Compras, Reencontros, Beco Diagonal.
Quando Duda entrou no bar onde Harry havia marcado ele teve mais certeza ainda de que não queria estar lá. O lugar era bastante escuro e pessoas de todos os tipos estavam ali. A maioria mal encarada e com roupas estranhas, alguns empunhando varinhas.
Eduard estava com o olhar vidrado e Elizabeth estava um pouco apreensiva. Quando ela olhou no rosto do marido viu que ele estava aterrorizado.
Logo que eles acabaram de adentrar no bar um homem veio até eles.
- Senhor e senhora Dursley?
- Sim - disse Elizabeth incerta
- Por aqui, por favor.
Eles andaram com o homem até um corredor onde havia várias portas de ambos os lados das paredes. Ele abriu uma porta à esquerda e sinalizou para que entrassem.
Os Dursley entraram em uma sala já ocupada por alguns bruxos que estavam sentados em uma mesa no centro da pequena sala.
- Obrigado Tom, pode ir agora - disse Harry fechando a porta - Como vai Duda?
- Indo...
- Bem, você deve se lembrar pelo menos vagamente deles, esses são meus amigos Rony e Hermione Weasley, e essa é minha esposa Gina.
- Ah sim... Essa é minha esposa, Elizabeth. E Eduard, meu filho. – Harry sorriu para eles. Duda parecia ter engolido muito rapidamente um vidro de Poção Polissuco.
- Acho que podemos ir então. – Disse finalmente Harry, depois de alguns segundos tensos de silencio.
Todos se levantaram, Rony colocou uma capa preta e subiu um capuz que lhe cobriu o rosto. Duda ficou um tempo se perguntando o porque de bruxos serem tão esquisitos.
Saíram pelo bar e entraram em um pátio ao fundo.
O simples fato de Harry puxar a varinha do bolso quase fez Duda desmaiar, os olhos de Eduard brilhavam.
Quando o arco para o Beco Diagonal se abriu todos o atravessaram, mas os Dursley continuaram parados. Olharam por um tempo extasiados até que Eduard atravessou meio incerto.
Duda e Elizabeth atravessaram logo depois, Eduard ainda estava sem palavras.
- Tudo é tão... Mágico! – ele disse com os olhos arregalados.
Harry apenas sorriu.
- Por aqui – ele disse já voltando a caminhar, e os Dursley o seguiram.
Trocaram o dinheiro de Duda por dinheiro bruxo e seguiram para comprar materiais. Compraram todos os livros na Floreios e Borrões, materiais de poções e tudo mais que havia na lista. Agora só faltavam as vestes e as varinhas. Quando eles iam saindo da loja de produtos de poções duas crianças totalmente escondidas pelos sorvetes que carregavam correram em sua direção.
- Lanna eu não disse que não era pra você tomar muito sorvete! Agora você só vai ter fome de novo no banquete de Hogwarts! – ralhou Hermione
- Thomas Potter o que eu disse a você sobre tomar sorv...
- Mamãe foi o tio Fred que insistiu pra que a gente tomasse sorvete... Eles estão vendendo agora lá na loja! – Gina bufou, mas pareceu escutar o que o filho disse e logo fez uma careta.
- Só espero que não tenha nada de suspeito nesse sorvete – concluiu a ruiva
- Não tem... Nós testamos na Marie antes – Lanna disse com cara de falsa inocência
- Marie? Neville e Luna estão aqui também? – perguntou Rony com a voz baixa.
- Estão sim papai. Eles estão comprando as vestes.
- Então vamos pra lá também, venham – Harry foi guiando o grupo.
Chegaram na loja e logo encontraram com Luna e Neville. Eles estavam parados em frente a um banquinho onde uma menina de cabelos escorridos e loiros era rodeada por uma fita métrica que tirava suas medidas furiosamente.
- Oh queridos subam ai – conjurou mais três banquinhos – já vou tirando suas medidas – três fitas métricas medindo furiosamente enquanto a quarta que já trabalhava quando chegaram caiu no chão.
Tomy e Lanna pareceram não gostar muito da fita medindo-os com aqueles movimentos irritantemente rápidos, já Eduard parecia simplesmente fascinado com aquele mínimo de magia que havia conhecido até agora.
Harry e todo o seu grupo se aproximaram de Neville e Luna, que pareciam feliz em vê-los.
- Luna, Neville, como vão? – Disse Harry, enquanto todos se cumprimentavam. – Ah, vocês ainda não se conhecem... Duda, Elizabeth, esses são Neville e Luna Longbotton, amigos de longa data, Neville e Luna, esse é meu primo Duda e sua esposa Elizabeth.
Os Dursley apenas acenaram com a cabeça. Elizabeth parecia perder o fôlego com tudo aquilo, e Duda, mal humorado como sempre.
Logo acabaram as medições, e em alguns minutos as vestes das quatro crianças estavam prontas. Saíram da loja, conversavam animadamente.
- A loja de produtos para Herbologia anda muito bem, Gina... Com a falta de uma antes aqui no Beco, a clientela fica realmente grande... – Dizia Neville a uma Gina realmente interessada – E a Luna anda se divertindo pesquisando sobre "Nabos Venenosos Finlandeses", e claro, ajudando seu pai em algumas matérias pr'O Pasquim...
Estavam então todos na porta da loja do Senhor Olivaras. Ao ler o letreiro, Duda sentiu um calafrio estranho percorrer-lhe o corpo. Esse era o ultimo – e mais importante – artefato que compraria para Eduard aquele dia. Se saísse daquela loja com uma varinha mágica, não haveria mais volta. Ele olhou quase que suplicante para Elizabeth, que se manteve em uma expressão dura, logo tirando todas as esperanças do marido.
Entraram lentamente, e todos já contaminados com o "clima" da loja, mantiveram-se em silencio.
- Senhor e senhora Potter, senhor e senhora Weasley, senhor e senhora Longbotton... Achei que não viriam mais... – Ouviu-se a voz misteriosa do velho conhecido dono da loja. O Senhor Olivaras veio caminhando com seu jeito estranho até eles. Seus olhos pareciam mais azuis do que nunca, e sua expressão mais misteriosa... Ele dava arrepios em Harry, sem duvidas. Desde aquele dia há 25 anos em que comprara a varinha que selaria seu destino, Harry sempre teve uma impressão estranha do senhor ali. – E temos aqui um filho de trouxas, certo? – Disse o velho olhando Eduard, e logo depois, olhando os Dursley, concluiu – É claro... Bem, bem, vejamos... Quatro varinhas, quatro varinhas que vão trazer muitas historias para se contar... Isso é óbvio, se esses jovenzinhos aqui tiverem o mesmo potencial mágico de seus pais... Claro que sem contar o mocinho ali – os olhos azuis atravessaram Eduard – Pois bem.
O velho se perdeu em suas prateleiras a procura de varinhas, e logo voltou com uma pilha delas, que foi experimentando nos quatro ali.
A primeira varinha a se manifestar e decidir foi a de Marie. Logo depois a de Lanna e Tomy, e então, depois de incontáveis minutos e dezenas de varinhas rejeitadas, definiu-se a de Eduard. Ele parecia mais encantado do que nunca.
Ao sair daquela loja, Duda teve certeza que não tinha mais volta.
Eduard de fato se formaria bruxo. E ele não poderia fazer nada, absolutamente nada contra isso.
Já estavam de volta ao Caldeirão Furado, Harry conversava com Duda sobre os próximos passos e sobre o embarque em primeiro de Setembro. As quatro crianças não estavam a vista, deviam estar em algum lugar por ali terminando de comer os chocolates que Rony havia comprado pra elas.
Todos pareciam bastante entretidos...
Lanna e Tomy já haviam terminado o chocolate e mantinham um certo olhar nada santo para Marie e Eduard. Estava claro que quando chegassem em Hogwarts aprontariam alguma...
Estavam sentados numa mesa em um canto mais escuro do bar. Começaram a conversar sobre quadribol, quando ouviram uma voz estranha atrás de si...
- Weasleys e Potters... Esse bar definitivamente é muito mal freqüentado...
Tomy virou-se lentamente para ver quem era, e logo notou, sem muita surpresa, que sua desconfiança estava certa.
Cabelos pretos, diferentes do seu pai, porem os olhos cinzentos igualmente frios e inexpressivos aos dele. Os traços mais fortes de sua mãe, e a indiscutível petulância sonserina...
- Cala a boca, Malfoy. A não ser que queira se dar mal antes mesmo de embarcar para Hogwarts... – A expressão de Tomy chegava a ser assassina.
Harry achou estranho não ver as crianças por perto. Então, deixando Gina, Rony e Hermione dando instruções aos Dursley, saiu para procura-los.
E então, quanto não foi sua surpresa, ao ver a face daquela mulher.
Os cabelos negros, os traços rústicos e expressão dura, ele quase passou mal ao vê-la. Realmente, era bom achar logo as crianças, antes que...
- Eles estão ali no canto, Potter... Maximus parece estar se divertindo com eles.
O estomago de Harry deu uma volta. Nojo, isso explicava bem o que sentia por ela – Muito obrigado Malfoy, mas eu não me lembro de ter te perguntando nada...
- Ora ora ora, mas quanta agressividade. O que foi, anda tendo frustrações no trabalho, Potter?
Se ainda fossem adolescentes em Hogwarts, simplesmente Harry Potter e Pansy Parkinson, teria azarado-a. Controlou a fúria por um instante, fazendo uma anotação mental. Seja aonde for que Draco Malfoy estivesse, sua mulher sabia onde ele estava. Realmente, já haviam sido várias as tentativas frustradas de pegar o homem... Passando por ela com certa agressividade, Harry foi até onde estavam as crianças. Ainda borbulhava de raiva.
- Cala a boca, Malfoy. A não ser que queira se dar mal antes mesmode embarcar para Hogwarts... – A expressão de Tomy chegava a ser assassina.
- Olha como fala com seus superiores, Potter. Você pode acabar se dando mal...
- Superiores? – Lanna soltou uma gargalhada debochada – Por favor, Malfoy. Pelo menos nenhum de nossos pais está sendo perseguido pelo Ministério, não é? Eles podem andar livremente, nos trazer para fazer compras...
- Repita isso e terá o mesmo triste fim dos avós do Pottinho aqui, Weasley...
Tomy ia levantando o punho cerrado para acertar Malfoy quando Harry o segurou.
- Deixe-o. Vamos, vamos embora. – Com uma ultima olhada ao pequeno Malfoy ali, Harry saiu acompanhado das quatro crianças que estivera procurando, indo em direção ao seu grupo que agora se despedia.
- Foi bom vê-los, pessoal. Nós podemos marcar algo pra fazer mais pra frente, não? Será um prazer recebe-los lá em casa... – Disse Neville, sorridente. Harry confirmou a afirmação, e então os três Longbotton sumiram em meio a várias chamas verdes.
Harry dirigiu-se a Duda, que esperava as ultimas instruções e então poder fazer o que queria desde que chegara ali – ir embora.
- Esteja me esperando no dia primeiro de Setembro às dez e meia, Duda, no arco que fica entre as plataformas nove e dez de King's Cross. Creio que o bilhete de Eduard esteja anexo a carta de Hogwarts, você deve leva-lo. Bom, é isso...
Com um ultimo aceno de entendimento, Duda saiu com sua família pela porta do bar. Desejando nunca mais voltar, claro.
Harry voltou para perto de Gina, Rony, Hermione e as crianças. Rony, ainda coberto pela capa, parecia bastante nervoso, tão ansioso quanto Duda estava para sair dali... Sem ser visto, de preferência.
- Bom, é isso então – disse Harry se encaminhando para a lareira – Vejo vocês em breve, espero. – Sorriu para Rony e Hermione – Gina, Tomy, vamos... – e em meio a uma explosão verde, desapareceram.
Hermione olhou para Rony e Lanna, e então pegou um pouco de Pó de Flu. Rony veio andando em direção à lareira, mas pisou na própria capa, que logo caiu, descobrindo-lhe o rosto – desastrado como sempre.
Hermione congelou. Não só ela, por um momento todo o bar pareceu parar. Mas então a voz de um garotinho gritando pareceu despertar a todos ali...
- É Rony Weasley, o goleiro dos Cannons!
Uma explosão de cadeiras se afastando e pessoas correndo até Rony foi o que se seguiu. Todos gritando, pedindo autógrafos, alguns até convidando-o para o almoço...
- Merlim Ronald, será que você nunca vai conseguir coordenar esses pés? – Hermione estava furiosa – Agora só vamos conseguir sair daqui amanhã de manhã, isso se tivermos muita sorte, claro...
N/A: Primeiramente, queria pedir incontáveis desculpas pela demora da atualização. É que houveram alguns problemas pessoais que me bloquearam a ecrever, e depois veio o início das aulas e aulas em período integral, o que tem deixado meu tempo realmente curto...
Mas bem. Capítulo um pouco maior, para aquelas pessoas que havia me pedido.
Esse não tá com muito humor, porque não tinha onde por muito humor mesmo, mas prometo que do próximo adiante eu vou seguir a linha da fic com coisas bem engraçadas.
Quero agradecer à todos que mandam reviews e pedir para que continuem mandando, acreditem, eu só fiquei a manhã toda hoje escrevendo esse capítulo porque entrei aqui e re-li as reviews, o que me deu um impulso incontrolável de escrever.
Bem, é isso. Obrigada mesmo à todos, e grandes beijos à todos que lêem o que eu escrevo.
By Mary.
