Beta: Nicolle Snape - Muito obrigada! Betagem a jato!
Disclaimer: Todos personagens são da J.K. Rowling. Eu só faço maldades com eles às vezes. (Nada tão dramático quanto mandar o Cão para o Véu)
Referente a palavra nº 64 da minha table escolhida pela Celly que ganhou o quarto joguinho. Parabéns, moça. Espero que a continuação esteja do seu agrado.
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-Lamber-
- Sirius, o que pensa que está fazendo?
Remus tentou empregar seu tom de voz mais sério e falhou miseravelmente. Poderia alegar que sua voz estava rouca pelo sono, mas não tinha qualquer desculpa para a forma hesitante como disse as últimas palavras. Parecia muito mais com um gemido (o que praticamente fora) que uma bronca. Talvez, se dissesse que sua confusão fora causada pelo movimentar incessante de Sirius sobre ele, conseguisse explicar a forma como reagia.
Tentou conter a combinação de gemido e praga que ia soltar ao sentir Sirius se movimentado novamente. Procurou se concentrar nos argumentos de sua defesa, pois precisaria ser muito bons para justificar o modo como seu corpo estava reagindo. Mas foi completamente inútil. Então, Remus tentou empurrar o amigo para longe, mas percebeu horrorizado que sua mão estava presa.
- Sirius, isso não tem graça. O que está acontecendo? – Remus não precisou nem fingir irritação.
- Calma, Moony. Eu só estou garantindo que terei sua total atenção. – falou, risonho.
- Conseguiu. Agora, me solta. – Remus puxou o braço inutilmente e quando não teve êxito, tentou evitar o sentimento de pânico. – O que é isso prendendo meu braço?
Sirius deu um sorriso ainda maior e se ajeitou, não parecendo nem um pouco apressado em sair de cima de Remus.
- Algema.
- Que? – Definitivamente, Remus estava em pânico agora. – Onde arrumou isso? Não venha me dizer que roubou do professor...
- Ei, quem tá pensando que sou? Óbvio que não roubei nada! – Sirius falou, indignado.
Remus sequer respondeu, limitando-se a lançar um olhar que ele pretendia dizer 'quer mesmo que eu responda' e tentou libertar o braço, que não estava algemado, debaixo do corpo de Sirius. Mas nada que fazia dava certo.
- Padfoot. Saia de cima do meu braço. Está formigando.
- Oh, me desculpe, Moony.
Sirius pareceu realmente arrependido ao dizer isso, mas para desespero de Remus, o animago apenas se moveu de forma a ficar entre as pernas do licantropo sem, no entanto, encostar-se a ele. Mas bastaria um simples movimento para que isso acontecesse.
- Melhor assim? – Sirius disse, exibindo um sorrisinho arrogante.
- Você está com algum problema? – Remus falou, recorrendo ao seu tom mais calmo. Continuou, ante a negativa do outro: - Pode me explicar por que estou preso e você está sobre mim?
- Muito simples. Eu já disse: queria sua atenção.
Remus mordeu o lábio e franziu o cenho, pensativo, e ficou aguardando que o amigo continuasse. Mas Sirius não disse mais nada.
- E então, criatura? Pra que desejava minha atenção? Não podia esperar até um horário decente ou mesmo uma situação mais conveniente, não?
Sirius bufou de raiva e disse:
- Você está me evitando. Desde a Lua Cheia que eu tenho tentado falar com você, mas sempre foge.
Remus sentiu o constante sentimento de culpa o invadindo. Desde o 'incidente' antes da Lua Cheia, vinha evitando o amigo o máximo que podia. Ainda assim, tentou remediar a situação:
- Sirius, isso não é verdade...
- É claro que é. Ninguém tem tanta ronda assim. Nem tanto dever acumulado. Pelas suas horas de estudo, já deve ter repassado todo o conteúdo dos N.I.E.M.s!
- Não exagera.
- Não estou exagerando. Mas isso não vem ao caso. Eu quero saber por que não me procurou quando voltou da Casa dos Gritos. Nós precisávamos conversar!
Remus deu um suspiro cansado. Não sabia o que dizer. Depois que ele e Sirius se beijaram, tinha corrido para a Casa dos Gritos, mal tendo tempo antes da Lua aparecer. A noite tinha sido particularmente difícil e violenta, sem a presença de Sirius. O Lobo, tanto quanto Remus, tinha se sentido rejeitado e frustrado, e a única forma de demonstrar isso era ferindo muito o próprio corpo. O resultado fora longas horas na enfermaria, recuperando-se dos ferimentos.
Apenas bem mais tarde, Prongs explicou que Sirius conseguiu outra detenção com o professor Hopkins. Ao que parece, quando fora atrás de Remus, Sirius encontrou o professor pelo caminho e o desacatou, ganhando duas semanas de detenção. Período esse que o licantropo aproveitou para se manter o mais distante possível na esperança que o assunto fosse esquecido. Doce ilusão. Prova disso é que estava com um dos braços preso a cama por uma algema, com Sirius sobre ele exigindo sua atenção. Remus deu outro suspiro cansado e encarou o amigo. Naquele momento, a melhor tática que poderia adotar era se fazer de desentendido. Disse:
- Conversar sobre o que, Padfoot?
Remus observou o amigo estreitar os olhos, um brilho indignado aparecendo neles. De repente, Sirius deu um sorriso que só poderia ter um significado: confusão.
- Então, você não sabe sobre o que precisamos conversar, não é? Acho que vou refrescar sua memória...
Qualquer tentativa de protesto de Remus foi interrompida quando ele viu Sirius se aproximando dele. Sabia o que ia acontecer. E apesar da lentidão exasperante com a qual Padfoot se aproximava e de ter certeza que seria o erro permitir que algo assim acontecesse novamente, Remus não fez absolutamente nada para impedi-lo. Simplesmente porque precisava demais daquilo. Queria demais e não tinha a menor vontade de resistir.
Um pouco antes dos lábios se encostarem, Sirius parou e os dois ficaram se encarando, olhos bem abertos, por um bom tempo. Remus ergueu levemente a cabeça e venceu a distância entre eles. Não soube dizer qual dos dois gemeu quando finalmente se beijaram, mas pode sentir o Lobo praticamente se contorcendo de prazer dentro dele.
Ficaram por um tempo apenas se provocando. Remus ora contornava os lábios de Sirius com a ponta da língua ora os mordiscava até que o amigo o segurou pela nuca e aprofundou o beijo. Da primeira vez que se beijaram, Remus estava sob forte influência do Lobo e fora totalmente instintivo e animal. Agora, ele conseguia desfrutar completamente as sensações sem qualquer interferência. Se ele dissesse que sentiu borboletas no estômago, o corpo tremer ou uma onda elétrica o percorrendo, Remus estaria mentindo deslavadamente. Porque para qualquer uma daquelas explicações, seria preciso racionalizar. E ele não estava em condições alguma daquilo nesse momento. Não com a língua de Sirius se enroscando na sua, os dedos dele acariciando sua nuca. Havia apenas o calor, os gemidos, a mão de Sirius tocando seu peito por baixo do pijama. O desejo dolorosamente concentrado em seu baixo ventre. Quando Sirius permitiu que seus quadris se encostassem, Remus sentiu o Lobo emitir um som de satisfação, obrigando a erguer-se ainda mais para desfrutar aquele contato.
Remus quis retribuir as carícias que recebia, mas ainda continuava com um pulso preso na cama. Interrompeu o beijo e disse:
- Padfoot. – Ofegou ao sentir o toque em seu mamilo. - Me solta...
Sirius o encarou, um sorriso travesso, ao responder:
- Não. Eu ainda preciso de toda a sua atenção.
Remus entreabriu os lábios quando viu Sirius se aproximando novamente. Mas para sua frustração, ele não o beijou. O sentimento de insatisfação durou apenas até sentir a língua de Sirius no lóbulo de sua orelha. Remus mal percebeu quando sua camisa foi aberta, completamente perdido nas sensações provocadas pelas lambidas e mordidas de Padfoot em seu pescoço, ombros, peito, mamilos. Ele parecia querer experimentar cada pedaço de pele que encontrava. E havia o contato alucinante das duas ereções mal disfarçadas pelas calças de pijama cada vez que Remus se contorcia de prazer.
Remus sentiu a algema ferir seu pulso quando deu um puxão mais forte no braço porque Sirius lambia descaradamente sua barriga. Parou de respirar quando os dedos de Sirius ergueram o elástico da calça, a língua dele explorando cada parte da pele que ia expondo. Remus arqueou ainda mais o quadril, num pedido mudo por mais. Quase podia sentir aquela língua o tocando onde mais precisava. Quase.
Porque naquele momento, só sentiu alguém caindo sobre o cortinado da cama. Os dois quase caíram no chão de susto. Sirius começou a praguejar violentamente e Remus precisou de todo seu esforço para não acompanhá-lo. A pessoa ao lado de fora continuava se jogando continuamente contra o cortinado. Remus respirou fundo, tentando conter a frustração e regularizar a respiração.
- Que feitiço usou, Padfoot?
Sirius o encarou e disse, visivelmente furioso:
- Silêncio, privacidade e alguns outros para não sermos incomodados.
- Poderia retirar o de silêncio, por favor? E fica quieto depois.
Sirius deu de ombros e fez conforme pedido. Então, Remus perguntou em voz alta:
- Quer parar de pular em cima de mim? O que aconteceu, Prongs?
O movimento contra o cortinado parou e ouviu James responder:
- Foi mal, Moony. Mas foi o único jeito que consegui pra atrair sua atenção. E olha que faz bem uns 20 minutos que tou tentando.
Remus viu Sirius revirar os olhos e dar um suspiro exasperado. Fez um gesto para que ele permanecesse em silêncio e tudo que recebeu em troca foi uma olhar estranho e um sorriso diabólico. Ficou preocupado, mas resolveu saber logo o que Prongs queria.
- E então?
- Bem, o professor Hopkins o está procurando. Ameaçou vir pessoalmente ao nosso quarto te buscar. Algo relacionado com uma tarefa que ele te passou. Além disso, ele tava espumando porque Padfoot não apareceu para a detenção com Filch.
Remus se lembrou. Tinha que cumprir um trabalho da Monitoria para o professor. 'Que inferno'. O gemido de desgosto que ia emitir transformou-se em surpresa quando sentiu a mão de Sirius se enfiando para dentro da calça de pijama. Mordeu o lábio para refrear o impulso de uivar de prazer enquanto os dedos do outro o envolvia. Usou a mão livre para segurar o pulso de Sirius e pediu silenciosamente para ele parar. Só conseguiu outro sorriso diabólico enquanto o animago intensificava os movimentos.
- Moony?
Remus ofegou ao escutar Prongs o chamando. Reunindo todo seu autocontrole, tentou responder normalmente:
- Eu já vou descer. Poderia procurá-lo e avisar que já vou, por favor?
Seguiu-se um silêncio no qual Remus se perguntou se James o ouvira. Tinha falado baixo e lentamente, tentando não gemer em cada palavra que dizia. Finalmente, ouviu:
- Ok.
Remus procurou a própria varinha, desesperado. Nem sabia se lembraria o bendito feitiço de silêncio com a mão de Sirius o tocando daquela maneira. A custo reteve o gemido e quase não ouviu James dizer:
- Não se preocupe. Estou lançando o feitiço de silêncio novamente. Vou segurar o professor o máximo que puder, mas fala pro Padfoot não demorar.
Remus mal teve tempo de registrar o que James disse quando o feitiço fez efeito, interrompendo a risada do amigo. Arregalou os olhos de assombro, mas Prongs foi banido junto com os outros pensamentos quando Sirius aumentou o ritmo. Algo bem parecido a um uivo escapou de seus lábios quando gozou.
Tentou se acalmar e colocar uma ordem nos seus pensamentos. Estava fechando os olhos por um momento, mas os arregalou em seguida ao sentir língua de Sirius o limpando. Segurou a cabeça do amigo e disse:
- Padfoot. Pára. Não temos tempo...
Sirius se afastou e deu um olhar bravo:
- Não acha que vou te soltar agora para ir ao encontro daquele pervertido, não é?
Remus balançou a cabeça em negação e deu um sorrisinho. Usou a varinha para soltar a algema, não se preocupando com o pulso machucado. Pegou o objeto entre os dedos e o ergueu na frente do rosto de Sirus:
- Onde arrumou isso?
- Eu mandei vir por coruja. Desde aquela vez, tive algumas idéias para ela. Mas não muda de assunto. Nada de ir até o professor pervertido.
Remus ergueu-se e beijou Sirius longamente. Detestava deixar as coisas mal resolvidas daquele jeito, mas não tinha alternativa. Não se quisesse ter alguma noite livre até o fim daquele ano letivo.
- Não é como se tivéssemos escolha, é? A menos que queira passar muitas outras noites com Filch e me fazer pegar detenção com Hopkins.
Sirius fez uma expressão tão horrorizada que Remus tinha certeza que podia ver o rumo dos pensamentos do outro: 'como o protegeria se estivesse sob as garras do 'pervertido'? Remus ocultou um sorriso e fez um feitiço de limpeza. Tentou afastar a onda de constrangimento e culpa para bem longe. Assim como a vontade de mandar o professor pro inferno e ficar bem ali.
Encarou Sirius novamente quando ele pegou a algema da sua mão. Ele disse:
- Isso fica comigo. Para o caso de precisar atrair sua atenção novamente. – Deu um sorriso atrevido. – Tenta se livrar do pervertido logo. Temos assuntos inacabados.
- Seja um bom menino e não pegue mais detenções.
- Pode deixar. – Sirius falou e saiu da cama.
Sirius saiu do quarto, todo contente. Tinha imaginado mil maneiras de conversar com Moony sobre o que aconteceu. Mas no final, sua abordagem costumeira tinha se mostrado a mais eficaz: age primeiro, pergunta depois. Como sempre. Sirius ficou preocupado ao imaginar se Remus não tinha reagido daquela forma apenas pela surpresa. Durou apenas um instante e logo um sorriso presunçoso apareceu em seus lábios. Ainda que fosse esse o caso, Sirius pretendia provar que Moony não poderia viver mais sem ele.
O sorriso ampliou quando seus dedos tocaram a algema no bolso. Mal podia esperar para 'atrair' novamente a atenção de Remus. Saiu cantarolando pelos corredores, ansioso pelo próximo encontro.
Fim
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Obrigada pelas reviews: Bela-chan, Amy Lupin, Srta Black (duplamente), Serim, Jessica Lovegood Potter, BelaYoukai, Kirina Malfoy, watashinomori, Drunkness' Lady (duplamente), Giulia Lovegood Potter, Celly M e msmdhr.
Beijos e até.
