N/A: Oi gente, estou de volta.
Mais um capítulo para essa quinta-feira.
E já que hoje tem jogo do Brasil na Copa, estou empolgada demais. hehehehehe
Então me digam se gostaram do capítulo, hein?
Amo vocês, gente :D
Capítulo 10
Rachel suspirou e alisou a barriga agora visível, era a primeira vez desde que todo esse pesadelo começou que ela estava aproveitando a gestação, mas ela daria o crédito a Sharon e Andy. Eles tinham sido tão bons com ela, nenhum outro casal fez isso. Na verdade, a jovem estava feliz em ser paparicada, ela podia até se imaginar filha do casal mesmo que em seu ventre tivesse um bebê.
Com um suspiro ela pegou o telefone e se encolheu na cama para evitar que a vissem, era bom já estar no final da gestação isso a fazia ter um quarto só para ela. E a menina estava sendo cautelosa. Na verdade, já era o meio da noite e ela ainda não tinha conseguido dormir. Então com as mãos um pouco trêmulas, Rachel mandou uma mensagem para o número que ela lembrava ser da sua mãe, mas não recebeu resposta, assim como das outras vezes. Mas ela não se decepcionou muito, já fazia um tempo desde que ela foi levada.
A jovem mal conseguia se lembrar de seus pais, pois tinha sido sequestrada aos 10 anos quando andava de bicicleta, ficou por três anos recebendo tratamento, que ela descobriu depois que era um tratamento hormonal. Aos 13 ela foi dopada pela primeira vez, a última lembrança clara daquele dia foi Adrian I a beijando, um velho repugnante. Depois disso todas as suas recordações são nebulosas, em algum momento um funcionário apareceu e disse que ela estava grávida; e a lembrou que era bom ela obedecer ou o bebê pagaria. Isso ocorreu durante os últimos 5 anos e ela aceitou seu destino macabro. E quando outras jovens apareceram, ela passou a cuidar e aconselhar as outras assim que estivessem alerta o suficiente para entender.
Rachel nunca entendeu bem o que estava acontecendo até conhecer Chloe e entender que ela estava presa e era vítima de tráfico humano, ela pensou que com a francesa lá e já estando grávida tudo ficaria mais fácil, mas então Chloe desapareceu e Betty, sua antiga colega de quarto, afirmou que a francesa falou demais. Rachel sabia que nunca a veria de novo.
Infelizmente, assim como muitas coisas que já lhe aconteceu, Rachel se adaptou a essa vida, mesmo que tivesse medo o tempo todo. Ela sabia quando deveria calar a boca e quando ser gentil para impressionar, às vezes conseguia passar despercebida e se fosse boa o suficiente não seria drogada o tempo todo.
Ainda perdida em pensamentos, ela demorou um pouco para perceber a discussão na sala ao lado, a voz feminina era claramente Judith. Alguém gritava com ela e Rachel sentiu o corpo arrepiar de medo quando percebeu quem era a outra pessoa, Adrian II estava enfurecido.
"Eu não acredito que você não percebeu". Ele disse irritado. "Eles são policiais, eu sabia que essa tática de jogar os corpos no Griffith Park iria nos prejudicar".
"Seu pai fazia isso, nunca fomos descobertos".
"Claro que não, era os anos 90, as pessoas não faziam caminhadas nos bosques ". Ele quase rosnou para ela. "Quem é a garota dos Bennett?"
"Rachel".
"Ótimo, pegue ela e leve para o galpão".
"O que? Você enlouqueceu? Ela está com 7 meses".
"E daí? O bebê está bem, ele pode nascer agora e vamos dar para o casal da Argentina, eles querem um bebê imediatamente. É uma ótima opção".
"Você não sabe disso, é muito arriscado. Podemos perder os dois".
"Eu não ligo para a garota, só preciso do bebê".
"Seu pai tinha razão, você é inconsequente".
"Continue me desafiando e tirando minha autoridade e você vai ser mais um corpo naquele parque". O veneno na voz do homem era arrepiante e Rachel cobriu a boca para evitar o soluço de desespero.
A jovem não sabia o que fazer, tudo isso era muito confuso, o casal que tanto a ajudou eram policiais? Era por isso que eram gentis? Adrian e Judith iriam realmente matá-la? Respirando fundo, Rachel tentou se acalmar, eles estariam ali a qualquer momento e ela só tinha uma chance para fazer as coisas certas.
Agora desesperada, ela ligou para Sharon e disse rapidamente que estava em perigo e onde ela seria levada, por sorte ela sabia mais ou menos onde ir depois de inúmeras idas para o lugar. Com o coração batendo forte ela escondeu o celular quando ouviu passos e fechou os olhos fingindo dormir, mas não antes de enviar tudo o que lembrava sobre o caminho até o galpão para o casal, ela esperava que fosse o suficiente.
"Levante-se, vamos sair". Resmungou Judith e sacudiu seus ombros.
Rachel pensou em resistir, gritar ou correr, mas os dois seguranças na porta e a enfermeira com a seringa mostrou o caminho que seguiriam. As lágrimas começaram a rolar e ela apenas se deixou levar, as mãos protetoramente na barriga, mas qualquer sentimento foi apagado quando sua visão escureceu. Infelizmente, a jovem nunca viu a mensagem de Sharon dizendo que eles estavam a caminho.
Após a ligação de Rachel e ficado um pouco desesperada demais para agir de imediato, Sharon conseguiu se recompor tempo suficiente para começar as ligações. Ela ligou para Brenda e pediu reforçou, ela contou o que Rachel falou e como eles estariam perto de prender Adrian e sua gangue. O FBI também foi notificado imediatamente, mas como os dois oficiais estavam mais perto que qualquer um, eles agiram.
Andy e Sharon então correram para o carro para evitar que uma tragédia ocorresse, e enquanto estavam na estrada eles começaram a formular alguns planos e expressar seus medos.
"Meu Deus, Andy, e se descobriram sobre o celular e por causa disso ela está em perigo?" Sharon se preocupou.
"Não acredito que tenha sido isso". Andy falou enquanto pisava no acelerador. "Vamos nos concentrar em chegar até ela".
Afirmando, Sharon tentou se acalmar, ela não era a socialite agora e sim a Capitã. Respirando fundo, ela ligou para Brenda novamente e pediu para alguém rastrear o celular que ela tinha dado a menina, eles tinham duas opções: ou estava com ela indo para o galpão ou no local onde encontrariam as outras garotas.
"Temos que ter um plano". Começou Andy.
"Avaliar e avançar". Sharon falou com firmeza.
"Como nos dias de patrulha?" Ele sorriu um pouco, era isso que aprendiam na academia.
"Exato". Ela sorriu também. "Tudo que temos até agora é um endereço, mas pode ser uma armadilha. Não sabemos se alguém encontrou o celular e planejou isso".
"É um risco que vamos ter que correr, mas ela se identificou, não foi? Colocou o código no fim da mensagem como pedimos?".
"Sim". Sharon afirmou, então lembrou de outra coisa. "E se é um galpão, como vamos entrar?"
"Não sei, vamos ter que improvisar". Andy falou e acelerou um pouco mais. "Estamos no escuro, só temos que ter cuidado e evitar que Rachel seja pega no fogo cruzado".
"Esse é um péssimo plano". Ela sussurrou.
"Isso ou nada". Andy deu de ombros, mas ele sabia que ela tinha razão.
O resto da viagem foi feita parcialmente em silêncio, eles receberam atualizações da equipe de Brenda e do FBI durante todo o trajeto, todos tensos e ansiosos em derrubar essa facção criminosa.
Finalmente eles chegaram ao local, era uma área deserta e um pouco montanhosa, por um lado era bom, pois eles poderiam seguir a pé e ficar encobertos, porém por não conheciam muito bem o local e poderiam se perder ou se machucarem. Contudo, sabiam que teriam que arriscar.
Andy estacionou atrás de uma árvore e torceu para que ninguém localizasse o veículo, mesmo estando completamente escuro. Os dois oficiais saíram do carro, ambos armados e preparados para o ataque. Durante 10 minutos eles seguiram em frente com as lanternas apontadas para o chão, sem saber realmente para onde ir, apenas olhando ao redor e confiando na memória de Rachel sobre o caminho. Quando estavam prestes a desistir, eles avistaram um galpão, assim como foi informado, mas pareceria abandonado se não fosse pelas luzes acessas.
"Você acha que ela mentiu para nós? Mesmo com todas essas luzes isso parece abandonado". Sharon sussurrou e olhou ao redor, os olhos verdes focados e brilhantes. A tensão parecia oprimi-la.
"Espero que não, se isso acontecer nosso disfarce acabou".
"Então temos..." Sharon, no entanto, foi interrompida quando eles ouviram sons de gritos e discussão.
Os dois se aproximaram cautelosamente e avistaram quase imediatamente Judith ao lado de um carro, ela segurava o braço de Rachel com força, a menina estava gritando e segurava a barriga. Sharon soube na hora que ela estava em trabalho de parto.
"Você é uma incompetente, eu disse que era para esperar". Adrian gritou para Judith. "Agora vai ser muito mais complicado terminar tudo isso".
"Do que diabos você está falando? Você queira esperar o que? Mais dois meses?" Judith disse com raiva, finalmente a jovem parou os gritos quando a contração parou. "Ela não está pronta, eu falei isso a você. Mas em sua paranoia, tudo teve que ser apressado".
"O que você deu a ela?"
"Um estimulante. Como você acha que ela teria o bebê sem estar na hora?". Judith estava furiosa com o homem em sua frente. "Eu realmente não consigo acreditar como seu pai o deixou na administração dessa agência".
"Eu sou o herdeiro, o filho legítimo". Ele debochou. "E enquanto você estava ganhando dinheiro não houve reclamações. O que mudou?"
Judith apenas o encarou, mas não disse nada, ela não parecia disposta a ter mais discussões com a jovem se contorcendo ao seu lado.
"Vamos entrar, eu não quero fazer o parto dela aqui, o bebê deve ser cuidado". Ela disse entredentes.
Andy e Sharon assistiram os dois entrarem no grande galpão e se entreolharam preocupados, era claro que o local estava certo, mas havia acontecido alguma coisa grave para adiantarem o nascimento do bebê e a Capitã sentiu o medo a tomar.
"Temos que salvar Rachel, não acho que vão deixa-la viver depois da bebê nascer". Andy falou e respirou fundo. "Eu não estou vendo ninguém vigiando".
"Nem eu". Ela falou encontrando sua voz trêmula. "Vamos tentar ver por uma das janelas, não sabemos quem pode estar dentro".
Afirmando, Andy começou a descer o pequeno declive que estavam e correu para a primeira janela que avistou. Espiando, o Tenente tentou enxergar o que estava dentro do local e tentou não se abalar em ver uma estrutura de hospital. Contudo, não havia muitas pessoas ali, era possível ver apenas um guarda armado e uma enfermeira segundo o uniforme que vestia. E além dessas pessoas, apenas Rachel, Judith e Adrian.
Andy falou a Sharon o que viu e os dois começaram a formular um plano para atrair o guarda para o lado de fora e invadir. Usando algumas pedras do local, eles conseguiram fazer barulho suficiente para o homem sair correndo com a arma em mãos. Assim que ele avistou Sharon, ele levantou o rifle e estava com o dedo no gatilho pronto para agir, mas ele nunca teve a chance, Andy usou a própria arma para golpeá-lo.
"Você está bem?" Ele perguntou a ela, Sharon apenas afirmou e usou sua algema para prender os braços do homem desacordado.
"Vamos, não temos muito tempo". A Capitã falou e seguiu na frente, eles não sabiam se Brenda estava perto, infelizmente eles não poderiam esperar.
Ao entrar no galpão, eles foram recebidos por silêncio e isso arrepiou os cabelos de suas nucas, era muito estranho, eles tinham que ser cautelosos. Com tantos leitos ao redor e todos fechados, ficava difícil saber onde estava Judith e Adrian. Caminhando lentamente e abrindo todas as cortinas, eles seguiram apreensivos e com armas firmes na frente de seus rostos, os dedos rígidos no gatilho.
De repente, ouviram um gemido de dor e sabiam imediatamente que era Rachel e eles se apressaram para onde o som estava vindo. Eles estavam esperando o ataque, mas não tão repentino. Enquanto corriam para o leito da jovem, Adrian passou correndo por eles e sem hesitar disparou tiros em suas direções. Sharon e Andy reagiram de imediato e se jogaram no chão, aquele era um cenário que eles não queriam que acontecesse.
Andy xingou quando uma bala pegou em seu braço e de onde estava não conseguia avistar o homem. Com dificuldade ele tentou descobrir para onde Sharon tinha ido, mas tudo era um caos, pois Rachel voltou a gritar assim como outra mulher, ele desconfiava que era a enfermeira
"ADRIAN!" Gritou Andy. "VOCÊ ESTÁ CERCADO. DESISTA!"
"VÁ SE FERRAR". Gritou o homem e Andy sorriu, era tudo o que ele precisava para saber onde ele estava. Se levantado, o Tenente apontou e atirou. Um gemido de dor foi ouvido.
Correndo para onde ele achava que estava o homem, Andy quase praguejou quando viu o rastro de sangue saindo pela porta. Ele estava a ponto de segui-lo quando ouviu a voz de Sharon o chamando. O Tenente esperava que os outros estivessem por perto. Andy então seguiu na direção que Sharon gritou.
"Deus... o que aconteceu?" Ele perguntou quando chegou no local e viu a bagunça ao redor.
No chão, claramente morta, estava a enfermeira. Ao seu lado estava Judith, ela não parecia ferida, mas estava inconsciente e com as mãos amaradas por uma toalha.
"O que aconteceu com você?" Ela perguntou quando viu o braço dele manchado de sangue.
"Apenas um arranhão". Ele disse e deu de ombro e olhou para o corpo atrás de respostas.
"Adrian atirou na enfermeira e eu consegui acertar Judith, acho que ela vai dormir um pouco". Sharon falou freneticamente. "Mas Rachel foi atingida também, não é tão ruim. Foi só um arranhão também". Ela disse, mas parou de falar quando Rachel gritou de dor novamente. "Aguente firme, Rachel".
"Ok... precisamos de ambulâncias. Adrian fugiu, mas espero que a Chefe esteja por perto". Andy disse se sentindo mais nervoso. "Acha que ela consegue esperar?"
"Não". Sharon falou e o encarou. Os olhos dela estavam marejados e ela respirou fundo. "Eu posso ver a cabeça da bebê. A gente vai ter que fazer o parto, Andy".
E aquilo foi como um balde de água fria na cabeça do Tenente, ele esperava um monte de coisa, mas isso era um pouco demais. O que diabos ele faria? Ele mal lembrava do último curso de primeiros socorros, ele não sabia o que fazer.
"ANDY!". Sharon gritou quando percebeu o choque dele. "Você ainda está comigo?"
"Sim-sim" Ele respirou fundo. "Só é- Deus... é muita adrenalina". Ele falou quase sem fôlego. "O que eu faço?"
"Fique com ela" Sharon pediu. "Eu vou tentar fazer isso". Ela tentou sorrir.
"Você consegue, Tesoro". Ele a encorajou.
"Dói" Rachel falou de repente tirando os dois da conversa. "Por que dói tanto?"
"Eu sinto muito, Rachel". Sharon tentou confortá-la. "Mas vamos consegui, sim? Vamos trazer esse bebê ao mundo".
"Ok". A menina choramingou quando sentiu a contração se aproximando. "Eu estou com medo".
"Eu também estou". Sharon falou e segurou sua bochecha gentilmente. "Mas vamos conseguir. Você, eu e Andy".
"Somos um time". Andy falou e beijou os cabelos suado da menina. "E vamos ganhar esse jogo".
Sharon o encarou com um sorriso e até um pouco incrédula, só Andy para comparar isso com uma partida de beisebol. Mas ela podia confessar que se sentiu mais calma e confiante com isso. Ela então se aproximou dele e o beijou suavemente, ela precisaria de toda a coragem que podia reunir.
"Hora do show". Ela sussurrou.
Os próximos 10 minutos passaram rapidamente e Sharon nunca viu um trabalho de parto tão rápido, ela podia ver a cabeça da bebê antes, mas agora ela sabia que estava na hora. Andy pareceu entender isso e ajustou a mão que ofereceu para Rachel, ele se preparou:
"É agora, Rachel. Faça força". Sharon falou e estendeu as mãos trêmulas para segurar a bebê. "Vamos lá..."
Rachel tinha parado de gritar minutos antes, mas ela ainda chorava e tentava recuperar o fôlego. Mas seguia as instruções de Sharon. Andy também a incentivava e afirmava que ela era muito corajosa.
"Só mais uma vez, Mo stór. Só mais uma". Sharon pediu a voz começando a ficar embargada mesmo que tivesse um sorriso em seu rosto.
Rachel respirou fundo e com toda a força que lhe restava ela apertando a mão de Andy e soltou um grito. Por alguns segundo tudo ficou quieto... ninguém parecia respirar e então... um choro forte encheu ao grande galpão vazio.
A bebê chorava a plenos pulmões e não parecia nada feliz em ter sido arrancada do calor que estava. Ela era tão pequena e tão perfeita que Sharon teve que se conter para não chorar abertamente. Ela trouxe a bebê para mais perto de si sem se importar com o sangue manchando suas roupas.
"Ei". Andy falou ao se aproximar dela. "Você está bem?"
"Sim... só-" Ela sorriu e o encarou, os olhos brilhando de lágrimas não derramadas. "Ela está aqui, Andy. Nossa Zoe está aqui".
A emoção na voz dela era palpável e Andy sentiu as próprias lágrimas se aproximarem ao ver a bebê nos braços de Sharon. Era como se a fantasia que criaram não fosse mais isso, era a realidade agora. Ele tinha uma filha e sua esposa a segurava emocionada, uma mentira que ele estava mais que disposto a viver.
Contudo, mesmo que estivesse encantado com Zoe, Andy precisou ser objetivo por enquanto, ele pegou uma toalha que estava ao lado da cama e ajudou Sharon a enrolar a bebê. Depois disso eles fizeram um rápido trabalho em cortar o cordão umbilical.
"Ei Rachel". Sharon falou e se aproximou da menina que parecia exausta e muito pálida. "Olhe quem está aqui".
Com cuidado, a Capitã entregou o pacotinho de alegria nos braços da jovem e sorriu quando ela parecia hipnotizada com a bebê. Andy que estava ao seu lado, passou um braço por sua cintura e a puxou para si, sem se importar com quem visse, já que agora ele podia ouvir som de sirenes e passos apressados, ele a beijou suavemente.
"Conseguimos". Ele sussurrou em se ouvido. "Conseguimos, Amore mío".
Sharon sorriu, ela se aconchegou um pouco mais nele, porém ao olhar para Rachel podia ver que alguma coisa estava errada. A jovem estava mais pálida e suava profusamente.
"Rachel... você está bem?"
"Estou cansada". Sussurrou a menina e os olhos dela reviraram para trás da cabeça quando ela desmaiou.
Por sorte, Sharon já estava com as mãos na bebê e pegou o pequeno pacote nos braços, Andy sabendo que o momento estava arruinado abriu a cortina do leito e gritou por uma ambulância.
Brenda, Cornwell e dois paramédicos aparecerem quase imediatamente e pareciam chocados e temerosos ao ver a cena. Tudo estava vermelho demais por causa do sangue, seja no chão onde estava o corpo da enfermeira ou na cama onde Rachel estava desmaiada.
"Levem ela". Andy disse. "Ela está perdendo sangue". O paramédico olho para os braços de Sharon e deduziu o que estava acontecendo e começou o trabalho.
"O que aconteceu?" Quis saber Brenda.
"Não sabemos ainda". Sharon disse cansada. "Só que Rachel pediu ajuda. Quando chegamos Adrian estava enlouquecido e começou um tiroteio".
"A enfermeira foi atingida e... não pudemos fazer muito por ela. Eu consegui acertar Adrian, mas ele fugiu". Andy relatou cansado.
"O encontramos. Ele vai ser interrogado". Cornwell falou.
"Eu consegui conter Judith". Sharon falou e apontou para a mulher inconsciente.
"Conseguimos rastrear o celular". Disse Brenda com um sorriso. "Salvamos muitas meninas hoje".
"Graças a Deus". Sharon falou e sentiu como se o peso do mundo saísse de seus ombros. "Mas agora precisamos salvar mais uma". Ela sussurrou e olhou para onde os paramédicos estavam amarrando Rachel na maca. "Eu vou com elas, meu relatório estará em sua mesa em alguns dias".
Com isso ela começou a acompanhar a maca, sem se importar que estava com sangues nas roupas e nas mãos. Andy a assistiu indo embora e se mexeu inquieto, ele queria ir junto, ele precisava, na verdade. Ele não sentia essa necessidade em muito tempo, ele precisava saber onde Sharon e Zoe estavam, era como se seu instinto gritasse isso.
"Vá com elas". Brenda disse e ele percebeu que ela o encarava com um pequeno sorriso. "Vá logo, Andy. Sua esposa e filha precisam de você. E dê uma olhada nesse braço".
O Tenente nem ao menos percebeu o sarcasmo na voz da loira, apenas se apressou em acompanhar Sharon, talvez o caso tivesse afetado a todos eles. Mas a verdade era que ele estava feliz em viver isso, em ter isso com Sharon. E quando ambos estava na ambulância, finalmente aliviados por saber que Rachel ficaria bem e que Zoe estava saudável mesmo que nascida tão cedo, era como se tudo estivesse perfeito.
"Eu acho que estou sonhando". Sussurrou Sharon enquanto afagava a bochecha minúscula da bebê em seus braços. "É errado eu querer ficar com ela?"
"Eu não sou a pessoa certa para fazer essa pergunta". Ele disse com um sorriso enquanto brincava com o pezinho de Zoe.
"E por que?" Sharon o questionou divertida.
"Bem... tudo o que sei é que estou a caminho do hospital com minha esposa porque nossa filha acabou de nascer. E que nossa amiga fez um grande trabalho em realizar nosso sonho".
"Meu Deus... estamos ferrados, não estamos?" Ela disse com um sorriso.
"Completamente". Ele falou e deu um beijo suave em sua bochecha.
Andy sabia que teriam uma grande confusão em suas mãos quando voltassem para casa, mas por enquanto eles ficariam dentro daquela bolha feliz. Mas Sharon já tinha outros pensamentos, ela ligaria para Gavin e Andrea atrás de ajuda jurídica, ela tentaria ajudar as duas meninas em sua frente e se acabasse com um bebê em sua vida ela não reclamaria.
Continua...
