Um dia Comum?

- Olhe, Brian, o Looper's Park chegou em Seville! Vamos?

- Só se for para ir na montanha russa!

- Mas eu tenho medo... Eu quero ir na roda gigante.

- Você já foi em uma montanha russa? Se você não gostar, eu te deixo me ganhar naquele jogo que você instalou aqui em casa.

- Você não precisa me deixar ganhar. Meu nível é muito mais avançado que o seu. Mas tudo bem. Desde que a gente vá na roda gigante.

- Tá bem... Amanhã, às 10:00, a gente vai lá! Cheque Mate!

Desde o último incidente, a mãe de Tucker havia sido levada ao hospício da cidade, já que afirmava que só estava ajudando seu filho a fugir do maníaco que invadira a casa. Tucker estava na casa de Brian há uns dias.

-

Brian saiu do banho e sentou-se na cama. Tucker olhava o garoto de toalha, e então sentou-se ao seu lado na cama.

- Eu tinha visto isso antes, queria te perguntar... Que marcas são essas? E tem uma nova aqui...

- Não é nada.

- Como não é nada? Ninguém se queima do nada! – Brian gelou.

- Como você sabe que são queimaduras? – Tucker também percebeu o fato.

- S-só veio à minha mente.

- Tuck, você... conseguiu l-ler minha mente...?

- Nunca consegui fazer nada assim! Foi só dessa vez! Eu vi tão... claramente! Você, pensando "tomara que ele não descubra que eu que me queimei..."

- Ah... Mas, tente, ao menos, nunca mais ler minha mente!

Então foram ao parque. O pai de Brian levou os dois de carro, já que o parque era afastado da cidade.

- Você está bacana... Bem bacana! – disse Tucker, enrubescido.

- Você também, Tucker! – respondeu Brian, dando tapinhas no ombro de Tucker.

Aquele que dirigia sorriu.

-

- Roda gigante! – disse Tucker.

- Montanha russa! – disse Brian.

Resolveram, depois de muitas rodadas de par ou ímpar, que iriam na montanha russa primeiro. Como Brian apostou que seria, Tucker adorou o brinquedo. Foram nele e nos outros brinquedos radicais diversas vezes, até o pôr do Sol. Quando Brian pensou que Tucker esquecera...

- Agora vamos na roda gigante.

- Nossa, você lembrou!

E assim foi. E lá no topo, dava para ver o bonito horizonte, o Sol alaranjado...

- Eu gostei muito de hoje – disse Tucker, envergonhado.

- Eu gostei tanto de hoje quanto eu gosto de você: muito. – Tucker olhou para Brian; seus olhos brilhavam assim como os de Brian. Se aproximavam...

- A gente podia vir aqui mais vezes... – disse Tucker, virando-se.

- Sim, é claro, Tuck. – disse Brian, olhando-o, com um sorriso. – Quantas vezes você quiser...

Quando desceram, já começavam a surgir as estrelas. Haviam poucas pessoas no parque, a maioria indo embora. Tucker e Brian estavam indo até a portaria, onde o pai de Brian os esperaria.

- Sabe, Brian, nossas vozes são parecidas... Deu para despachar o papai. Como que você e o n° 4 vão voltar para casa? – das sombras, surgiu um jovem com mais alguns atrás. Ele se parecia muito com Brian, a não ser pelo cabelo mais longo e um brinco em uma das orelhas.

- Leon...

- Mudou de interesse, maninho? Agora são pirralhos, né? – Tucker olhou para Leon, e depois para Brian; se pareciam, de fato. Leon olhou para Tucker e segurou firmemente seu queixo, direcionando-o para ele – Que pena... É uma gracinha.

- Eu nem conheço esse garoto – disse Brian, empurrando com força o menino ao seu lado. – Tchau, Leon.

Brian saiu andando, e passou sozinho pela portaria. Uma lágrima solitária escorria pelo seu rosto.

Tucker levantou-se do empurrão e passou andando pelo desconhecido, sério. Brian estava de pé, em frente ao ponto de ônibus. Tucker postou-se à sua frente.

- Eu não te entendo. Seu idiota! Panaca, pare de ser tão otário!

- Eu não queria fazer isso, mas é que eu...

- Você o quê, Brian?

Brian murmurou.

- É por isso que eu tenho que ir embora.

- Ahn? O que você disse?

- Tchau, Tucker... – outra e mais outra lágrima rolou pelo rosto de Brian, mas já tinha se virado, não permitiria que Tucker o visse chorando. O ônibus parou, e Brian se foi.

- Vamos. – disse uma voz grossa, para pessoas atrás de si. Uma voz que poderia pertencer a alguém com um futuro brilhante. Mas que fora corrompida pelo mal... Pelo Hollow, que sujara sua alma.

N/A: e assim foi a primeira "quase" aproximação dos dois... O Tucker, bom, não sabe bem o que está acontecendo com ele... Mas o Brian tem certeza... Estaria ele disposto a arriscar a sua vida e a vida de Tucker pelo sentimento que já tinha? Não deixe de ler o próximo capítulo -