Amando Você
Para Naru
CAPITULO 2
Passado Recente e Sentimentos
O dia acabava de amanhecer e os primeiros raios de sol entravam lentamente pela janela. Despertou sentindo o rosto aquecido. Olhou para a pessoa adormecida ao seu lado e notou o qual ela estava distante dele agora.
Dois meses depois e ela continua desse jeito.
Ele não estava se referindo ao fato dela estar...Balançou a cabeça afastando aquele pensamento e se levantou. Dirigiu-se ao banheiro, lavou o rosto e quando estava terminando de enxugá-lo: ergueu-o. Encarou seu reflexo no espelho e não pode deixar que um suspiro cansado escapasse de seus lábios.
– É muito bom ver que está tão decadente. – disse sorrindo cinicamente para si.
Terminou de enxugar o rosto e voltou para o quarto. Olhou para a figura adormecida. Doía-lhe vê-la daquele jeito. Por mais que todos pensassem que ele era uma fortaleza inabalável, e ai de quem pensasse o contrário, o destino encontrou um modo, um pouco cruel, de lhe provar que não era bem assim. E fez isso atacando seu único ponto fraco: Rin.
A esposa era tudo o que mais amava e seria capaz de tudo para fazê-la feliz. Afinal ela era sua felicidade e a única pessoa capaz de arrancar sorrisos dele.
Sentou-se ao lado dela, sem ao menos se lembrar de ter caminhado até ali, e ficou apenas observando-a. Sentia tanta saudade do sorriso dela. Desde aquele dia ela nunca mais sorrira e seu humor apenas piorava a cada dia.
Tirou uma mecha de cabelo que caia sobre o rosto e acariciou-o. Sentia saudade da pele macia dela. De como acordavam abraçados todas as manhãs. Aproximou-se mais e depositou-lhe um beijo na maçã de seu rosto. Sentia falta dos beijos dela também.
Olhou-a novamente antes de levantar e, a passos lentos, caminhar até a porta. Fechou-a cuidadosamente para logo em seguida descer as escadas.
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– Sesshy...
Deixou que o nome dele escapasse de seus lábios antes de abrir os olhos e ver que já havia amanhecido. Virou de modo que pudesse ver o teto do quarto. Suspirou desanimada ao pensar que aquele seria mais um dia como os outros. Um dia em que ela ficaria na cama vendo televisão ou então, caso isso a cansasse, o que acontecia na maioria das vezes, iria passear pela casa na cadeira de rodas. Isso, claro, depois de ser colocada lá pelo dinossauro que Sesshoumaru havia contratado para tomar conta dela e da casa.
Como é que ela se chamava mesmo? Ah! Kaede.
Como alguém tão velho pode ter tanta força?
Deixou aqueles pensamentos ao virar o rosto de lado e se deparar com a cama vazia. Agora era sempre assim. Antes, o que só durou uma semana após o acidente, ele ficava, esperava que ela acordasse para só depois sair da cama. Mas agora... E ela sabia bem o motivo. Toda vez que ele tentava uma conversa ou ela respondia brutamente ou acabava brigando com ele.
Suspirou cansada. Nunca pensou que chegaria a um estado tão deplorável, mas também nunca havia pensado que um dia isso pudesse acontecer. Fechou os olhos novamente, não em busca de sono, isso ela não tinha, mas em busca de escuridão. Achava-a mais confortável do que a luz externa. Aquela luz toda a fazia se sentir tão...morta.
Lembrou-se da noite passada e de como se sentira. E inevitavelmente lembrou-se do acidente e de uma coisa que ela queria esquecer. O maldito hospital.
#-#-#-#-# Flash Back #-#-#-#-#
Sua cabeça doía mais do que tudo.
Onde raios eu estou?
E porque estava ouvindo a voz de Sesshoumaru tão angustiada?
Mas que inferno...Como dói...
Tentou abrir os olhos, mas logo os fechou rapidamente.
Quem foi o imbecil que colocou uma luz forte dessas na minha cara?
Realmente não estava em um de seus melhores dias. Sua cabeça doía, não conseguia abrir os olhos e ainda conseguia ouvir a voz angustiada de Sesshoumaru.
Mas que inferno...
Abriu os olhos e forçou-se a mantê-los abertos. Escutou as vozes ao seu redor calarem-se e sentiu-se aliviada.
Virou o rosto para o lado e pode ver um par de belos orbes dourados a observando. Sorriu fracamente antes de fechar os olhos para sentir melhor a sensação do toque da mão dele em seu rosto.
– Vai ficar tudo bem...
Foi a ultima coisa que ouviu antes de cair na mais completa escuridão.
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Abriu os olhos lentamente e viu que ainda estava sob uma luz forte, mas diferente do outro lugar este parecia mais espaçoso e o número de pessoas era maior.
– Bisturi.
– O que o senhor acha que podemos fazer Doutor?
– Agora nada mais. Fizemos tudo o que podíamos.
– Mas...
– Nós só podemos esperar.
O que está acontecendo?
Novamente: escuridão.
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Acordou novamente, mas diferente das outras vezes não tinha luz nenhuma em seu rosto. Olhou para os lados a procura de alguém que pudesse lhe dizer onde estava.
Nada.
Suspirou desanimada. Ela só queria que aquela confusão toda acabasse.
Ouviu barulho de porta abrindo e esperou até que o dono dos passos que escutava aparecesse. Sorriu ao ver que era Sesshoumaru.
– Olá.
Viu um sorriso no rosto dele surgir e isso a acalmou ainda mais.
– Oi. Como está se sentindo? – disse afastando uma mecha de cabelo do rosto dela.
– Cansada. Quero sair logo daqui. Onde eu estou?
– No hospital.
Só agora realmente reparava no quarto, no soro e nos fios que estavam conectados a ela.
Como eu não reparei nisso antes?
– Sesshy eu quero ir para casa. Me ajuda a levantar?
Viu o sorriso dele morrer.
– O que foi Sesshy?
Tentou se levantar, mas nada aconteceu. Não sentia as pernas.
– Sesshy, o médico está por ai?
– Sim. O que tem? Está sentindo alguma coisa? – perguntou não podendo disfarçar o tom preocupado.
– Eu não sinto as minhas pernas. Quero saber quando o efeito da anestesia vai passar.
Viu-o caminhar até a janela e parar.
– O efeito da anestesia já passou Rin.
Uma coisa no tom de Sesshoumaru a assustou. Ele parecia...triste.
– Mas eu não sinto...
– Lembra...do acidente Rin?
Silêncio.
Flashs passavam rápido diante de seus olhos.
Chuva.
Ela havia discutido com Sesshoumaru.
O carro corria a toda velocidade.
Algo a havia feito parar bruscamente.
O carro parando de cabeça para baixo do outro lado da estrada.
Dores, muitas dores.
E logo depois...
Escuridão.
– Rin? – ouviu a voz preocupada de Sesshoumaru chamando-a.
– Sesshy...eu... – a respiração ofegante por causa das lembranças não permitia que ela falasse. Respirou profundamente antes de continuar. – Aconteceu alguma coisa comigo?
– Os médicos disseram que você teve sorte...
Isso fez com que um sorriso surgisse no rosto de Rin, mas ela sabia que ele ainda não tinha terminado.
– Mas eles disseram... – ele agora havia se virado na direção dela. A cabeça estava baixa e a mãos estavam fechadas ao lado do corpo.
Era estranho vê-lo daquele modo.
O que está acontecendo?
Sentiu uma pontada no peito. Estava com medo. Mas medo de que?
– Que as suas pernas...podem nunca mais serem as mesmas.
Ele levantou a cabeça apenas para ver o choque surgir nos olhos cor de chocolate que ele tanto amava.
– O...q-que...você quer di-dizer com i-isso Ses-Sesshy? – disse não podendo mais conter os soluços.
Ele sabia que ela não suportaria a idéia de que...
– Você está...paralítica Rin...
A reação dela foi apenas não reagir.
O que aquilo significava?
A mente trabalhando lentamente. E só agora conseguindo entender...
Não pode ser verdade. Não...
– Não...eu não...
– Rin...
– Não...NÃO!
Ele não suportava aquilo. Vê-la sofrendo daquele jeito. Era como se o estivessem matando lenta e dolorosamente.
– Rin...acalme-se. – disse aproximando-se dela novamente.
– Diga que é mentira Sesshy. Diga. – disse puxando a camisa dele.
As lágrimas agora rolando livremente pelo rosto.
– Diga Sesshy.
Ele apenas puxou-a para um forte abraço. Queria sentir a dor dela. Queria poder dizer que tudo ia ficar bem, mas não podia. As palavras teimavam em não sair. E essa sensação de impotência que o dominava não estava ajudando muito.
– Rin...escute. Vamos, olhe para mim. – disse segurando seu queixo para fazê-la encara-lo. – Farei tudo o que estiver ao meu alcance.
– Mas...
Parou de falar ao sentir dois dedos serem levemente pressionados sobre seus lábios.
– É uma promessa Rin. Você vai voltar a andar. – disse passando o dedo polegar pela maçã de seu rosto tirando uma lágrima que teimava em cair.
Abraçou-a novamente e acariciou seus cabelos na tentativa de acalmá-la.
– Eu amo você. Eu te amo...
Beijou os seus cabelos enquanto escutava os soluços, agora baixos, diminuírem.
#-#-#-#-# Fim do Flash Back #-#-#-#-#
Despertou das lembranças ao ouvir o telefone tocar na mesinha ao lado da cama. Estendeu a mão para pegar o aparelho.
– Mu...
Parou de falar ao perceber que Sesshoumaru já havia atendido. A voz de mulher do outro lado da linha era familiar. Era a voz da mãe de Sesshoumaru.
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– Mushi mushi...
– Sesshoumaru? Como você está?
– Bem... – disse com o seu costumeiro tom sério.
– Eu quero saber como você realmente está?
– ...
– Sesshoumaru você está me ouvindo? – disse um pouco irritada pelo silêncio do filho.
– Claro que sim Izayoi.
– Pelo amor de Deus me chame de mãe!
– ...
Ouviu um suspiro antes de escutar novamente a voz da mãe.
– Sesshoumaru, quando você pretende voltar para o escritório?
– Quando Rin se sentir melhor.
– Você não pode fazer isso. A sua vida não gira ao redor dela.
Agora foi a vez dele de suspirar. Detestava mostrar-se cansado e fraco. Principalmente diante da mãe.
– Mãe...
–
– Mãe, ainda está ai?
– Fale. – disse com um tom mais calmo.
– Eu não vou deixá-la sozinha.
– Mas ela nem fala direito com você. Estou cansada de ouvir você dizer que vocês discutem por qualquer coisa.
– Isso não me fará desistir dela.
– Muitos no seu lugar já a teriam abandonado.
– Eu não farei isso.
Silêncio.
Outro suspiro. Agora por parte dela.
– Todos acham que você só está com ela por pena.
– Estão todos errados.
– Só liguei mesmo para saber como estava.
– Ótimo. – disse secamente.
– E para dizer que InuYasha e os outros estão fazendo o possível para manter o ritmo do escritório. Mas aquilo lá sem você e Rin está uma bagunça.
– Eles podem sobreviver sem nós.
– Certo.
– Até outro dia.
– Até.
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Desligou o telefone após ouvir o termino da conversa. Então era isso o que estava acontecendo. Todos tinham pena dela. Ela não queria a piedade de ninguém. Não precisava que sentissem pena dela.
Ouviu a porta do quarto abrir e Sesshoumaru surgir logo em seguida. Ele trazia uma bandeja de café da manhã.
Viu-o se aproximar da cama e depositar a bandeja na mesinha ao lado.
– Como está se sentindo?
– Do mesmo modo que nos outros dias. – disse secamente.
Silêncio.
Era sempre assim. Ele tentava começar uma conversa e ela o cortava.
– Eu não quero que sinta pena de mim.
Ela tinha escutado a conversa?
– Eu não sinto pena de você.
– Pare de mentir.
– Eu não...
– PARE DE MENTIR!
– ...
– Pare de fingir que se importa comigo. Pare de achar que sabe como eu me sinto. Você não sabe o que é acordar todos os dias e passar a maior parte do tempo trancada nesse maldito quarto porque não tem coragem de encarar ninguém lá fora. Não é você que precisa usar fraudas feito uma criança porque não consegui ir ao maldito banheiro sozinha. Não é você que tem que ver aquele dinossauro que você chama de empregada toda vez que você...Isso é tão patético. Tão ridículo.
– Você não tem que sentir vergonha disso Rin. – disse estendendo a mão para tocar no rosto dela.
– CALE A BOCA! Cale a boca. – disse afastando a mão dele com um tapa. Não vendo a dor que aquele gesto causava surgir nos olhos dourados. – Você não sabe de nada. Nada...Por que não me abandona como sua mãe mesma sugeriu?
Então ela ouviu a conversa.
– Eu nunca faria uma coisa dessas. – disse se levantando e caminhando até a porta. Parando com a mão na maçaneta ao ver que ela ainda iria falar.
– Por quê? Por pena? VAMOS ME DIGA! POR QUÊ?
– Porque este Sesshoumaru ama a Rin dele. – disse saindo e fechando a porta.
E ela fez a única coisa que podia fazer: chorou
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Desceu as escadas lentamente pensando no que tinha acontecido.
Queria vê-la bem e sorrindo novamente.
Estava fazendo tudo o que podia para que isso acontecesse logo, mas nada havia mudado.
Caminhou até a sala e desabou sobre o sofá. Apoiando os cotovelos nos joelhos, escondeu o rosto entre as mãos e deixou que aquela sensação de impotência o dominasse completamente.
Talvez o meu possível não seja o suficiente.
Olá Minna-san!
Desculpem pela demora, mas finalmente o capitulo está aqui! ;D
É muito bom saber que a Senhorita está gostando Dona Naru! Bom saber também que outras pessoas estão lendo e gostando. Espero continuar agradando a todos.
Prometo tentar não demorar com o próximo capitulo.
Então acho que é só o.o
Nota mais sem sentido
Ah! E para aqueles que lerem o fic e se sentirem a vontade para mandar review ficarei feliz em recebê-la.
Kissus e ja ne
Leila.
