Feitos Pra Seduzir

Capítulo 03 – Inconformado.

A temperatura estava fresca e aconchegante. O vento entrava pela janela, balançando a fina cortina e também os longos fios azul-petróleo que se espalhavam pela grande cama de casal. O jovem de vintes anos remexeu-se preguiçosamente e virou-se na cama, resmungando algo ininteligível.

Permanecia de olhos fechados, mas seus sentidos já estavam despertos. Ouvia o canto dos pássaros, sentia o calor dos raios de sol que adentravam o quarto, a brisa fria que tocava seu corpo seminu...

Não estava pensando em nada, apenas estava completamente relaxado nos lençóis gelo de sua cama de casal. Suspirou mais profundamente e então as imagens da noite anterior vieram em sua mente. O sorriso malicioso... O olhar lânguido... A voz sensual... Os toques excitantes...

" Ah, meu Deus! O que foi que eu fiz?", Camus levanta-se de sobressalto, sentando na cama e começando a lembrar de tudo o que aconteceu naquele elevador.

Lembrou-se dos lábios dele em sua nuca, das mãos percorrendo o seu corpo em carícias sensuais. Arregalou os olhos ao se lembrar do grego o masturbando... Sugando seu membro com avidez e de como ele agiu, enlaçando o pescoço de um desconhecido e correspondendo aos beijos com fervor, praticamente implorando para o outro continuar...

" Ai, que vergonha!", Camus estava assustado consigo mesmo, devido à maneira que agiu naquele elevador, se entregando sem reservas a um estranho.

"Aquele não era eu!", Pensou. Como pôde agir por puro instinto e impulso? Aquilo era ilógico. E ele nem conhecia o tal Milo.

Ficou olhando para frente, parado sem nada fazer. Não acreditando que agiu daquela forma e depois de alguns minutos em silêncio, Camus acorda do estado de choque, vendo sua imagem refletida no espelho.

Seus cabelos estavam soltos e ele vestia apenas um short de seda azul-gelo. Estava inconformado com o que fez e o que mais o irritava era que tinha sido tão... O Milo era tão... Sedutor... Conseguia deixá-lo tão...

" O que estou pensando!", Perguntou-se se recriminando por ter tais pensamentos, só então notando que estava claro demais, virando-se e olhando para o relógio.

13:43 PM.

" DROGA!", Camus gritou ao ver que era tão tarde. Como pôde dormir até àquela hora? E por que ninguém o acordou?

Foi direto para a suíte tomar um banho rápido. Ligou o chuveiro e começou a se lavar, passando a mão pelo corpo rapidamente, tentando afastar da mente as imagens daquele grego chamado Milo. Terminou o banho e voltou ao quarto, enxugando-se apressadamente. Passou a mão pelo pescoço, sentindo um leve incômodo e foi até o espelho, vendo o local um pouco vermelho.

"Por que está um pouco dolorido?", Perguntou-se em pensamento, lembrando-se que Milo ficou por um bom tempo mordiscando seu pescoço.

" Maldito!", Ele diz irritado. Pra sua sorte não estava tão vermelho assim. Só faltava ele ficar com a marca de um chupão no pescoço.

Trançou os cabelos, trocando de roupa rapidamente, vestindo uma calça social preta, uma camisa branca e um blazer também preto, indo apressado para a sala. Nem ia tomar café. Precisava chegar a Aquárius o mais rápido possível.

OOO

Atravessou a sala rapidamente, pois estava por demais atrasado. Amaldiçoou-se por ter dormido tanto e não entendia o motivo de ninguém tê-lo chamado. Quando voltasse esclareceria todas as dúvidas que tinha com Minu e Aldebaran.

"Droga! Onde ele está?", Perguntou-se olhando de um lado para o outro.

" Deve estar na cozinha.", ¬¬ Falou irritado. Aldebaran era um cara que realmente comia, mas... Com um tamanho daqueles, ele precisava mesmo comer muito.

" Boa tarde, mestre Camus!", O francês é tirado de seu devaneio ao ouvir a voz radiante de Hyoga o cumprimentando.

" Hyoga! O que faz aqui?", Perguntou, vendo que o loiro estava todo molhado e só vestia uma sunga azul marinho.

" Ué! Esqueceu que eu estou passando as férias aqui?", Falou sorridente, coçando a cabeça e olhando Camus desconfiado. Será que seu mestre esqueceu que ele iria passar as férias ali?

Camus passou a mão pelos cabelos, amaldiçoando-se por esquecer de tal coisa. Nunca foi distraído assim... O que estava acontecendo com ele? Sabia que estava trabalhando demais, mas gostava do que fazia e... Mesmo com Shura implicando, Camus se sentia bem dessa forma, mas agora...

" Pelo visto você dormiu muito bem!", Hyoga disse, analisando o francês por completo, sua feição séria.

" É...", Camus respondeu aéreo, notando que realmente havia dormido muito bem. Havia semanas que não conseguia dormir, tendo recorrido a remédios, mas mesmo estes não estavam ajudando suas noites, por isso deixou de tomá-los há três dias.

"Ei!", Õ.o Camus ergueu uma sobrancelha. Ele estava em uma festa e depois... Ficou com aquele homem no elevador e... Não se lembrava muito bem o que aconteceu depois...

" Como eu cheguei aqui?", Perguntou a Hyoga, estranhando o fato de não se lembrar.

" Ah... Bem...", Desviou o olhar enrolando para responder.

" Responda. Quero saber com detalhes!", Falou sério, esperando o loiro falar.

" Bom, foi assim...", Suspirou, lembrando-se do ocorrido.

OOO

A porta do elevador se abre e Aldebaran ergue uma sobrancelha. Piscou os olhos várias vezes tentando acreditar no que via. Depois de alguns minutos com aquele armário parado na porta, um desesperado Shura consegue passagem finalmente.

" Camus, você está bem?", Perguntou esbaforido e então seus olhos cor de jade se arregalam e ele fica boquiaberto.

O jovem de cabelos azuis repicados leva o dedo indicador a boca em sinal de silêncio. Estava sentado no chão com Camus em seu colo. A cabeça do francês estava apoiada em seu peito... Camus dormia profundamente e sua feição parecia a de um anjo.

" O que foi que...?", Shura nem conseguia falar direito, pois estava chocado. Os primeiros botões da camisa de Camus estavam abertos e seu blazer estava no chão. Tinha algo errado ali. Não sabia o que era, mas descobriria.

" Ele passou mal, mas agora está melhor e dormiu.", Milo falou em tom baixo, temendo acordar o francês.

" ...!", Shura estreitou os olhos, não acreditando em nada do que o rapaz disse. Desde quando Camus dormiria desse jeito no colo de um desconhecido? Nunca!

O espanhol entrou no elevador e foi até Camus para acordá-lo para irem embora e também verificar se ele estava mesmo bem. Que garantia tinha de que o rapaz não fez nada a Camus? Aquela carinha de santo do pau oco não o convencia. Tinha quase certeza de que aquele rapaz tinha feito algo contra Camus.

" Camus?", Chamou, recebendo na mesma hora um olhar assassino de Milo.

" Não ouse acordá-lo.", Falou ameaçadoramente, apesar do tom baixo. Estava se controlando pelo fato de não desejar acordar o lindo jovem que dormia em seus braços.

" ...!", Shura ficou no mesmo lugar, encarando-o. Quem aquele moleque pensava que era pra falar assim com ele? Aliás... Quem era aquele cara?

" Como quer que o levemos embora?", Um frio Hyoga pergunta irritado. Lembrou-se de ver aquele cara rondando o seu mestre e não gostou nada disso. Na verdade, não gostou de Milo.

" Vou carregá-lo!", u.u Respondeu simplesmente.

" Como ousa...?", Hyoga falou em um tom ligeiramente mais alto, devido à indignação ao ouvir as palavras de Milo, mas calou-se ao receber um olhar mortal do rapaz mais velho.

Milo estava por demais irritado e tinha que usar de todo o seu autocontrole, que era pouco, para manter-se aparentemente calmo. Sentia ímpios de se levantar e estraçalhar todos ali, pelo simples fato de que queriam acordar Camus. Ele dormia tão tranqüilamente! Pra quê acordá-lo?

" Parem todos!", Falou um Aldebaran calmamente em voz baixa, porém autoritária, conseguindo a atenção de todos.

Shura ia se pronuncia, mas um movimento de Aldebaran o manteve calado.

" Qual o seu nome?", Perguntou, olhando para o moreno.

" Milo.", Respondeu.

Aldebaran notou a forma possessiva com a qual o moreno segurava Camus e sabia que isso não passaria despercebido por Shura e Hyoga, que eram as pessoas mais ligadas ao presidente da Aquárius. Com certeza haveria problemas depois.

"Acho melhor investigar sobre ele Milo.", Hyoga pensou, irritado ao ver como o moreno segurava Camus.

"Maldito! Maldito! Maldito!", Pensava Shura. Nem ele que era amigo de Camus há mais tempo conseguiu ficar assim com o francês, por este ser muito reservado e agora Milo o tinha nos braços, dormindo como um anjinho... Tão lindo! Sentia-se tão injustiçado.

" Poderia me ajudar a levá-lo para casa?", Aldebaran perguntou e já ia ouvir protestos do loiro e do espanhol, mas pediu que eles se contivessem com um gesto.

Milo sorriu de canto. Gostou de Aldebaran... Ele era legal! Olhou para Camus, que continuava adormecido em seus braços e o segurou com firmeza, erguendo-se com facilidade, para espanto de todos. Olhou para Aldebaran, que fez sinal para que o seguisse. Hyoga e Shura o olhavam irritados, mas Milo parecia não se importar.

Shura suspirou e começou uma discussão calorosa com o gerente do hotel. Por causa dele e sua segurança incompetente, Camus quase morreu e ele não ia deixar aquilo barato! O gerente nem sabia que naquele momento que já estava despedido.

Milo caminhava calmamente com Camus no colo, sentindo-se maravilhosamente bem depois de provar aquele doce corpo e o suave sangue do francês. Passando por Hyoga e lançando-lhe um olhar de vitória e superioridade, falando labialmente ao loiro:

"Ele é meu!"

Hyoga abriu a boca pra dizer algo, mas as palavras não saíram. Como aquele cretino ousava falar aquilo? Será que ele conseguiu algo de Camus? Será que eles se beijaram? Aquelas palavras ficavam se repetindo em sua mente e só então notou que Aldebaran e Milo não estavam mais no local, correndo para alcançá-los.

Chegaram a limusine e Aldebaran se vira para Milo, fitando-o com curiosidade. O rapaz agia com tanta delicadeza em relação a Camus. Segurava-o como se fosse a coisa mais preciosa do mundo... Não! A coisa mais preciosa do universo.

" Pode colocá-lo no banco de trás. Daqui pra frente eu cuido dele.", Disse calmo.

" Acho melhor eu ir junto.", Milo disse, olhando para Camus. A feição dele era tão linda!

" Não há necessidades disso.", Hyoga disse ao chegar ao local.

" Ele pode cair se não tiver alguém para segurá-lo...", Falava ainda olhando a face de Camus.

" Mas se for isso eu posso...", Hyoga é interrompido por Milo.

" ... E tenho certeza que você vai acabar acordando-o.", Falou, olhando-o dos pés a cabeça, com um sorriso debochado nos lábios.

" O quê!", Aquele moreno estava mesmo querendo deixá-lo irritado. Como podia insinuar que ele era tão desleixado assim? E por que ele segurava Camus desse jeito?

" Eu disse a mais pura e simples verdade.", Falava em deboche, vendo como deixava o loiro furioso e adorava isso.

" O que você quer com o Camus?", Perguntou furioso. Sua vontade era de quebrar a cara daquele homem debochado.

" Eu quero ele.", Respondeu calmamente, olhando nos azuis claro de Hyoga.

" Como?", O.O Hyoga não acreditava naquelas palavras. Como Milo podia dizer isso? Há muito sua face impassível tinha dado lugar a um de incredulidade.

" Eu escolhi o Camus e você nem ninguém vai tirá-lo de mim.", Respondeu, caminhando com Camus até Aldebaran, que estava arrumando a limusine.

Hyoga o olhou espantado. A face de Milo ao dizer tais palavras de era convicção completa. Não havia a menor dúvida, como se apenas ele decidisse isso e não Camus. A cada segundo convencia-se de que algo aconteceu naquele elevador e isso tinha a ver com o sono mais que pesado de Camus. O loiro sabia que o francês estava sofrendo de insônia e...

"O que ele fez com o Camus?", Pergunta-se, seguindo-o com o olhar.

" É Aldebaran o seu nome, não?", Milo ignorou a presença de Hyoga, voltando sua atenção ao brasileiro.

" Sim!", Respondeu simpático.

" Há algum problema se eu acompanhá-lo?", Perguntou prestativo.

Não queria que Camus acordasse, pois ele precisava muito descansar, para repor as forças perdidas naquela noite e... Estava tão bom manter o contato com aquele corpo quente! Não queria soltá-lo de forma alguma.

" Não. Agradeço pela gentileza!", Falou calmo.

Milo sorriu e entrou cautelosamente com Camus dentro da limusine, sem soltá-lo ou acordá-lo. Ajeitou-se na poltrona e aconchegou Camus em seu colo, que se remexeu um pouco, mas continuou dormindo. Aldebaran fechou a porta e Milo aproveitou para acariciar a face daquele que tanto o fascinou.

" Por que deixou ele ir junto?", Hyoga pergunta friamente. Estava furioso apesar de não demonstrar. Como Aldebaran pôde fazer aquilo?

" Se ele quer ajudar, eu não vejo problemas.", Respondeu, caminhando até o lado do motorista.

" Mas...", Antes de começar a fazer um discurso anti Milo, foi interrompido.

" É melhor você ir no outro carro. Não quero que o chefinho acorde devido a uma discussão entre você e o Milo.", Respondeu meio impaciente.

Sabia que Hyoga gostava muito de Camus e que o lógico seria deixá-lo ir com o francês e não Milo, mas... Não sabia explicar. Gostou de ver Milo com Camus, eles pareciam... Maravilhosos juntos. Não entendia porque achava isso e nem por que raios também se sentia bem ao lado do moreno, então simplesmente deixou os dois juntos.

O loiro ouviu a forma autoritária com que Aldebaran falou com e sabia que não adiantaria nada protestar. Suspirou dando-se por vencido... Por enquanto. Não ia deixar Milo ficar com Camus. Seu mestre merecia alguém melhor.

Aldebaran dirigiu em silêncio o tempo todo, olhando às vezes através do retrovisor vendo Milo e Camus, observando o carinho com o qual o moreno acariciava seu chefe. Achou aquele sono profundo de Camus muito suspeito e quando este acordasse, com certeza faria um exame de sangue nele. Talvez no exame aparecesse alguma substância estranha, algo que pudesse dopá-lo daquela forma.

Voltou seu olhar para frente, prestando atenção na direção. Em poucos minutos eles chegaram em casa. Aldebaran desceu do carro e abriu a porta. Milo saiu com Camus em seus braços e acompanhou o alto segurança, levando-o diretamente ao seu quarto.

Achou o ambiente muito agradável e deitou delicadamente o francês na cama, acariciando a face macia dele pela última vez, admirando toda aquela beleza. Minu entrou no quarto e Milo se afastou.

" Obrigada por ajudar o senhor Camus.", - Ela disse sorridente.

" Não fiz nada demais.", Respondeu em um sorriso.

A jovem suspirou e Milo sorriu mais, passando a mão pelos cabelos e começando a sair do quarto. Parou na porta e olhou sobre os ombros para o adormecido Camus. Sua vontade era ficar ali junto com ele naquela cama.

"Em breve eu vou voltar.", Disse em pensamento, retirando-se do quarto.

Novamente passou por Hyoga, sorrindo para o loiro, que o olhou furioso. Saiu da casa e quando não havia mais ninguém que estivesse vendo sua pessoa, ele salta, desaparecendo na escuridão.

OOO

Hyoga estava de braços cruzados, olhando Camus, como se esperasse alguma explicação para o ocorrido na noite anterior, enquanto o francês tentava processar o que foi lhe dito.

" Eu dormi!", Perguntou a si mesmo. Não se lembrava de ter dormido. Recordava-se apenas dos beijos e carícias do moreno e de como eles... Ficou vermelho, virando-se contra Hyoga para esconder seu rubor.

Como pôde dormir? Ficou a total mercê de Milo. Bem... Como se não estivesse antes de dormir! Balançou a cabeça negativamente em reprovação. Sentou-se no sofá, apoiando a cabeça em uma das mãos. Estava inconformado com as próprias atitudes e a coisa que mais o deixava irritado era ficar confuso.

"Pareço um adolescente.", Censurou-se mentalmente.

" Você está bem, Camus?", Hyoga pergunta preocupado.

" Sim...", Seus pensamentos ainda estavam longe.

" Tem certeza que aquele rapaz não fez nada com você lá dentro?", Nunca tinha visto seu mestre assim. Ele parecia tão confuso e angustiado.

" Não aconteceu nada.", Levantou-se rapidamente. Se Hyoga soubesse o que aconteceu naquele elevador. Se soubesse como Milo o fez gemer como um louco...

Voltou a ficar vermelho ao se lembrar novamente do ocorrido. Aquelas lembranças não lhe saíam da mente. Não conseguia deixar de lembrar de cada coisa que Milo fez com ele, do prazer que lhe deu e... Por que ele permitiu tudo aquilo? Sempre foi tão criterioso ao escolher suas namoradas e simplesmente... TRANSOU com um rapaz.

" Oh! Senhor Camus, já de pé!", Aldebaran entrou na sala contente. Havia recebido ótimas notícias de casa e uma delas era que logo logo teria um sobrinho.

" Aldebaran, eu estava te procurando. Eu estou atrasado e preciso ir a Aquárius.", Falou rapidamente.

Lembrou-se que esta seria a primeira vez que chegaria atrasado a Empresa e aquilo era inadmissível. Imagina... Ele! O presidente das Empresas Aquárius deixando de cumprir seus deveres porque não acordou. Seu sangue perfeccionista fluía irritado em suas veias.

" Não será necessário, senhor Camus!", Aldebaran ainda estava só sorrisos.

" Como não?", Camus estreitou os olhos azuis.

" O senhor Shura cancelou todos os seus compromissos de hoje!", Respondeu na boa, dando um largo sorriso. Só faltava fazer um 'v' de vitória com os dedos.

O mundo de Camus desabou. Nunca em sua existência ele deixou de comparecer em um compromisso e agora, todos que estavam marcados para aquele dia foram cancelados. Aquilo era um pesadelo, só podia ser. Como Shura pôde fazer isso com ele? Camus não estava acreditando.

" Qual foi à desculpa que ele deu?", Se obrigou a perguntar, mesmo temendo a resposta que Aldebaran daria.

" Disse que estava cansado.", Falou sem notar o perigo que corria. Hyoga a muito tinha saído da sala.

" O QUÊ?", Não estava acreditando. Shura disse que ele, Camus, não foi aos compromissos porque... Porque... Porque estava cansado? CANSADO!

" Eu vou matar aquele espanhol!", Camus falou irritado, saindo em disparada para a garagem. Iria quebrar a cara daquele espanhol. Não! O demitiria por tal afronta.

Caminhava em passos largos, perdido em sua fúria, xingando mentalmente seu 'adorável' vive-presidente. Como Shura pôde fazer isso com ele? Como? Continuava a caminhar irritado, quando escuta a doce voz de Minu a chamá-lo repetidamente.

" Sim, Minu. Qual o problema?", Pergunta, tendo que usar todo o seu autocontrole para não xingá-la e continuar seu caminho, mas não podia agira assim com ela, pois a garota não tinha culpa da incompetência dos outros.

" Chegou essa caixa para o senhor.", Ela diz, mostrando a mesma.

" Depois eu vejo.", u.u Disse, já começando a caminhar em direção ao porche gelo.

" Tem certeza? É do senhor Milo!", Ela fala um pouco mais alto, já que Camus estava mais longe dela.

Camus parou ao ouvir aquele nome ser pronunciado, virou-se e olhou para Minu, vendo o pacote que ela carregava e a fita nos olhos, vendo aqueles azuis brilhantes que estavam sobre sua pessoa. Caminhou calmamente até a garota e pegou o pacote das mãos dela, se afastando.

Foi andando até um dos bancos do grande jardim de sua casa e se sentou. Ficou olhando para o pacote por longos minutos. O que será que aquele desconhecido poderia mandar para ele? Ficou olhando e então decidiu abriu o pacote.

Camus viu que dentro da caixa se encontrava um quartzo translúcido que tinha a forma de um cristal de gelo... Era extremamente lindo. Refletia em suas facetas a luz do sol e o francês ficou olhando aquele lindo jogo de luz por muito tempo. Não mais se lembrava que estava com raiva de Shura ou que tinha que ir a empresa, nem notava que Minu continuava a olhá-lo curiosamente.

Viu um cartão no fundo da caixa na cor dourada e que era fechado por um selo com forma de escorpião de tom vermelho-sangue. Ficou olhando o cartão por um longo tempo, sentindo o perfume almiscarado que este exalava, fechando os olhos por alguns segundos... Tinha o mesmo perfume dele, de Milo. Abriu o cartão, vendo o que o moreno escreveu.

Meu Príncipe do gelo,

Espero que tenha dormido muito bem!

Apesar de não ter sido em um local adequado...

Adorei ter você em meus braços!

Anseio encontrá-lo novamente,

Por isso em breve irei até ti.

Milo.

"Cretino!", Camus não conseguia acreditar na audácia de Milo em chamá-lo de 'meu príncipe do gelo', como se ele pertencesse a alguém! Como o grego fazia isso?

" Como eu pude agir daquela maneira?", Se perguntou em tom baixo, sentindo uma vontade louca de mandar aquele quartzo longe. Mas... Aquele quartzo em formato de cristal de gelo era tão lindo! E ele gostava tanto de gelo e neve... Como será que o outro descobriu?

" Está tudo bem, senhor Camus?", Perguntou Minu, preocupada com seu chefe. Ele estava muito estranho aquela manhã.

" Ah! Sim... Estou bem.", Camus se aproxima de Minu e lhe entrega a caixa com o belo quartzo. Ela pega a caixa branca com adornos rubros e negros, ficando a olhar para ele, que faz sinal para a jovem ir.

" Deixe no meu quarto.", Disse, guardando o cartão.

" Sim, senhor.", Falou a jovem de olhos e cabelos azuis, indo em direção a mansão.

Aldebaran se aproximou de Camus, que fez sinal para ele o acompanhar até a Aquárius. Mesmo que Shura tenha desmarcado todos os seus compromissos do dia, ainda podia rever alguns contratos entre outras coisas.

Hyoga olhava Camus partir. Havia visto ele ler o cartão e ficar admirando o belo cristal. Tinha ouvido a jovem falar de quem era... Minu tinha falado muito bem... Era de Milo, aquele moreno maldito.

OOO

Em uma estação de trem subterrânea, um homem de longos cabelos azuis e olhos esverdeados deixa o vagão de primeira classe. Vestia uma calça social branca e um sobretudo azul-marinho. O zíper era vermelho, assim como a gola e os pulsos.

As pessoas que passavam não conseguiam desviar o olhar daquela bela criatura de 1,88 de altura e olhos esverdeados melancólicos e misteriosos. A pele dele era clara e sua presença chamativa e provocante. Seu olhar instigava o desejo em todos ao redor.

Ele passou a caminhar lentamente, estava exausto e precisava se alimentar, mas o sol estava forte demais para poder sair e não ia arriscar atacar alguém ali. Foi até o local onde ficavam os táxis e escolheu um com vidros negros. Entrou e colocou seus óculos.

" Hotel Sanctuary, por favor.", Disse.

" Veio visitar a cidade?", Perguntou o motorista, tentando ser gentil.

" Sim!", Sua voz era rouca e sedutora, fazendo o motorista se arrepiar.

" Quer que eu abra a janela, senhor...?", Inquiriu o nome do sensual passageiro.

" Saga. Não precisa abrir, está bom assim!", Falou, abrindo um pouco o zíper do sobretudo. Estava quente, mas o ar condicionado estava fazendo um bom trabalho em refrescar o local.

" Hum... Eu sou Asterion.", Disse, observando-o pelo retrovisor.

Saga fechou os olhos por um minuto, respirando profundamente.

" Você está bem?", Asterion pergunta, notando a palidez do belo homem.

" Apenas um pouco cansado.", Disse, ainda de olhos fechados.

Na verdade, não havia se alimentado direito nas últimas semanas. Não teve tempo pra isso! Estava ocupado demais lutando contra outro vampiro e agora estava fraco pela falta de sangue e descanso. Passou a língua nos lábios, umedecendo-os. Estava sentindo muita sede.

Os belos olhos verdes se abrem. Sentiu um toque em seu ombro e então viu o motorista de cabelos azuis bem mais escuros e curtos que o seu bem próximo. Os olhos escuros eram de uma cor que não conseguia definir no momento. O que ele fazia ali? Quando foi que estacionou o táxi?

" O que está...?", Saga olhou confuso para Asterion.

Eles estavam parados em um local que Saga não fazia a mínima idéia de onde era e agora o motorista simplesmente tinha estacionado e se encontrava a seu lado, fazendo uma suave carícia em seu rosto e olhando-o de modo muito suspeito.

" Você não me parece nada bem, Saga!", Falou, abaixando mais o zíper do sobretudo, vendo que Saga não vestia nenhuma blusa por baixo.

" ...!", Piscou os olhos. Sua fome o deixara sem ação.

Asterion não tinha a mínima idéia de por quê fazia isso. Nunca se interessou por homens, mas ao ver Saga não conseguiu resistir. Sentiu-se completamente atraído por aquele ar de mistério e desejo presente na face de seu lindo passageiro.

A respiração de Saga estava levemente alterada devido à fome. Sentir o calor de outra pessoa tão próximo a si estava fazendo com que perdesse o controle e o que menos queria no momento era atacá-lo, pois estava de dia e ter um cadáver ao seu lado dentro de um táxi não seria nada inteligente.

" Você é irresistível!", Asterion falou e atacou os lábios de Saga com violência.

A mão do rapaz mais jovem encontrava-se na nuca de Saga, mantendo-o no lugar. Se estivesse em sua melhor forma, aquela criatura humana jamais tocaria nele, nem mesmo em um único fico de seu cabelo.

"Talvez eu possa...", Saga pensou e relaxou, deixando o outro fazer o que queria.

O beijo de Asterion era selvagem e violento, arrancando um pouco de sangue daqueles lábios tentadores e se colocando a limpá-los logo em seguida, chupando-os. Abriu os olhos sem deixar de beijá-lo, ficando mais excitado ao notar a feição de divertimento de seu passageiro. Encerrou o beijo e viu um sorriso enigmático desenhado nos lábios de Saga.

" Eu quero você!", Falou autoritário e necessitado. Nem sabia de onde vinha esse desejo, mas o satisfaria no corpo de Saga.

" E quem disse que eu quero?", Saga respondeu e Asterion parou, olhando-o.

Os olhos escuros dele se espantaram ao se encontrar com os agora vermelhos de Saga. Asterion não se moveu por um longo tempo, impressionado e fascinado com aqueles dois rubis que eram os olhos de Saga, para só então erguer a mão para tocá-lo.

" Quieto!", A voz séria e autoritária de Saga se fez ouvir e Asterion parou a mão a centímetros de tocar os fios azuis.

Saga sabia que não seria prudente matá-lo, embora se sentisse tentado a fazê-lo, por este tê-lo afrontado daquela maneira. Mas ele poderia ser mais útil de outra forma. As íris vermelhas de Saga miraram o pescoço do motorista, famintas.

Levou a mão esquerda à nuca de Asterion, tocando de leve a pele, ouvindo um gemido do rapaz mais novo. Aproximou-se e lambeu o pescoço do moreno, cravando suas presas e ouvido um gemido de dor e prazer ser emitido pelo rapaz. Começou a sorver o líquido vital, saciando parte de sua fome.

" Aahhhhh...", Asterion gritou mais alto, enquanto sentia-se zonzo e entorpecido.

Saga pára de sugar o sangue do rapaz, lambendo o local e fechando a ferida. Não estava alimentado de forma satisfatória, na verdade aquilo serviria apenas para mantê-lo razoavelmente bem por algumas horas, mas suficiente até a noite cair.

Asterion ainda estava tonto e entorpecido no banco ao lado de Saga, que o olhava com seus agora olhos verdes. Seu corpo inteiro estava arrepiado. Havia sentindo um prazer indefinido, mas delicioso e queria continuar.

" Levante-se e me leve a meu destino.", Saga ordenou.

O jovem ergueu a cabeça e por mais que desejasse agarrá-lo, não conseguia deixar de obedecer àquela ordem. Moveu-se, voltando para o banco do motorista, ainda sentindo sua ereção dolorida. Ignorou-a e se pôs a dirigir como ordenado.

Saga limpou os lábios e a pequena ferida causada pelo beijo de Asterion se fechou. Para aquele rapaz nada mais restava a não ser obedecê-lo, uma vez que tinha provado de seu sangue, mesmo que pouco.

"Uma vez que se prove o sangue de um vampiro, sem ser transformado, a pessoa se torna completamente leal ao mesmo... Torna-se seu servo ou como diria meu irmão, se torna... Seu escravo!", Saga pensou.

Poucos vampiros sabiam disso. Apenas os mais antigos e sábios sabiam dessa faceta de seus poderes. Saga nunca foi um vampiro sanguinário e sempre preferiu usar sua inteligência e criatividade para conseguir seu alimento. Usar essa técnica era uma de suas táticas.

Asterion chegou ao hotel que Saga se hospedaria. Este desceu, pagando a corrida e despedindo-se do rapaz. A partir daquele momento os dois estavam ligeiramente ligados e Saga poderia se utilizar disso no futuro.

Pegou as chaves do quarto e subiu. Adentrou em seus aposentos e jogou-se na cama. Estava muito cansado e acaba adormecendo rapidamente. Quando acordasse, estaria com muita fome e pensaria em um jeito de se alimentar e se recuperar.

OOO

Com passos largos e decididos, um rapaz com cara de poucos amigos caminha pelo longo corredor. Entrou na sala de recepção e a secretária gelou na mesma hora. Em frente a ela, estava um homem com roupa impecável, longos cabelos azul-petróleo brilhantes e sedosos e olhos azuis tão frios que pareciam ter o dom de congelar todos ali.

" Se... Senhor Camus!", Perguntou com o coração disparado e tendo certeza que poderia ter uma taquicardia a qualquer momento.

" O Shura está sozinho?", Perguntou com a voz cortantemente fria.

A secretária não estava em condições de responder. Temia gaguejar e sabia que o presidente da Aquárius simplesmente odiava isso. Acabou respondendo fazendo um 'sim' com a cabeça, esperando que ele não fizesse mais perguntas.

Camus nada mais esperou e caminhou em direção a sala do vice-presidente. Tinha muito o que falar com Shura e foi só ele sumir no corredor que a secretária rapidamente ligou para seu chefe.

" Senhor Shura, prepare-se!", Falou afobada.

" O que foi?", Não entendia a afobação da mulher.

" O senhor Camus está indo a sua sala.", Ela despejou.

" Ah, meu Deus!", Shura disse, desligando.

Dentro da sala, Shura se levantou rapidamente e foi até o filtro, pegando um copo de água e tomando alguns goles. Respirou profundamente, preparando-se psicologicamente para seu confronto inevitável com Camus e a seção cospe fogo, ou melhor... Farpas de gelo.

" Calma, Shura! Você é capaz de lidar com ele!", Disse para si mesmo, ouvindo a porta se abrir em um rompante, quase engasgando com a água. Ele se vira rapidamente, vendo o olhar fulminante de Camus.

" Boa tarde, Camus! Descansou bastante?", ° Perguntou com um sorriso nervoso nos lábios, não sabendo se sua vida corria mesmo perigo.

" Como ousa desmarcar os meus compromissos?", Foi direto ao assunto.

" Você estava cansado ontem e... E o rapaz que estava com você no elevador disse que você tinha passado mal...", óò Tentava se justificar.

" E você acredita no que um maluco estranho fala!", A impaciência de Camus estava no limite.

" Então por que você não acordava? Parecia mais que estava desmaiado!", Falou, andando de um lado para o outro, lembrando-se de como aquele rapaz moreno abraçava possessivamente o francês. Ao se lembrar da cena, começou a ficar irritado.

Camus se virou imediatamente para a janela. Por quê? Essa era a pergunta que não queria calar. Por que, em nome de tudo o que é sagrado, eles tinham que tocar no incidente do elevador? Por que tinham que fazê-lo se lembrar de sua conduta e de como se entregou totalmente a Milo?

"Isso está virando perseguição.", ¬¬ Amaldiçoou-se pela milésima vez.

" Como você não acordava, achei melhor cancelar seus compromissos de hoje e passá-los para semana que vem.", Shura disse.

O homem de 1,86 de altura, saiu detrás da mesa e foi até Camus. Ele parecia tão abatido! Será que ainda não estava se sentindo bem? Queria dizer para ele voltar para casa e descansar, mas sabia que se falasse isso, aquela empresa ia abaixo, devido à indignação de Camus.

" Estou muito preocupado com você.", Falou sério.

" ...!", Camus olhou dentro daqueles olhos cor de jade, vendo a sinceridade dentro deles. Mas não achava que essa preocupação fosse necessária.

Camus abaixou a cabeça e virou-se, voltando seu olhar para a bela vista que tinha daquela sala. Shura estava todo preocupado apenas porque ele dormiu demais? Só por ter uma noite muito bem dormida?

Ao pensar nisso, algo lhe veio a mente. Sempre teve sono muito leve e sofria de insônia, no entanto, depois de passar a noite com Milo, caiu em um sono profundo, o que era por demais estranho.

"O que está acontecendo comigo?", Perguntou-se.

" Está tudo bem?", Shura perguntou ao ver a face pensativa de Camus.

" Sim!", Respondeu, ainda com o olhar distante.

Era muito estranho o modo como agiu. Nunca foi de fazer o que fez e no entanto, fez sexo com um total desconhecido... Foi apenas olhar para ele e sentir aqueles toques tão enlouquecedores que simplesmente não resistiu! E na verdade... Ansiava por vê-lo de novo.

"O que eu estou pensando?", Censurou-se. Onde já se viu ter tal pensamento? Suspirou profundamente, totalmente desolado, escorando a cabeça na janela.

Shura ficou olhando o desolado Camus. Nunca o viu dessa maneira, tão confuso... Poderia dizer que o francês estivesse até mesmo decepcionado, arrasado, mas não sabia definir com o quê. A Aquárius ia maravilhosamente bem, então o que poderia ser?

" Camus, tem dois anos que você trabalha sem descanso. Você não sai... E isso estressa muito! Sei que gosta de trabalhar, mas... Isso está acabando com a sua saúde.", Disse calmo, vendo Camus de olhos fechados.

" Ah, Shura! Eu não suporto baladas.", Disse, suspirando.

" E que tal um esporte?", Shura sorriu.

" Como?", õ.o O olhou fixamente.

" Hoje terá uma demonstração de esgrima. Vamos comigo!", Convidou. Quem sabe dessa forma Camus não se distraía um pouco e ficava menos angustiado? Além do mais, seria mais uma oportunidade de ficar mais tempo perto do francês.

" Mas... Eu tenho que revisar uns contratos que serão assinados semana que vem.", Camus disse. Era algo muito importante! Não podia deixar de revisá-los.

" Camus! Você é mais novo do que eu e não vou aceitar um 'não' como resposta! Você vai e pronto!", Shura disse, perdendo a paciência.

Antes que o francês pudesse começar a argumentar, Shura o pegou pela mão e começou a caminhar. Camus começou a xingá-lo, mas parou quando chegaram ao corredor, pois não gostava de escândalos e pelo olhar de Shura soube que se rejeitasse esse convite, ia passar a maior vergonha de sua vida.

"Droga!", Acompanhou o espanhol com a cara amarrada do mundo.

Aldebaran perguntou aonde eles iriam, mas Shura o dispensou, dizendo que estava tudo bem e que eles iriam apenas em uma demonstração de esgrima. Camus entrou no carro em silêncio, ainda de cara fechada, totalmente contrariado.

" Não vamos demorar a chegar!", Shura dirigia alegremente, enquanto escutava uma música agitada e barulhenta na opinião do francês.

OOO

Caminhava silenciosamente pelas ruas. Não sabia para onde ir... Tudo era solidão e tédio. Fechou os olhos azuis. Detestava aquela sensação. Queria se libertar... Não queria sentir-se mais sozinho, porém não tinha com quem ficar.

"Hum... Camus...", Lembrou-se do belo francês, ao qual tomara com paixão dentro de um elevador. Aquilo foi uma loucura... Uma deliciosa loucura. Sentiu-se completamente atraído por ele. Não! Era mais do que isso...

Isso é um segredo, mas apaixonei-me por um humano!

Agora estou a imaginar se a ele, um beijo das trevas devo dar.

Com medo de lhe transformar num mostro estou a ficar...

O medo... Sempre vem me perturbar.

As horas já estavam avançadas. Suas pernas foram levando-o até onde o jovem estava. Conseguia sentir ao longe o seu perfume. O gosto do sangue dele não saía de seus lábios. Talvez pudesse transformá-lo... Tê-lo sempre a seu lado.

"Será?", Perguntava-se.

Começou a caminhar mais apressadamente. Queria chegar logo até ele. Parou, fazendo suas longas asas negras surgirem. Queria vê-lo agora! Nesse exato momento. Sabia exatamente onde Camus estava e não ia perder mais tempo.

Pode parecer que não tenho medo...

Mas não tem um dia que consigo descansar em paz no meu caixão.

Todo ruído é captado por meus ouvidos..

Todas as imagens são pegas pelos meus olhos...

Milo voou pelo céu negro. Seus pensamentos centrados apenas em uma pessoa... Um belo rapaz de longos cabelos azul-petróleo que arrebatou seu coração sem ele nem ao menos perceber. O queria... O desejava... Precisava daquele jovem novamente.

" Meu Camus!", Millo diz, vendo a mansão de Camus.

Ele pousa delicadamente na varanda do quarto do francês. Olhando dentro do quarto e vê sua vítima e perdição. Tinha medo de ser novamente abandonado, mas... Não queria ficar mais sozinhos! As noites estavam sendo frias demais. Queria ser aquecido por alguém... Alguém especial.

" Meu Príncipe do Gelo...", Diz com uma voz rouca, recolhendo silenciosamente as longas asas negras.

Cada vez mais louco estou a ficar!

Mas ao meu ver, só você me vem a iluminar!

Só o seu sorriso vem a me aquecer...

Parado na frente de sua cama estou-lhe a observar...

Observava cada curva e músculo daquele belo corpo. Camus estava adormecido. Seus longos e sedosos cabelos azul-petróleo espalhavam-se pelo travesseiro e pela cama. Lindo e perfeito! Via o tórax desnudo, macio e delicado, ficando com água na boca.

" Hummmm... Meu Camus!", Sussurrou, aproximando-se mais. Não conseguiria ficar só olhando. Seu desejo de transformá-lo crescia cada vez mais... Não ia resistir.

Você nem imagina o que eu sou!

Toco-lhe a face sentindo como é quente.

Com pena estou a ficar...

Mas meu egoísmo é maior que qualquer hesitação.

Estava ajoelhado em cima da cama... Sobre o corpo indefeso de Camus. A pele dele era macia e tentadora. O calor daquela pele era tudo! Ouvia as batidas calmas do coração do francês... Era uma melodia única que o acalmava... O confortava de uma maneira inexplicável.

Milo se abaixa, tocando de leve com seus lábios o tórax de Camus... Sentindo mais o calor daquela pele. Começou a distribuir suaves beijos, descendo mais os lábios, chegando ao mamilo. Passou a beijar o local, lambendo em movimentos circulares.

" Humm...", Ouviu um gemido de Camus, excitando-se.

Abriu os olhos, fitando a ainda adormecida face de Camus. Ele era lindo e tê-lo ali, a sua total disposição era maravilhoso. O calor dele o envolvia e não queria mais se afastar. Continuou lambendo o mamilo, sentindo este enrijecer-se sob seu toque.

" Hummm...", Ao ouvir um novo gemido, Milo pára, fitando a face de Camus.

Você abre os olhos... Perguntou o que eu fazia ali.

Eu o agarro, você se debate... Eu não queria que fosse assim!

Lhe mordi, porém meu sangue você não quis sugar...

Pelo jeito, você não quer se transformar!

Ter aqueles olhos azuis o fitando, apenas o deixava mais excitado e com uma vontade irresistível de tomá-lo pela eternidade. Segurava Camus com força, sentindo-o se debater. Pensava em fraquejar, mas o gosto do sangue dele em sua boca o fazia continuar.

" Aahhhh...", Camus geme, sentindo Milo sugando-lhe o sangue. Não entendia o que estava acontecendo. Sabia que estava morrendo e no entanto, era uma sensação indescritivelmente maravilhosa.

Milo o fita, passando a língua nos lábios, recolhendo os últimos vestígios de sangue, vendo Camus o olhar fixamente, totalmente ofegante. Sabia que ele estava morrendo... Sentia os batimentos cardíacos dele diminuindo. Levou o pulso a boca, mordendo a si próprio.

" Beba!", Diz com uma voz rouca.

" Nã... Não...", Camus diz, respirando fracamente.

" Vamos! Você tem que beber!", O grego diz preocupado.

Beba meu sangue ou irá morrer!

Você não tem medo da morte, é diferente de mim...

Mas se você morrer, eu não poderei mais continuar a minha morte.

Forço-te a me sugar, bato-lhe, xingo-lhe...

" Eu nã... Não quero!", Camus diz, virando o rosto.

" Beba! Eu não quero que você morra!", Diz, começando a ficar desesperado.

Se Camus morresse nunca iria se perdoar. Ele era tudo! Tornou-se seu sonho... Seu refúgio e agora... Ele diz que não quer o acompanhar. Não podia ser verdade! Ele sentiu a mesma solidão em Camus. Os dois eram iguais.

" Vamos! Beba!", Diz em tom mais alto, puxando Camus, tentando obrigá-lo a beber.

" Hum...", o francês vira o rosto.

" Vamos! Beba, seu francês maldito! Você não pode fazer isso comigo! Anda!", Gritou, esbofeteando aquela face alva, vendo-a ficar vermelha. Camus não podia abandoná-lo. Não podia condená-lo a solidão eterna!

Finalmente você vem a me sugar!

Com um sorriso sinto seus lábios em meus pulsos cortados...

Depois da sua ressurreição eu irei lhe tomar...

Meu amante eterno você irá se tornar!

" Aahhhh...", Milo geme ao sentir seu pulso ser mordido e seu sangue começar a ser sugado avidamente.

Seus azuis fitam Camus, que permanecia de olhos fechados, deliciando-se com seu sangue. Sentiu toda uma excitação percorrer seu corpo e sorriu. Finalmente teria com quem passar a eternidade! Não mais ficaria sozinho.

Milo olha desejoso o corpo abaixo dele, vendo-o se contorcer. Seu pulso foi cicatrizando e ao mesmo tempo, Camus ia se transformando. Sua pele ficava mais clara, seus olhos mais brilhantes... Seu corpo mais tentador. O viu se levantar beijar seu tórax, sentindo na mesma hora, correntes elétricas percorrerem cada célula de seu corpo.

" Aahhh... Camus...", Seus olhos se abrem e... Milo se vê sozinho.

O belo vampiro de aparência jovem pisca os olhos algumas vezes. Onde estava Camus? Percorreu o quarto com o olhar, só então notando que estava em sua casa, deitado sobre sua cama... Sozinho.

" Foi um... Sonho?", Perguntou-se, ficando frustrado. Olhou o relógio.

18:57 PM.

Suspirou. Tinha sido um sonho... Um sonho perturbador, mas que mostrava um desejo verdadeiro. Queria Camus... Queria torná-lo seu amante eterno, mas e se ele o abandonasse como fez o último? Não queria passar por aquilo de novo.

Levantou-se, notando que ainda estava levemente excitado. Suspirou e caminhou até o armário. O melhor que tinha a fazer era sair para se alimentar e esfriar a cabeça. Queria muito ver Camus de novo. Talvez fosse hora de fazer uma visita a ele. Um sorriso se formou em seus lábios com tais pensamentos.

" Hora de encontrá-lo de novo, meu Príncipe do Gelo!", Disse satisfeito.

OOO

19:30 PM.

Caminhava muito contente pelas ruas da cidade. A idéia de ver Camus de novo não lhe saía da cabeça, mas ainda não tinha intenção de transformá-lo. Não queria arriscar! Vestia uma calça preta de couro e um colete da mesma cor, mas com um escorpião vermelho pintado. Seus cabelos azuis arroxeados moviam-se revoltosos e sua franja caía-lhe sobre os olhos, dando-lhe um ar sensual e selvagem.

Parecia impossível, mas essa era a verdade... Estava amando o humano de nome Camus, mesmo que o tenha visto somente uma vez... E que vez! Ainda sentia o calor dele em seus lábios, o gosto do sangue dele em sua boca. Foi amor a primeira vista! Nunca acreditou nisso, mas agora se via preso nessa deliciosa armadilha.

" Que cara de besta é essa?", Uma voz grave e zombeteira se faz ouvir. Milo virou-se rapidamente, a fim de ver quem era.

" M&M? O que faz aqui?", Õ.o Perguntou o vampiro, olhando surpreso o rapaz de cabelos azul-marinho mais curtos a sua frente.

" É Máscara da Morte! M&M é nome de chocolate!", Falou irritado, erguendo o dedo médio para Milo, que gargalhou.

" Mas me diga... M&M! O que está fazendo por aqui?", Olhou-o divertido. Sabia que Máscara da Morte iria se irritar por causa do apelido e ele adorava fazer isso.

" Ggrrrr... Você tá fazendo isso pra me irritar!", Ò.Ó Falou entre os dentes.

" Oh! Você percebeu?", - Milo ria da cara contrariada do outro.

Máscara da Morte começou a discutir com Milo no meio da rua. Este ria sem parar, adorando tirar o italiano do sério. Repetia várias e várias vezes o apelido que inventou para o outro como uma criança faz para irritar outra, vendo Máscara da Morte bufar.

" Vou te ensinar a agir como adulto!", Máscara da Morte diz, praguejando.

" Ih, nem tenta! Você não consegue.", uu Falou, vendo os carros passarem.

" Ah, é!", Máscara da Morte ficou indignado. Como Milo podia dizer que ele era fraco? Ia fazê-lo engolir o que disse.

Milo riu e então seus olhos focaram um carro em especial. Suas safiras miraram o passageiro e um sorriso se formou em seus lábios. Não mais ouvia os xingamentos de Máscara da Morte... Não via nada a não ser ele... Camus!

Parado naquele sinal, com cara de desgosto total, estava Camus, que se perguntava como foi convencido a ir naquela exibição de esgrima. Olhou para o empolgado Shura a seu lado e se lembrou do 'argumento' convincente deste.

"Droga!", Encolheu-se no banco.

" É ele!", Milo falou radiante.

" Quem?", Máscara da Morte pergunta ao ouvir a exclamação de Milo.

O carro entra em um prédio, sendo observado por Milo e Máscara da Morte. O belo vampiro grego fez sinal para que seu amigo de farra, 'M&M' o acompanhasse, ouvindo o mesmo resmungar, mas segui-lo por pura curiosidade.

Milo entra no prédio e tão concentrado estava que não ouve o muxoxo de Máscara da Morte. Umedeceu os lábios, enquanto passava apressado por aqueles corredores, chegando finalmente ao salão de exibição.

Shura sentia-se eufórico. A exibição começaria e ele amava esgrima. Era seu esporte favorito e todos naquela academia o consideravam um mestre e ele era mesmo! Não conseguiu nem mesmo ficar sentado. Seus olhos cor de jade fitavam tudo com entusiasmo.

Camus olhava desgostoso para tudo, mas tinha que admitir que os alunos eram bons, disciplinados e organizados, e isso eram qualidades que apreciava. Cruzou os braços e ficou lá, observando o começo daquela exibição, mas ainda achando tudo um tédio só.

Desviou o olhar por um instante, percorrendo o ambiente e então seus azuis se encontraram com duas safiras brilhantes. Sentiu um arrepio percorrer sua coluna ao ver novamente o homem para quem se entregara de maneira tão... Displicente.

" Milo...", Falou em tom baixo, vendo o mesmo caminhar em sua direção com um sorriso radiante nos lábios.

Continua...

OOO

Depois de alguns milênios, aqui está o capítulo 03 de Feitos Pra Seduzir! -

Agradeço a todos que me mandaram comentários e peço perdão por seus nomes não estarem aqui. o problema é que eu perdi a minha conta de e-mail (a maldita não abre de jeito nenhum e agora bloqueou ¬¬), por isso perdi todos os coments. Chorando sem parar

Ainda assim agradeço a todos e peço que me enviem mais comentários. Estou precisando saber o que estão achando da fic. Como ficou esse capítulo? Vocês gostaram? Sei que não teve nenhum lemon, mas no próximo podem se preparar, que vai acontecer um lemon totalmente selvagem! Hihihihihi Com que casal? Bem, vocês vão ter que esperar um pouquinho.

Agora as coisas vão ficar mais... Quentes. Dois novos casais vão surgir em breve. Wahahahahahaha... Vai ser tão legal! Eu tô tão empolgada! Ai ai! E agora que meu lindo PC voltou, eu irei digitar a fic rapidinho!

Agradeço a Leona EBM por me deixar usar os poemas dela. Este que vocês viram nesse capítulo é a segunda parte do poema Ilusão. Muito obrigada, Leona! Volta a escrever logo. Tô com saudade das suas fics!

Queria que adicionassem aqueles que conversavam comigo pelo MSN e os que quiserem. A minha outra conta não abre e eu a perdi pelo jeito. ¬¬ Por favor façam isso por mim. Quero conversar com vocês de novo.

E... EU QUERO COMENTÁRIOS!

28 de Maio de 2005.

00:31 AM

Comentário Especial

Agradeço a Shakinha e Giselle pelos comentários deixados no Valeu mesmo! Adorei ler e agora que finalmente consegui paz em meu próprio quarto (Sem TV e sem mãmi pra atrapalhar ¬¬), eu conseguirei escrever minhas fics em paz!

Muito obrigada as duas!

Yume Vy