Nota Inicial

Sim! Isso mesmo que vocês estão vendo... Er... Lendo! Um novo capítulo de "Feitos Pra Seduzir' foi escrito. Essa fic NÃO SERÁ ABANDONADA!

Espero que me perdoem o atraso, explicações no final. Tentarei não demorar pra atualizar novamente!

Boa leitura!

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Feitos Pra Seduzir

Capítulo 05 - Apenas por Hoje... Permito-me Ser Seu!

04:55 AM.

Não acreditava que aquilo havia acontecido, mas aconteceu. Ele ainda estava ali, dormindo em sua cama, na sua casa... Parecia um anjo agora enquanto era agraciado por Hipnos e não o louco amante que o instigava aos mais alucinantes desejos. Oh, sim! Eles foram feitos um para o outro, sem sombras de dúvidas, mas... Seria capaz de dar-lhe o beijo da morte? Poderia agraciá-lo e amaldiçoá-lo com a vida eterna? Seria capaz de tirá-lo daquela efêmera vida e trazê-lo para as sombras em que se encontrava? Afinal, aquela vida tinha um preço... Um preço que nem todos queriam ou estavam dispostos a pagar...

Os dedos de Milo percorreram a face adormecida de Camus sem deixar de fitá-lo. Ainda podia sentir o gosto do sangue dele em seus lábios... Nunca provou um sangue assim, tão forte... Tão... Não tinha palavras para descrever! Já provara o sangue de muitas pessoas, mas o dele era diferente... Camus possuía um gosto único, sua presença o envolvia tanto quanto sabia que a sua envolvia o outro. Esse era um pensamento estranho.

Fascínio! Seria isso? Seria apenas isso que sentia por aquele Príncipe do Gelo? Não. Por mais que a efêmera vida, a fragilidade daquele corpo e alma o fizesse admirá-lo, não podia ser apenas isso... Camus possuía uma aura indefinível a seu ver. Estava apaixonado, poderia até mesmo dizer que estava amando-o! Não mentiu quando disse isso a ele naquele corredor, antes de levá-lo para as sombras na qual se ocultava 'seqüestrando-o' na academia e apresentando ao belo francês um mundo de sensações como o mesmo nunca havia sentido! Nem mesmo seu último amante o fez se sentir assim e agora aquele frágil humano o fazia... Sim! Estava amando Camus e não mais poderia viver sem ele!

" Como... Quando foi que você me roubou o coração e a alma desse jeito?", Perguntou em tom baixo, realmente não sabendo definir o momento que isso aconteceu, mas sua dúvida no momento era outra...

" Será que devo?", Perguntou-se, vendo Camus se mexer, virando-se e ficando de costas pra ele, impedindo que continuasse a vislumbrar a bela face de porcelana, fazendo o lençol Perguntou-se, vendo Camus se mexer, virando-se contra ele, fazendo o lençaorriso sitos... Divinos.

que entrou.onte. a r, apos escorregar até parar na base de sua coluna.

Um sorriso malicioso se formou em seus lábios antes de Milo mordê-los. Deixou que seus dedos escorregassem sobre a pele de porcelana até chegar aos quadris e se aproximou, enlaçando a cintura esguia e beijando-lhe e nuca, para logo em seguida o pescoço. Camus devia mesmo ser especial! Bastava olhá-lo que tinha vontade de mordê-lo todo, beijá-lo, sugar aquela pele e deixar todas as marcas possíveis! Começou seu intuito, beijando o pescoço claro, sentindo o pulsar da veia logo abaixo, fazendo-o estremecer e então sugou a pele, vendo-a ficar escura, deixando ali um belo hematoma, marca de sua passagem e continuou... Seus dedos deslizando pelo abdômen de Camus, segurando-o e puxando-o mais para si.

" Humm...", Ouviu o gemido do jovem de cabelos azul-petróleo, mas não parou.

Camus abriu os olhos azuis, sentindo os beijos em seu pescoço, bem como as carícias por seu corpo e virou-se, fixando seus olhos nos de Milo, vendo o mesmo parar o que fazia. Suas íris brilhavam intensamente e sem pensar puxou o grego para si, tomando os lábios carnudos e tentadores em um beijo profundo e possessivo, remexendo-se, movendo-se rapidamente, ficando sobre o corpo ligeiramente maior. Suas mãos percorriam o tórax definido, arranhando de leve, atiçando o moreno, despertando instintos mais profundos, esquecendo-se de toda sua racionalidade... Tudo o que queria era o ser à frente dele, aquele anjo da noite que o fazia se perder.

" Camus...", Milo sussurrou o nome do francês, vendo aquelas íris azuis tão parecidas com as suas brilharem intensamente.

" Hummm... Milo...", Camus mordeu os lábios de Milo, abraçando-o e sentindo o grego retribuir suas carícias.

Os lábios de Camus distribuíam beijos pela face e pescoço de Milo, notando o leve estremecer do corpo do grego, que apenas fazia correntes elétricas percorrer seu corpo. Não sabia como nem porque Milo o deixava assim, mas não queria pensar nisso agora, impedia-se de fazê-lo na verdade. Só queria ouvir e sentir o prazer dele. Riu consigo mesmo, afinal nunca fôra assim... Estava se entregando, estava deixando-se levar por um romance, um envolvimento amoroso que fugia completamente de seu controle, mas não se importava mais. Não queria exatamente estar no controle realmente... Não com aquele homem. Por quê? Não havia resposta racional para essa pergunta... E não queria pensar em nenhuma outra no momento.

Camus lançou sua cabeça para trás em um movimento sexy, deixando que seus longos, lisos e macios fios azul-petróleo caírem suavemente sobre suas costas, tocando as coxas de Milo, seus olhos azuis brilhavam banhados em uma lânguida luxúria que fez o ser da noite ofegar no mesmo instante que captou tal sentimento vindo daquele que a mídia chamava de Príncipe do Gelo. O belo francês estava sentado sobre seu membro e o devorava com o olhar, parecendo extremamente satisfeito com o que via, deixando suas longas unhas arranharem sua pele, fazendo o vampiro arrepiar-se e então houve o movimento...

" Camus...", Milo gemeu o nome de Camus. O que o francês estava pensando? Queria tirá-lo do sério? Porque era isso que lhe parecia.

" Quieto com essas mãos atrevidas.", Falou o francês roucamente, segurando as mãos de Milo ao lado do corpo, deixando o mesmo atordoado e... Excitado com suas palavras. Mordeu os lábios ao ver o brilho intenso do desejo dentro das safiras do grego e voltou a mover os quadris languidamente, sentindo a excitação de Milo crescer cada vez mais de encontro a si.

" Aahhh... Camus... Pare de... Me... Provo-car...", Milo dizia entre gemidos. Os movimentos, os olhos, os lábios entreabertos... Camus inteiro parecia um poço de sedução e ele já não mais estava resistindo! Não era ele quem deveria seduzir? Que tipo de inversão de papéis era aquele? Não que não estivesse gostando e definitivamente não ia pará-lo. Estava adorando conhecer esse lado de seu amante! Sorriu malicioso, olhando-o mais intensamente.

" Ahh... Pare de me olhar assim.", Falou o francês, excitando-se ao ver que estava fazendo o outro perder-se com tão pouca coisa, mas ainda assim intimidando-se com o olhar intenso. Ficava ligeiramente envergonhado ante tal olhar.

" Hummm... Por quê? Você é tão delicioso... E quente!", Falou em malícia, desvencilhando-se das mãos de Camus em um segundo e antes que o mesmo pudesse se dar conta, já estava sentado, abraçando-o pela cintura, colando mais seus corpos.

" Hummm...", Camus gemeu, sua face corada pelas palavras do grego.

" Lindo! Perfeito! Oh, por todos os deuses! Eu quero você pela eternidade!", Falou sibiladamente, enquanto distribuía beijos pelo pescoço alvo.

" Humm... Ninguém vive... Eternamente, mas... Por hoje... Só por essa noite eu deixo você fazer o que quiser comigo...", Falou roucamente no ouvido de Milo, mordendo o lóbulo da orelha do moreno, remexendo-se contra ele. Não queria pensar no que estava fazendo naquele momento... Não queria pensar no que faria no dia seguinte, apenas queria esquecer de tudo nos braços daquele ser que parecia um... Demônio? Um anjo? Não... Alguém nascido pra seduzir!

" Aahhh... Camus...", Milo tomou aqueles lábios em um beijo voluptuoso e cheio de amor.

O belo vampiro estava encantado! Claro que até esse momento sempre fizera o que quis com aquele fascinante francês. Era o que diria quem visse o 'relacionamento' deles por fora, mas agora... Agora era diferente! Nesse momento, nesta noite ele tinha uma real permissão de Camus! Ele estava cada vez mais alcançando o coração, a alma daquele francês e isso trazia-lhe uma felicidade intensa, uma felicidade que não era alcançada a séculos! Hoje não estaria fazendo sexo com Camus... Hoje... Agora... Ele estaria fazendo amor!

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Dirigia apressadamente pelas ruas desertas daquela grande cidade. Estava tenso devido a grande preocupação que assolava seu coração. Já havia ido a todos os locais onde ele costumava ir, mas nada, não o encontrou e por isso, agora estava a rodar pela cidade como um louco a procura de pistas daquela pessoa que era tão importante. Nunca... Nunca mais confiaria em Shura! Como aquele espanhol pôde simplesmente abandonar Camus? Apenas se lembrar disso, o deixava irritado e com vontade de quebrar as costelas dele...

" Droga! Onde será que ele foi?", Perguntava-se, passando a mão esquerda pelos cabelos levemente escurecidos, os olhos castanhos não desgrudavam da direção.

Aldebaran deixou um suspiro desprender-se de seus pulmões. Estava muito preocupado com Camus. Aquele francês era uma pessoa importante, influente, dono da poderosa Aquárius e logicamente era uma pessoa que não só a mídia como também outras pessoas tinham interesse, afinal... Se pessoas de má índole seqüestrassem Camus, poderiam pedir um resgate e tanto, e ele mesmo já impedira isso algumas vezes. Depois que aquilo ocorreu, da frustrada tentativa de seqüestro, ele passou a ficar sempre ao lado do belo francês, mas às vezes o deixava, pois sabia que ele sentia-se sufocado, mas apenas em ocasiões onde sabia onde o mesmo estaria e com quem.

E era isso o que mais estava irritando-o naquele momento. Ele sabia que Shura levara o jovem empresário a Academia de Esgrima, mas como o mesmo estava acompanhado do espanhol e a segurança do local era apropriada, permitiu, mas... Não contava que o maldito Shura simplesmente se esqueceria do presidente da Aquárius e agora nem mais atendia o telefone, mas faria o vice-presidente pagar!

" Como ele pode dormir depois do que fez?", Perguntava-se, afinal, via perfeitamente que Shura sentia algo por Camus. Bem! Muitos sentiam, mas, por mais que o espanhol negasse, um clima rolava ali, não que Camus percebesse algo. Pra certas coisas ele era tão ingênuo! E agora Shura estava 'dormindo como um anjo' de acordo com um dos empregados, o que o fazia se perguntar o quê exatamente deixou o espanhol tão exausto.

" Com quem Camus pode estar?", Verbalizou a pergunta em tom apreensivo. Sabia que se o mesmo estivesse sozinho o ligaria. Camus sempre ligava.

"Será que...?", Os sentidos de Aldebaran ficaram em alerta.

Camus... Será que Camus estava com aquele rapaz? Com... Milo? Havia esta possibilidade. Não havia pensando nisso, mas era uma resposta plausível ao fato do francês não ter pedido que ele fosse buscá-lo. Será que eles se tornaram amigos? Ou deveria dizer... Amantes? Pois o olhar de Milo para Camus era incontestável! O grego estava mesmo interessado em seu chefe. Quem não ia gostar muito disso seria... Hyoga. Além de Shura, claro!

Deixou que um pequeno sorriso se desenhasse em seu rosto. Era muito fácil sentir-se atraído por Camus e não se referia apenas ao sentido amoroso. Ele mesmo tinha muita admiração por Camus e o tinha como um valoroso amigo. Aquele rapaz tinha um 'quê' indefinível que o tornava o que era e... Pensando melhor, o grego também tinha... Tinha aquela mesma aura.

"Talvez por isso combinem.", Pensou, estacionando o carro. O mais provável era que estariam juntos, então se acalmou. Não apenas por lógica, mas seu lado intuitivo lhe dizia isso, então esperaria... Esperaria até Camus ligar, para ir buscá-lo e deixá-lo seguro em casa.

" Claro. Também terei que pesquisar pra saber quem é você... Milo.", Disse, sorrindo. Não ia deixar qualquer um se aproximar de seu amigo, de alguém que o ajudou tanto como Camus o fez.

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Seus belos olhos esverdeados se abriram ainda ligeiramente nublados. Permaneceu fitando o teto por alguns instantes e então piscou os olhos seguidas vezes, até que sua visão voltou a normalidade. Ainda permaneceu parado, sem mover um músculo sequer, seu corpo parecia entorpecido e ainda sentia fome. Os lençóis escuros estavam frios, estava com frio na realidade. Onde estava? Aquele quarto não pertencia ao apart-hotel que alugara... O que aconteceu? Lembrava-se de ter saído, encontrou um rapaz de cabelos castanhos e olhos azuis na rua e se alimentara dele e então encontrou...

" Kanon!", Saga se ergueu, sentando-se na cama ainda desnorteado.

Sua memória foi clareando... Encontrou o irmão que não via há séculos e este... Este disse que o amava mesmo depois do que fez, mesmo depois de prendê-lo naquele lugar frio e escuro. Levou à mão a cabeça, fechando os olhos, recordando-se do beijo que trocaram que o fez estremecer, do toque dele em seu membro... Ah! Como ele podia ser daquele jeito? Era realmente um maldito, sempre tentando deixá-lo desnorteado com seu jeito e toques... Suspirou e abriu os olhos, voltando a vislumbrar o quarto, vendo que estava em uma enorme cama de casal e que suaves véus saíam do teto, encobrindo o local onde estava. O vento entrava pela janela aberta, ocasionando o movimento do tecido transparente.

Com certa dificuldade levantou-se ainda meio zonzo. Seus olhos percorreram todo o cômodo, vendo os móveis em tons mogno, uma estante de livros, um quadro com... Uma pintura sua? Oh, por todos os deuses! O que estava acontecendo ali? Olhou para si mesmo, vendo que ainda usava a mesma roupa que antes, mas sua blusa turquesa estava completamente aberta e metade do zíper da calça branca semitransparente encontrava-se da mesma forma. Sentiu uma enorme ânsia de sair dali, atordoado por tudo o que estava se lembrando... Não queria sentir-se daquele jeito de novo. Tinha que sumir! Saiu do quarto rapidamente, sua mente trazendo-lhe imagens que queria esquecer...

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Sentia os lábios de Kanon sobre os seus, a língua dele acariciando o interior de sua boca, tentando fazê-lo corresponder ao beijo, mas ele resistia. A mão esquerda do irmão acariciava-lhe a nuca de forma relaxante, em círculos suaves, mas ainda mantinha-o no mesmo lugar... A mão direita, mais atrevida, descia por seu corpo, tocando-o com lentidão, continuando seu caminho até chegar a seu membro, iniciando uma leve massagem circular, fazendo-o ficar imediatamente tenso. O que Kanon tinha em mente com tudo aquilo?

" Hummm... Pare com isso, Kanon!", Saga disse, conseguindo se afastar um pouco, mas ainda sentia os lábios do irmão em sua bochecha, lambendo-o docemente.

Estava atordoado! A mão de Kanon estava em seu membro, naquela massagem que enlouqueceria qualquer um, mesmo sendo tão suave. Seu corpo na verdade já estava reagindo aos toques gentis... Queria afastá-lo, mas a presença sedutora de Kanon tirava-lhe as poucas forças que tinha. Sentia a língua dele dançando sobre seus lábios... O gosto do irmão era algo tão divino que... Não. Não podia! Tinha que afastá-lo.

" Deixe-me alimentá-lo, Saga... De todas as formas!", Ouviu a voz imponente de Kanon ressoar como uma melodia profunda em seu cérebro, sentindo os toques dele se intensificarem, deixando-o ainda mais perdido... E seus olhos se espantaram ao ver o irmão fazer um corte no próprio pescoço e o sangue começar a escorrer, prendendo sua atenção.

" Kan... Kanon...", Sentia-se mais perturbado com aquelas palavras... Kanon queria...

Sentia o líquido vermelho molhar seus lábios. Kanon o tinha puxado, fazendo sua boca tocar o local ferido, fazendo-o estremecer. Tentou... Tentou lutar contra aquele desejo que o consumia, o máximo que pôde, mas foi em vão... Sentia o gosto do sangue de Kanon em sua boca... Aquele sangue que lhe parecia doce como o mais puro mel e o calor daquele corpo... O calor emanado pelo gêmeo mais novo o envolvia em um manto delirante, era como uma droga poderosa que rompia todas as suas barreiras, tornando os beijos dele, o toque em seu corpo em um convite irrecusável... Algo definitivamente... Irresistível! Suas presas cresceram, suas íris esverdeadas foram manchadas de vermelho e rendeu-se por fim, mordendo o local maculado, provando satisfatoriamente o gosto dele... De seu irmão.

" Humm... Isso, Saga!", Kanon gemeu, sentindo-se arrepiar completamente.

" Hummmmm...!", Saga gemeu longamente, apertando mais o corpo de Kanon, sentindo o mesmo abraçá-lo e pressionar seu membro com mais força.

Saga estava entorpecido, não tinha mais noção da realidade, o gosto de Kanon o tirava do sério, podia sentir as mãos dele passeando por suas costas, descendo, apertando suas nádegas e fazendo suas ereções ocultas dentro das apertadas calças se roçarem, arrancando um novo gemido, abafado por sua boca encontrar-se naquele pescoço delicioso. Teve que parar de se alimentar-se quando foi puxado mais intensamente e ofegou quando sentiu aqueles dedos atrevidos entrando dentro de sua calça, deixando-o corado e desnorteado.

" Ka-Kanon... Pare com... Is-Isso...", Falou em um momento de lucidez.

" Por quê? Me diga apenas por que... Saga.", Sussurrou no ouvido de Saga, mordendo o lóbulo.

Abriu os lábios a fim de verbalizar a resposta, mas a mesma não saiu. Como um relâmpago, sua mente foi cortada por uma intensa dor. Levou à mão a cabeça, fechando os olhos com força, sentindo mais uma daquelas terríveis crises que o acometia há décadas... Ou seria mais correto dizer séculos? Percebeu que o irmão o abraçou, mas não tinha mais noção da realidade... Tudo o que via era sangue... Frios e inexpressivos olhos de sangue... Que o consumia... Que o envolvia e...

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Parou repentinamente, levando à mão a cabeça... Ah, sim! Foi isso que aconteceu. Estava a se render a ele... Mas tudo acabou quando sentiu mais uma de suas crises, mas... Bom! Talvez fosse melhor assim, não? Suspirou, olhando ao seu redor, vendo que aquela casa mais parecia um labirinto... Seria obra de Kanon? Afinal pertenciam a uma classe elevada, pertencia a... Elite Dourada! Não eram reles vampiros com poderes da noite como mostrados em filmes de terror. Eram quase deuses, atrevia-se a dizer que eram deuses na terra. Continuou caminhando e as imagens do outro continuavam a lhe assombrar...

"Pare... Pare... Pare!", Saga dizia a si mesmo em pensamento.

Aqueles toques... O som melodioso da voz dele... Por quê? Por que tinha que se lembrar de tudo aquilo? O calor emanado por aquele corpo... Aquele corpo que não sentia há séculos, há milênios... Tocou as têmporas, segurando com força os fios azulados. Não queria se lembrar, não queria sentir...

"Maldito Kanon!", Elevou sua energia, suas íris se tornaram vermelhas como o sangue tão precioso a raça vampírica e seus olhos se estreitaram, 'quebrando' o que quer que estivesse impedindo seu caminho e sorriu ao ver que o labirinto sumiu, revelando que a saída estava a seu alcance. Como imaginara, Kanon tornou aquele local um labirinto.

Sorriu e seguiu seu caminho o mais rápido possível, antes que algo pudesse acontecer e sair de seu controle. Caminhou pelo corredor longo e escuro e sabia... Bastava virar a esquerda e logo estaria na sala e depois... Fora daquela casa. Um sorriso quase infantil brincou em seus lábios e ele virou-se, trombando em algo, ou melhor... Em alguém! Piscou seus olhos, reconhecendo os verdes tão idênticos aos seus e afastou-se imediatamente, virando-se o mais rápido possível, passando por ele, querendo afastar-se, mas é imediatamente envolvido pela cintura, com força, ouvindo o sussurro de Kanon.

" Aonde pensa que vai?", A voz sussurrada de Kanon, ainda lhe parece grave e séria, mas ainda assim soava-lhe ligeiramente preocupada e repreensiva.

" Kanon...", Saga estava desconcertado pelo tom de voz do gêmeo. Nunca ouvira a voz dele assim e... Estar tão perto dele dessa forma fazia-o lembrar-se do que aconteceu há algumas horas e...

" Você vai voltar pro quarto.", Disse ainda no mesmo tom, daquela forma sussurrada... Em uma doce melodia sensual.

" O que?", Saga não estava acreditando. Ficar ali, com Kanon? Não, isso definitivamente não era uma boa idéia!

Saga tentou se afastar, mas novamente Kanon o puxou para si, colando mais seus corpos, fazendo-o sentir cada curva do corpo do gêmeo mais novo, o calor do corpo dele, o cheiro amadeirado tão típico... Fechou os olhos para se controlar, mas isso apenas piorou sua situação, pois ao fazer isso seus outros sentidos lhe alertaram de como Kanon estava colado a si, das mãos dele passeando preguiçosamente por seu peito, o hálito quente em seu ouvido. Podia sentir as formas do corpo perfeito do irmão, o tórax colado em suas costas, os lábios em seu ouvido, roçando em sua orelha... O membro oculto dentro da calça roçando contra ele semi-rijo... Tentou parar seus pensamentos.

Kanon apreciava o calor do corpo de Saga junto ao seu. Há quanto tempo não sentia aquilo? Séculos? Milênios? Não importa, para ele pareceu à eternidade. Queria ficar assim com ele para sempre... Abraçados, sentindo o corpo dele junto ao seu. Aspirou o perfume exalado pela pele macia, um perfume de lírios... Mas que às vezes lhe parecia tentador como damas da noite e envolto por aquele cheiro tão bom... Tão divino que só Saga tinha, começou a beijá-lo suavemente, deixando que seus lábios acariciassem a pele clara e suave, distribuindo beijinhos bem de leve por toda a extensão do pescoço tentador, enquanto sua mão passeava pelo tórax de Saga, vasculhando por entre o tecido da blusa aberta, deliciando-se com aquele momento em que seu adorável irmão parecia tão seu!

"Hummm... Sim...", Saga mordeu o lábio inferior, sentindo aquelas mãos descendo por seu corpo, fazendo sua pele queimar, os beijos de Kanon em seu pescoço faziam com que um calor espalhasse por todas as células, fazendo-o parecer febril, podia senti-lo roçando mais contra si e já podia até mesmo imaginá-lo completamente excitado apenas por tocar em sua pele da forma que fazia e então ele sussurraria palavras doces e excitantes em seu ouvido enquanto terminava de abrir sua calça, penetrando-o e...

" Quê!", Saga quase grita, ante ao susto de perceber o que já imaginava... Kanon o penetrando, fazendo amor com ele e... Não! Definitivamente não!

" Saga...", Kanon chamou, estranho a reação de Saga. Ele não perguntou nem fez nada... Apenas ficou abraçado-o e... Saga deve ter pensando alguma coisa, mas o quê?

" Largue-me agora.", Falou, olhando-o irritado ao virar-se, tentando ocultar o que realmente se passava em seu corpo e coração.

" ...!", Kanon fitou Saga, vendo a face corada e sentiu correntes elétricas percorrerem seu corpo e sorriu... Um sorriso que mesclava encanto, desejo e amor.

Antes que Saga pudesse verbalizar um 'não ouse', Kanon tomou seus lábios em um beijo intenso, que lhe transmitiam tantos sentimentos que ficou perdido, completamente zonzo, seu corpo involuntariamente foi relaxando nos braços do irmão e começou a corresponder timidamente. A língua de Kanon invadia sua boca, percorrendo cada canto, as mãos fortes exploravam suas costas por debaixo da blusa turquesa e só então Saga pôde notar que estava sendo prensado contra a parede fria e ofegou quando sentiu o quadril de Kanon movendo-se contra o seu, fazendo um forte estremecimento percorrer todo seu corpo, fazendo-o parar o beijo e erguer a cabeça a procura do ar que simplesmente não era necessário a seus pulmões vampíricos.

" Humm... Pare...", Saga ainda tentava impedir aquela loucura... Sabia que nunca dariam certo, havia riscos e não podia deixar que...

" Por que está fugindo de mim, Saga?", Perguntou no ouvido do belo vampiro em um sussurro sibilado, melódico, ansiando uma resposta satisfatória.

" ...!", Saga permaneceu em silêncio. Podia notar a tristeza nas palavras de Kanon e isso o fazia doer por dentro.

" Por que foge de mim? Por que deseja se esconder e se culpar por tudo?", Abraçou-o com mais força, apoiando a testa no ombro do irmão.

" Kanon...", Saga sentiu-se um monstro ao notar a mágoa, a tristeza profunda daquele com quem dividiu tantas coisas e ainda assim traiu...

Seus braços envolveram o dorso de Kanon, apertando-o contra si, acariciando as costas deles suavemente. Seus olhos permaneciam fechados, enquanto sentia aquele maldito aperto no coração. Afagou os cabelos que tinha um tom azul tão parecido com o seu, mas ainda assim ligeiramente diferente para alguém perceptivo como ele. Outra pessoa não saberia distingui-los! Beijou o rosto dele carinhosamente, continuando a enrolar seus dedos nos cabelos macios do irmão, sentindo-se bem ao perceber o calor emanado pelo corpo colado ao seu, mostrando que ele estava bem alimentado e estava se cuidando, o que o deixava aliviado.

" Ainda não me respondeu.", Sussurrou Kanon, tirando Saga de seu devaneio.

Saga assustou-se com a pergunta, tão perdido em seus pensamentos estava.

" Saga!", Ergueu a cabeça, olhando dentro dos olhos do gêmeo mais velho.

" Eu...", O olhar de Kanon era tão inquiridor, tão profundo que o desnorteava. Não podia simplesmente dizer o que se passava.

" Não vou deixar você fugir. Não mais!", Disse, começando a empurrá-lo ligeiramente. Não conseguiria mais ficar longe dele... Não o deixaria sozinho.

" Não estou fugindo de nada. Solte-me.", Saga não estava gostando daquele olhar determinado.

" Mentira! Você pode se enganar, mas não ME engana, Saga.", Falou Kanon, lançando um sorriso compreensivo ao irmão.

Saga novamente foi surpreendido por Kanon. Aquele sorriso compreensivo... Era como se Kanon soubesse de tudo, soubesse do que houve, de como aconteceu e porque, mas... Seria possível? Ele esteve preso e... Por que aqueles olhos sempre tinham que assombrá-lo? Porque não podia simplesmente se livrar de tudo aquilo, esquecer seu coração no mais profundo abismo e viver como um vampiro deveria? Por que Kanon sempre tinha que entendê-lo tanto? Por que tinha que ver o que ele realmente ansiava? Pois era isso... Aquele sorriso lhe dizia isso, mas não podia arriscar... Não podia arriscar a eternidade dele.

" Não! Pare agora.", Disse Saga, sentindo seu corpo ser empurrado para trás.

" Não vou deixar você fugir... Não vou deixar que me tomem você. Nunca mais, Saga!", A voz de Kanon saía sussurrada e definitivamente decidida.

Kanon não ligou para os resmungos de Saga, que não parava de falar para que ele o soltasse, que era um erro... Mas ele sabia que não era! Não era e nunca foi um erro... O erro, este estava quando se separaram! Apertou mais o corpo idêntico ao seu e continuou beijando o pescoço alvo, estando grato por aquele vampiro que mais lhe parecia um ser divino ainda não ter recuperado toda sua força, mas não estava surpreso com isso, não depois do que sabia que ocorreu...

Sentia os beijos intensos, os toques em seu corpo... Estava sendo empurrado... Dava passos para trás em direção ao cômodo em que estava, em direção ao grande e espaçoso quarto onde se encontrava aquela cama de lençóis escuros protegida por véus transparentes que já o faziam imaginar o que aconteceria, mas não podia deixar! Devia empurrá-lo, mas por que simplesmente não o fazia? Por que nunca teve realmente forças para afastá-lo de si? Fechou os olhos. Sempre fôra assim... Desde quando ainda eram humanos. Sozinhos, tinham apenas um ao outro e tudo o que mais ansiava ao se ver refletido naquelas íris tão parecidas com as suas era se afogar em Kanon, sentir os toques dele em seu corpo como sentia agora ou como quando Kanon o provocava, sempre brincando, se insinuando...

" Hummmm... Kanon...", Saga arfou, notando que agora se encontrava dentro do quarto, sentindo o vento da madrugada entrar pela janela.

" Hummm... Meu irmão...", Kanon separou os lábios do pescoço de Saga, fitando-o com seus olhos nublados e encantados...

O tempo pareceu congelou. Tudo o que Saga via era Kanon... Tudo o que Kanon via era Saga. Pareciam envolvidos por uma aura indefinível. Os olhos de um refletiam os do outro e ficavam apenas a se fitarem, sem perceber nada do que acontecia ao redor, o mundo podia explodir que continuariam no estranho transe em que se encontravam, como se um movimento pudesse quebrar a magia encantadora que os circulava, estilhaçando seus sonhos e corações. Não se tocavam mais, apenas estavam parados um em frente ao outro como se vislumbrassem uma imagem refletida no espelho, deixando que longos minutos se passassem, até que ambos ergueram as mãos ao mesmo tempo... Saga a esquerda e Kanon a direita, fazendo suas palmas se tocarem e a magia continuava, até que seus dedos entrelaçaram.

" Nunca vou te abandonar.", Kanon sussurrou, trazendo a mão de Saga a sua face, passando as costas da mão dele em seu rosto e então beijando, sem deixar de fitá-lo.

" Por que faz isso com você e comigo? Você sabe, não?", Perguntou Saga sem se afastar. Aquela aura divina que os envolvia não o deixava ir, mesmo que quisesse isso desesperadamente.

Kanon não respondeu, tantas coisas passavam por seu coração e mente... Aproximou-se de Saga, segurando a nuca deste e tomando seus lábios em um beijo calmo, no início apenas sugando os lábios deliciosos que foram um martírio a sua sanidade no passado, sentindo a maciez que sempre imaginara e que na realidade era ainda melhor, provando o gosto do paraíso que se encontrava em Saga e só nele. Sentiu os lábios dele se abrirem suavemente e seu mundo derreteu enquanto invadia a boca quente e deliciosa do irmão, seu refúgio... O beijo ainda era calmo, tentava expressar através dele todo seu carinho, paixão... Amor. Queria que Saga entendesse de uma vez por todas. Suas mãos envolveram a cintura do outro, continuando a guiá-lo para a cama, fazendo-o tocá-la e cair suavemente, só então interrompendo o beijo entre eles.

Saga viu Kanon ajoelhar-se na cama, ficando com uma perna de cada lado de seus quadris e então segurá-lo firmemente pela cintura, erguendo-o e fazendo seu corpo deslizar sobre os lençóis frios, até se encontrar no meio na cama, confortavelmente colocado entre as almofadas e ele continuava lá, fitando-o daquela maneira que expressava a mais pura adoração, fazendo-o lembrar-se de quando ainda eram humanos... Aquele mesmo olhar, o mesmo olhar puro que refletia o mais profundo sentimento no qual sempre desejou se perder.

" Kanon...", Sussurrou o nome dele, sentindo dedos leves pousarem sobre seus lábios.

" Shhh... Hoje... Apenas por hoje me deixe tocá-lo... Me dê apenas uma chance...", Disse, apreciando a visão mais divina que via em milênios de existência...

Saga deitado em sua cama, os longos e brilhantes fios azuis espalhados pelos lençóis de tom escuro, a pele pálida macia como a mais pura seda sem marca alguma, os olhos que brilhavam como diamantes... Sua vida... Sua metade... Sua alma gêmea! Queria tanto dizer, queria falar tudo o que sentia, mas... Era tão difícil expressar-se... Aqueles olhos tão lindos às vezes parecia-lhe tão triste... Sentia-se como se pudesse quebrá-lo, quebrar o frágil coração que foi selado no esquecimento e ele sabia de quem era a culpa...

" Kanon...", O nome do irmão saiu de forma quase ininteligível. Ah! Como era tentador tal proposta...

" Deixe-me alimentá-lo... Aquecê-lo... Amá-lo!", Disse, curvando-se sobre Saga, beijando-o segundos depois de morder a própria língua, fazendo o irmão sentir o gosto de sua vida nos lábios por uma segunda vez naquela noite.

" Hummmm...", Saga apenas gemeu, envolvendo-o, fazendo o peso de Kanon se fazer presente sobre seu corpo.

Sentia fome... Fome dos lábios... Dos toques... Do calor que só Kanon tinha! O queria, o desejava como a muito desejou. Tentou apagar tal sentimento, enterrá-lo no local mais obscuro do seu coração, mas era impossível! Não podia impedir o inevitável e neste momento não queria... Não queria nada que não fosse Kanon! Abandonou os lábios dele, avançando no pescoço macio, beijando e ouvindo um gemido mais alto vindo do irmão, que apenas fez a eletricidade percorrer suas células com mais intensidade e então deixou que suas presas crescessem para alimentar-se dele, apertando extasiado o corpo sobre o seu quando sentiu o gosto daquele sangue que o enlouquecia.

" Humm... Aahhhh...", Kanon gemeu alto, segurando a cintura de Saga com mais força, acomodando-se melhor entre as pernas dele e se deixou levar pelo prazer que apenas a mordida de Saga tinha. Era como ser levado ao paraíso, os lábios quentes em seu pescoço, as mãos percorrendo suas costas por cima de sua blusa negra, os gemidos que ele deixava escapar... Todo aquele conjunto fazia a excitação acumular-se em seu baixo ventre e ele teve que se mover jogando seus quadris para frente em lentos movimentos de vai-e-vem.

" Hummmmm...", Saga gemeu extasiado ao sentir o movimento de Kanon, que parecia possuí-lo de maneira divina e profana ao mesmo tempo e aqueles poucos toques, aqueles reles movimentos eram tudo o que precisava para cair no precipício das sensações, deixando que sua mente não processasse nada a não ser a paixão que acontecia entre os dois.

Kanon continuava os movimentos, gemendo no ouvido de Saga, deixando que o mesmo se alimentasse por quanto tempo desejasse. Sentia seu membro rijo roçando contra o do irmão e sorriu satisfeito ao perceber tais reações do corpo abaixo do seu... Queria vê-lo e senti-lo febril, ardendo na mais intensa chama da paixão, ver o rosto belo e divino expressar o mais intenso prazer e Saga pronunciar seu nome no mais profundo êxtase e, acordando ante esse desejo, beijou e sugou o pescoço de Saga logo abaixo da orelha, deixando uma marca vermelha, sentindo o corpo dele estremecer visivelmente.

" Aaahhh... Kanon!", Saga gemeu, lançando a cabeça para trás e quando suas belas íris esverdeadas nubladas fitaram Kanon, o mesmo erguia suas mãos, segurando-as sobre a cabeça, sem deixar de fitá-lo daquela forma intensa que parecia queimá-lo.

Um sorriso malicioso dançou nos lábios de Kanon e mantendo as duas mãos de Saga seguras, continuou a mover seu quadril, friccionando os dois membros ocultos dentro das calças justas, ouvindo Saga gemer e fechar os olhos, respirando pela boca e ele continuou naquela tortura... Uma tortura que enlouquecia a ambos, mas queria continuá-la... Queria enlouquecer Saga, fazê-lo pedir, gritar e ansiar por mais e mais. Acelerou seus movimentos, sentindo-se arrepiar, as sensações estavam tão boas, o roçar entre eles... Ouviu gemidos extasiados deixarem os lábios do irmão e este arquear as costas e, ele mesmo tinha que se conter, mordendo os lábios pra se controlar.

" Kanon!", Saga pronunciou o nome do irmão em um tom estrangulado, mas que soava como um aviso sutil.

Respirando aceleradamente Kanon se ergueu, deixando de tocar o corpo de Saga, mas ainda segurando as mãos dele. A feição feita pelo gêmeo mais velho foi divina, mesclando alívio e manha, como se não quisesse realmente perder tal contato. Suas respirações estavam descompassadas e novamente se fitaram e sorrindo, Kanon foi descendo as mãos pelo corpo de Saga, até chegar à calça, terminando de abrir o zíper e retirando-a com calma, sendo ajudado pelo irmão, que ergueu o quadril a fim de facilitar sua ação e isso o deixava muito satisfeito. Livre daquela peça clara que o impedia de sentir a pele quente dele em contato com a sua, o belo vampiro ergueu-se, ficando ajoelhado entre as pernas do mais poderoso membro da Elite Dourada e levou a mão ao botão da calça, abrindo-a.

Saga não retirava os olhos de Kanon. Quase não resistiu ao que ele fazia, mas felizmente... - Ou não? - ... Ele parou a tempo. Estava quase trêmulo e sentir aquelas mãos percorrendo seu peito, descendo... Ah! Era quase uma tortura! Não hesitou em ajudá-lo, erguendo os quadris e agora vislumbrava o corpo de Kanon, ainda coberto por vestes negras, o que começava a irritá-lo na verdade, mas então ele começou... Levou os dedos a calça, abrindo o botão da mesma, mas para sua decepção, Kanon a deixou como estava e levou a mão aos botões da blusa, abrindo-a lentamente, revelando seu tórax trabalhado, fazendo-o morder os lábios. O tecido escorregou pelos braços fortes e com um sorriso malicioso, o gêmeo mais novo continuou, finalmente voltando a peça principal, fazendo o zíper deslizar...

" Hummm...", Kanon gemeu enquanto retirava a calça, sentindo-a roçar contra seu membro excitado, que não era protegido por nenhuma peça íntima.

" Aahh... Kanon!", Saga simplesmente gemeu a visão celestialmente pecaminosa de Kanon.

" Que bom que gostou!", O sorriso malicioso se alargou e os olhos verdes faiscaram de desejo.

Adorando aquela situação, mas meio contrariado pelas palavras de Kanon, Saga se sentou na cama, puxando o irmão e enlaçando-o pela cintura, mantendo-o ajoelhado, deslizando seus lábios pelo tórax definido, iniciando uma seqüência de beijos e mordidas, ouvindo o outro gemer, suas mãos desceram, apertando as nádegas perfeitas e musculosas, excitando-se mais, mas sua exploração logo findou-se, pois foi empurrado na cama e antes de pensar em colocar as coisas em ordem teve os lábios tomados e o membro envolto pelos dedos longos e firmes, em uma masturbação intensa e precisa, fazendo-o arquear e não conseguir pensar em nada... Apenas sentir.

" Aaahhhhh... Kanoonnnnn...", Saga gemeu alto, sua voz rouca saindo arrastada, suas mãos se fecharam nos lençóis enquanto sua cabeça encontrava-se afundada entre os travesseiros.

Kanon mordia todo o peito de Saga, arreliando os mamilos e masturbando-o com intensidade, ouvindo-o gemer e estremecer em suas mãos e foi descendo, deixando um rastro de saliva por onde passava, mordendo a cintura, deixando uma marca vermelha e continuou seu intento, parando os lábios sobre a virilha de Saga, sugando o local, deixando um hematoma que sabia, logo sumiria e então mordeu o local, sem deixar de masturbá-lo.

" AAAHHHH... KANONN!", Saga simplesmente gritou ante a onda de prazer que parecia engoli-lo. Sentia a mão dele em seu membro, os lábios sua virilha e o mesmo a sugá-lo, passando a língua sobre a pequena ferida que causara...

Tudo era intenso demais, não resistiria... Saga achou que aquilo era tudo o que Kanon podia fazer... Lego engano! Seu mundo desabou quando simplesmente sentiu aquela boca quente ao redor de seu membro, sugando-o com intensidade em um sobe e desce devastador, que difundiu ondas tão intensas de prazer que nublaram sua mente, engolfando-o em um mar de sensações como nunca sentiu antes, arrastando-o para águas abissais da qual não tinha como voltar...

" Aaaaahhhhhhhh...", Gritou como se estivesse a morrer, vertendo todo seu prazer na boca quente de Kanon, que ainda assim não parava de sugá-lo, derretendo-se no orgasmo abrasador que o fazia se sentir mais vivo do que nunca, deixando-o mole sobre a cama, sem forças para se mover, mas plenamente satisfeito.

Kanon ainda o sugava, limpando-o e então ergueu-se, para ver a 'obra-prima', sorrindo satisfeito ao ver a feição corada de Saga, que estava relaxado sobre a cama, sem aquele semblante preocupado que tanto o afligia. Os olhos... Os belos olhos verdes brilhavam como estrelas solitárias nos céus, que resplandeciam, mostrando sua glória, guiando aqueles que se encontravam perdidos na escuridão e ele era um destes perdidos, que só podiam olhar para o céu a procura daquilo que poderia guiá-lo e agora mais do que nunca tinha certeza... Saga era esse alguém!

" Como você pode ser tão perfeito?", Disse em encanto, não se importando com seu próprio prazer, deitando-se sobre Saga e voltando a beijá-lo, agora bem lentamente como se desejasse partilhar aquele momento único com ele.

Saga ainda sentia-se mole, mas correspondeu ao beijo de Kanon, envolvendo o pescoço do irmão, apreciando aquele ato de amor, pois agora percebia... Kanon amava-o plenamente. Continuou no beijo até que sentiu algo e ergueu uma sobrancelha, notando enfim que Kanon ainda estava excitado e parou o beijo, fitando-o, mas o mesmo apenas o inquiriu com o olhar, como se quisesse uma explicação do por que interrompeu o beijo e teve que sorrir. Às vezes ele era tão adorável!

" Kanon...", A voz de Saga sai baixa, rouca, em uma melodia sedutora que seria capaz de encantar deuses.

" Humm...", Gemeu ante aquele som melodioso, fechando os olhos, como se tentasse se controlar. Mas essa era a verdade, estava se controlando, controlando todas suas vontades e desejos e tentando expressar seus verdadeiros sentimentos, coisa muito difícil para alguém como ele.

" Hoje... Eu não vou fugir de você.", Sussurrou contra o ouvido dele, lambendo o lóbulo lentamente.

" Aahhh... Saga...", A ereção de Kanon tornou-se mais rija e ele estremeceu ao ouvir aquela declaração, esticando a mão e pegando na primeira gaveta do criado-mudo um pequeno vidrinho de loção perfumada, a fim de usá-la para preparar Saga.

" Pra quê isso, Kanon? Somos vampiros.", Disse racional, Saga. Eles eram seres da noite que se cicatrizavam em uma velocidade incrível. A mínima dor que sentiria sumiria em segundos, dando lugar ao mais pleno prazer.

" 'Reflexos de deuses' não devem sentir vestígios de dor.", Declarou Kanon, molhando os dedos no óleo perfumado, ainda fitando Saga.

" Desde quando você é tão poético?", Perguntou, deixando um sorrisinho escapar de seus lábios.

" Ora, ora... O que temos aqui?", O olhar que Kanon lançou era tão lascivo que fez Saga arrepiar-se.

" ...!", Ficou parado, olhando-o desconfiado, pois aquele sorriso...

" Como você prefere que eu seja? Sensual... Romântico... Sacana?", Perguntou no ouvido dele propositalmente lento.

" Não é nada disso!", Virou o rosto, desconcertado.

" Não se preocupe, Saga... Eu conheço você... Sei como gosta e... Vou fazer lentamente, bem gostoso... Deixando que aproveite cada segundo enquanto me tem dentro de você!", A voz de Kanon não saiu sarcástica ou maliciosa, mas sedutora... Suas palavras eram usadas para seduzir e como tal eram ditas em uma suave lasciva para envolver sua 'vítima' e não com tola vulgaridade.

Não deixou que ele falasse e novamente o beijou, ajeitando-se e abrindo as pernas de Saga, acariciando o períneo lentamente, sentindo um leve tremor do corpo sob o seu e logo um dedo deslizou pelo canal apertado, gemendo ao sentir como ali era quente e apenas por se imaginar deslizando para dentro dele, para dentro de seu tão amado irmão gêmeo era capaz de levá-lo ao clímax, mas não ia morrer na praia, morreria dentro de Saga, unido a ele completamente, em um laço que nem a morte poderia desfazer.

Voltou a abrir os olhos que nem percebera ter fechado e continuou a mover o dedo, tocando-o fundo, ouvindo os suspiros deleitosos de Saga e se satisfazendo com eles, acrescentando um segundo e logo depois um terceiro, movendo-os em um vai-e-vem lento, não exatamente para evitar a dor, porque como sabiam o corpo vampírico se acostumava e se adaptava aquilo com extrema facilidade, mas sim para fazê-lo sentir plenamente. Afinal, eram iguais... Como ele, Saga gostava de apreciar cada momento e aquele momento não era algo que devia passar tão rápido.

Saga ofegava. Seus olhos verdes estavam fechados, todos os seus sentidos estavam voltados para o que era feito com ele agora, para o que Kanon fazia consigo. Sentia com precisão aqueles dedos movendo-se em seu interior, roçando naquele ponto que o fazia puxar o ar desnecessário com mais força e estremecer. O calor se dissipava em seu corpo, fazendo-o ansiar por mais e logo remexeu o quadril, desejando mais velocidade... Sua mente e corpo queriam mais do que aquilo.

" Kanon...", Saga gemeu, abrindo os olhos que agora pareciam mais escuros devido à dilatação das pupilas.

" Sim?", Perguntou rouco, lambendo a bochecha do irmão.

" Vem!", Chamou, vendo os olhos do outro brilharem intensamente.

" Com todo o prazer... Saga!", Kanon apenas sussurrou, deitando-se sobre o corpo do irmão, erguendo uma das pernas dele ligeiramente e se acomodando, iniciando uma lenta penetração, gemendo ao sentir o calor daquele corpo, o canal apertado pressionando-o, o perfume exalado por Saga que lhe parecia ainda mais erótico, quase nublando sua mente, mas permaneceria 'lúcido', tudo para dar ao irmão todo o prazer que este merecia.

" Aahhh... Kanon!", Saga gemeu, abrindo-se mais a fim de acomodar melhor o irmão, sentindo-o entrando em si lentamente, proporcionando um prazer ímpar e logo o envolveu com suas pernas, dando total liberdade a ele.

Kanon continuou investindo bem lentamente dentro de Saga, sentindo o canal apertado pressioná-lo daquela maneira deliciosa que o tirava de órbita. Distribuía beijos quentes pela face do gêmeo, aspirando o perfume único daquele corpo tão idêntico ao seu. O calor de Saga o envolvia e depois de alguns minutos, encontrava-se todo dentro dele, parando e respirando descompassadamente, trêmulo de prazer, gemendo baixinho quando sentiu aquelas mãos suaves deslizarem por suas costas, arranhando de leve, só para atiçá-lo.

Seus olhos se encontraram e assim ficaram por longos minutos, parados, apenas se fitando... Aquilo não era um jogo de sedução, não era uma simples transa... Era algo mais profundo, algo que apenas eles podiam compartilhar. Um entendimento mútuo podia ser notado no ambiente e então o movimento... Kanon começou a se mover, retirando-se de Saga, para voltar a penetrá-lo com força, seus quadris movendo-se para frente sem cessar, cadenciado, mas sem muita velocidade, deliciando-se pelo irmão mover-se junto com ele.

" Aaahhh... Kanon... Vamos...", Disse o belo grego, desejando mais velocidade.

" Hummm... Saga...", Apenas gemeu o nome do irmão, acelerando os movimentos.

Estavam naquele joguinho de amor há muito tempo, a excitação de ambos estava num nível quase extremo. Em poucos segundos os dois entraram em sintonia, movendo-se em um bailar que exalava sensualidade, sentindo choques percorrerem seus corpos, cada vez mais rápido, cada vez mais ensandecidos... Precisavam do alívio que apenas o outro podia dar, não existia mais o intuito de brincar... Kanon investia rapidamente, quase saindo do corpo de Saga para, no instante seguinte, voltar a penetrá-lo com força, ouvindo os gemidos deliciados do irmão, o som dos corpos se chocando, o som da paixão de ambos espalhavam-se pelo quarto e a intensidade do prazer que os inundava os levava em direção aquilo que tanto ansiavam.

" Aaahhhhh... Kanon... Kanon...", Saga gemia o nome do irmão como um mantra, sentindo arrepios percorrerem seu corpo e os espasmos alastrarem-se rapidamente, evidenciando que o clímax chegava rapidamente.

" Aahh... Sa-Sagaa... Aahhhh...", Kanon estava na mesma condição, seu corpo parecia em chamas, o prazer alcançando níveis que não mais podia suportar e nem queria...

" Aaaaaahhhhhhhhhh...", Os dois gemeram em uníssono, sendo engolidos por um orgasmo intenso... Intenso como há séculos não sentiam!

As ondas de prazer nublavam a mente, entorpecendo os sentidos de ambos, tirando-os da realidade e levando-os a um 'lugar' onde apenas eles existiam... Unidos, unidos como já foram ao serem gerados. O prazer acumulava-se e Saga derramou seu sêmen entre os dois corpos, contorcendo-se, ainda sentindo as investidas de Kanon, que derramava seu prazer em seu interior, fazendo uma nova onda de êxtase o invadir e os movimentos não cessavam... Continuavam naquela dança sensual e erótica, porém em ritmo mais lento.

As boca se encontraram em um beijo calmo, apaixonado, entrelaçando as línguas carinhosamente, ainda se movendo lentamente, fazendo uma carícia preguiçosa um no outro, até que os movimentos cessaram, mas o beijo, este continuou por mais alguns minutos, até que ambos pararam, deixando seus lábios a milímetros um do outro. Os olhos verdes tão idênticos abriram-se, refletindo o outro e assim ficaram, ainda entorpecidos pelo forte orgasmo, a mente nublada deixando-os perdidos, mas aquilo não fazia diferença... Estavam juntos e isso era o que, de fato, importava.

" Eu te amo!", Saga diz, vendo a surpresa nos olhos de Kanon, que afastou a face apenas um pouco.

" Ah, Saga!", Kanon escondeu a face no pescoço de Saga, sentindo-se feliz, realizado... Plenamente satisfeito.

"É por isso que não quero você comigo... Se ficar, você pode morrer.", Pensou o gêmeo mais velho, aspirando o perfume do irmão, sentindo Kanon se retirar dele e deitar a seu lado, fazendo-o virar-se de lado e assim, ambos ficaram de frente um pro outro e logo seus dedos foram entrelaçados ao do irmão.

" É por te amar que nunca o abandonarei, Saga!", Kanon falou em tom apaixonado, tomando os lábios dele em um novo beijo, puxando-o mais para si.

Saga correspondeu, esquecendo-se de todos os problemas que rondavam sua mente, aproveitando aquele momento que queria eternizar.

"Eu não vou deixar... Não deixarei que se afogue em seu reflexo.", Pensou o gêmeo mais novo, logo ficando parcialmente por cima de Saga, intensificando o beijo, deixando-o mais sensual, sentindo vontade de tê-lo de novo, mesmo que tenha acabado de fazer amor com Saga, tudo o que mais queria era fazer de novo... E seu corpo vampírico já mostrava sinais de que aquela seria uma longa madrugada, onde apenas os dois existiam.

OOO

Seus belos olhos azuis se abriram, ainda enevoados. Sua mente, ligeiramente turva foi recuperando-se, deixando que a névoa se dissipasse e seu cérebro pudesse processar todas as informações corretamente. Notou que estava em um quarto... Um quarto de paredes gelo que se encontrava na penumbra, abajures cor de carne iluminavam precariamente o cômodo, dando uma impressão quase irreal ao local, mas extremamente aconchegante. Suspirou sentindo um perfume ímpar e piscou quando notou que uma mão jazia abandonada sobre seus quadris.

Camus ergueu uma sobrancelha, agora notando que havia alguém ao lado dele, um corpo quente de aproximadamente seu tamanho. Virou a cabeça ligeiramente, vendo então, Milo. Foi recordando-se do que houve e lentamente se movendo, virando-se e ficando de frente para o grego, vendo-o dormir profundamente, a face parecendo a de um menino inocente, tão diferente do amante fogoso que o tomava da maneira mais prazerosa possível. Amante... Sorriu e mais um pedacinho do filme vivido há algumas horas veio a sua mente... Como ele agiu naquela noite.

Milo havia praticamente seqüestrado, arrastando-o para sua casa após ter lhe dado um amasso no corredor do prédio onde seu amigo Shura treinava esgrima e era admirado por todos os alunos. Tinha conseguido ir lá com a autorização de Aldebaran que sabia que ali não havia perigo, o brasileiro se tornara muito precavido depois dele ter quase sido seqüestrado há cinco meses, mas aquele local era seguro... Pelo menos até Milo ter surgido em sua vida e o tirado dali. Estranhou o fato de Shura não ter ligado desesperado e só esperava que nada de ruim tivesse acontecido com o espanhol, afinal... O amigo de Milo estava procurando encrencas e foi derrotado por Shura.

"Será que ele está bem?", Perguntou-se, pois era estranho o outro não ter ligado, mas deixou isso pra lá quando em sua mente surgiu o que aconteceu um pouco depois...

Olhando para a face adormecida, lembrando-se de como Milo o levou até aquela casa, que por sinal era muito linda e espaçosa para apenas uma pessoa morar sozinha... Não teve exatamente muito tempo pra reparar na decoração que lhe pareceu tão bonita e aconchegante, porque foi imediatamente beijado e seu corpo era tocado intensamente pelo grego, que logo o tirava o ar. Suas roupas ainda devem estar espalhadas pela escada e corredor e lembrar disso o fez rir consigo mesmo. Quando pensou que sua vida fosse virar de ponta a cabeça assim? Nunca, com certeza! Fora deliciosamente possuído por aquele homem de olhar tão sensual e selvagem e depois... Depois que acordou com os toques dele no meio da noite...

"Não acredito que fiz aquilo...", Pensava. Havia se erguido, sentado sobre o quadril do grego e simplesmente segurou-o, 'torturando' com beijos, mordidas e carícias, amando cada gemido de prazer dado por Milo, deixando o membro do outro deslizar para seu interior e iniciar uma cavalgada que terminou com mais um intenso orgasmo.

" Acho que você se tornou mesmo meu amante... Ou eu deveria dizer que eu me tornei seu amante?", Perguntou em tom sussurrado, só então notando o relógio que marcava quase cinco e meia da manhã. Seus olhos voltaram-se para Milo. Tinha que ir embora.

" Milo?", Chamou, mas o outro parecia encontrar-se em um sono extremamente profundo, então resolveu não acordá-lo.

"É melhor deixá-lo dormir.", Pensou, já morrendo de dó de acordá-lo. Deixaria um recado para que ele não se preocupasse.

Levantou-se, dando um beijo nos lábios de Milo como se com isso selasse a promessa de que não ia deixá-lo preocupado. Saiu da cama bem felinamente para não correr o risco de acordar o belo grego, vestindo sua roupa íntima e procurando pelo quarto o resto de suas roupas, percebendo que sua blusa devia estar mesmo no corredor. Achou numa escrivaninha um bloco de papel e caneta e deixou um recado, deixando também o número de seu celular. Queria conversar seriamente com Milo.

Saiu do quarto e pegou do chão sua blusa, que estava jogada nas escadas. Percorreu com os olhos todo o ambiente e então saiu, fechando a porta, sabendo que a mesma tinha um sistema que a trancava quando batida. Pensou em pegar um táxi, mas lembrou-se de Aldebaran e... Se o mesmo soubesse que ele não estava com Shura e pegou um táxi ia falar um monte em sua cabeça e suspirando, ligou para o brasileiro, esperando que o mesmo atendesse e logo isso foi feito, ouvindo seu nome sendo pronunciado pelo segurança.

" Camus... Está tudo bem?", Ouviu a pergunta preocupada e se culpou por ter sido irresponsável.

" Estou sim, Aldebaran. Pode vir me buscar?", Camus perguntou, sentindo o vento frio tocar seu corpo, mas não estava com frio... Sentia-se extremamente bem na verdade.

" Já estou indo. Onde está?", Aldebaran perguntou do outro lado da linha, ouvindo logo em seguida Camus responder, passando-lhe o endereço.

" Estarei esperando.", Disse o francês, recostando-se ao muro da casa de Milo e ali ficando, olhando as ruas desertas, sem realmente pensar em uma única coisa... Apenas ficava a observar o ambiente.

Não se passaram nem mesmo quinze minutos e logo Aldebaran estacionava o carro escuro em frente ao local onde se encontrava Camus e este suavizou a expressão quando viu o amigo, aproximando-se e logo entrando no automóvel, sentando-se ao lado do moreno, que o olhava seriamente como se estivesse a examiná-lo de forma intrigante, o que o desconcertou mais do que imaginava, fazendo-o olhar para frente, apesar de que sua face não mostrava tal constrangimento.

" Espero que tenha se entendido com Milo.", Disse Aldebaran logo após dar a partida.

" O quê?", Camus quase pulou na poltrona, mas se segurou bravamente e apenas fitou o outro, estreitando os olhos.

" Acredito que estava com ele e o mesmo se preocupa muito com você.", Respondeu o brasileiro sem desviar a atenção da rua.

" ...!", Camus apenas fecha os olhos. Era embaraçoso falar de sua vida íntima, principalmente com Aldebaran, que apesar de dar conselhos úteis, sempre falava de modo brincalhão e isso o desconcertava mais ainda.

" Esse rapaz... Milo. Ele não parece interessado em sua posição como presidente da Aquárius, na verdade, parece que nem mesmo sabe disso... Não me parece também alguém interessado em dinheiro ou repercussão na mídia.", Falou sério, parando em um sinal de trânsito, fitando Camus.

Camus despertou ante aquelas palavras sérias ditas pelo amigo e também segurança. Ele tinha razão! Milo, o tempo todo que esteve consigo, não pareceu saber quem ele era, nunca tocou em assuntos referente a seu trabalho, aproximou-se como se ele fosse uma 'pessoa normal' e... Talvez por isso, tenha se envolvido tanto. O grego também era muito misterioso, nunca falou sobre si mesmo, não sabia nada dele e ainda assim, tinha a impressão de conhecê-lo, de que poderia confiar nele plenamente, o que vai de encontro a todos os seus princípios. Deixou que um tímido sorriso se desenhasse em seus lábios enquanto fitava a rua deserta. Sua vida mudou radicalmente da noite pro dia quando o encontrou e... O mais estranho... Estava gostando de como ela estava agora.

" De qualquer forma, é bom sabermos um pouco sobre ele. Por precaução.", Disse Aldebaran arrancando e dirigindo rapidamente a mansão do francês.

" Sim, tem razão.", Disse meio distante, fechando os olhos e deixando seus pensamentos voarem.

Em poucos minutos, Aldebaran estacionou o carro, saindo e vendo Camus fazer o mesmo. Caminharam em silêncio até entrarem na casa e então com um aceno discreto, Camus subiu para o quarto e o brasileiro se dirigiu ao seu, não sem antes verificar toda a casa e conferir o sistema de proteção e quando viu que tudo estava de modo satisfatório, foi deitar-se.

Camus fechou a porta do quarto e ficou encostado a porta. Deixou que um longo suspiro deixasse seus pulmões e permaneceu ali por alguns instantes, para só então abrir os olhos que nem percebera ter fechado e se dirigir à cama. De forma lenta e quase automática foi retirando a roupa, deixando a mesma em cima de um sofá que ficava próximo a varanda, vestindo logo em seguida uma calça de tecido fino para então, deitar-se na cama, cobrindo-se apenas com um lençol fino. Estava cansado, mas satisfeito com tudo, mesmo que as coisas não tivessem acontecido de forma programada como gostava. Seus olhos se fecharam lentamente e ele deixou-se ser levado pelo sono, adormecendo com a imagem de Milo em mente.

OOO

O vento soprava frio durante a noite escura, fazendo as cortinas negras esvoaçarem de acordo com sua melodia. Em uma enorme cama de lençóis negros encontrava-se um homem de pele clara, corpo definido e longos cabelos acinzentados. Seus frios olhos vermelhos se abrem e o mesmo se levanta, fazendo o lençol escuro escorregar por seu corpo nu.

Com passos leves e decididos, dirigiu-se para uma grande sala, onde se encontrava o que lembraria a visitantes, uma fonte ou mesmo uma piscina. A água límpida refletia o brilho do luar que entrava pela clarabóia. Ficou a vislumbrar o ambiente, as plantas que ornamentavam o local, os móveis que compunham o ambiente... Seu 'singelo' refúgio. Deu uns passos a frente e entrou na enorme piscina, sentando-se logo depois em movimentos lentos. Seus longos fios cinza, que pareciam mais prateados sob a luz da lua espalharam-se dentro da água, dando ao homem uma aparência ainda mais bela...

Suas mãos tocavam a água e um sorriso impreciso desenhava-se em seus lábios, enquanto sua mente vagava por lugares distantes e imprecisos. Os rubis fitavam a água intensamente, como se nela houvesse algo a ser vislumbrado, mas não havia nada ali a não ser sua própria imagem. Ouviu o som de passos, mas não ergueu o rosto. Sabia quem estava ali.

" Resolveu se refrescar?", Ouviu a voz suave e ainda assim, marcante.

" Sim...", Apenas respondeu, sem deixar de fitar seu reflexo.

" ...!", Fitou apenas fitando-o com seus profundos olhos azuis.

As íris vermelhas desviam-se da água, dando atenção ao ser que ali chegou. Foi subindo o olhar, reparando na beleza andrógena a sua frente, a pele alva, o corpo definido e ainda assim esbelto coberto por um fino tecido branco, os longos cabelos azul-piscina que caíam como cascata sobre os ombros desnudos, uma vez que a blusa clara havia escorregado sensualmente, os lábios naturalmente róseos, os olhos azuis... Pareciam duas pedras de água-marinha intensas ou deveria dizer amazonita? Sorriu ao vê-lo segurando uma bela rosa vermelha.

" Tentando me seduzir?", Perguntou, um sorriso malicioso dançando em seus lábios. Aquela bela criatura era tentadora e sabia bem usar sua sedução.

" Hum... E por acaso... Eu conseguiria?", Perguntou em tom provocativo, sibilado, enquanto caminhava felinamente até ele, sentando-se na borda da piscina, apreciando a visão do corpo que esbanjava perfeição.

Um quase riso escapou de sua garganta quando se aproximou languidamente, ficando ao lado do 'visitante', seus dedos tocando de leve a coxa por cima do tecido fino deixando-a úmida, enquanto olhava para aquela face que fazia pensamentos nada santos vir-lhe a mente. Um demônio! Era isso que o outro era com certeza... Um demônio oculto na face de anjo.

" E o que deseja de mim... Saga?", Pergunta em tom suave, enquanto acaricia a face do outro, tocando os fios cinza, enrolando seus dedos nele.

" Eu! Nada de especial...", Falou, ajoelhando-se dentro da piscina e roçando seus lábios no pescoço suave, aspirando o perfume de rosas que aquele corpo emitia... Tão tentador!

" Não parece...", Mordeu de leve os lábios ao sentir o suave toque.

" Eu o encontrei pra você...", Sussurrou no ouvido dele.

" E onde está?", Perguntou, mas não houve resposta, não falada. Ela 'apareceu' em sua mente e então sorriu, vendo o outro se afastar e voltar à água.

" Então eu irei... Buscá-lo. Quem sabe convenço aquele outro também.", Ri e levanta-se, deixando a rosa sobre a borda da piscina, saindo em passos lânguidos, da mesma forma que entrou, sumindo dentro da escuridão que se fazia presente mais adiante.

Levou a mão a borda da piscina, pegando a rosa e só então voltando ao meio da mesma, onde a água quase chegava a seu peito e recostou-se do outro lado, voltando a seus pensamentos. Aspirou o perfume da flor e mordeu uma pétala rubra, arrancando-a, deixando que a mesma caísse sobre a água, gerando pequenas ondulações e nela surgiu a imagem de um belo rapaz de longos cabelos azuis... Lindos, perfeitos... Divino!

" Logo logo... Esse desejo vai se realizar.", Disse, tocando o reflexo na água, fazendo a imagem sumir e então despedaçou a rosa, deixando as pétalas maculadas caírem sobre a água, flutuando sobre a mesma.

Ergueu-se e sem dizer nem mais uma palavra, caminhou de volta ao quarto, não se importando com o rastro de água que deixava durante o percurso, até chegar ao cômodo desejado, deixando que seus rubis pairassem sobre a cama e foi até ela, deitando-se sem sequer se secar. Fechou os olhos, o silêncio imperando dentro daquele quarto escuro, mas logo seus olhos aterradoramente vermelhos, que emitiam um brilho tão perturbador se abriram e o belo homem virou-se, fitando o teto sorrindo como se algo definitivamente bom acabasse de ocorrer.

" ... A Elite Dourada não poderá fugir.", Sua voz baixa e rouca se fez ouvir dentro do quarto escuro. Tudo estava saindo como havia planejado. Ele teria o que desejava, ninguém poderia atrapalhá-lo. A pessoa que talvez pudesse se colocar em seu caminho nem mais existia, mas ainda não tinha algo que desejava muito e este logo seria seu... Apenas seu!

"Ninguém vai me atrapalhar... Nem mesmo você, Kanon.", Fechou os olhos, deixando um sorriso sádico pairar sobre seus lábios. Aquele ser das trevas falhou no passado e voltaria a falhar!

O poder, a glória... Tudo definitivamente seria dele! Um direito roubado por milênios e que agora reconquistaria.

OOO

07:00 AM. Sala da Vice-presidência da Aquárius.

Sentado em uma grande mesa de mármore negro estava um homem de cabelos escuros e olhos jade, que miravam o nada. Seu queixo estava apoiado sobre a palma da mão direita, parecendo pensar em tudo e nada ao mesmo tempo, completamente distante como se estivesse em uma realidade à parte onde nada existia. Apenas estava lá, parado naquela sala vazia sem fazer nada, sem esboçar nenhum movimento por longos minutos, até que seus olhos se fecharam com força, como se quisesse afastar algum pensamento indevido.

" Droga! O que foi aquilo?", Perguntou-se, levando à mão a cabeça, passando pelos fios revoltosos e recostando-se a cadeira, apoiando sua nuca no encosto.

Tudo havia sido tão estranho! Derrotara um maldito que se achava o tal e o mesmo simplesmente invade sua casa e o estupra e... Bem. Teoricamente foi um estupro, afinal foi forçado, não queria e... Arrgg! Como pôde ter gostado daquilo? Ele era masoquista por acaso? Devia ter algum problema mental, isso sim! Levantou-se e foi até a vidraça, observando a paisagem ainda com aqueles pensamentos em mente, não sabendo o que exatamente o atraiu naquele... Naquele tal de Máscara da Morte.

" Desde quando isso é um nome?", Perguntou-se, lembrando que o mesmo disse que ia matá-lo. Talvez fora contratado para isso... Não sabia, mas ele pareceu irritado por algo que ele não sabia e...

"Quem se importa? Vou descobrir quem é esse maldito e mandar prendê-lo por ter invadido a minha propriedade!", Pensou revoltado, dando um soco perto do vidro, nem reparando no risco que correu, pois se acertasse a janela, se machucaria gravemente.

" Droga! Tudo isso está me estressando. E onde ela está afinal de contas! Que merda!", Disse Shura, já ficando revoltado com a demora dela em lhe atender. Sentou-se emburrado em sua poltrona e pegou o jornal, abrindo a página.

"Mas ela pode descobrir quem é aquele maldito que fez isso comigo.", Pensou, para então fixar seus olhos na reportagem da primeira página do jornal de maior circulação nacional.

" MAS QUE MERDA É ESSA?", Shura ergue-se com tanta rapidez da poltrona que quase a derruba no chão, não acreditando no que suas orbes jade viam em destaque naquelas páginas e... Principalmente de quem falava!

OOO

Ouviu um som distante que lhe parecia vir de um despertador, mas sua cama estava tão macia, tão quente, estava tão bom ali que não queria levantar, no entanto, o irritante som perpetuava e ele se obrigou a abrir os olhos, perguntando-se meio sonolento porque ainda não tinha quebrado o maldito relógio que atrapalhava seu sono e sonhos, mas sua mente logo despertou ao ver que era tão tarde. Oito horas! Desde quando acordava nesse horário? Levantou-se num pulo, olhando atordoado para o relógio, pensando em como pôde dormir até tão tarde, até lembrar-se do que aconteceu...

"Eu... Estava com ele...", Camus lembrou-se imediatamente, percebendo então porque perdeu a hora. Talvez Milo não estivesse fazendo tão bem assim a ele... Veja só, fazendo com que perdesse a hora.

" Grego maldito.", Disse, levantando-se, mas apesar de suas palavras, por incrível que pareça, não estava irritado. Na verdade sentia-se revigorado.

Caminhou para o closet escolhendo a roupa que vestiria para ir a Aquárius e em seguida foi até a suíte, abrindo a água numa temperatura mais fria e logo deixando que a mesma caísse sobre seu corpo esbelto. Um suspiro de satisfação saiu de seus lábios e logo o banho foi encerrado e Camus enxugava-se sem pressa apesar de estar atrasado. Penteou seus longos cabelos azul-petróleo, mantendo-os soltos para que secassem naturalmente e vestiu uma calça social azul-marinho e uma camisa simples pérola, que o deixou com uma aparência mais jovem, bela e, mesmo simples, muito bem vestido.

Desceu para tomar o desjejum, encontrando na sala o jovem de madeixas loiras repicadas e aqueles olhos azul-céu que pareciam inquirir algum tipo de explicação. Permaneceu em silêncio, sentando-se a mesa e vendo Minu entrar, dando-lhe um 'bom dia', servindo o café da manhã como ele gostava. Ela parecia estar muito feliz e tirando o olhar inquietante de Hyoga, tudo parecia-lhe muito bem.

" Bom dia, Mestre Camus!", Disse Hyoga calmo, mas seus olhos transmitiam seriedade.

" Bom dia, Hyoga! Já disse pra não me chamar de mestre.", Falou em seu tom natural, bebendo um delicioso suco de frutas.

" Ontem o senhor voltou tarde...", Comentou preocupado e ligeiramente... Enciumado.

" Ah, sim. Tive coisas a tratar.", Respondeu sem dar importância.

" Estava com ele?", Hyoga foi direito ao assunto.

O loiro sentia uma raiva enorme daquele tal Milo que, primeiro, estava conversando o francês e... O olhar dele e tom de voz, o fazia pensar que aquele grego era uma pessoa na qual não podia confiar... Aquele ar arrogante, o olhar de superioridade... O irritava só de lembrar! Segundo e mais importante, o moreno estava dentro do elevador com Camus desmaiado, o que o fazia pensar que aquele homem fez alguma coisa a seu Camus e agora aquilo... Não podia acreditar! Simplesmente não podia.

" Como 'ele' quem?", Camus o olhou, suas íris transmitindo um olhar mais frio e intolerante.

" Com aquele tal de Milo.", Hyoga o olhou da mesma forma, confirmando pela irritação... Pois, sim. Camus estava irritado. Quando ele olhava friamente, era porque estava incomodado, irritado ou insatisfeito com algo e pôde comprovar... Ele estava sim com aquele maldito!

" Hyoga, minha vida pessoal é apenas minha, sim?", Respondeu, dando por encerrado o assunto, voltando a tomar seu café da manhã, ignorando o loiro. 'Aquele tal de Milo'... Aquilo era modo de falar?

"Não acredito que... Estou irritado por isso.", Camus constatou em pensamento. Tudo bem que nunca gostou de ter sua privacidade invadida, mas aquela frase o irritou acima do normal e isso o surpreendia. Na verdade, desde que conheceu aquele grego tem se surpreendido com seu modo de agir... Via-se fazendo coisas que normal e racionalmente não faria. Milo estava mudando-o e às vezes isso lhe dava medo.

"Se eu não acreditasse nessas coisas de feitiço e sobrenatural, diria que ele me enfeitiçou.", Riu internamente com tal pensamento.

" Então você está com ele, não está? É seu namorado ou amante?", Perguntou o loiro friamente, se corroendo de ciúmes. Como algum estranho podia chegar e levar seu Camus desse jeito? Camus era alguém tão fechado e sério... O que aquele maldito fez? Apesar de que... Não podia negar que seu adorado mestre parecia mais feliz e calmo, mas...

Camus lançou um olhar tão frio que Hyoga parou no mesmo lugar, como se houvesse sido congelado.

" Vai sair, senhor Camus?", Ouviu a voz de Minu, que sorriu enquanto trazia um bolo que acabara de ser feito.

" Sim, Minu.", Respondeu o francês, caminhando para fora da sala.

" Camus...", Hyoga estava surpreso. Talvez tenha ido longe demais...

" Hyoga... Depois conversarei com você.", Disse Camus, olhando por cima do ombro, agora lançando um olhar quase paternal. Compreendia aquele sentimento de Hyoga, aquele ciúme... Afinal, o menino o tinha como um pai.

Hyoga nada disse, apenas viu o mesmo sumir quando a porta se fechou e ficou ali, parado. Abaixou a cabeça, desejando se socar. Como pôde ser tão impulsivo a falar todas aquelas coisas? Talvez Camus o mandasse embora, não queria nem pensar nisso, mas... Sabia que podia acontecer. Levantou-se, não querendo mais comer nada, queria pensar tranquilamente em tudo o que estava acontecendo. Sempre nutriu um forte sentimento por Camus e agora havia aquele moreno de sorriso sarcástico e olhar malicioso que parecia ter roubado o coração o seu francês.

"Mas como ele pode negar ou se recusar a falar daquele fato inegável? Eu vi! E ele vai ter que falar daquilo uma hora ou outra...", Pensava desgostoso.

Saiu, começando a caminhar além dos portões da sofisticada mansão onde estava morando com Camus. Andava apressadamente, sem prestar atenção para onde ia, olhava para o chão, pensando em tantas coisas que se perdia, virou a esquina para simplesmente se chocar em algo, quase caindo no chão, tendo que se encostar ao muro para não se desequilibrar, erguendo um olhar furioso para ver quem era o infeliz que quase o derrubou daquela forma.

" Devia olhar por onde anda.", Falou friamente, seus olhos azuis pareciam as geleiras eternas da Sibéria.

" Perdão.", Hyoga ouviu uma voz suave dizer e piscou os olhos, vendo que essa pessoa estava no chão.

Os azul-céu do rapaz de cabelos dourados vislumbrou finalmente aquele com quem trombou. Viu, caído no chão, um belo ser de pele branca como porcelana, trajando uma calça branca justa e uma blusa verde bem escura. Subiu mais um olhar, admirando-se com os fios esmeralda que caíam como cascata sobre os ombros estreitos... O brilho daqueles cabelos lhe mostrava o quão bem cuidados eram e poderia até mesmo dizer, sem tocar, que eram macios e então reparou no rosto... Belo, ingênuo... Agraciado por olhos verde-mar que simplesmente devia pertencer a algum anjo com certeza absoluta!

" Me desculpe você!", Logo disse, ajoelhando-se ao lado do menino para ajudá-lo a se levantar.

" Que isso! Eu não estava vendo por onde andava...", Tentou se explicar o adolescente, meio sem jeito.

Hyoga não pensou duas vezes. Segurou-o pela cintura com a mão esquerda e com a direita no ombro do menino, erguendo-o e procurando por ferimentos e logo viu um pequeno corte na mão direita daquele pequeno anjo de olhos tão puros e retirou do bolso um lenço, limpando o local, preocupado. Sua irritação acabou atingindo a outros... Tinha que aprender a controlar mais seus sentimentos e emoções, isso sim. Repreendia-se por ter machucado um ser inocente, mas seus pensamentos foram interrompidos pela voz suave.

" Não precisa se preocupar. Eu estou bem!", Falou o menino, sorrindo calidamente ao loiro.

" Mas é melhor cuidar disso agora.", Falou tão sério, que pareceu mais uma repreensão e viu aqueles olhos mirarem o chão ligeiramente entristecidos.

" Desculpe, estou sendo rude. Qual o seu nome?", Perguntou, tentando ser mais amigável. Não devia despejar nos outros suas frustrações.

" Me chamo Shun e você?", Perguntou o jovem de cabelos esmeralda, voltando a sorrir daquela maneira iluminada e pura.

" Me chamo Hyoga.", Respondeu, encantado com aquele sorriso tão lindo, terminando de fazer o curativo, enrolando na mão de Shun seu lenço.

" Muito obrigado, Hyoga. Não está doendo mais." Shun disse, enquanto olhava para o curativo, voltando seu olhar para o loiro.

Ficou a observar aquele que havia lhe derrubado no chão. Hyoga era mais alto, tinha um porte que não sabia exatamente definir, mas lhe transmitia uma quase imponência, os cabelos loiros brilhavam ao ser tocado pela luz do sol, a pele era clara, mas não tão quanto a sua e os olhos azul-céu era lindos e o olhavam com tanta preocupação... Hyoga na verdade era... Tão lindo! Acabou corando ao reparar no que estava pensando e abaixou o olhar, observando uma formiguinha que carregava uma folha três vezes maior que seu corpo sem esforço, como se aquilo fosse algo muito interessante de se ver, não sabendo o que fazer ou dizer...

Hyoga ia falar algo, mais se viu sendo escaneado pelo olhar verde-mar e ficou quieto, deixando que o outro o analisasse. Estava gostando disso sem nem saber por que e então o viu corar e... Ah! Como aquele menino podia ficar tão adorável daquela forma? A feição sem jeito, o modo como ele mirava o chão para não encará-lo... Aquilo parecia despertar algo dentro dele, apesar de não saber exatamente o quê, mas queria conhecê-lo melhor. Aquele menino valia a pena... Valia a pena seu esforço para ter um amigo ou quem sabe...

" Shun!", Ouviu uma voz grossa e imponente chamar o menino de madeixas esmeralda e virou o rosto, vendo um rapaz moreno do outro lado da rua.

" Ikkiiii!", - Shun ergueu a mão, sorrindo iluminadamente, seus olhos brilhavam ao ver o outro.

"Quem é esse?", O loiro pergunta, observando o moreno atravessando a rua apressadamente e com cara de poucos amigos.

" Shun, o que aconteceu?", Perguntou sério, vendo a mão enrolada por um lenço, ligeiramente suja de sangue.

" Ah! É que eu trombei com ele e acabei caindo, daí machuquei a minha mão, mas agora já estou bem!", Sorriu o menino, aproximando-se do irmão e segurando o braço dele, extremamente feliz.

" Hum...", Estreitou os olhos e fitou o loiro, não gostando de saber que aquele idiota com cara de metido jogou seu irmão no chão.

" Eu sou Hyoga. Desculpe-me por ter derrubado seu irmão, mas já o ajudei e...", Foi simplesmente cortado pelo moreno.

" Fique longe do Shun!", Ikki diz ameaçadoramente, puxando Shun para si, abraçando-o, lançando um olhar assassino a Hyoga que dizia claramente 'aproxime-se e eu faço mais do que quebrar sua cara'.

" ...!", Hyoga não entendeu o porquê da ameaça, mas não gostou, devolvendo um olhar frio ao moreno, como se o mesmo fosse seu inimigo mortal.

" Ikki!", Os grandes olhos verdes piscaram confusos.

" Vamos.", Disse irritado, puxando Shun consigo, caminhando apressadamente.

"Shun...", Viu o menino sendo arrastado. O modo como o tal Ikki puxava Shun... Isso parecia que ele se achava dono do garoto de olhos verde-mar. Será que era irmão dele? Ou talvez... Pelo modo possessivo algum tipo de namorado? Não se espantaria, visto que agora os relacionamentos entre rapazes estavam sendo muito mais aceitos e chegava a ser algo comum...

" Ah... Sim! Tchau Hyoga!", Shun falou ao loiro, indo embora junto do irmão, que não soltava sua mão de jeito nenhum.

"Quem aquele cara pensa que é? Ele me olhou como se eu fosse fazer algo de ruim com o Shun.", Pensou, colocando as mãos nos bolsos e saindo caminhando para outro lado, esquecendo-se momentaneamente do que houve de manhã em relação a Camus.

OOO

Camus entrou em sua sala, achando estranho não ter visto sua secretária, mas não ligou. Tinha coisas mais importantes a fazer e não havia reuniões marcadas para aquele dia. Sentou-se e pegou os relatórios que deveria averiguar, ficando muito satisfeito com tudo o que via. A aquárius estava indo muito bem, todos os contratos que fechou recentemente estavam sendo bastante rentáveis. Continuou seu trabalho, entretido com todos os cálculos, contratos e e-mails que recebera, quando a porta de sua sala foi aberta em um estrondo, fazendo-o olhar para o responsável por tal barulho.

" Isso são modos, Shura?", Perguntou ao espanhol, que não estava com uma feição amigável.

" CAMUS, COMO VOCÊ PÔDE?", Gritou Shura, possesso, olhando raivosamente para Camus.

"Hoje é dia...", Pensou desgostoso, vendo que não teria paz. Primeiro Hyoga, agora Shura... O que deu neles afinal?

Shura bateu a mão na mesa com força.

" Se quebrar minha mesa, terá que me pagar outra.", Disse sem fitá-lo, continuando a ler o relatório da Aquárius.

" OLHE PRA MIM!", Shura gritou novamente, irritadíssimo.

" Não grite dentro da minha sala.", Falou calmamente, ignorando Shura.

" Eu simplesmente não entendo você. Não acredito nisso!", Falava o moreno, andando de um lado pro outro apressadamente.

" Você vai furar o chão. Por que não se senta?", Perguntou Camus, vendo que teria que resolver aquele problema, senão não conseguiria trabalhar em paz.

" EU QUERO UMA EXPLICAÇÃO!" Exigiu Shura, os olhos em chamas devido a raiva e indignação.

" Sobre o quê?", Perguntou em um suspiro, não gostando daquele olhar acusador.

" SOBRE ISSO!", Berrou Shura, batendo a mão na mesa fazendo a água dentro do copo tremer, colocando em frente a Camus o jornal de maior circulação do país.

Já quase perdendo a paciência, Camus pegou o jornal. O melhor a fazer era ver o que deixou o espanhol tão enfurecido e tentar dialogar logicamente com ele. Shura não era a pessoa mais racional que conhecia, era de certa forma impulsivo, tinha a tendência de se achar sempre com a razão e como sempre exigia explicações sobre o que achava ser errado. Olhou para Shura e voltou sua atenção para o jornal. O que poderia conter naquelas folhas que o deixou dessa forma? Abriu o jornal calmamente, sem muito alarme e então seus olhos de safira se espantaram e seu mundo desabou! Nas páginas daquele jornal... NA PRIMEIRA página em destaque com letras vermelhas encontrava-se o fim de seu mundo...

O Príncipe do Gelo,

O Presidente da Grande Aquárius, maior empresa de Software do mundo com seu amante!

Quem é o moreno capaz de tomar o coração do Príncipe e...

Quebrar o inverno glacial em que ele se encontra?

Ainda encontrava-se em choque, mas forçou seus olhos a descerem um pouco mais e sentiu o coração parar como se um choque percorresse seu corpo, sua respiração parou e sabia... Nada mais seria como antes! Naquela página, em destaque estava uma foto... Uma foto que o mostrava contra uma parede, sendo prensado e beijado por um homem de pele amorenada, vestes escuras e longos cabelos azul-arroxeado, que tomava seus lábios com sensualidade e paixão, com uma perna entre as suas, enquanto suas unhas se firmavam no tórax musculoso, repuxando o tecido fino em um amasso capaz de escandalizar meio mundo.

Como? Como aquela foto foi parar nos jornais? Quem fez isso? Não conseguia raciocinar, tudo o que fazia era vislumbrar aquela imagem que lhe parecia tão irreal, mas que sabia... Aconteceu! Onde? Pensando melhor, Camus concluiu que deveria ser quando tentou fugir de Milo e o mesmo o agarrou no corredor da Academia de Esgrima. Lembrava-se que aquele amasso aconteceu no corredor quando o grego o agarrou e o beijou com lasciva, fazendo-o perder o rumo e então ele desceu seus lábios e... E...

"Ah, Deus! E se... E se... Tiverem tirado foto daquilo!", Desesperou-se, erguendo, deixando que o jornal caísse na mesa, não sabendo o que fazer, completamente corado por já imaginar o que a imprensa faria com ele... As perguntas, os jornalistas em seu encalço... Aquilo era um escândalo!

" E então, o que me diz disso?", Shura perguntou, mas calou-se com o olhar que recebeu de Camus.

O francês fitou o espanhol completamente perdido e desorientado.

" Camus?", Chamou, preocupando-se muito com aquela expressão de quase terror na face que era sempre tão calma e fria.

" Eu... Eu...", Os olhos azuis estavam temerosos, mostrando que não sabia o que fazer.

Estava morto de vergonha! Queria que o chão se abrisse e o engolisse. Não ia mais sair de casa, não queria ver ninguém, falar com ninguém e... Antes que Shura pudesse dizer mais alguma coisa, saiu da sala rapidamente, deixando para trás tudo o que se referia ao trabalho. Sentia-se pressionado, exposto e por que não dizer desprotegido? A primeira pessoa que viu foi Aldebaran com quem se chocou violentamente, mas não foi ao chão porque os braços fortes do amigo o segurou com firmeza.

" Aldebaran...", Camus murmurou ao fitar o amigo, escarlate de tanta vergonha.

" Venha!", Disse o brasileiro, entendendo perfeitamente o pedido mudo naqueles olhos que diziam 'me tira daqui' de forma tão desesperada que era impossível não notar.

"Pelo visto ele já leu o jornal.", Aldebaran pensou, saindo com Camus por corredores menos utilizados na empresa.

Havia visto que todos estavam no refeitório comentando sobre o jornal quando Camus chegou e logo após ler a notícia foi atrás dele, mas pelo visto, Shura, com seu sangue quente, já havia mostrado aquilo ao francês de maneira nada sutil. O rapaz a seu lado parecia estar em choque e com razão. Camus sempre fôra muito certinho e saber que sua vida pessoal, principalmente algo como aquilo estava nos jornais, que teria repercussão mundial era algo que com certeza seria capaz de derrubá-lo! Viu que já havia repórteres na saída principal e no estacionamento, colocou Camus dentro de seu carro pessoal, ordenando a um subordinado que saísse com o carro de Camus, para que os repórteres o seguisse e da forma que planejou aconteceu. Os que ficaram para trás não iam perceber sua presença.

" Vou te tirar daqui, Camus.", Disse, resolvendo não levá-lo para casa e sim para seu apartamento. Lá era suficientemente seguro e ninguém saberia onde o 'Príncipe do Gelo' estaria.

OOO

Shura voltou a sua sala, irritado consigo e com o que fez. Só depois de ver aquela face de menino perdido de Camus é que percebeu a burrice que cometeu! O francês sempre fora muito discreto e não faria algo daquele tipo. Logo sua mente impulsiva e seu sangue quente o levaram a raciocinar que a única explicação plausível aquela foto era que... Aquele maldito tinha AGARRADO Camus, forçado a situação e com toda certeza era para obter aquela glória, fama como amante de Camus.

" EU VOU MATAR AQUELE FILHO DA PUTA!", O espanhol gritou, batendo na própria mesa, indignado.

" Sua irritação não vai ajudar em nada.", Uma voz séria e firme se fez ouvir.

" Ahh! Tá louca! Quer me matar? Por que demorou?", Shura se assustou ao ouvir a voz, mas ao reconhecer de quem se tratava já despejou todas as suas indignações.

Sentada calmamente em uma poltrona próxima a janela, estava uma mulher de cabelos ruivos repicados, os olhos azul-céu fitavam seriamente o homem de olhos jade e cabelos escuros que respirava descompassadamente enquanto a observava. Vestia uma calça preta justa, que se moldava ao seu corpo curvilíneo e um corpete vermelho-sangue, que apenas destacava sua beleza sublime e sedutora. Os cabelos ruivos caíram sobre os ombros desnudos e então a jovem se levantou, aproximando-se do outro.

" Eu não demorei. Você marcou comigo às nove horas, agora são oito e meia. Eu cheguei antes do horário como pode ver.", Ela falou calma, achando graça da ansiedade de Shura. Ele normalmente não era assim, o que a fazia pensar que algo devia estar perturbando-o...

" Eu quero que você descubra quem é esse cara!", Falou, mostrando o jornal a ela, bufando.

" Ah, sim! Já tinha visto... Tentei entrar em contato com Camus a fim de prepará-lo, mas foi impossível.", Falou, sem pegar o jornal.

" Por que você não impediu isso de acontecer?", Perguntou, olhando-a seriamente.

" Você me mandou descobrir quem tentou matar Camus há alguns meses. Aqui está o relatório. Todos os dados sobre quem são as pessoas e a que organização pertencem estão dentro do disquete. Qualquer dúvida, me pergunte. Sobre o jornal... Eu estava concentrada nesse trabalho, por isso quando descobri sobre a matéria, já era tarde... As máquinas já tinham empreso a maioria das edições, mas consegui atrapalhar um pouco, por isso poucas edições foram para as bancas, mas a notícia se espalhará de qualquer forma.", Respondeu, suspirando. Queria ter visto aquilo antes, assim evitaria o escândalo e Camus não ficaria tão perturbado.

" Droga! Você é uma hacker, Marin!", Falou, passando as mãos nos cabelos revoltados.

" Isso mesmo, sou apenas uma hacker.", Falou, cruzando os braços. Ela era uma hacker, não uma deusa capaz de parar o mundo a qualquer momento.

" Arg! Me desculpe. Estou nervoso.", Disse, sentando-se e tentando se acalmar.

" Eu sei.", Ela respondeu, sentando-se em frente a ele.

" Você pode descobrir quem é ele? Acho que o nome é Milo.", Perguntou, olhando-a com mais calma.

" Sem problemas. Apenas tente controlar o seu ciúme, Camus deve estar em choque pelo modo como você lhe mostrou a matéria.", Disse com sua habitual calma, sorrindo ligeiramente ao ver o espanto nos olhos de Shura.

" Eu não estou com ciúmes! Estou preocupado.", Estreitou os olhos, indignado com a perspicácia dela.

" Se acredita realmente nisso... Bom. Você não tinha me chamado aqui para que eu descobrisse sobre esse rapaz. Por que me chamou realmente?", Perguntou à ruiva, achando graça dos resmungos feito por Shura ante seu comentário.

" Quero que descubra quem é esse cara. Ele tem um sotaque italiano e é amigo desse maldito que agarrou o Camus! O idiota o chamou de... 'M&M' e ele se apresentou a mim como... Máscara da Morte.", Falou, mostrando uma foto que uma das crianças havia tirado na academia, dele derrotando aquele moreno maldito.

" Por que tem interesse de saber quem é ele? Além do fato, claro, dele ser amigo do rapaz que agarrou Camus.", Disse a ruiva, pegando a foto e observando-a.

" Ele me ameaçou. Talvez faça parte de alguma organização, grupo terrorista, sei lá! Droga! Pensar nisso me deixa mais preocupado.", Falou, passando a mão novamente pelos cabelos.

Não havia pensado nessa possibilidade. Aqueles dois apareceram no mesmo momento na academia e enquanto o outro se aproximou de Camus, aquele italiano o agarrou e... Fez tudo aquilo! Como o maldito podia ter tanta força se tinham a mesma estatura? E se aqueles dois tivessem como alvo ele e o presidente da Aquárius? As perguntas viam cada vez mais drásticas em sua mente, mas seu devaneio foi interrompido por Marin.

" Não se preocupe. Estarei com todas as respostas o mais rápido possível.", Falou a jovem, vendo que o assunto era sério.

" Obrigado, Marin.", Disse Shura, erguendo e cumprimentando-a.

A jovem saiu, sumindo rapidamente e ninguém saberia exatamente dizer se ela esteve mesmo ali. A ruiva era a maior hacker do mundo, mas apenas ele e Camus sabiam disso. Para o mundo ela era 'Águia' e ninguém nunca descobriu sua identidade. Por que ela ajudava Camus? Nunca entendeu, mas ela se tornou sua amiga e a prezava muito e sabia... Poderia confiar sua alma a ela sem pensar duas vezes.

" Espero que Camus esteja bem.", Disse Shura, sabendo que teria um dia de cão também, pois os repórteres não iam sair do seu pé.

OOO

Seus olhos castanhos observavam o modo desolado em que ele estava. Encontrava-se na porta, fitando o jovem de madeixas azul-petróleo que agora estava em sua cama, encolhido como um menino que acabara de acordar de um pesadelo e ver o amigo assim doía. Por mais que todos dissessem que Camus era frio e indiferente, não era verdade. Ele apenas se mostrava para as pessoas que achava serem dignas, ele tinha muitos sentimentos, apenas não sabia como demonstrar realmente e tinha certeza que Camus mostrou seu coração a Milo.

" Camus?", Chamou, aproximando-se dele e tocando as madeixas macias.

O francês não respondeu, sequer fitou Aldebaran.

" Não se preocupe. Aqui estará seguro. Eu vou cuidar de você.", Disse, afastando-se. Estava na hora de conversar com um certo grego, saindo do quarto e logo se retirando do apartamento. Providências deveriam ser tomadas.

"Milo... Aquela foto... Não tinha ninguém ali, eu sei que não, mas... Será que você fez realmente aquilo, me distraiu, brincou comigo só pra conseguir isso? Ter fama, prestígio... Ser a estrela da mídia? Você... Não tinha dito que me ama? Droga!", Camus fechou os olhos com força, abraçando-se, sentia-se extremamente desolado, ou melhor...

"Eu me entreguei a você... Me permiti ser seu e... Você me traiu.", Abriu os olhos azuis que agora pareciam mais frios, fechado-se num inverno que não sabia mais se desejava sair...

Traição! Essa era uma palavra que não aceitava, principalmente vinda de uma pessoa que tinha definitivamente entrado em seu coração, roubando-lhe tudo, retirando-lhe a sanidade e pra quê? Pra jogá-lo naquele inferno... Em um inferno com o qual não sabia lidar.

Continua...

OOO

Aaaahhhhhhhhh! EU CONSEGUI! EU CONSEGUI! Whuahauahuaauauaua... tendo uma crise insana

Ai ai! Depois de um ano e dois meses consegui escrever um novo capítulo de Feitos Pra Seduzir. Tudo aconteceu comigo nesse período e não foi apenas com essa fic que estou em atraso vergonhoso de mais de um ano... ¬¬ É computador com defeito, o trabalho que está me matando, doença, depressão, desânimo... . Aarrgg! Coisas demais! T.T

Mas um novo capítulo foi escrito apesar do meu Word não me ajudar muito, pois a merda só dá erro e tive que escrever no Wordpad, mas nele eu não consigo manter o mesmo ritmo... ¬¬ Não me perguntem por que. Mas eu o finalizei e é isso que importa! Estou muito feliz! Consegui colocar tudo o que eu queria nesse capítulo e até um pouco mais! XDD

O que vocês acharam? Õ.o Está bom? Ruim? Vão me jogar pedra? Quero saber a opinião de vocês sobre o lemon de Kanon x Saga. Amo esses dois juntos, mas tive problemas em escrever o lemon... Tava estressada por causa do trabalho, ai travei no meio do lemon, achando que estava uma droga! Mas a Aiko Hosokawa me deu uma luz, me ajudando e incentivando e consegui terminar de escrevê-lo e fazer todo o resto! Valeu mesmo, Aiko/o/

Mas... O que vocês acharam? Eu queria mostrar aquele lado mais dividido da personalidade de Saga e como Kanon tenta lidar com isso, mas não sei se consegui... T.T Kanon e Saga... Esses dois são um casal complicado, mas é bom ficar de olho neles... Hehehehehehe... Quero saber quem descobre o mistério que ronda esses dois e ainda tem o vilão! Quero só ver o que vocês estão pensando sobre tudo isso...

Me surpreendi com a boa aceitação do casal Máscara da Morte x Shura. Não achei que tivesse tantas fãs dele, mas estou satisfeita com isso! Nesse capítulo não teve nada deles, mas vocês viram que o Shurinha agora quer saber quem é o 'M&M'... Whuahauahuau... E mais um vampiro entrou na história... Vocês sabem quem é né?

Coisas não programadas sempre acontecem em minhas fics e nessa foi à aparição do Shun. Primeiramente eu nem ia citá-lo. Ia ser só o Hyoga aparecendo mesmo, mas aí recebi alguns coments de pessoas perguntando se ele ia aparecer e isso me agradou. Era só para o Hyoga vê-lo, mas acabou saindo tudo aquilo que vocês viram! XDD E de quebra o Ikki teve que aparecer para proteger o irmão daquele loiro que não parece nada confiável na opinião do moreno esquentadinho! Whauahuahuaa Eu pensei em fazer o Shun chamar o Ikki de 'nii-san' ou 'irmão', mas não resistir e tive que fazê-lo gritar 'Ikkiiiiii'... XDDD

Nesse capítulo muita cosia aconteceu... Como viram Camus está aceitando o que sente por Milo e permitiu que ele fizesse TUDO com ele. XDD Adorei escrever isso! Achei que o Camus tava tão kawai e sexy naquela cena... ¬

Nesse capítulo também apareceu mais o Aldebaran. Depois de ler Episódio G, eu simplesmente tô amando ele, principalmente que ele ficou lindo demais! Daí tive novas idéias em relação a moreno e como ele é brasileiro, é cordial e gosta de ajudar os outros e é isso que vai acontecer aqui. Claro que novas surpresas podem acontecer... Sou do tipo que pode mudar as coisas de uma hora pra outra se uma idéia me parece boa!

Dedico esse capítulo a Cardozinha! Eu não sabia como fazer pra que a mídia descobrisse o relacionamento de Camus com o 'moreno misterioso'... XDD Mas o comentário dela me deu uma ótima idéia! Whauahua Valeu mesmo, menina/o/ Espero que tenha gostado do Hyoga encontrando o Shun também!

Quero agradecer aos comentários deixados no FFnet e também os enviados a mim! Valeu Paula, Misao-chan, Gizinha, Leona EBM, Athena de Áries, Ilía Verseau, Litha-chan, Hokuto-chan, Cardozinha, Shakinha, Peach Kitsune espero que sua dúvida sobre a Aquárius tenha sido saciada , Shinny, Kitsune Youko, Aiko Hosokawa, Makie, Ikki e Dani, Marin de Libra e todas as pessoas que sempre me incentivam a continuar escrevendo essa fic!

Agradecimento especial a Aiko e Mey por me atuarem no MSN, quando eu falo que tá tudo uma porcaria e vocês me dizem o contrário, mostrando que estou indo pelo caminho certo! XDD devido ao estresse, tô meio deprê e pessimista... ¬¬

Peço desculpas pelos possíveis e bota possíveis nisso... ¬¬ erros de português. Eu estava desesperada pra publicar esse capítulo e como minha beta está ocupada revisando outro fic, eu mesma revisei esse capítulo, mas... Sempre me escapa algo. . Espero que me perdoem!

Muito obrigada a todos os que leram e espero que sejam boas pessoas e me enviem seus comentários. Sei que demorei pra atualizar, mas... Mas... Foi algo que não pude evitar! T.T

13 de Agosto de 2006.

19:30 PM.

Yume Vy