Como sempre, este é o espaço para agradecer aos incentivos que vocês me mandam, tão carinhosos. Muito obrigada, meninas e um aviso para Juli Chan: calma, moça! Eu prometo que o beijo rola em breve, não se preocupe...

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Capítulo IV

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Naquela manhã, Aioros acordou de bom humor e bem disposto. A noite tinha sido maravilhosa e os sonhos, os mais acolhedores possíveis. Parecia até que nada iria estragar seu dia. Bem, parecia...

-Aioros! – chamou Aioria, parado na frente da casa de Sagitário, tentando segurar o filho que teimava em querer sair correndo escadas abaixo.

Com cara de "eu sei que aí vem problemas e vai sobrar para mim", o cavaleiro saiu de sua casa e encontrou o olhar já suplicante de Aioria o encarando.

-O que foi desta vez?

-Eu preciso de um favor seu... Um imenso favor, para ser sincero.

-Se não tiver nada a ver com esse peste que chama de filho...

Como se entendesse o que Aioros havia dito, o pequeno Alekssandro mostrou-lhe a língua e escondeu a cara nas pernas do pai. O tio bem que tentou dizer algo, mas desistiu ao encarar o olhar agora assassino de Aioria.

-Esquece... O que você quer? Vai me dizer que é para cuidar de novo desse pes... Quer dizer, do meu sobrinho?

-Só por hoje, Aioros! A Marin tá ocupada com uma nova aprendiz, Atena me chamou para uma reunião... Quebra essa, vai!

O cavaleiro olhou bem para o sobrinho, o menino, apesar de só ter um ano, não cabia em si de contentamento em estar ali. Suspirando, Aioros só desejou não se arrepender depois.

-Tudo bem, eu fico com o Alekssandro!

-Valeu, cara! Agora eu vou subir correndo, Atena já está me esperando... Tchau, filho!

-Papa!

O menino esticou os bracinhos para abraçar o pai e depois correu para agarrar as pernas do tio. O sagitariano não teve como não se encantar com aqueles olhinhos o encarando.

-E aí, rapaz? O que acha de um passeio para azarar umas gatinhas, hein?

-Dá...

Pela cara de safado do sobrinho, era de se deduzir que Miro de Escorpião estava fazendo escola...

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Na porta de uma escola, um menino esperava que alguém fosse buscá-lo, já que havia saído mais cedo. Esperava pelo "tio", mas quem viu dobrar a esquina fez seu rosto iluminar-se em um imenso sorriso.

-Mãe!

Daniel pulou no colo de Claire, que o encheu de beijos. A jovem sorriu e o colocou de volta no chão, ajeitando a bolsa sobre seu ombro.

-Você não foi trabalhar hoje?

-Não, meu querido... Hoje é meu dia de folga. Preparado para dar um passeio maneiro e se divertir muito com sua mãe?

-Vamos nessa!

De mãos dadas, os dois atravessaram a rua e pegaram um táxi para o shopping da cidade.

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O lugar estava cheio, era quase hora do almoço. Aioros não largava de jeito nenhum a mão de Alekssandro, que tentava de todas as maneiras se soltar e sair correndo, somente pelo prazer de ver o tio atrás dele, desesperado.

A oportunidade não demorou muito. Aioros, ao passar em frente a uma loja de eletrônicos, ficou encantado com uma TV de plasma de 42 polegadas e estancou o passo, babando no aparelho. Sorridente, Alekssandro apenas puxou sua mãozinha e...

-Volta aqui, seu pestinha!

O menino correu feito um doido pelo corredor, o cavaleiro atrás dele, todo afoito. Como era possível um moleque daquele ter tanta velocidade? Alekssandro contornou a escada rolante e só não continuou a correr porque...

-Ai! Minha canela! – gritou um menino que vinha pela direção oposta, segurando a perna atingida.

-Peguei você, seu pestinha!

-Oi, Aioros! – Claire cumprimentou-o, ajudando o filho com a perna machucada – Desta vez não fomos nós e sim nossos filhos!

-Ah, oi Claire... Esse danado aqui é meu sobrinho, não meu filho... Ele é o Daniel?

-Cê conhece a minha mãe, moço?

-Somos amigos, filho... Vamos, cumprimente o Aioros direito.

Daniel deu a mão para o cavaleiro, meio ressabiado com o pequeno Alekssandro, que teimava em querer se soltar novamente. Claire deu risadas, o pequeno estava quase atingindo seu objetivo.

-Está de folga hoje, Claire? – Aioros tentou caçar assunto, meio nervoso por encontrar a garçonete.

-Estou, por isso resolvi dedicar meu dia ao Daniel... Estávamos indo até a praça de alimentação comer, quer nos acompanhar?

-Cla-claro...

Visivelmente desajeitado, Aioros puxou o sobrinho e acompanhou Claire e o filho. E em seu íntimo, agradecia a Aioria por ter pedido para que cuidasse de Alekssandro naquele dia.

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O almoço transcorreu na mais perfeita paz, quebrada apenas de vez em quando por Alekssandro, que teimava em querer dar comida na boca do tio, o que provocava risadas em Claire e em Daniel.

Falaram sobre amenidades, trabalho, algumas coisas a respeito de sua vida como cavaleiro... Após comerem, Aioros, totalmente sem graça, acabou aceitando uma sugestão de Claire para deixarem as crianças brincando com monitores no play e darem uma volta sozinhos.

-Tem certeza de que esses monitores vão agüentar o tranco?

-São treinados para isso, Aioros.

-Correção: são treinados para cuidar de crianças normais como seu filho e não de monstrinhos feito o Alekssandro!

-Isso é jeito de falar do seu sobrinho?

-Você não o conhece como eu, Claire... Vai por mim, no fim da tarde aquele play vai estar completamente destruído.

Ambos riram e continuaram conversando, enquanto iam entrando em uma loja de roupas femininas. Uma vendedora veio atendê-los e foi logo abraçando a garçonete, Aioros estranhou a intimidade.

-Esse é o cavaleiro que você me fala tanto, Claire? – a vendedora perguntou, apontando para Aioros. Os dois ficaram vermelhos por um momento – Muito prazer, meu nome é Tâmara.

-É uma amiga muito querida...

-Prazer. – Aioros estendeu a mão, ainda meio envergonhado. Tâmara riu e puxou Claire para junto de um balcão, pegando algumas blusas empilhadas atrás de si.

-Veio ver as blusas que te falei, né? Olha só esta verde, vai ficar linda em você!

Mulheres! E fazendo compras... Aioros estremeceu, imaginando que provavelmente ele teria de carregar as sacolas. E torcia para que não pedissem a sua opinião!

-O que acha dessa vermelha aqui, Aioros? Não fica bem na Claire? – questionou Tâmara, puxando o cavaleiro para que fosse até o provador ver a jovem.

Não havia como não ficar bem. O tecido leve, o decote discreto, a cor, tudo combinava com Claire. E nada poderia ficar feio ou deselegante em uma mulher tão bonita.

-Está lin... Hum, bonita.

-Eu não disse que ele ia gostar, Claire? Anda, experimenta estas outras aqui!

Pouco depois, os dois saíam da loja carregando algumas sacolas. E estas Aioros não reclamava de carregar.

-Quer tomar um sorvete? – ele perguntou, ao passarem por um quiosque.

-Aceito. De chocolate!

Sentados em um banco de madeira, os dois retomaram as conversas.

-Você não grega, né?

-Por que pergunta?

-Bom, o seu nome é inglês. E você fala com um pouco de sotaque, mas não me parece de nenhum país europeu.

-Eu não sou européia e sim latina. Brasileira, para ser mais precisa.

-Mesmo? O Deba é de lá.

-Deba?

-O Cavaleiro de Touro. Mas eu não sabia que brasileiros davam nomes estrangeiros aos seus filhos.

Ao dizer isso, Aioros percebeu que Claire abriu a boca para fazer um comentário, mas desistiu. Parecia até que estava prestes a dizer algo importante e mudara de idéia repentinamente.

-Faz tempo que mora aqui na Grécia? – o cavaleiro retomou a conversa, antes que um silêncio perturbador se instalasse.

-Cinco anos, antes morei em Istambul. Vim para cá por causa do Richard.

-Richard? O pai do Daniel?

-Não... O Richard é o amigo que cuida do meu filho quando estou trabalhando. Nós viemos juntos para cá, atrás de uma oportunidade e trouxemos a Tâmara. Ela é turca.

-E onde.. Onde está o... – Aioros quis perguntar sobre o pai do menino, mas Claire foi mais rápida e desviou o assunto.

-Olha só a melequeira que você está fazendo, Aioros! Tá pingando tudo na sua camisa!

Havia uma mancha marrom enorme na camisa do rapaz e o sorvete melecava sua mão. Constrangido, ele tentava esconder o estrago. Claire sacou de sua bolsa um pacote de lenços umedecidos e o entregou ao cavaleiro.

-Vira e mexe o Daniel faz dessas coisas... Toma, limpa suas mãos com esse aqui que eu vou tentar dar um jeito na sua camisa.

Enquanto tentava limpar a camisa, Aioros praguejava contra sua falta de sorte. Toda vez que estava junto da jovem, alguma coisa desagradável tinha que acontecer. E estava tão concentrado em se limpar que não percebeu que alguém se aproximava, Claire também não viu e...

-O que você tá fazendo, mãe? – quis saber Daniel, vendo a cena e segurando Alekssandro pela mão. O pequeno apenas dava risadas.

-Daniel! O que você está fazendo aqui?

-Ah, tava muito chato lá no play então eu saí com o Alekssandro para procurar vocês!

Sem jeito, Aioros levantou-se do banco e pegou o sobrinho no colo, o menino sorrindo e piscando para ele. Danado!

-Han... – Claire limpou a garganta – Já que cansaram de brincar, acho que está na hora de ir embora. Vamos, filho?

-Vamos.

-Er, eu acompanho vocês até em casa, é caminho para o Santuário.

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Chegaram depressa no prédio e sob novos protestos e recusas, Aioros pagou o táxi. Despediu-se de Daniel com um aperto de mão e aproximou-se de Claire, com o sobrinho no colo.

-Tchau, Alekssandro... – Claire beijou a bochecha do menino, que escondeu o rosto no pescoço do tio.

-Safado...

-Bem.. Até outro dia, Aioros...

Claire aproximou-se para se despedir de Aioros com um beijo, mas o cavaleiro a deteve. Respirou fundo e resolveu falar de uma vez o que queria, para não perder a coragem.

-Claire, você... Você aceitaria sair comigo uma noite dessas? A gente podia jantar fora, alguma coisa assim...

-Aioros, eu... – a garçonete, surpresa, não sabia o que dizer. Estava quase recusando, mas os olhos esperançosos do cavaleiro à sua frente a encantaram tanto... – Claro, eu vou adorar.

-Então, que tal amanhã? Eu te pego ás oito, tudo bem?

-Amanhã? Ótimo, Aioros... Ás oito, então.

Agora sim pôde se despedir. E Daniel, parado mais atrás, sorria confiante. Estava gostando da idéia de sua mãe ter um namorado.

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-Tio Kojack! Eu tenho uma novidade para contar! – gritou Daniel, entrando feito um furacão no apartamento, pulando no colo do tio.

-Que novidade, menino?

-A mamãe arrumou um namorado! Ele se chama Aioros e é muito legal, ele é...

-Daniel, pára com isso! Anda, vai tirar essa roupa e tomar banho.

-Ah, mãe...

-Agora.

Resmungando, o menino obedeceu à mãe. Sentando-se no sofá para tirar os sapatos, Claire encarou o olhar indagador de Richard.

-O que o Daniel disse é verdade?

-Não, o Aioros não é meu namorado. Mas eu aceitei sair com ele para jantar amanhã.

-Claire, Claire... – Richard suspirou – Cuidado para não se meter em encrenca e ainda envolver esse cara nela!

-Eu sei, Richard... Não deu para recusar o convite.

-Não deu ou você não quis?

Claire não respondeu. Recostando-se no sofá, a garçonete suspirou e ficou fitando o teto, pensando em sua escolha. Era tarde demais para voltar atrás. E nem ela queria isso.

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Ah, gente! Eu tô muito feliz com a torcida de todos pelo Aioros e a Claire e também quero aproveitar este espaço para dar um aviso: Falta muito pouco para a fic do Shura entra no ar, muito pouco mesmo! E eu me empolguei tanto com a fic do Dohko, Shiryu e Shunrei (em UA) que estou iniciando o primeiro capítulo e logo ela também vai para o ar.

Isso sem contar a fic do Shaka e do Alberich, ambas em andamento, a de Saiyuki também em andamento, as três que faltam da série HomeroxHelena, a fic do Kamus, do Kanon e uma com o Hyoga, em UA. Mas essa última ainda demora um pouco...

A propósito, já perceberam como eu amo escrever em Universo Alternativo?

Nota: Kojack é o nome de um inspetor de polícia de um seriado americano de mesmo nome. Fez tanto sucesso nos anos sessenta que virou sinônimo de pessoas carecas, porque o detetive tinha a cabeça raspada.