Capítulo 2
Remus não saberia explicar o que tinha acontecido se lhe pedissem. Tudo tinha sido rápido demais. Num segundo aquele vampiro maluco estava dormindo como o cadáver que certamente era e no outro, aqueles terríveis olhos cinzas despejavam labaredas de ódio contra ele. Surpreso, Remus o viu arreganhar as presas pra ele e ameaçar num tom que não admitia dúvidas:
- Não me olhe desse jeito!
A reação do Lupin foi imediata. Seu instinto de lobisomem era tão forte quanto parecia ser o daquele vampiro, e se Sirius queria mostrar seus caninos, pois muito bem; Remus também tinha uma arcada dentária privilegiada para expor.
Foi pensando assim que o licantropo retribuiu os grunhidos de Sirius, os dentes arreganhados de maneira selvagem, sem demonstrar o menor medo do desafio que o outro lhe lançara simplesmente por olhar pra ele.
Aproximaram os rostos até quase se encostar, sem parar de grunhir, aguardando apenas uma brecha para atacar.
Passados alguns segundos nesse enfrentamento, o primeiro a se controlar foi o próprio Sirius. Como se tivesse despertado de um feitiço, o vampiro se recompôs tão rapidamente quanto havia perdido o controle e afastou-se de Lupin.
- O que deu em você? - o lobisomem quase gritou. Sua respiração sobressaltada, cada pêlo do seu corpo arrepiado de raiva, o lobo dentro dele totalmente desperto.
Sirius apenas retribuiu o olhar cortante do outro, deixando claro que não iria lhe conceder qualquer explicação. Por outro lado, Remus decidiu que não estava realmente interessado e, resgatando sua calma habitual, tornou a sentar-se na cadeira do lado da cama.
- Por que você fica aqui o tempo todo? - o vampiro perguntou malcriadamente.
- Só porque os curativos que lhe fiz não funcionam se eu não estiver por perto. - Remus respondeu, já demonstrando sua calma e autocontrole peculiar.
- Já disse que não preciso desses seus malditos curativos! Posso me curar sozinho.
- E eu já disse que você está enganado. - Remus rebateu - E a última coisa que eu quero é um vampiro definhando na minha casa. Quero você saudável e fora daqui antes da próxima lua cheia!
- Está perdendo o seu tempo, eu não vou sair daqui a menos que você concorde em vir comigo!
- Isso veremos. - Remus prometeu sem demonstrar sequer um traço de descontentamento.
Sirius cumpriu sua promessa. Mesmo depois de se curar por completo, ele não fez menção de deixar aquele lugar. Remus se viu incapaz de fazer algo para convencê-lo de que permanecer naquele lugar era uma enorme loucura. E assim as noites foram passando sem que nenhum dos dois demonstrasse a menor intenção de ceder.
- Preciso sair pra caçar. - Sirius anunciou numa dessas noites, depois de ficar cerca de meia hora olhando pela janela da pequena sala de estar de Remus.
- Ainda está com fome? - Remus levantou os olhos do livro em que estivera enfiado nas últimas horas - Eu vou lá fora e...
- Você não entendeu... - Sirius então fez questão de repetir num tom bem lento, como se de outra forma o outro não entendesse - Eu preciso sair pra caçar!
- Eu ouvi bem. - Remus franziu as sobrancelhas; Não estava acostumado a ser tratado como idiota - Acontece que você não pode sair e sabe muito bem disso.
- Por que eu não posso sair? Hoje não é Lua cheia!
- Não seja tolo. - Remus respondeu, mais pra se vingar do que pra expressar uma opinião - Lobisomens não deixam de ser o que são só porque não estão na forma lupina. Além disso, muitos deles são originalmente lobos. Não é prudente um vampiro ficar andando por aí e você sabe bem disso.
- Hunf! - Sirius cruzou os braços, mas não demorou nada para que deixasse de lado sua pose arrogante. - Eu não agüento mais ficar preso aqui dentro sem fazer nada!
- Eu sei, mas você precisa ter um pouco de paciência se não quiser acabar morrendo. - Remus insistiu, paciente.
- Maldição! Da última vez que estive aqui esses malditos lupinos não saíam atacando desse jeito o primeiro vampiro de passagem que viam pela frente. Pelo menos os dos meus eles nunca fizeram tanta questão de caçar.
- Você é um Gangrel 1, não é mesmo?
- Pode-se dizer que sim. - Sirius respondeu, desinteressado.
- Meu pai costumava permitir a passagem de vocês por aqui. Mas isso tem mais de dez anos. O atual líder caça todos os vampiros. - Remus falou para, depois de alguns segundos de silêncio, se corrigir - Quase todos.
- Bem, tem mais de 10 anos que eu não passo por aqui. - Sirius sentou-se em cima da mesa sem a menor cerimônia - Então quer dizer que você é da família real?
- Como assim? - Remus perguntou.
- Você não acabou de dizer que era filho do líder? Então quer dizer que você é uma espécie de príncipe, ou sei lá qual é o nome que vocês dão a isso.
- Não existe família real entre os lupinos. - Remus ensinou - Só existe a lei do mais forte. Greyback venceu o meu pai e agora é o líder.
- Hum... Não posso dizer que entre os vampiros seja diferente. - Sirius ponderou - Mas não importa mais, pelo menos não pros do meu clã.
- Fiquei sabendo que vocês não fazem mais parte da Camarilla 2.
- Você parece saber demais sobre nós para um lupino. - Sirius levantou uma sobrancelha enquanto brincava com um peso de papel que enfeitava a mesa.
- Isso te incomoda? - Remus respondeu com uma pergunta.
- Não, não realmente. - Sirius desconversou - Mas respondendo a sua pergunta, sim, nós nos desligamos.
- Então por que você ainda trabalha pro Dumbledore?
- Eu não trabalho pra ele. - Sirius respondeu, tentando disfarçar o mau humor que aquela sugestão lhe provocava, enquanto jogava o objeto pesado pra cima e o pegava no ar com agilidade - Estamos apenas trocando favores.
- Certo. - Remus respondeu, nem pensando na possibilidade de perguntar que espécie de troca de favores faria com que um vampiro se metesse no meio de um covil de lobos.
- Dumbledore me falou um pouco desse Fenrir Greyback. – Sirius, por sua vez, tomou o cuidado de desviar o rumo da conversa na direção que mais o interessava - Mas ele não é nenhuma novidade pra mim.
- Está tentando dizer que o conhece? - Lupin arregalou os olhos.
- Oh, sim... - Sirius confirmou de imediato - Bem, claro que não fomos formalmente apresentados nem nada desse tipo, mas eu já o vi faz muito tempo e cercado do pior tipo de companhia.
- Do que está falando?
Sirius deu um sorriso torto, mas seus olhos deixavam claro que a simples menção daquele nome não lhe provocava o menor prazer.
- Do Sabá 3.
- Alguma notícia de Sirius? - Minerva perguntou a um atarefado vampiro, que quase se confundia em meio a pilhas e pilhas de documentos.
Albus Dumbledore levantou os olhos de sua leitura para encarar sua interlocutora, ajeitou os óculos de meia-lua que haviam escorregado no nariz aquilino e só então respondeu:
- Nenhuma. Mas eu esperava que ele encontrasse algumas dificuldades.
Minerva deixou escapar algo próximo de um suspiro antes de sentar-se na cadeira, bem à frente de Dumbledore. Ele não pode deixar de reparar naquela pequena demonstração de ansiedade.
- Não se preocupe. Aquele vampiro já passou por umas boas, você sabe...
- Não estou exatamente preocupada, Albus. - Minerva talvez fosse a única que poderia se gabar de poder chamá-lo pelo primeiro nome sem que parecesse desrespeitoso - Mas é que aquele menino, Potter, tem se mostrado um pouco... incomodado na ausência dele.
- É compreensível. - Dumbledore analisou - Ele ainda não tem nenhum vínculo aqui e... bem, deve demorar um pouco para se acostumar, já que pertenceu a outro mundo por muitos anos.
- Não posso deixar de pensar que pode ter sido tempo demais. - Minerva confessou e balançou a mão direita como se pudesse espantar aquele tipo de pensamento para longe.
- Talvez. Mas não acha que o fato dele ter escapado daquele castelo com as próprias forças não é um bom sinal?
- Acho, mas... Ele passou cinqüenta anos tendo contato íntimo com eles. Não se pode sair ileso desse tipo de experiência. Claro, falo de Sirius também.
Dumbledore guardou alguns segundos de silêncio, como se considerasse seriamente a questão antes de responder:
- Tudo que podemos fazer é esperar que as coisas se desenrolem em nosso favor. Enquanto isso, o que temos de fazer é ficar preparados. Não acho que Voldemort vai demorar muito pra nos dar sua resposta. Todos os anciões 4 devem estar preparados.
- Eles estão em alerta. - Minerva confirmou, para logo depois emendar, com uma pequena hesitação - Mas... Alguns acham que o que você fez foi arriscado demais.
- Bom, não posso deixar de concordar com eles. - Dumbledore respondeu, aparentando bom humor.
- A Primigênie 5 também parece concordar que você acabou comprando uma briga desnecessária com eles quando concordou em proteger Potter.
- O Sabá não precisa de motivos. - Dumbledore se defendeu - Talvez eu só tenha acelerado alguns problemas inevitáveis, nada mais.
- De qualquer forma, o que eles acham não importa tanto no momento. - Minerva opinou, finalmente levantando-se - Você já é o Príncipe 6 há um bom tempo, afinal de contas. Todos confiam, ou deveriam confiar em você.
- Infelizmente não é tão simples assim. - Dumbledore lamentou - Mas eu sei que você me ajudará a resolver esses pequenos incidentes.
- Fique tranqüilo quanto a isso. Bem, e agora com licença, tenho alguns afazeres a concluir.
Dumbledore se despediu com um suave gesto de mão.
Desde que Sirius se fora, as coisas tinham ficado um pouco mais difíceis para Harry. Tanto que, por algum motivo, ele sempre ficava em dúvida se iria acordar na noite seguinte quando se refugiava do sol no quarto que lhe fora concedido por Dumbledore.
Mas a verdade é que a noite seguinte chegava e ele sempre abria os olhos sem ter sofrido qualquer arranhão. Claro, sabia bem que ninguém faria nada enquanto ele estivesse sendo protegido pelo Príncipe em pessoa, mas... até quando um Tzimisce 7 como ele poderia interessar o líder da Camarilla? Por mais que pensasse, Harry não estava num lugar seguro.
Mas, que diabos, Harry não conhecia um lugar seguro desde que se conhecia por gente. Além disso, acreditava firmemente que se quisesse acertar as contas com um certo alguém, sua única saída era permanecer ali, pelo menos por enquanto, rezando para que tivesse sorte e Dumbledore fosse um daqueles raros tipos de vampiros capazes de manter sua palavra.
Conformado com sua sorte, Harry levantou-se da cama e se preparou para mais uma noite daquelas. Por algum motivo, Dumbledore havia reunido um grupo de Neófitos 8 como ele e incumbido sua Senescal 9 de iniciá-los na disciplina 10 de seu clã. Mesmo aqueles que não tinham a menor ligação com os Tremere 11, o que, pelo que tinham lhe informado, era uma coisa totalmente inédita. Uma neófita com pose de inteligente inclusive havia lhe dito que o Príncipe havia concedido esse presente aos anciões em troca de sua anuência à proposta de manter um Tzimisce entre eles. Disso Harry não sabia nada, mas procurava absorver pelo menos um pouco daquela difícil ladainha mágica.
Harry finalmente deixou o quarto escuro onde estava enfiado e se dirigiu para a sala onde deveria receber suas lições. Assim que entrou no local, uma sala espaçosa, sem móveis além das pequenas cadeiras antigas mas muito bem talhadas que no momento estavam organizadas em um largo círculo, percebeu que provavelmente tinha dormido um pouco demais porque todos já estavam reunidos e sentados em seus respectivos assentos. A professora McGonagall também já estava presente e olhou pra ele com cara de poucos amigos.
- Está atrasado, Potter. - Ela informou antes de apontar na direção de uma das cadeiras vazias. Harry resmungou algo parecido com um pedido de desculpas e tratou de sentar-se no lugar indicado. Mal se acomodou no lugar e uma cabeça ruiva se aproximou para cochichar em seu ouvido:
- Demorou, hein? O que estava fazendo?
- Nada, Ron! Só estava dormindo. - Harry cochichou de volta, tomando o cuidado de não chamar atenção da professora.
- Dormindo, hein? Entendo... - E Ron fez uma cara séria como se houvesse algum significado muito profundo em simplesmente dormir.
Harry ia responder alguma coisa mas deu com um par de olhos azuis nada amistosos que imediatamente lhe chamaram atenção. Acostumado como sempre esteve em se manter alerta frente à proximidade de seus desafetos, não demorou a perceber a nuvem de hostilidade que parecia se desprender do garoto sentado do lado oposto ao seu.
- Quem é aquele garoto? - Harry perguntou ao colega, intrigado.
- Aquele? Aquele é o filho do ancião Ventrue 12. É o perigo encarnado... - Ron arregalou os olhos - Loirinho, bonitinho... Mas não se deixe enganar pela aparência de anjo e trate de ficar bem longe se quiser permanecer vivo. Na verdade, você iria ficar de cabelo em pé se soubesse tudo que eu ouvi a respeito dele...
Harry estava acostumado com aquele tipo de resposta vinda do seu novo amigo, mas de vez em quando não conseguia deixar de se exasperar com a maluquice dele. Entretanto, não tinha muito o quê fazer a este respeito, afinal de contas, só um Malkavian 13 como Ron não veria problemas em manter uma amizade com um Tzimisce como ele. Muito por isso, Harry preferiu manter o tom paciente ao insistir.
- Só o nome já tá bom, Ron.
- Ah... - Ron encolheu os ombros, parecendo um pouco decepcionado - O nome dele é Draco Malfoy.
- Malfoy, Malfoy... - Harry estava certo de que já tinha ouvido aquele nome antes, mas não conseguiu perder muito tempo tentando se lembrar porque McGonagall repentinamente havia decidido escolhê-lo como cobaia de um dos seus exemplos.
Assim que a professora deu a aula por encerrada, Harry tratou de se retirar, sendo seguido por Ron; mas assim que cruzou a porta percebeu uma pequena aglomeração em torno de duas pessoas.
Uma delas era a neófita com pose de inteligente, a mesma que tinha lhe falado sobre o suposto acordo entre os anciões e o Príncipe e o outro era o tal vampiro que olhara pra ele com cara de poucos amigos durante boa parte da aula, Draco Malfoy.
- Não sei onde Dumbledore está com a cabeça ao tentar enfiar uma desgarrada como você no nosso meio. É realmente revoltante! - Foram as palavras que Harry ouviu.
Então a sabichona era uma Caitiff 14? Harry estava surpreso. Sempre imaginara os Caitiff como criaturas fracas e imundas a ponto de serem abraçados 15 e logo depois jogados por seus mestres em uma sarjeta qualquer pra morrer. Pelo menos era essa a descrição que seu mestre havia feito deles. Porém, a garota de aparência altiva bem á sua frente nem de perto se assemelhava com aquela imagem cruel, muito pelo contrário. Se Draco não tivesse feito questão de falar aquilo na frente de todos os demais, ele jamais desconfiaria.
- Me deixe em paz, Malfoy. - Ao contrário dele próprio, parecia que a vampira sabia perfeitamente com quem estava lidando.
- Que modo de falar mais arrogante é esse? - Draco comentou. - Não percebe que sua presença em si é um incômodo? Aliás... algumas presenças aqui são bastante desagradáveis...
Harry sentiu a espetada lhe atingir em cheio. Ron também, ao que parecia, porque vestiu a carapuça imediatamente.
- Oras, se a vontade de ser um de nós é tanta, eu posso te ajudar. - Ele falou e Harry pensaria que seu amigo estava ameaçando Draco seriamente se os olhos do colega não estivessem estranhamente distantes, como se o movimento do lustre acima das cabeças do grupo fosse motivo de preocupação.
- Não estou falando de você, seu idiota. - Draco retrucou asperamente - Eu jamais invejaria um vampiro maluco como você.
- Claro que está falando de mim. Quem fala de Harry, fala de mim. - O ruivo corrigiu, demonstrando não ser tão idiota quanto Draco imaginara.
Harry sacudiu a perplexidade que aquela pequena demonstração de amizade lhe produzira e tratou de tomar as rédeas da conversa.
- Se está tão incomodado com a minha presença, Draco... - Harry fez um movimento muito rápido e, antes que Draco percebesse, estava bem perto dele e suas mãos deslizavam pelo queixo extremamente branco do vampiro em algo que certamente seria uma carícia se ambos não soubessem o que um pouco de Vicissitude bem aplicada era capaz de fazer.
- Isso é uma ameaça? - Draco perguntou, mantendo a pose - Meu pai vai adorar saber disso.
- Seu pai, né? - as mãos de Harry deslizaram do queixo para o rosto de Draco antes de continuar - Quer dizer que você é daquele tipo clássico que precisa da aprovação paterna antes de fazer alguma coisa realmente quente?
Os olhos de Draco se arregalaram, assustados e surpresos com o conteúdo dúbio daquelas palavras. Harry se permitiu saborear aquele leve traço de medo como se fosse vitae antes de afastar os dedos da pele fria do seu antagonista.
- Hunf! Não tenho tempo a perder com gente como vocês. - Draco disparou assim que se viu livre da ameaça que as mãos de Harry representavam e, girando sobre os calcanhares, tratou de sumir daquele lugar, sendo imediatamente perseguido por outros vampiros que lhe eram simpatizantes.
Harry sorriu ao ver o quanto uma pequena ameaça era capaz de mexer com um vampiro da Camarilla. Mas, apesar de saber que aquela sua atitude provavelmente serviria para aumentar ainda mais a nuvem de desconfiança que pairava sobre a sua cabeça desde que havia chegado naquele lugar, Harry não lamentava nenhum pouco. Afinal de contas, a crueldade estava presente em seu sangue Tzimisce e não havia como evitá-la.
Não que ele tivesse feito muita força, é claro.
Continua...
Notas da autora
1Gangrel - Os vampiros são divididos em clãs, cada um com características especiais. O clã de Sirius, chamado Gangrel, gera vampiros mais "selvagens", que não apreciam ficar num lugar só e que, portanto, estão sempre viajando. É claro que os lobisomens não dão passe livre pra eles, mas os Gangrel costumam saber como lidar com esse problema.
2 Camarilla - Digamos que os vampiros se dividem em duas grandes facções, que são chamadas Camarilla e Sabá. A diferença básica entre esses dois é que a Camarilla defende a Máscara, que significa a obrigação de esconder a existência vampírica dos seres humanos. Os clãs aliados à Camarilla acreditam que têm muito mais a ganhar se os mortais não souberem que eles existem. Assim, eles podem manipulá-los por trás o quanto quiserem. Já o Sabá acredita que os mortais nada mais são do que alimento para os vampiros e estes, justamente por pertencerem a uma raça superior, deveriam agir de acordo e tomar as rédeas do mundo. O clã Gangrel pertencia a Camarilla, mas se desligou dela há poucos anos. Agora os Gangrel são totalmente independentes, mas alguns deles permanecem vinculados à Camarilla por força de laços de amizade, ou interesses em comum. É o caso de Sirius.
3 Sabá - Vide item 2: Camarilla.
4 Ancião - Os vampiros estão divididos em classes hierárquicas, de acordo com sua idade. Vampiros mais novos, com até 100 anos, são chamados Neófitos e são nada mais do que meras crianças, que ainda têm muito a aprender sobre as armadilhas da noite. Os Ancillae têm entre 100 a 200 anos e são os vampiros adolescentes. Já os anciãos, a quem Dumbledore se refere, são os vampiros mais velhos e experientes, com mais de 250 anos de idade. Vampiros ficam cada vez mais poderosos com a idade, assim sendo, provavelmente esses anciões normalmente são os líderes do seu clã; também é importante informar que o conselho formado por estes anciãos é chamado Primigênie.
5 Primigênie - Vide item 4: Ancião
6 Príncipe - O Príncipe é a principal figura de uma Camarilla (v. item 2). É ele que estabelece as ordens e cuida para que a Máscara seja preservada na cidade onde governa. Seu reino é vitalício, mas nunca totalmente independente. O Príncipe precisa levar em conta a opinião da Primigênie (v. idem 4), que é formada por vampiros tão poderosos quanto ele. Mas, guardados certos limites, o Príncipe tem poder sobre a vida e a morte dos vampiros que residem ou passar pela sua cidade. Nessa história, Dumbledore é o Príncipe de Londres.
7Tzimisce - É um clã tipicamente Sabá. Harry pertence a este clã, que tem como "poder" principal a Vicissitude, ou seja, a capacidade de moldar pele, músculos e ossos, transformando-os em qualquer outra coisa. Os Tzimisce se caracterizam por sua extrema crueldade e são bastante perigosos, o que por si só é um bom motivo para que os outros vampiros resistam à presença de Harry.
8Neófito - Vide item 4: Ancião.
9Senescal - É o segundo posto mais poderoso da Camarilla, logo abaixo do Príncipe. Não havendo oposição, é ele quem assume o poder depois da morte do Príncipe.
10 Disciplina - É como são chamados os poderes especiais desenvolvidos pelos Vampiros. Cada clã tem suas disciplinas originais, mas os vampiros podem vir a aprender outras com o tempo.
11 Tremere - É o clã de Dumbledore e Minerva. Originalmente fundado por ex-magos que roubaram sangue de clãs como o Tzimisce para criar artificialmente sua imortalidade, os membros deste clã já foram impiedosamente caçados no passado, principalmente pelos Tzimisce que não ficaram nada felizes em servir de obra-prima para estes vampiros. Mas hoje em dia os Tremere conquistaram uma certa estabilidade entre seus pares. Mas claro, antigas desavenças podem ressurgir quando menos se espera. O principal poder (disciplina) do clã é a Taumaturgia. Magia baseada no sangue que nada mais é do que os resquícios que sobraram da mágika que possuíam antes de se transformarem em vampiros.
Obs: Tremeres nunca são Príncipes, e Taumaturgia não se aprende assim por qualquer um, mas eu ignorei esses detalhes simplesmente porque era conveniente.
12 Ventrue - É o clã de Lucius e Draco. Os Ventrue são normalmente vampiros interessados em política e economia. De linhagem nobre, apreciam um pouco mais do que os outros o poder e sabem como ninguém as regras dos jogos de manipulação. É um clã influente e orgulhoso, formado por todo o tipo de burocratas, empresários e poderosos. A disciplina principal do clã é a Fortitude, que se caracteriza pela enorme resistência a ferimentos que normalmente levariam um vampiro a morte certa.
13 Malkavian - É o clã de Ron. Os Malkavian costumam possuir somente um único traço em comum: A Loucura. São todos irremediavelmente loucos. :P Todos os tipos de loucura que você possa imaginar. A disciplina principal do clã é a Demência. Usando Demência, um Malkavian pode fazer com que um ou vários outros vampiros ou humanos enlouqueçam.
14 Caitiff - Vampiros sem clã. Normalmente são abandonados por seus mestres logo após o abraço (v. item 15). Vivendo à margem da sociedade vampírica, eles são normalmente desprezados pelos demais.
15Abraço - essa é a terminologia usada para denominar o ato de transformar um ser humano em vampiro.
