Disclaimer: A verdade é que a Jô não quer me dar NENHUM personagem. Nem o Bichento ela quer me dar!

--- fic dedicada à Lou Malfoy ---

Segundo Capítulo:

Mais Que Pensamento

Vi de longe Virgínia sair da livraria e olhar em volta a minha procura. Não importava o quanto estava cheio de gente o Beco Diagonal, porque o cabelo dela era vermelho e chamativo o suficiente para que eu a percebesse à léguas de distância.

Ela fez uma notável careta a me notar em seu campo de visão e chegando até si. No espaço de tempo em que levei para chegar até ela, sua expressão foi de desagradada a transtornada. Tão transparente... afinal, assim são os Weasleys, não é mesmo? Culpa minha, que estivesse atrás de um deles.

- Weasley, você parece estressada...

- Cala a boca, Malfoy. – ela grunhiu trazendo sua capa mais para perto do corpo e começando a andar duro para a única sorveteria do Beco Diagonal, me fazendo segui-la.

- Weasley... não guarde antigas mágoas em eu coração... – debochei, sorrindo cinicamente – além disso... você não exatamente me mandou calar a boca no dia daquele seu... noivado. Nem podia, não é? Nossas bocas estavam ocupadas...

- Cala. A. Boca! - ela disse com as bochechas muito vermelhas agora.

- O quê? – eu apressei o passo para ficar ao seu lado. Para uma Weasley, até que ela não era exatamente lerda. – Você se arrepende?

Virgínia parecia prestes a ter uma explosão e olhou pra mim com uma expressão fuzilante.

- Não me fale desse dia! – disse secamente. – Não me lembre disso!

Seu tom me arrancou outro riso cínico. Talvez o único motivo pelo qual ela não me matou ali e naquele momento foi termos chegado à Florean Fortescue, onde Virgínia se sentou zangada na primeira cadeira que viu e me sentei na cadeira em sua frente, no oposto da pequena mesa redonda.

- Você não está sendo amigável, Virg...

- E por que eu seria? – ela exclamou – Já basta ser burra de vir pra uma sorveteria com um comensal da morte!

- Ex-comensal – eu disse brandamente, pegando o cardápio e passando meus olhos pela grande variedade de sabores, aos quais nenhum me atraia, porque eu não gostava nadinha de doces.

Virgínia me olhou por um momento com as duas sobrancelhas muito erguidas, talvez esperando uma confirmação ou outro deboche, e desistiu em seguida meneando a cabeça levemente, como se não acreditasse que estava realmente ali.

- Você vai me dar o cardápio ou não? – exclamou indignada minutos silenciosos depois, enquanto eu apenas passei o olho pelos sundaes sem vontade.

- Calma, ruiva! – disse passando pra ela o cardápio – Não fique tão nervosa com a minha presença, mesmo que mecha tanto contigo e...

- Malfoy – ela disse levantando um olhar venenoso pra mim – Pára de me atentar e diz logo o que você quer! Olha – disse levantando rápido e lançando um olhar para o relógio no pulso – eu tenho hora pra chegar em casa, meu marido ta me esperando e...

- Marido! – eu comecei a rir – Potter! Marido! Virgínia, poupe-me!

Ela bufou e virou as costas. Dei um pulo da cadeira e a agarrei pelo antebraço antes que pudesse ir, fazendo-a se virar de pressa e ainda mais vermelha.

- Me larga!

- Virgínia...

- Nem te dei intimidade pra me chamar de Virgínia!

- Não? – eu disse cínico – Porque naquele dia no carro...

- Foi uma loucura! – ela disse espumando de raiva – Eu apaguei aquilo da minha cabeça para sempre, Malfoy, e não quero me lembrar de novo!

- Mas eu não esqueci... – eu murmurei em seu ouvido, ainda segurando seu braço com força e Virgínia vibrou contra meu corpo – E quero repetir...

- Sai de perto de mim! – ela finalmente explodiu, se afastando de mim com um pulo. Naquele momento estava anoitecendo e as cores do por do sol emolduravam os cabelos muito vermelhos dela, a dando um ar desafiador e contrariado. – Não volte a me procurar! Eu sou uma mulher casada, Malfoy, você definitivamente não pode falar comigo como se eu fosse uma de suas garotas de programa ou algo parecido!

- Quem liga se é casada? – protestei com pouco caso – o que Potter faz que eu não faço melhor?

- Ele me respeita!

- E...

- Ele me ama! Somos uma família, somos fieis um ao outro e temos opiniões parecidas!

- Por Slytherin... parece entediante... – fingi um suspiro resignado.

- É claro que parece isso para você! Você nunca teve nada disso, não é, Malfoy!

- Talvez não seja suficiente pra mim, Weasley – eu disse frio, enquanto ela se afastava – só me diga uma coisa!

- O que é? – ela disse se virando.

- Será que seu amado marido Potter lhe deseja?

- Que você quer dizer com isso?

- É uma pergunta casual, Virgínia.

- É idiota e sem sentido, Malfoy. – ela disse por fim, o olhando inexpressiva – Harry é meu marido.

(------------- D/G ---------------)

Quando Gina aparatou em casa, Harry já estava sentado na escrivaninha do seu escritório, com montes de papéis ao seu redor e parecendo muito cansado e sonolento. A ruiva se arrastou até ele deixando o pesado casaco em cima do sofá no meio do caminho e ensaiou um sorriso desanimado para o homem moreno a sua frente.

Harry era lindo, carinhoso, gentil e respeitoso consigo. Se importava com as suas necessidades e parecia que realmente a amava e gostava de estar com ela... então o que faltava? Por que toda vez que olhava via quase um estranho, mesmo depois de anos de casamento? E o que significava aquele leve vazio sempre presente demais quando eles se sorriam ou estavam juntos?

- Você demorou, Gin. – Harry disse desprendendo o olhar de seus formulários e a fitando. – Aconteceu alguma coisa?

Ela olhou enfaticamente ao redor do escritório dele, pensando no que falar. Nem a lareira, nem as paredes cobertas de prateleiras com livros e papeis, nem o tapete caro nem a mesa polida de carvalho pareciam lhe dizer que Harry ia aceitar pacificamente o fato de Gina ter aceitado tomar um sorvete com Draco Malfoy, seu antigo inimigo.

- Não, foi só o movimento normal do mês de natal. E você, muito trabalho?

- Bastante. – ele indicou as pilhas de pergaminho – Tudo pra amanhã pela manhã...

- Posso ajudar?

- Vem até aqui me dar um beijo, já é um grande consolo.

Ela deu um sorriso suave e transitou desviando das caixas com fichas que Harry mantinha ao lado da mesa e chegou até o marido. Harry a enlaçou pela cintura fina e beijou-lhe os lábios como sempre beijava, carinhosamente. Gina se afastou dele quando percebeu estar fazendo um paralelo entre o beijo de Draco, que ela nem imaginava lembrar o gosto, e o do seu marido, sendo varrida por um calafrio.

- Se não posso ajudar vou me deitar – disse enquanto travava uma luta para esquecer os olhos cinzentos de Draco Malfoy e recuperar seu sorriso – Estou exausta. Te espero?

- Vou muito mais tarde. Não precisa ficar acordada...

- Está bem. – disse depositando nele outro beijo.

Mas Gina não dormiu rápido. Não foi demorada em seu banho, meia hora depois estava entre os lençóis quentes e simplesmente sua mente estava acesa demais para relaxar e descansar. Não queria jamais duvidar que Harry fora a coisa certa, e jamais esperara que fosse justo Malfoy a fazê-la rever os conceitos...

Não. Não ia deixar Malfoy interferir na sua vida, não agora que ela estava estável e equilibrada. Não agora que tinha alguém que lhe respeitava, lhe entendia, lhe amava...

Mas será que era o suficiente?

Era, a consciência de Gina disse rigidamente, a fazendo se revirar na cama. E Harry a desejava, completou, com os dentes cerrados.

Mesmo que seus beijos fossem sempre carinhosos demais. Mesmo que ela sempre se deitasse sozinha, porque ele vivia cheio de trabalho a fazer. Mesmo que ele nunca realmente a procurasse...

Ela suspirou.

Era o suficiente?

---------------------------------

N/A: Gina com caraminholas na cabeçaaaa! Será que o Draco a convence de que naum eh o suficiente?

Ah, só avisando... a estrelinha W. M. me acordou pra essa coisa de que a perspectiva da Gina não tava aparecendo, então agora, quando for a Gina sem o Draco a narração é em terceira pessoa...

Agradecimentos: Crystin-Malfoy (aqui atualização...), Mione G. Potter RJ (Tanks! Beijinhos!), Lou (Minha betaa! Será que eu tô perdendo o jeito pra D/G? Mas, de forma... aqui teu presentex! Eu ia te mandar pra betar o cap mas me pareceu mais seguro postar logo, por que eu não tenho previsões até minha vida voltar ao normal e não quero o povo esperando demais a LE... espero que não fique zangada. Próximo cap você beta, prometo.), Rafinha (NC ainda não, né! MESMO assim, eh presente pra a Lou e ela exige, rsrs, estrelinha W. M. (Agora tem a perspectiva da Gina também...) eDriste (A minha beta fala demais, mas de vez enquanto até dá pra aproveitar alguma coisa, rsrs).

Então, beijos! OBRIGADA pelas reviews!

Ly Anne Black.