Segredos
Por Arthemisys
Segundo Capítulo
- Maravilhosa!
- Hum...
Juliane bem que tentou, mas seu rosto não conseguiu disfarçar o embaraço por estar, naquele momento, personificando uma mulher fatal.
- Fala sério Dido! Essa daqui não sou eu!
- Aí que você se engana queridinha! – a jovem retrucou, segurando Juliane pelos ombros e virando-a para um espelho, concluindo. – Essa garota linda e que está prestes a enfrentar uma balada daquelas é você sim!
Juliane se encarou mais uma vez. Os cabelos avermelhados excessivamente lisos pelos efeitos da prancha térmica, caiam graciosamente pelos ombros desnudos. Na maquiagem, os tons escuros e bem dosados, realçavam os olhos castanhos enquanto um batom bem vermelho preenchia seus lábios, dando a eles um desenho perfeito. Por fim, sandálias de salto alto e fino e um vestido na cor preta completaram de forma moderna e descontraída, o visual da jornalista.
- Ai, ai... Agora só falta aquele professor "tudo de bom" para que a sua noite fique completa!
- Ainda está se lembrando do Saga, Dido! – Juliane indagou, tentando parecer perplexa.
- Ok. Vai me dizer que já o esqueceu? Conta outra amiga! Falou até o nome dele na maior informalidade! Quem te escutasse agora pensaria que você é alguém muito intima dele!
A única reação da ruiva foi revirar os olhos. Mentalmente, se auto praguejava por ter se dado numa saia justa como aquela.
- Agora vamos que a boate deve estar bombando nessa hora!
Sendo puxada pela amiga, Juliane sorriu e disse:
- Prometo que irei me divertir muito hoje.
- É assim que se fala Ju!
Finalmente as duas saíram do apartamento da fotógrafa, indo direto à parada de táxi mais próxima. Sem perceberem, um homem do outro lado da rua observava as amigas atentamente, enquanto esfacelava o final de um cigarro no chão com o sapato.
...x...x...x...
- Nossa... Que vista linda!
- Realmente, essa varanda oferece uma vista magnífica do Mar Egeu.
- E o senhor vai ficar aqui até terminar sua investigação?
- Sim.
Saga se aproximou de Lithos, que continuava debruçada no parapeito da varanda da mansão de Saori Kido, fascinada com a vista noturna do Mar Egeu. Ao sentir que o olhar do cavaleiro de Gêmeos estava fixo na direção do templo Partenon, a irmã adotiva de Aioria falou:
- A senhorita Juliane Onassis é uma chefa muito legal.
- E também bastante perspicaz.
- Ah! Isso ela é com certeza!
- Pelo visto vou ter que forjar o meu ofício de professor universitário até as últimas conseqüências. – Saga respondeu, enquanto sorria. Lithos percebeu que era um sorriso melancólico.
- Eu faço Comunicação Social na Universidade de Atenas. Bom, se o senhor quiser, eu posso conseguir entrar em contato com o coordenador do curso de História para que ele consiga inseri-lo dentro da grade de professores do curso. Lembre-se que a Fundação Graad mantém toda a estrutura do curso de História.
- O que significa que a minha estadia como docente é, porque não dizer, garantida.
- Isso mesmo!
- Hum... Vejo que fez uma boa escolha quando quis fazer jornalismo. Seu senso de investigação é bastante apurado, Lithos.
- Na realidade, foi uma sugestão do mestre Aioria... Eu acho que ele não gostou muito de mim sendo serva... Talvez fosse porque eu sempre queimava a comida... – Lithos informou meio envergonhada. – Enfim, ele sempre me deu a maior força quando decidi fazer um curso superior! Tanto é, que ele está pagando todas as minhas despesas na faculdade.
- Então ele é um bom investidor. Sabe muito bem como gastar a fortuna que tem.
- O mestre Aioria tem uma fortuna! – a jovem parecia surpresa com o que Saga havia dito.
- Sim, ele tem... – Saga concordou, mas percebeu que falara demais. Se o cavaleiro de Leão não havia contado a Lithos sobre alguns detalhes de sua vida, não seria ele que iria revelar para ela. Preferiu então retornar ao assunto principal. – Mas Lithos... O que posso esperar de você em relação à minha missão?
- Se o senhor quiser, eu posso investigar sobre a vida da Juliane! Prometo que serei bastante discreta e que ela não vai desconfiar de nada! – a garota propôs, sorrindo de orelha a orelha.
- Então posso contar realmente com sua ajuda?
- Claro!
- Então está certo. – Saga concluiu. – Preciso conseguir em tempo hábil todas as informações relevantes sobre ela. E principalmente sobre seu passado.
- Certo! Eu começarei a investigar amanhã mesmo!
O cavaleiro de gêmeos sorriu e agradeceu intimamente aos deuses por ter dado a ele, a ajuda de Lithos. E querendo agradecê-la de alguma forma, o grego perguntou:
- Gostaria de jantar? Prometo leva-la para casa depois... Mas não prometo que será o melhor prato que já experimentou em sua vida, porque tudo o que tenho aqui é comida para microondas.
- Por mim, tudo bem!
Então se dirigiram até a cozinha, onde Lithos continuou a falar sobre o dia-a-dia da universidade e também, sobre seu estágio no jornal "O Argeifonte" e os contatos que tinha com a jornalista em questão.
...x...x...x...
Dido não exagerou quando disse que a danceteria denominada Iluminatti era a mais agitada das noites cosmopolitas de Atenas. O DJ da casa usou a sua picape de som da melhor forma possível, dando as centenas de convidados, o sublime prazer de dançar ao melhor das melodias eletrônicas. Pra completar o clima de festa, inúmeros globos de luz multicoloridos giravam sem parar, criando assim, um cenário surreal para os dançantes.
- A festa está maravilhosa! – Dido berrava, tentando se fazer ouvida por Juliane que estava encostada no balcão do bar.
- O som está alto! – Juliane também gritou.
- Que nada! - a amiga replicou enquanto era puxada para a pista de dança por um rapaz. – Tente se soltar também, amiga!
Neste momento, o barman entregou para a jornalista, uma generosa dose de Martini.
- É por conta da casa, senhorita.
- Bem... Obrigada. – a ruiva respondeu, sorrindo.
"Bom... Experimentar só um pouquinho não vai fazer mal a ninguém". – ela pensou, enquanto ingeria a bebida.
Após esvaziar o cálice, um garçom que mais parecia um malabarista ofereceu a ela um coquetel multicolorido, também dizendo ser aquela bebida, oferta da casa. E assim, outros copos se seguiram, fazendo com que a jovem que não estava acostumada a beber em demasia, ficasse mais alegre e por conseqüência, perder a noção de localização e consequentemente, a amiga que a acompanhara.
..x...x...x...
Saga havia deixado Lithos em sua casa – na realidade, uma república de estudantes – e agora, voltava à sua casa provisória. Enquanto dirigia vagarosamente um Audi A8 preto, o cavaleiro tentava organizar seus pensamentos em relação aos fatos que vivenciara naquele dia, quando de repente...
- Juliane?
...x...x...x...
- Droga... Onde a Dido se meteu?
Estava prestes a desistir. Andava em círculos havia minutos, desde que havia saído da boate, mas nenhum sinal da amiga. E para piorar a sua situação, a mistura de bebidas alcoólicas estava lhe rendendo tonturas inimagináveis. Dessa forma, parou de caminhar e elevando uma das mãos até a testa, tentando dessa forma, diminuir a tontura.
- Certo, vamos começar pelo começo. – falou para si mesma. – Onde eu estou?
- Ruiva, venha comigo caladinha.
- O quê!
Juliane sentiu algo frio em sua nuca. Ao se virar, viu um homem de feições grotescas e portando um revólver.
- Vamos logo, senão eu estouro seus miolos agora, #¨!
A moça engoliu a ameaça em seco e sem alternativa, seguiu o homem que a segurava forte pelo braço. Estava bastante nervosa, mas não gritou. Caso o fizesse, a sua situação iria piorar bastante. Caminharam durante alguns minutos, chegando assim em frente a um carro preto que a jovem não conseguiu distinguir o modelo. Do automóvel, saltaram mais dois homens com olhares felinos para ela. Neste instante, a jornalista sentiu toda a sua espinha dorsal gelar.
- Agora entra no carro.
- Não...
- Entra agora! – o homem que a abordou respondeu rispidamente, enquanto jogava ela para a parte de trás do veículo. Ao ser arremessada, a jovem bateu a cabeça na porta do carro, vindo a desmaiar.
- Acho que ela não está disposta a entrar nesse carro.
Os homens se viraram e viram outro homem com um olhar gélido sobre eles. Mal tiveram tempo para falar ou emitirem qualquer outro sinal de reação, pois viram, aterrorizados, o espaço atras do terceiro homem se abrir, apresentando uma espérir, apresentando uma espateu a cabeça na porta do carro, vindo a desmaiar. de trseus cie de universo, uma outra dimensão bem distinda onde podia-se vislumbrar planetas, satélites naturais, cometas e um enorme buraco negro.
Não gritaram, nem esboçaram qualquer outro tipo de reação. Simplesmente, os homens que há minutos atrás, eram os ferozes algozes, agora fugiam de uma forma completamente estúpida, caindo entre latas de lixo e sem ao menos se levantarem, continuaram a escapar engatinhando.
- Covardes infelizes... - murmurou Saga que ao aproximar do carro, vislumbrou a jornalista desmaiada.
Com cuidado, ele a retirou do veículo. Verificou se estava ferida e para o alívio do cavaleiro, constatou que Juliane não sofrera grandes danos, apenas ganhara um galo-alto na testa. Ao tomá-la nos braços para levá-la até seu carro, a jovem começou a despertar.
- Hum... - com certa dificuldade, ela abriu os olhos e viu surpresa que além das estrelas e da Lua estarem girando de um modo estranho, ela também estava vendo o rosto intrigante do... Professor.
- Senhorita Onassis?
- Quê? Eu... Eu estou voando, por acaso?
- Não. Neste momento você está em meus braços.
Juliane não deixou de corar com a revelação. Nos braços de Saga? Com certeza, Dido daria grandes gargalhadas ao saber disso.
- Seus braços? Hei... Me coloca no chão.
Saga atendeu prontamente ao seu pedido. Ao sentir seus pés em terra firme, a jornalista tentou dar o primeiro passo. Entretanto, ela perdeu o equilíbrio e por pouco se estatelaria no chão, se não fosse pelo pronto auxílio de Saga.
- Pare de bancar a sóbria e deixe-me ajudá-la.
- Não precisa me ajudar! Eu consigo andar sozinha! - Juliane respondeu rispidamente, e ao levantar o rosto a fim de encará-lo melhor, acabou aproximando seu rosto muito próximo ao dele.
Saga então pode contemplar melhor aquele rosto de traços tão comuns, mas ao mesmo tempo, estranhamente belo. Viu os olhos carregados de uma espécie de mistérios, de uma história que o incitou a desvendar. Os lábios, que por sua vez ainda continham alguns resquícios de batom, exalavam o doce odor de frutas e de outras substâncias que unidas, só atiçavam ao grande desejo de beijar aqueles lábios entreabertos.
"Beijá-la? Pelos deuses, que pensamento mais absurdo!" - Saga se repreendeu. Tudo estava acontecendo estranhamente rápido demais e isso o assustava, de certo modo. Mal acabara de raciocinar sua auto crítica, o cavaleiro sentiu que era tocado de uma forma diferente pela ruiva.
- Senhorita...?
- Espere... Hei... - ela sorriu e voltou a falar. - Sabia que você é a cara e o cabelo do Abel Nightroad?
- A cara e o cabelo de quem?
- Do Abel Nigtroad... - e começando a sorrir com mais facilidade, continuou. - O vampiro mais gato de Trinity Blood... Se você usasse óculos de grau... Nossa, nem quero pensar!
- Nem eu. - Saga retrucou completamente desconcertado. O cavaleiro finalmente havia percebido que não foi apenas o efeito da batida que estava fazendo com que ela estivesse vendo e falando coisas demais. - O que você andou bebendo?
- Sei lá! Talvez, vodca... Hum... Agora não me lembro bem.
- Certo. Vou deixar você em sua casa.
- Shhhh... - ela pediu silêncio, enquanto retirava com uma das mãos, uma mecha de cabelo que insistia em cair por sobre os olhos do grego. A outra mão, passeava pelo rosto dele, onde podia sentir a pele macia, com exceção da área da barba que começava a crescer, fazendo com que ela sentisse uma leve cócega. Mas ainda assim, continuou a percorrer aquela face máscula e sentiu que a respiração de Saga havia ficado extremamente pesada quando o passeio terminou em seus lábios, onde as pontas de seus dedos contornavam com um cuidado acurado.
- Juliane. - Saga finalmente conseguiu criar coragem para falar, mas as palavras saiam como em um sussurro. - O que está fazendo?
- Sabe Abel ou simplesmente, professor... Eu estou com uma vontade louca de te beijar.
- Não sabe o que está dizendo... - Saga falou, numa última tentativa de defesa.
- Nem você... - ela retorquiu, segurando Saga pelo rosto e encostando os lábios nos dele.
Ele fechou os olhos, completamente impedido de reagir. Ao sentir a aproximação inevitável, imediatamente retribuiu, entreabrindo seus lábios, prontos a receber aquele beijo que por mais que o seu lado racional impelisse o seu outro lado já ansiava há alguns minutos. Mas o que sua boca encontrou na realidade, foram os cabelos dela.
- Era só o que faltava... - Saga murmurou, enquanto voltava a colocar o corpo da jornalista em seus braços novamente. - Dormiu.
Continua...
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Notas finais:
Eis o segundo capítulo de Segredos! o/
Bom, não se deu para perceber, mas o fato é que Segredos é uma fic com capítulos curtos. Bom, eu estou fazendo isso para que a leitura não fique extenuante demais e por conseqüência, não deixe o leitor cansado. uu
Aproveitando o ensejo, gostaria de agradecer aos comentários, e-mails e mensagens via MSN e Orkut. Em especial, gostaria de agradecer a Juli.cham (a grande musa dessa fic! Rsrs...), Hilda de Poláris Br, Nina Neviani, Alana, Lulu-lilits e em especial a Michelle Aloysio que está me dando uma força toda especial para que eu continue essa fanfic. E antes que me esqueça: estou respondendo aos comentários no meu blog (endereço no meu profile) e também por e-mail, certo?
E para finalizar, quero advertir que algumas cenas desse capítulo foram baseadas em fatos reais. XD! E sim, o Miro vai aparecer no próximo capítulo! o/
Mais uma vez, agradeço a todos que acompanham o meu humilde trabalho.
Um forte abraço!
Arthemisys
