Rio de Janeiro
- Eu acho que ele está lá, Allan.
- Por que você acha que ele foi para lá?
- A última carta que ele me mandou não tem remetente, mas tem um selo do Cristo Redentor. Eu tenho que bolar um jeito de ir até lá.
- Eu te levo. Vamos. E de avião...
E assim foi. Tucker e Allan, o pai de Brian, partiram em um vôo à tarde para o Rio de Janeiro. Por volta das 20:00, estavam em um aconchegante hotel, e já dormiam, graças à cansativa viagem.
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Quando o despertador de Tucker tocou, levantaram-se e foram tomar o café da manhã.
- A moça me deu uma agenda telefônica e eu encontrei o número dele... Mas só dá ocupado.
- Poderíamos olhar nos Correios e procurar pelo CEP, vai ser mais fácil...
- Então é isso que faremos.
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E assim fizeram-se três meses à procura de Brian. Três meses procurando sem cessar o Brian Richard correto... Muitos constavam na aparentemente infinita lista de CEP's.
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Brian tragava o cigarro, contrariado. Não tinha mais o que fazer, perdeu as esperanças. Não podia ter ninguém que lhe fosse precioso, e por isso estava há tanto tempo enterrado naquele apartamento horrível, sem futuro. Entrou em seu apartamento, como se pesasse uma tonelada a mais. Abriu a gaveta. Pegou uma foto daqueles dias... Daqueles dias que apesar de não poder encostar um dedo nele com intenções de amor, tudo parecia ficar bem para sempre. Uma lágrima percorreu seu rosto, sem ser contida.
- Tucker... eu sinto tanto a sua falta...
- Eu também, Brian! – Brian virou-se, surpreso. Era Tucker. O cigarro caiu, e ao tocar o chão, Brian já estava longe, na porta, abraçando Tucker como se largá-lo o tirasse a vida.
- Vamos dar uma volta, quero conversar com você... – disse Tucker, olhando-o – Sobre coisas importantes... A primeira delas é que se algum dia eu te vir de novo com um cigarro na boca, eu não vou te perdoar de jeito nenhum.
- Certo... Deixe-se só tomar um banho e me arrumar. – Arrumar-se era, de fato, uma necessidade. Os olhos de Brian estavam opacos; o cabelo, mal cuidado; uma barba espessa crescia livremente em seu rosto. E depois de cerca de vinte minutos, Brian irrompeu pela sala. Estava renovado. Seus olhos brilhavam com a mesma viva intensidade que antes. Seu cabelo brilhava, com a mesma força que seus olhos; seu rosto estava liso, do jeito que Tucker mais admirava.
- Lindo... como antes. Só que... arrisco dizer, mais alto. – arriscou Tucker.
- Você também... Lindo... – respondeu Brian, esboçando um sorriso. – como sempre foi.
Foram ao McDonald's. Tucker e Brian estavam em frente à lanchonete, conversando animadamente, Tucker contando como havia encontrado-o.
- E aí eu tentei o último Brian Richard. E te encontrei!
- E o meu pai?
- Está no apartamento que alugamos. Ele já está trabalhando como executivo em uma empresa emergente na Zona Sul...
- Que bom...
Um clima calado passou. Tucker não disse mais nada, nem Brian. Se olhavam...
- Sabe... e-eu pensei sobre... o que v-você disse na carta. E-eu tam-bém t-te a... – Tucker não terminou a frase. Surpreendeu-se sendo beijado por Brian. Fechou os olhos. Começou a ouvir os pensamentos apaixonados de Brian em sua cabeça, como no dia em que iam para o parque. Sentiu-se tão bem... e entregou-se, com a paixão que nem sabia que sentia. Brian sabia que Tucker realmente o amava. Ali estavam dois garotos, na frente do estabelecimento mais consumido das Américas, se beijando. Mães preocupadas corriam com seus filhos para todos os lados, enquanto os filhos apenas choravam por não terem terminado os hambúrgueres. Casais jovens e mais velhos lançavam olhares desaprovadores, alguns recolhiam-se, incomodados. Casais como Tucker e Brian desinibiram-se, e alguns estavam indiferentes, outros admirando, e os apressados atendentes nem se davam conta do que acontecia. Mas eles estavam apenas se beijando, com amor, sem dar a mínima importância ao que acontecia a suas voltas, a não ser quando o segurança os jogou longe.
- Que excelente hora para encontrar meu irmãozinho! Esse é o material que precisávamos. Janny, tirou as fotos? Já temos certeza de quem é o n° 4. Vamos. – murmurou um vulto.
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- Brian, você precisa tomar cuidado... – disse Allan.
- Eu sei, pai. Eu vou tomar cuidado. Vou proteger Tucker, mesmo que com minha vida. Não deixarei que Leon mate mais alguém que eu amo.
- Se você se precaver, não haverá necessidade de perder a vida por Tucker. Boa noite.
- Boa noite, pai. – Brian alisava os cabelos castanhos de Tucker, olhando-o com ternura. Beijou sua testa e dormiu abraçado a ele, e tivera, assim como Tucker, a melhor noite de sua vida.
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- Vamos ao Shopping, Brian!
- Não gosto muito de ir a Shoppings, Tucker...
- Mas... a gente... ah...
- Ahh, então tá. Mas antes, assistimos àquele filme de ação que passou o trailer, ok?
- Certo!
E assim seguiram-se os dias. Shoppings, beijos apaixonados em público ou não, lugares divertidos, parques de diversões. A vida, para eles, era perfeita. Mas nem o sempre nem o perfeito duram. O sempre nunca é para sempre...
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- Ele vai aparecer, pai. Tudo está bom demais para ser verdade, ele vai aparecer e vai acontecer algo de ruim. Eu sei que vai.
- É provável, meu filho. É só termos cuidado. – Tucker, que aparentemente dormia, sussurrou nos ouvidos de Brian:
- Não se preocupe comigo, preocupe-se com você, Brian Jackson. – Brian não reconheceu a voz de Brian. Era muito séria, rígida... Será que...?
N/A: até parece que o Tucker não iria, com o pai do Brian, atrás dele, né? XD
Bom, eu nem tenho muito a dizer :P
Acompanhem, mandem reviews e façam um escritor chatãão feliz:D
