A volta ao Lar...

Prólogo

"Já estava mais na hora de você ir embora daqui, seu gatuno miserável".

Mas surpreendentemente, Kyo não respondeu aquela provocação. Mantinha a cabeça baixa, revelando um medo nada comum em alguém visivelmente sempre tão determinado.

As três pessoas que o observavam tinham reações diferentes. O mais alto, com os braços cruzados sobre o peito, sabia ter uma parcela de culpa. Afinal, provocara parte daquela situação e não via modo de se redimir, nem de se desculpar, sem que abrisse novamente as feridas tão fragilmente cicatrizadas.

O outro garoto, o que fizera inicialmente o comentário infeliz, não demonstrava em seus olhos violetas, mas estava incomodado. Por mais que não quisesse aceitar, muitas coisas iriam mudar.

E por fim, a jovem de esperançosos olhos azuis tremia violentamente. A semana havia transcorrido com tanta rapidez que não pudera se recuperar inteiramente dos acontecimentos. E por mais que se esforçasse, ao olhar para a figura franzina de Kyo, era impossível não se lembrar do monstro em que ele se transformava. Mas não com nojo ou com ódio. Sim pena, outro sentimento que sabia que ele detestaria.

"Você não precisa partir, Kyo-kun, você...", por favor, não parta. Não me abandone. Não torne o meu esforço em vão. Era o que o coração pedia, porém o que os lábios não tinham coragem de pronunciar.

"Eu só gostaria de dizer... obrigado, Tohru", ele a interrompeu com a voz mais doce que pôde. "Obrigado por ter me aturado tanto tempo, por jamais ter perdido a paciência e por... por mostrar que ás vezes o medo não é uma coisa tão ruim quanto eu pensava a princípio".

Abrace-me. Faça isso, mesmo que vá se transformar... Eu preciso tanto... será que você precisa também, Kyo-kun?.

Como Kyo não se aproximou, Tohru abriu de leve os braços e deu um passo para frente, mas ao ver a expressão masculina contrair-se, conteve-se. Extremamente embaraçada, apenas desculpou-se. "Gomen, Kyo-kun. Eu... eu...".

"O dia mais feliz da minha vida será quando eu puder abraçá-la, Tohru", pôs a mochila sobre os ombros. "Até lá...", com um meio sorriso, explicitamente ferido, acenou de leve e partiu pela estrada que o afastava da casa dos Souma.

E por tempo indeterminado.


Hei, minna!

Que felicida imensa! Essa história estava na minha mente desde que eu havia terminado de assistir Furuba. E como estou dando um tempo na minha história de SCC, resolvi postá-la! \O/
Mas não se empolguem muito... ela será bastante pequenina e meiga... e pode ser que alguns personagens estejam um pouquinho OCC... Mas nada que extrapole.
Enfim, eu espero que gostem. Eu não sei se deu para perceber o shipper, mas de qualquer caso, eu vou manter o mistério até os próximos capítulos!

Muito obrigada pela atenção e não deixe de comentar, criticar... ou só dizer um oi! XD

Kisu!