, a amizade entre Draco e Harry (alguém achou forçado?), a nuvem de espiões e como um bônus, a fênix. Por sinal dessa vez a Ginny REALMENTE virou uma fênix, no estilo animago e não "corpo espiritual" como aconteceu na câmara do fogo.
G.W.M.: Claro! É sempre culpa dos fessores! Mas pra mim eles só dão criatividade. C tem q ver os desenhos q saem na aula d história! Ah, e poemas na d inglês, e fics na de matemática, e rabiscos na de ciências... como eu passo de ano? Mistério!
Nathoca Malfoy: Eu li a sua fic, e AMEI. Eu já tava lendo, na verdade... mas bom, vc não pode dizer que eu sumi com o romance. Eu fiz, pelo menos, eles darem uma esbarrada... por sinal estou curtindo muito escrever guerra. Usar umas coisinhas que eu aprendi por aí... A Saga do Graal, O Senhor dos Anéis, A Saga Otori, As Crônicas de Arthur... eu nem sabia que tinha tanto conhecimento bélico! Heheheheeh
Miaka: bom, ta aí. O começo da batalha!
Dark-Bride: esforçado o suficiente? Eehueheuehu muito obrigada pela sua review! Ah e vc eh do sul? YES! To indo pr'aí terça feira, pra Gramado, festinha d 15 da primenha. EBA!
UEhueheuehu REVIEEEEEEEEEEEEWWWWWSSSSSSSSSSS!
EU NÃO VOU COLOCAR O PRÓX CAP C NAUM TIVER 100 REVIEWS!
SIMSIMSIM SOU MÁÁÁ!1
Bjus da Cris.
