APENAS LEMBRANÇAS
CAPÍTULO 15 – A voz dos pesadelos
Heero continuou em silêncio, e Enzo ficou a mirá-lo com interesse.
-Fiquei sabendo que Hanka colocou um dos soldados atrás de você, e depois contratou uma empresa de segurança. Você tem uma sorte do diabo em ainda estar vivo.
O ex-piloto se lembrou de todo sufoco pelo qual havia passado nos últimos dias. Lembrou-se de Eiji, que levara um tiro que era para ele. Não chamaria aquilo de sorte.
-Mas agora o tal do Hanka parou de perseguir o Heero, não é? – disse Duo – Já faz uns dois dias que não temos problemas.
-O que sei é que ele dispensou o serviço da empresa de segurança. Resolveu agir por conta própria. Mas se querem saber, acho estranho esse silêncio dele. Ele deve estar armando alguma coisa...
-E como a gente faz pra esse cara deixar a gente em paz? – disse Duo, pensando em voz alta.
-Acho que nesse caso força física não vai adiantar. Meu advogado conseguiu alguns doc... – ele parou de falar, pois Heero levou a mão ao ouvido, preocupado.
-Não me diga que você ainda está com aquele aparelhinho que emite um som agudo? Hanka coloca ele para controlar os soldados...
Heero sequer ouvira o que o homem falara. Levantou-se, ainda com a mão no ouvido.
-O que foi? O que está acontecendo? - murmurou o homem.
Duo levantou-se também, mirando o amigo.
-Perdi a comunicação. – disse Heero. – Alguma coisa aconteceu lá fora.
-Vocês não confiaram em mim e trouxeram outra pessoa? – disse Enzo, sentado à mesa.
-Vou até lá. – disse Heero, ignorando Enzo.
-Cara, espera! – Heero abriu a porta e Duo seguiu-o. O amigo estava agindo de forma impulsiva, como sempre fazia. Enzo levantou-se para também ver o que se passava.
Assim que Heero entrou no longo corredor que dava para a recepção, viu dois homens no final dele. Um à frente, de terno escuro, cabelos grisalhos. Outro mais atrás, do tamanho de um armário. Este último vinha trazendo Relena, fazendo-a caminhar à sua frente.
-Finalmente nos encontramos novamente, Heero Yuy. – Heero mirou o homem, alguns metros à sua frente. Sentiu a sensação familiar invadí-lo. Mas não era uma sensação boa.
Não vai matá-lo? Você tem que matar!
Era a voz de seus pesadelos.
-Quer dizer que o Enzo estava fazendo uma reunião e nem me convidou? Que salafrário...
Duo e Enzo haviam parado ambos ao lado de Heero, observando a cena.
-Boa tarde, Enzo. Desculpe invadir assim esse lugar e tirar os funcionários do prédio. Mas tenho contas a acertar e de hoje não passa.
Enzo ia falar alguma coisa, mas mais dois homens surgiram atrás dele. Dois seguranças de Hanka, que fizeram um sinal para que os três andassem.
Eles chegaram à recepção e Heero lançou um olhar à Relena. Ela estava parada, com o segurança atrás, lhe apontando uma arma para o peito
-Até que você está bem, soldado. – disse Hanka. – Parece que o trabalho desse idiota deu resultado. Pena que tenha sido em vão.
De repente, todos ouviram um ruído e em questão de segundos a confusão estava armada. Um garoto surgiu do nada, chutou a canela do segurança mais próximo da porta, que segurava Relena. Ela aproveitou-se da distração do homem e meteu um chute na arma, fazendo-a voar longe. Heero correu para pegar a arma, mas Hanka atirou. Ele sentiu o tiro pegar no braço.
-O próximo é na cabeça. – disse o homem, mirando a pistola.
Heero imobilizou-se, sem opção. Mirou Relena, que estava abraçada ao garoto que havia começado a confusão. Eiji. A última pessoa que ele queria que presenciasse aquilo tudo. Pela cara de Relena, ela também estava surpresa em ver o filho.
-Você é muito burro... – disse Hanka, encarando Heero - Em vez de vir sozinho, teve que trazer a família para cuidar de você? Se essa mulher não estivesse no estacionamento e não me visse entrar no prédio, não haveriam motivos para eu fazer qualquer coisa a ela. Mas agora já viu demais.
O homem fez um sinal aos seguranças, que acompanharam todos por um corredor.
-É bom não tentar nada. – disse ele a Heero quando este virou a cabeça para mirar Relena e Eiji mais atrás, próximos de Hanka. – Não me importo em atirar.
Ele desceram algumas escadas e enveredaram por outro corredor. Pareciam estar se embrenhando pelos cantos mais escuros do edifício. Por fim chegaram a uma sala, que mais parecia um depósito. Haviam várias caixas e móveis velhos ocupando a sala escura. Ela era ampla, com janelas pequenas e compridas, próximas do teto, e uma fileira de pilares passando bem pelo meio.
Um dos seguranças arrastou Heero, levando-o até algumas cadeiras de sala de espera que pareciam estar lá a pelo menos uma década. O homem se perguntou o que viria a seguir. Duo e Hanka também foram levados a algumas cadeiras, à frente de Heero. Um dos homens trouxe uma corda e eles começaram a amarrar os três. Primeiro os braços para trás, no suporte metálico da cadeira. Depois o corpo contra o encosto.
Hanka entrou com uma maleta metálica e Heero sentiu uma pontada de medo. Uma bomba.
O homem colocou a maleta no chão, próxima a um pilar. Então virou-se para um de seus homens, parado ao lado de Relena e Eiji.
-Amarre-os também.
-Não há necessidade disso. – disse Heero, tentando manter a voz fria como habitualmente. – Não era a mim que você queria? Já conseguiu. Eles não têm nada a ver com isso.
Hanka levantou-se, um sorriso sarcástico nos lábios.
-Só pode estar brincando, não é? Já disse que não vou soltá-los, viram demais. E saiba que a culpa é sua, por ser um covarde. Se sua mulher não estivesse no estacionamento nada disso teria acontecido.
-Hanka, pense no que está fazendo. – dessa vez foi Enzo quem falou. – Matar pessoas inocentes... dentre elas uma criança. Explodir o laboratório inteiro. Você não desceria tão baixo... você vai ser pego.
-Não no posto que estou agora, Enzo. É fácil encobrir alguns fatos quando você tem contatos.
-Não entendo porque tudo isso... – continuou o cientista.
-Este caso está abalando minha reputação, preciso acabar de uma vez por todas com ele. Sem deixar qualquer vestígio. E agora já chega.
Um segurança havia acabado de amarrar Eiji ao lado de Duo, e agora faria o mesmo com Relena.
-Amarre-a ao lado dele. – disse Hanka, apontando Heero. – Vou conceder essa gentileza, já que os dois não conseguem se separar...
Ele abaixou-se, digitando algo no visor eletrônico.
-Vocês têm 10 minutos.
Seus homens certificaram-se que todos estavam presos e então saíram. Hanka lançou um último olhar a todos, ainda com seu sorriso sarcástico, antes de fechar a porta.
N/a: Oieeeee! Agora eu meti todos em uma enrascada... sugestões de como eles podem escapar desta? Vamos ver se alguém tem uma idéia boa ou se aproxima da resposta. E que tal o Wonka, ops Hanka como vilão? Acho que ele não é tão maluco como vocês esperavam... tá, só um pouco.
James Hiwaratri: Olá! Você estava certo quanto ao fato de que estava tudo muito fácil... tinha que complicar. Não vão aparecer mais personagens, até porque a história tá se aproximando de um final. Mas ainda tem algumas surpresas.
Tina-chan: Assim como é bom sonhar, é
tão boa essa sensação de um ficwriter quando lê
um review desses, de que seus objetivos foram atingidos e pelo menos
uma pessoa foi tocada... já valeu a pena. vlw pelo review.
BeLlItA PiKaMa AoYaMa: Não precisa se estressar, o capítulo já tá aqui. No momento o Heero tá sem tempo pra pensar nisso, mas aguarde, sim? Bem calminha... huahuahuahuahua
bjos
Poly-chan
