APENAS LEMBRANÇAS
Capítulo
11 – Uma noite tranqüila
Heero e Relena seguiram viagem em silêncio, logo chegando ao destino. Como haviam parado algumas vezes, Duo chegara antes. Estacionaram o carro à frente da casa de muro baixo, entraram no quintal e bateram à porta. Hilde abriu, com Aiko no colo.
-Tudo bem?
-Tudo tranqüilo, sem nenhum problema. E vocês?
-Tudo bem. Onde está o Eiji? - perguntou Relena.
-Deitado, no quarto. Acho que se cansou.
-Vou vê-lo. Você vem, Heero?
-Preciso falar com Duo.
-Ele foi pegar a Sam na vizinha, já deve chegar. – disse Hilde
-Vou esperá-lo.
Em cinco minutos, Duo abria a porta, trazendo pela mão uma garota. Era alta e tinha os olhos azuis muito vivos, cabelos castanhos a lhe cair pela cintura, e uma franjinha, que lhe dava um ar sapeca.
-Heero! Que bom que você voltou. Quem sabe agora o Eiji pára de agir feito um idiota...- disse a menina, com uma careta.
-Porque você não vai vê-lo? Acho que ele está no quarto – sussurrou Duo, soltando a mão da filha. Depois que ela saiu, virou-se para Heero. – Me diga porque você está com essa cara de cão chupando manga, meu chapa.
-Não é melhor saírmos agora...
-Vai com calma, cara. Já são oito horas e faziam dois dias que eu não vinha pra casa. Vamos descansar por hoje, amanhã planejamos a invasão, está bem?
-Desde que estejamos seguros.
-Ora, vamos. Não tivemos problemas hoje. Além do que esses caras são atiradores profissionais, você sabe como trabalham.
-Heero? – Relena entrara na sala – Eiji está te chamando.
-Vai lá, cara. E vê se se acalma. Você tá precisando.
Duo saiu da sala, mas Heero não se mexeu.
-Está tudo bem? - perguntou Relena, também parada.
Heero fez um gesto vago com os ombros e saiu. Ela ficou um tempo mais a pensar, conhecia-o muito bem para afirmar que algo o incomodava.
Mais tarde, quando Heero chegou ao quarto de hóspedes, encontrou Aiko e Relena já dormindo um sono tranqüilo. Deitou-se fazendo o mínimo de barulho, e logo adormeceu. Mergulhou em um sono leve, interrompido por despertares bruscos. A toda hora temia acordar e encontrar uma pessoa a mirá-lo. Não era um medo consciente ou racional, apenas receio.
------
-Conseguiu dormir?
-Um pouco.
Duo e Heero estavam em um carro escuro, estacionados em uma rua movimentada. Observavam um edifício de vidros espelhados, alto e imponente. O sol do meio-dia refletia-se nos vidros dos outros carros, vez ou outra pontuando-lhes a visão. Duo tirou um papel do bolso e mostrou ao amigo.
-Aqui tem um esquema com a distribuição dos cômodos do lugar. Aqui, os dutos de ventilação e sistemas elétricos. E aqui, os horários de troca de turno dos vigias e os pontos onde há câmeras e alarmes.
Heero mirou os papéis à sua frente, pescando cada informação, um desafio tentador apresentando-se. Analisou cada entrada e abertura, comparou os horários. Duo tamborilava no volante, mirando o prédio, vez ou outra confirmando alguma informação a Heero.
-Certo. – disse o garoto finalmente – Temos um plano.
-----
Era pouco mais de meia noite e a avenida, tão conturbada durante o dia, estava totalmente vazia. Vez ou outra um carro rebaixado com uma batida forte e repetitiva passava, ou um cachorro tombava uma lata de lixo. Mas não havia nenhuma alma viva se arriscando na rua àquele horário. Nos fundos de um prédio comercial, dois homens se esgueiravam pelas sombras.
-Acho que é aqui. – disse Duo ao outro, sussurrando.
-Não, a janela fica um pouco mais pra lá, acima da porta de serviço. – respondeu Heero, também sussurrando e continuando a andar.
-Segura isso aqui. – Heero parara bem embaixo de uma janela basculante no primeiro andar, e entregou uma maleta ao amigo. Com uma agilidade incrível, ele escalou o prédio, chegando à janela. Sem muito esforço, ele forçou o basculante por fora, abrindo uma brecha não muito grande. Deu uma olhada no corredor de serviços internos, e virou-se para Duo. – Me alcança a mala.
Em menos de dois minutos, os dois haviam passado pela pequena brecha e estavam dentro do prédio. Como estavam em um corredor secundário, onde ficavam as cozinhas e banheiros, a segurança não era tão intensa.
-Eu vou até a caixa de força, desativar as câmeras e alarmes. Você tem uns dez minutos. – Disse Heero a Duo, que colocava um comunicador no ouvido e vestia luvas de látex.
-Vai ser mais que o suficiente.
Heero continou pelo mesmo corredor, indo diretamente até onde estava a caixa de força. Também vestiu luvas, para não espalhar digitais. Desligou algumas chaves e correu, parando ao lado de uma porta. Logo um vigia saiu para ver o que estava acontecendo, mas antes que pudesse entender, caiu inconsciente.
O homem entrou na sala onde estavam todos os monitores e controles de alarme e ligou seu lap-top e o comunicador.
-Duo? Está me ouvindo?
-Na escuta, parceiro.
-Pegue o próximo corredor à direita. Você não vai encontrar ninguém. Vai ter um saguão e uma escadaria, você vai subir e pegar a esquerda.
-Beleza.
-Agora conte as portas, até a quinta à esquerda. É essa.
Duo parou à frente de uma porta pesada de metal, onde havia uma placa, 'ARQUIVOS'.
-Quanto tempo tenho até o segurança chegar a esse corredor?
-Três minutos.
-Certo. Parece que a porta tem um dispositivo eletrônico, você não poderia...
-Estou tentando.
Heero levou dois minutos para abrir a porta, e Duo, parado no corredor sem poder fazer nada, já estava entrando em desespero.
-Porra, finalmente.
-Não reclama, eu fiz o trabalho pesado.
-E eu o trabalho sujo... se alguém se ferrar nessa história vai ser eu.
-Ninguém vai se ferrar. O que você está vendo aí?
-Hum... tem uma mesa, e algumas prateleiras, com caixas e mais caixas. E outra porta.
-Tem um computador sobre a mesa, não tem? Ligue ele que vou invadí-lo. Enquanto isso dê uma geral na sala pra ver se descobre algo.
Duo fez o que o amigo pedia, e por sorte o computador era silencioso. Ele olhou algumas caixas, todas cheias de papéis. Fichas de contratação antigas, notas fiscais...
-Que coisa pré-histórica...
O garoto resolveu fuçar nas gavetas da mesa, e ao puxar uma delas, quase derrubou no chão.
-Você está louco? O segurança deve estar perto agora.
-Não tive culpa, essa gaveta tá solta...
Ele ouviu passos no corredor. Por um minuto, alguém parou próximo à porta. Duo prendeu a respiração e imobilizou-se. Então os passos ecoaram novamente, mais rápidos, afastando-se.
-Por pouco...
-Continue procurando. Não há nada registrado no computador, mas puxei os e-mails para garantir.
Duo continuou a revirar as gavetas.
-Qualquer coisa é valida. Qualquer nome ou telefone...
-Eu sei. – disse o garoto, tirando algumas fotos e contas da primeira gaveta. – Mas é que parece que o cara que trabalha aqui não é muito organizado.
-Não podemos demorar, se as câmeras ficarem mais de dez minutos desligadas, todos os seguranças do prédio vão saber.
-Quantos minutos temos?
-4.
-Vamos lá... – Duo remexia febrilmente a terceira gaveta, não encontrando nada mais que revistas velhas.
-O segurança vai passar de novo.
-Eu sei... – ele abriu a última gaveta com violência. No meio de uma bagunça, haviam clipes espalhados, copinhos de café amassados e relatórios antigos. Então ele viu algo que parecia estar deslocado naquela gaveta: um envelope marrom, cuidadosamente lacrado, repousando a um canto. Ele pegou-o.
-Duo, saia daí agora. - disse a voz de Heero, do comunicador.
Oie pessoas! Dan-dan-dan-da-da-da (musiquinha de missão impossível huahuahuahua) Esse cap ficou um pouco mais curto... sabe como é, vida de estudante, final de semestre... huahauhuahuahua Aproveitando a questão dos nomes que a galera levantou, vou deixar aqui uma curiosidade em relação aos significados: Eiji era usado na época dos samurais para nomear o segundo filho homem (eu deixei de lado isso no contexto em questão). Já Aiko vem da palavra Ai amor. Ko é um complemento comumente usado no final de nomes femininos (Keiko, Naoko, Rinako) e significa criança.
Tina-chan: Olá! Depois de uma parada rápida, um pouquinho mais de ação... Valeu pelo review.
James Hiwatari: Quê isso, não tem problema. Eu escrevi desse jeito por hábito, nem me toquei... vou arrumar a partir desse capítulo, valeu pela dica.
BeLlItA PiKaMa AoYaMa: Tá aqui o capítulo 11. E eu devo ter levado mais tempo pra escrever seu nome do que pra postar ele. Huahuahuhauhau.
Bjos!
Poly-chan
